Com a exposição e análise das mais expressivas manifestações culturais brasileiras, formadoras da nossa identidade como nação, Roberto DaMatta, um dos mais importantes antropólogos do país, procura responder, com simplicidade e na melhor tradição da Antropologia Social, a pergunta título de seu livro O que faz o brasil, Brasil?, ilustrado por Jimmy Scott. Sem a pretensão de trazer uma explicação exaustiva ou uma versão definitiva sobre o que é o Brasil, esse livro proporciona ao leitor a surpresa de um verdadeiro encontro. O que faz o brasil, Brasil? é justamente aquilo que faz com que nos reconheçamos como brasileiros nos mínimos e mais variados gestos. Ao examinar nossos grandes acontecimentos como o Carnaval, o Dia da Pátria, as procissões religiosas, nossos hábitos alimentares, o futebol, a política e as artimanhas de seus representantes, a economia, o jeitinho com que driblamos as dificuldades – todos elementos formadores da nossa brasilidade – , Roberto DaMatta tenta explicar como os vários brasis se ligam entre si, fazendo ver que é através da cultura, por mais variada e extensa que seja, que uma sociedade se expressa e pensa sobre si mesma.
Roberto DaMatta (Niterói, 29 de julho de 1936) é um importante antropólogo brasileiro, além de também trabalhar como conferencista, professor universitário, consultor, colunista de jornal e produtor de TV.
Nesse breve livro, o Roberto DaMatta, talvez o grande antropólogo brasileira, busca compreender, afinal, o que é o Brasil? Ou de como aquele brasil - aquela árvore de madeira - se tornou um país, com todas as suas enormes complexidades e paradoxos. Há, é verdade, o Brasil oficial, aqueles das regras mais claras e explícitas. Esse, porém, por ser tão rígido e difícil de navegar, dá espaço ao Brasil do jeito, da malandragem, dos atalhos e do "sabe com quem está falando?". É o Brasil em que a rua (tudo o que é público) enfrenta o que é da casa (as nossas relações íntimas e de afinidade). Sinal desse conflito é o quão feias e mal cuidadas são nossos espaços públicos e a beleza da intimidade do lar. Enfim, vale a pena para todos os que desejam conhecer um pouco deste país chamado Brasil.
Entre erros e acertos o Damatta faz uma argumentação preguiçosa de um país continental que ao meu ver é muito mais complexo do que qualquer ambiguidade entre o poder e o não poder, a casa e a rua ou o comer e ser comido. Confesso que o "preguiçosa" pode ser extremamente equivocado da minha parte, mas lendo pela primeira vez uma obra de um dos maiores nomes da Antropologia no Brasil - sendo estudante de ciências sociais, o que me deu uma vontade enorme de ler e entender esse livro - me senti meio sem rumo com o que eu chamaria de: simplificação generalizada a partir de uma tentativa de descrever um país absurdamente complexo.
Acho que eu teria 3 questões principais sobre essa obra toda:
A primeira: Não consigo perceber o carnaval como uma utopia de um mundo de hierarquia (mesmo sabendo que o carnaval da época em que ele escreve é totalmente diferente do carnaval de 2024, por exemplo)
A segunda seria uma pergunta: Se de mulheres o brasil entende bem, qual seria o perfil, ou o ideal, do homem brasileiro? Eu acredito que faltou argumentar a parte masculina no capítulo do livro
e a terceira e última: Eu não consigo enxergar, por exemplos, os ritos e/ou momentos dentro do catolicismo, de um templo espírita ou de um terreito de macumba, como sendo minimamente semelhantes ao ponto do autor colocar "dentro de uma mesma categoria" a partir da ambiguidade entre os ritos que ordenam e ritos desordenam
o capítulo 7 e 8 não precisavam existir kkkkkkk tá, eu sei que é um livro de 1984, então vou respeitar!! de resto, achei muito interessante e intrigante, concordei com diversas partes que percebo no meu cotidiano como brasileira (e obviamente discordei de outras). a escrita do damatta é muito simples, então é uma leitura acessível para refletir um pouco. semana que vem tenho seminário com minha turma da faculdade e vamos discutir capítulo a capítulo, então posso concordar/discordar de ainda mais coisas depois de ser apresentada a outras visões, ansiosa!
O livro traz uma análise geral de Brasil, sendo pouco explorado aspectos específicos regionais, mesmo que determinantes para o continental Brasil. Além disso, em alguns momentos, sofre com a passagem do tempo e a queda/revisão de alguns conceitos e aspectos culturais. Ainda assim, contribui, e muito, para um panorama abrangente, levantando à tona conceitos relevantes para compreensão de Brasil.
Um bom livro de uma tentativa de análise antropológica das relações ambíguas e relacionais, com o autor pensa, que permeiam e constroem a sociedade brasileira. DaMatta apresenta uma visão um tanto estereotipada do que é o Brasil, sim, mas é por meio desses estereótipos do brasileiro e das formas de vida social no Brasil que o autor constrói sua argumentação. Não deixa de ser um livro introdutório aos estudos sobre a sociedade brasileira, pois cada capítulo traz uma possibilidade, dada ao leitor, de aprofundamento do tema ali exposto. Muito bom!
É um livro interessante, pois nos faz refletir sobre o nosso próprio país. É uma leitura bastante simples, rápida e nos dá um panorama geral sobre as ideias de Roberto DaMatta sobre essa questão. Contudo, deve-se ler sempre de um modo bastante crítico, visto que algumas das coisas que diz parecem ser, a um primeiro olhar, bastante certas, todavia, percebemos que muito é se trata de uma simples ilusão de quem vê o Brasil por fora.
Roberto, de uma maneira simples e direta, nos faz refletir sobre os elementos sociais que, de alguma forma, tem denominado a forma complexa sobre o que é o Brasil. Seja de forma de refletir sobre as dinâmicas que fazemos na rua, nas família, nas relações sociais, na alimentação, na maneira como comemoramos e até no modo como devotamos a entidades espirituais.
De leitura fácil, muitas vezes quase poética. A visão antropológica do povo brasileiro apresentada pelo autor é muito informativa e me foi útil para re-visitar vários conceitos da nossa sociedade. Uma excelente introdução ao universo da antropologia e da brasilidade.