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Pai Contra Mãe

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Machado de Assis é conhecido de todos como uma das figuras centrais de nossa literatura. Nascido em 1839 e morto em 1908, publicou, ao longo de mais de quatro décadas, romances, contos, crônicas, poemas e peças de teatro. Sem estar presa a modas ou escolas literárias, sua obra captura como poucas a história brasileira, ao mesmo tempo em que explora a profundidade psicológica das situações e personagens que cria.
Esta coleção apresenta, individualmente, boa parte dos contos de Machado de Assis, desde os mais célebres até os menos conhecidos. Sempre surpreendentes, são a melhor forma de se aproximar da obra do autor, reconhecido pela criação de formas literárias inovadoras. É começar a ler para conferir como esses textos conquistam a todos em poucas páginas. São narrativas tão complexas quanto envolventes, nas quais o leitor terá o prazer de encontrar a força e a atualidade de um mestre brasileiro.

16 pages, Kindle Edition

First published January 1, 1906

6 people are currently reading
178 people want to read

About the author

Machado de Assis

1,137 books2,451 followers
Joaquim Maria Machado de Assis, often known as Machado de Assis, Machado, or Bruxo do Cosme Velho, (June 21, 1839, Rio de Janeiro—September 29, 1908, Rio de Janeiro) was a Brazilian novelist, poet, playwright and short story writer. He is widely regarded as the most important writer of Brazilian literature. However, he did not gain widespread popularity outside Brazil in his own lifetime.
Machado's works had a great influence on Brazilian literary schools of the late 19th century and 20th century. José Saramago, Carlos Fuentes, Susan Sontag and Harold Bloom are among his admirers and Bloom calls him "the supreme black literary artist to date."

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Community Reviews

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1 star
2 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 56 reviews
Profile Image for Celeste   Corrêa .
381 reviews324 followers
August 26, 2021
Machado de Assis foi um crítico severo da sociedade brasileira, mas frequentemente acusado de não tomar posição no que à escravatura/escravidão diz respeito.

«Pai contra mãe» pertence ao livro de contos «Relíquias de casa velha» (1906)
É um conto breve com um final abrupto (de mestre) de índole moral que explora os meandros da escravidão.

«Ora, pegar escravos fugidos era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantém a lei e a propriedade (...) davam o impulso ao homem que se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem.»

Vale tudo para salvar um filho?

Cândido Neves, um pai desesperado, vê-se obrigado - por resignação da mulher e insistência da tia Mônica - , a levar o seu filho recém-nascido à roda dos enjeitados. Cândido vivia das recompensas recebidas pela captura de escravos fugidos aos seus donos, mas um dia os lucros começaram a escassear.

«- Hei-de entregá-lo o mais tarde que puder, murmurou ele.»

Perto do largo da Ajuda, viu o vulto de uma mulata fugida. Arrastou a escrava (grávida) com uma força bruta, entregou a «fujona» ao seu senhor e recebeu o seu pagamento.
Voltou a casa sem passar na roda dos enjeitados com a recompensa de cem mil réis e o filho no colo.
Dificilmente, esquecerei uma frase:

«- Nem todas as crianças vingam, bateu-lhe o coração.»

Esta frase pronunciada por Cândido é um reflexo da dinâmica social vigente – colocar ordem na desordem -, devidamente justificada ou ainda resta a este homem um pingo de valor humano e moral?
A causa e o efeito; as sociedades injustas que permitem decisões de excepção.

É um conto tão pesado quanto bem escrito e que nada fica a dever à melhor tradição de Maupassant contista.

Impossível não recordar o famoso parágrafo de «Memórias Póstumas de Brás Cubas válido para toda a obra machadiana:

«Assim eu, Brás Cubas, descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência. Talvez não entendas o que aí fica; talvez queiras uma coisa mais concreta, um embrulho, por exemplo, um embrulho misterioso. Pois toma lá o embrulho misterioso.» Cap. LI

A passagem do tempo modifica as opiniões.

Profile Image for Rahma.
266 reviews78 followers
April 12, 2020
Post-reading thoughts:
Surprisingly, I enjoyed this more than I thought I would! An interesting idea, and a heartbreaking ending.


Pre-reading thoughts:
This was recommended to me by a friend when I mentioned that I generally do not like reading translated works because something always seems to get lost in translation.
Reading this in English, titled Father Against Mother, as part of the short story collection, Machado de Assis: 26 Stories .
Profile Image for leynes.
1,316 reviews3,686 followers
November 5, 2024
After reading Machado's Posthumous Memoirs of Brás Cubas and feeling slightly underwhelmed by it, people recommended that I read one of his most interesting short stories as it is one of the few stories that openly deals with the topic of slavery. Sadly, it was underwhelming as well.

"Father Against Mother" was published in 1906, shortly before the author's death, and, unlike the enormous majority of his stories, this one did not appear first in the newspaper. Instead, it was published in the collection Relíquias da Casa Velha. We can only speculate why that is but only 18 years prior had slavery been officially abolished in Brazil (yeah, Brazil was one of the last countries in the whole world to free its enslaved people). "Father Against Mother" is the only story of the collection that openly addresses slavery, it begins with the emblematic phrase: "Like other social institutions, slavery brought with it a number of activities and artefacts."

Narrated in third person (by the author himself), it is set in Rio de Janeiro and deals with the life of slave hunter Cândido Neves. He and his wife Clara face financial difficulties due to the scarcity of runaway slaves. Seeing no other way out, Cândido decides to take his son to a baby box ("Roda dos Enjeitados"), so that the baby would not die of hunger. As fate wills it, he sees a runaway slave on his way.
“I am pregnant, good sir!” she exclaimed. “If the gentleman has any children of his own, I implore him to remember that child and let me go. I will be his slave and serve him as long as he wishes. Please, young sir, please let me go!”
Cândido pursues the women and eventually manages to capture her. Even though she begs for freedom and tells him that she ran away due to her pregnancy (because she doesn't want her child to become a slave), Cândido shows no mercy and hands her over to the slave owner in exchange for payment, with which he'll be able to support his wife and son (that he won't have to give up now). Due to the stress of the hunt and out of exhaustion and terror, the enslaved woman actually miscarriages and loses her own child.

Cândido is unmoved by what he sees and returns home overjoyed. When he retells the events at home, his aunt only has "a few hard words for the slave, a runaway whose miscarriage was a costly loss to the master." The short story ends with the fatal words: "Not all children are meant to make it."

It suggests itself that Machado, as the grandson of freed slaves himself, was trying to showcase the cruelty and inhumanness of slavery as an institution, but also of the people who operated in and benefited from it. His story can function as a form of political and social criticism. However, if you aren't familiar with Machado's backgrounds or may even share the notion that Black people should be treated inferiorly (as was a common belief by Machado's white contemporaries), I don't feel like his story takes a very clear stance. I found it odd to have the slave hunter to be the protagonist and to follow the events through his eyes. I would've preferred for Machado to finally have the guts to write from the perspective of a Black character, which he, as far as I now, never did (whilst he did write from the perspective of slave masters or hunters).

I simply didn't enjoy the story and didn't think it clever enough to really take anything of interest from it. Even as a tale of social commentary and/ or criticism it is rather simple and obvious. On top of that, I found the writing style oddly clunky and devoid of any emotion. (I only read a translation, so I cannot speak for the quality of the language in the original.) So, all in all, I really have to say that I don't think that Machado de Assis is the writer for me.
Profile Image for Moureco.
273 reviews3 followers
May 6, 2015
Pequeno e cruel conto, que é bem produto da sua época. Contextualizado, lê-se com um nó no estômago. Fora de contexto, parece tudo apenas injusto e cruel, por demais discricionário.
Profile Image for Lucas Mota.
Author 8 books138 followers
October 20, 2022
Um dos contos mais cruéis que já li. É também um tapa na cara de quem repete por aí que o Machado não se preocupava com crítica social e nem se posicionava a respeito da escravização.
Uma sociedade capitalista e escravagista posiciona em lados opostos duas vítimas de uma mesmo sistema: uma mulher escravizada e um homem livre em condição de pobreza que só consegue ganhar dinheiro na captura de escravizados fugidos.
Machado é leitura obrigatória para quem gosta de literatura. Não importa o que seja, dos romances aos contos, leia absolutamente tudo o que puder de Machado de Assis.
Profile Image for Laís Arjona.
389 reviews
June 13, 2025
Terminei com o estômago revirado e enjoada, de verdade. Machado foi um homem negro, escreveu sobre escravidão e racismo e até hoje tentam embranquecer a figura dele. Não consigo pensar nesse conto.
Profile Image for Fabio Augusto.
172 reviews6 followers
July 30, 2020
É um conto curto e muito interessante. É rico em conflitos. O autor dá o contexto de forma magistral, na segunda página eu já estava imerso no cenário da história. O clímax é bem construído também. Bem legal.
Profile Image for Jujuba.
154 reviews
August 20, 2021
(4,0)

Leitura de impacto visceral. Em seu desfecho, Cândido acaba por sumarizar o conto: "nem todas as crianças vingam". Mas a reflexão que fica é: o que determina a consolidação de cada vida? Machado traz aqui não só a crueldade dos ditames do capital, mas sobretudo a ainda maior violência preconizada pelo sistema escravista.
Profile Image for Anna Braga.
178 reviews16 followers
October 14, 2019
“além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói”

uma breve análise do comportamento humano, dia te de um recorte corriqueiro, Machado de Assis expõe o regime escravocrata e alerta para a situação do negro, mesmo após a assinatura da Lei Áurea, que ainda era visto como uma mercadoria.
Profile Image for Cecília.
142 reviews1 follower
January 11, 2024
Machado sabe o que faz, a escrita é direta e verdadeira
Profile Image for Flavia.
60 reviews29 followers
April 14, 2017
Preciso dar mais chances pro conterrâneo, dentro desse princípio achei esse conto maravilhoso. De tudo que li do Bruxo do Cosme Velho, esse foi o que mais gostei, despiu legal a nossa sociedade.

Nossas soluções estão submissas ao que ela impõe como prioritário, INFELIZMENTE, e uma mão cheia de injustiças.
Melhor fotografia do Rio, nunca vi. Para o carioca contemporâneo aconselho pesquisar os mapas da época, chegar a ganhar muito na narrativa, a escala urbana do Rio na era da industrialização do mundo ocidental.
Nao é um romance, é conta, uma moda que está pra voltar.
Profile Image for bryan.
4 reviews
June 22, 2025
O conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis, é um retrato duro da sociedade escravocrata no Brasil e das violências que continuam ecoando até hoje. A história acompanha Cândido Neves, um homem pobre, que vive mudando de emprego e passa necessidade junto com a esposa Clara e a tia Mônica.
Quando Clara engravida, a alegria de ter um filho logo vira motivo de angústia. A gravidez é tratada como ameaça de ruína, porque eles mal têm como se sustentar. A partir disso, Machado nos mostra como a pobreza desfigura afetos: o amor pelo filho existe, mas começa a se misturar com desespero, medo e decisões difíceis.
Cândido se dedica a um ofício cruel: capturar escravos fugidos em troca de recompensas. Não era um trabalho nobre, mas dava dinheiro e, para ele, passou a ser também uma fonte de orgulho. Machado critica aqui a forma como a violência se institucionaliza e se torna meio de ascensão social, mesmo entre os pobres.
O ponto mais marcante do conto acontece quando o filho de Cândido nasce e, por falta de dinheiro, ele decide abandoná-lo na Roda dos Enjeitados. Mas, no caminho, ele encontra Arminda, uma escrava grávida que está fugida. Pela captura dela, é oferecida uma grande recompensa. Arminda implora por liberdade, apela ao fato de estar esperando um filho, assim como ele. Mas Cândido a entrega mesmo assim.
A escolha que ele faz a seguir — salvar o filho às custas de outro — é o cerne moral do conto. Arminda perde o bebê, e Cândido volta para casa com o seu filho e o dinheiro nas mãos. É um final duro, que mostra até onde uma pessoa pode ir por necessidade, e até que ponto a sociedade tolera ou até incentiva essa violência, desde que seja contra os mais vulneráveis.
No fim, Pai contra Mãe mostra como o racismo e a desigualdade transformam pessoas comuns em agentes de brutalidade. Sem apontar vilões claros, Machado nos obriga a refletir: quem é que realmente tem o direito de ser pai ou mãe num mundo que sempre desumanizou os mais pobres e os negros?

— “Nem todas as crianças vingam.”
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Júlia.
148 reviews4 followers
January 21, 2025
Finalmente tive a oportunidade de realizar esta leitura que tanto me foi recomendada. Tenho muitas, mas muitas coisas para falar sobre ela, que não sei nem como começar.

A obra de Machado de Assis busca apresentar a realidade da sociedade brasileira escravista do século XVII que tem seus príncipios muito bem definidos sobre quem é digno de cidadania e quem não é. Acompanhamos a história de Clara e Cândido que precisam escolher entre doar o filho recém nascido ou sobreviver. O ponto crucial da história chega quando Cândido é um caçador de escravos fugidos e vê a chance de permanecer com seu filho ao capturar uma escrava que havia fugido da casa de seu senhor.

É extremamente dificil ler esse texto e não se sentir mexido, afinal Machado sabe exatamente como tocar no íntimo do leitor e colocá-lo na situação de defesa. Quem ele irá defender nessa história? Há realmente alguma defesa? A todo momento há uma crítica escancarada ao sistema da escravidão que habitou no Brasil durante 300 anos e precisa sempre ser relebrado.

O uso de metáforas e ironias no conto deixa tudo ainda mais interessante e perspicaz para que o leitor se enoje com a crueldade humana final. É um livro de tocar o coração e revirar o estômago a um ponto de não saber como reagir. Foi interessante ler esse livro em sala de aula, porque, ao final da aula, ninguém sabia o que falar. Acredito que essa tenha sido a intenção do autor desde o começo para que pensássemos realmente no nosso papel enquanto sociedade.

É uma leitura muito necessária, apesar de nojenta. O uso de termos Linguísticos são evidenciados para a conexão autor e leitor se tornar mais fluída, além de ser necessário para que haja uma consciência das atrocidades que eram acometidas a olhares sociais e normalizados. Não é a toa que Machado de Assis é o maior autor brasileiro.
Profile Image for Sofia.
50 reviews23 followers
January 22, 2020
Esse conto serviu de inspiração para um dos filmes mais 'crítica social foda' que já vi: quanto vale ou é por quilo? Temos três principais tipos de figura na obra: o senhor de escravos, os escravos e as pessoas livres, porém pobres. A relação entre essas camadas sociais é um dos elementos principais da obra, que é buscada também no filme. Essas relações serão tão bem exploradas na película quanto no conto. A fim de evidenciar a semelhança entre Brasil colonial e atual, o filme emprega as duas linhas do tempo, recorrendo aos mesmos atores para os papéis análogos, uso de diálogo direto para câmera e à mudanças de cena em que fica claro o nexo entre histórias, como quando Noêmia abraça tia Mônica ao ganhar um trabalho em troca da festa de casamento de Candido e Clara, e então o filme passa a mostrar a “amizade” entre Maria Antônia e Lucrécia, que também ganha um serviço em troca de outra coisa, no caso, sua alforria.
Profile Image for Jéssica Milato.
23 reviews
February 14, 2024
Cruel. Já começo essa resenha dizendo que ao finalizar o conto, nosso senso crítico é testado.
O texto já se passa numa época a qual gostaria que não tivesse existido: a escravidão.
De um lado, um homem pobre, sem trabalho que ganha a vida capturando escravos, que agora será pai.
Do outro lado, uma escrava grávida que busca dar a luz a uma criança livre...
O destino não foi bom com um deles.
O texto é tão bem desenhado, que mesmo prevendo o que pode acontecer, não deixamos de ser surpreendidos.
O final, ainda me causa tristeza, mas sei que neste caso, se fosse o qual tudo estava caminhando, também me deixaria triste.
Não é à toa que Machado é lido, lembrado e ovacionado até nos dias atuais.
Leiam e tomem o partido de vocês!
Profile Image for Sophia Vanz.
216 reviews
February 22, 2022
A ironia já começa nos nomes dos protagonistas - Cândido Neves e Clara. O simbolismo das ruas também. Rua da Ajuda e Rua do Parto.
“Nem todas as crianças vingam.” - Cândido quer dizer que o mundo é dos mais fortes. Me lembrou da história das batatas em Quincas Borba. A fala do protagonista para a escrava fugitiva é de tamanha hipocrisia, entretanto muito representativa da sociedade da época. Cândido não era um vilão, ele era uma “pessoa” de seu tempo (apesar da escravidão já ter sido condenada na época de publicação do conto) Não sou muito chegada a contos, tenho preferência a textos mais extensos que te permitem conectar com os personagens, porém este aqui me deixou comovida.
Profile Image for Filipa Costa Pereira.
74 reviews4 followers
April 1, 2025
Este livro contém dois contos onde a temática da escravatura surge em duas histórias ao estilo de Machado de Assis.

Uma escrita e um tema que mexe e abala. No seu típico estilo irónico e sarcástico, escreve dois contos que trazem o egoísmo humano e a forma como este se sobrepõe a bondades aparentes.

No excelente prefácio de Paulo Nogueira (escritor e crítico literário brasileiro), refere como Machado a Assis expõe uma ironia melancólica “estamos condenados a chapinhar nos nossos ciclos de angústia e arrependimento, pela simples razão de que o que menos percebemos na vida somos nós próprios” p. 18
Profile Image for Gabriel de Paula.
23 reviews1 follower
August 23, 2021
5,0 ⭐
Um conto poético e lindo. Eu admiro a capacidade do Machado de tratar assuntos complexos em uma escrita que até minha avó conseguiria ler, a escolha dele de começar trazendo o contexto me surpreende, não existe uma ideia rebuscada ou utilização de floreios, ele utiliza uma língua portuguesa diferente porém simples e de fácil entendimento.

A história do conto é de cortar o coração, uma história difícil de engolir, mas que demonstra de forma simples as mazelas de uma sociedade escravagista.

"Nem todas as crianças vingam, bateu-lhe o coração".
Profile Image for lary.
74 reviews10 followers
August 15, 2024
em resumo: "ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco".
essa crônica não é uma denuncia ao sistema escravocrata, mas sim uma analise social sobre como esse sistema está enraizado em todas as instituições e camadas da sociedade visto que o personagem principal, mesmo vivendo na mesma miserável que escravos, se acha digno e superior a eles por ter um trabalho — como se isso não os nivelassem. mesmo se esse trabalho fosse tão escravo quando a de um escravizado. é meio atemporal como o "vamos vestir a camisa pela equipe".
Profile Image for BrunoSpring.
4 reviews
January 29, 2025
Um conto impactante que expõe, com a maestria de Machado, a crueldade do período da escravidão no Brasil. Machado de Assis, como poucos, sabe evidenciar os resquícios desse sistema brutal, narrando a história de um homem pobre que
ganha a vida caçando escravizados fugitivos. O desfecho é avassalador, trazendo uma cena angustiante em que uma escravizada luta desesperadamente para garantir a sobrevivência de seu filho.
A crítica da sociedade naquele momento se faz evidente, e a ironia machadiana transforma o conto em uma reflexão necessária sobre a desumanização imposta pela escravidão.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Tania Cunha.
168 reviews14 followers
March 9, 2025
Ainda que Machado de Assis tenha pessoas escravizadas entre os seus ascendentes, muita da obra dele não aborda, a não ser lateralmente, questões relacionadas com o esclavagismo.
Nestes dois contos aqui contidos, Pai contra Mãe e O caso da vara, a abordagem é essa. Mais evidente no primeiro conto, onde, apesar de, pelo menos a meus olhos, se ter começado por humanizar o caçador de pessoas escravizadas fugidas, acabas-se sem qualquer mensagem que não a do egoísmo. E o mesmo no segundo conto, até de uma forma mais bruta, porque mais inesperada.
Profile Image for Tessa.
98 reviews20 followers
June 8, 2022
Eu fico embasbacada toda vez que leio Machado. Dessa vez não foi diferente. Um conto muito bem escrito, Machado consegue trabalhar as palavras e suas histórias de modo a nos espantar, seja por conta do contexto do que se lê, seja, também, pela indiferença proposital que ele insere nos personagens e na narrativa para que nos choque e escandalize. Um conto que doe, mas expõe a nossa história horrenda e cruel.
1 review
January 2, 2021
Machado e sua estética atemporal. As personagens e modalidades da história sofrem a devida metamorfose dentro da nossa estrutura sócio-histórica. Mas a crueldade nua e crua nos acompanha até hoje. Temos novos nomes para as personagens e modalidades da história, mas a história se repete em um ciclo real.
Profile Image for L.Z.X. Maia.
Author 3 books12 followers
October 6, 2023
Um conto marcante, que revira o estômago e que mostra a todos que Machado de Assis não era apenas um gênio da literatura brasileira, mas um indivíduo capaz de ver as vísceras do mundo como um cirurgião sem medo de se sujar de sangue. Não é frieza, mas verdadeiro olhar clínico, de quem enxerga complexidades, não caricaturas.
Profile Image for Rammyze.
18 reviews2 followers
April 13, 2024
Mais uma bela obra escrita por Machado de Assis.
Muito impactante desde o primeiro parágrafo, impossível não nos fazer refletir sobre o grande sofrimento dos escravos à época.
O final foi bem sucinto e objetivo e com isso, só fez-me lembrar um ditado da minha região: «Pimenta no olho do outro, é refresco».
Profile Image for Maria Elisabete.
40 reviews2 followers
March 21, 2025
Esta recente edição da editora Guerra e Paz junta dois contos de Machado de Assis- “Pai contra mãe”, e o “O caso da vara”- , nos quais o autor espelha redutos de uma sociedade esclavagista, mas em que o mais pungente é o dilema dos protagonistas, seres humanos que se desumanizam quando têm de escolher entre o seu bem-estar ou o bem-estar dos outros.
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