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O Texto-Catarina

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Catarina, nomeação da sensualidade e vida, feita mulher, feita texto.
O quotidiano vivido em atenção, estranheza e intimidade com Catarina.

Da colecção «Fulgor Quotidiano», Sr. Teste Edições, organização de Maria Etelvina Santos e João Barrento, com composição gráfica de Catarina Domingues. Posfácio:
Como tantas vezes acontece na Obra de Llansol, este pequeno livro nasce de uma circunstância autobiográfica, para logo superar e transfigurar os limites da biografia e elevar a escrita a um registo mais amplo, universal na sua inevitável radicação em vivências pessoais. O que, de facto, encontramos neste livro é uma reflexão permanente (e permanentemente apoiada em imagens) sobre os modos como a realidade devém texto (a realidade vivida, a realidade lida em textos de outros, a realidade visionada). A partir de uma figura de mulher que dá nome e corpo à escrita, de um rio que se transfigura em fluxo dessa escrita e espelho de um Eu duplo, de um quadro de Rembrandt que passa e «volta texto», dos mais variados lugares concretos, entre o Douro e Sintra, vamos percebendo que a fonte do texto que aqui assume nome de mulher, o útero da escrita, é o Vivo com a sua vibração libidinal, o seu corpo móvel, os seus horizontes sem limites. [...] Estamos perante uma das mais insistentes e originais reflexões («encenadas») de Maria Gabriela Llansol sobre o que é isso do texto enquanto coisa viva: como nasce, como se expande e retrai, que hesitações atravessa, como é múltiplo e uno... Tudo parece ser, na alternância constante – e distanciadora, estranhante – entre ela e ele, Catarina e Texto, uma grande alegoria do processo de textuar – fazer nascer a escrita como coisa viva, bela e imprevisível, «íntima textura», como uma mulher.

139 pages, Paperback

First published December 1, 2020

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About the author

Maria Gabriela Llansol

63 books88 followers
MARIA GABRIELA LLANSOL nasceu a 24 de Novembro de 1931, em Lisboa. Licenciou-se em Direito e em Ciências Pedagógicas, tendo trabalhado em áreas relacionadas com problemas educacionais. Em 1965, abandonou Portugal para se fixar na Bélgica. Regressou há alguns anos a Portugal. É um caso ímpar na ficção contemporânea, de jorrante, inesperada e original criatividade. De estilo muito próprio, a sua forte personalidade afirmou-se desde 1957, com as narrativas de Os Pregos na Erva, consolidando-se com O Livro das Comunidades, 1978, e com todas as suas obras posteriores, de que poderemos salientar A Restante Vida, 1978, e Um Beijo Dado mais tarde, 1990, e Lisboaleipzig, 1994 e 1995. Aliando a subjectividade enunciativa a um forte pendor mítico de implicação lírica, que funda numa visão da vida e do mundo de tipo religioso herético, sensualista e naturalista, a sua ficção caracteriza-se por uma hibridez de registos e de convocação, temporal e espacial de entidades, que no entanto assume uma coesão que lhe é dada por uma marca discursiva persistente e inconfundível. Faleceu a 3 de Março de 2008, em Sintra.

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Profile Image for MT.
201 reviews
February 22, 2021
“_______tu és, de facto, minha íntima textura,
e a complexidade que te atribuem
é porque não a sentem como simples. Estou assim a falar há muito tempo com Catarina - o texto - uma pessoa incrivelmente bela que, mal entra no meu quarto, não admite o feio, e limpa a poeira.
Mas feio, belo, são termos que tenho de perguntar-lhe o que são, pois se ela falar haverá novo espaço, nova vida para mim.
O que é uma pessoa quando é texto? De que vive?
Está vestida de castanho, o corpo esguio _____ dá-se a tocar no olhar, de frente.

É muitas vezes de manhã, em face do espelho, que o texto vê a curva do seu pensamento; a expansão dos olhos fê-lo escolher, hoje, a cor castanha, a cor da terra; e o lançamento da terra ao rio
dá a Catarina um modo especial de inclinar a cabeça, como se quisesse, naquela noite, outorgá-la a meu seio;”
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