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O Seminarista
"O Seminarista" from Bernardo Guimarães. Romancista e poeta brasileiro (1825-1884).
136 pages, Paperback
First published January 1, 1872
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About the author
Bernardo Guimarães
83 books18 followersBernardo Joaquim da Silva Guimarães was born in the city of Ouro Preto, in Minas Gerais, to João Joaquim da Silva Guimarães (a poet) and Constança Beatriz de Oliveira Guimarães.
He graduated himself at the Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo in 1847, where he befriended the poets Álvares de Azevedo and Aureliano Lessa. With those and others, he founded the "Sociedade Epicureia" ("Epicurean Society") in the same year, and also planned with them an unsuccessful collection of poetry called As Três Liras (in English: The Three Lyres).
In 1852, he became a judge in the city of Catalão, Goiás, a post he held until 1854. He moved to Rio de Janeiro in 1858, and, in the following year, worked as a literary critic in the newspaper Atualidade. He returned to his duty of judge of Catalão in 1861, but returns once again to Rio de Janeiro in 1864. In 1866, he became teacher of Rhetoric and Poetics in Ouro Preto. He got married in 1867. In 1873, he became teacher of Latin and French in the city of Queluz, in Minas Gerais. He is honored by the Brazilian monarch Pedro II in 1881. Bernardo died poor, in Ouro Preto, in 1884.
He graduated himself at the Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo in 1847, where he befriended the poets Álvares de Azevedo and Aureliano Lessa. With those and others, he founded the "Sociedade Epicureia" ("Epicurean Society") in the same year, and also planned with them an unsuccessful collection of poetry called As Três Liras (in English: The Three Lyres).
In 1852, he became a judge in the city of Catalão, Goiás, a post he held until 1854. He moved to Rio de Janeiro in 1858, and, in the following year, worked as a literary critic in the newspaper Atualidade. He returned to his duty of judge of Catalão in 1861, but returns once again to Rio de Janeiro in 1864. In 1866, he became teacher of Rhetoric and Poetics in Ouro Preto. He got married in 1867. In 1873, he became teacher of Latin and French in the city of Queluz, in Minas Gerais. He is honored by the Brazilian monarch Pedro II in 1881. Bernardo died poor, in Ouro Preto, in 1884.
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Community Reviews
Displaying 1 - 26 of 26 reviews
August 14, 2015
Uma feroz crítica ao celibato, uma das últimas intituições arcaicas que teimam existir dentro da igreja católica. É uma novela com fins políticos. Na forma não é o ápice da literatura nacional, sendo o enredo um tanto "rocambolesco", indo e voltando indo e voltando talvez justamente para passar ao leitor um pouco da angústia do personagem título. O que não livra de ser meio chato por vezes lê-lo.
O livro exerce o papel que hoje pertence aos filmes, ou no caso do Brasil às telenovelas e mini séries: como toda forma de arte (boa), ele deixa o leitor com uma " pulga atrás da orelha" ou seja nos induz à reflexão e debate sobre um assunto controverso e que estava em grande voga na época: a separação Estado/Igreja, algo bastante tortuoso ao longo da história do Brasil e que aliás é um dos motivos da queda do império.
Esse controverso debate justifica a grande repercussão que este livro teve na época, coisa que o autor faria também com A Escrava Isaura ao expor as mazelas da escravatura.
Se você já não concorda com o celibato compulsório de eclesiásticos católicos, após ler este livro certamente irá concordar menos. E terá mais argumentos para sustentar isso.
O livro exerce o papel que hoje pertence aos filmes, ou no caso do Brasil às telenovelas e mini séries: como toda forma de arte (boa), ele deixa o leitor com uma " pulga atrás da orelha" ou seja nos induz à reflexão e debate sobre um assunto controverso e que estava em grande voga na época: a separação Estado/Igreja, algo bastante tortuoso ao longo da história do Brasil e que aliás é um dos motivos da queda do império.
Esse controverso debate justifica a grande repercussão que este livro teve na época, coisa que o autor faria também com A Escrava Isaura ao expor as mazelas da escravatura.
Se você já não concorda com o celibato compulsório de eclesiásticos católicos, após ler este livro certamente irá concordar menos. E terá mais argumentos para sustentar isso.
January 1, 2024
A obra O seminarista, de Bernardo Guimarães, narra o drama de Eugênio, filho de um fazendeiro, que se apaixona por Margarida, a filha de um dos empregados da fazenda. Dessa amizade infantil, surge um amor sincero e profundo, que enfrenta a oposição dos pais de Eugênio. Eles o obrigam a seguir a carreira eclesiástica e o enviam para um seminário, mentindo-lhe que Margarida se casou com outro homem. Na verdade, ela foi expulsa da fazenda com a mãe e vive na miséria, esperando pelo seu amado.
Eugênio, desiludido e resignado, dedica-se aos estudos religiosos, tentando esquecer Margarida. Porém, no dia em que retorna à sua vila natal para celebrar sua primeira missa, ele reencontra a moça, que está doente e à beira da morte. Os dois se entregam ao amor proibido e, no dia seguinte, Margarida morre. Eugênio, tomado pelo remorso e pela dor, enlouquece e abandona o sacerdócio.
O seminarista é um romance de tese, que defende a ideia de que o celibato clerical e a vocação forçada são causas de infelicidade e tragédia pessoal. O autor critica a hipocrisia da sociedade e da Igreja Católica do século XIX, que impunham normas rígidas e contrárias aos sentimentos humanos. O romance foi escrito em 1872, na época do Brasil Império, pouco mais de meio século depois da proclamação da Independência de 1822, revolução que rompeu politicamente com o Império português. O livro é considerado uma das obras mais populares de Bernardo Guimarães, um dos principais escritores do Romantismo brasileiro.
Eugênio, desiludido e resignado, dedica-se aos estudos religiosos, tentando esquecer Margarida. Porém, no dia em que retorna à sua vila natal para celebrar sua primeira missa, ele reencontra a moça, que está doente e à beira da morte. Os dois se entregam ao amor proibido e, no dia seguinte, Margarida morre. Eugênio, tomado pelo remorso e pela dor, enlouquece e abandona o sacerdócio.
O seminarista é um romance de tese, que defende a ideia de que o celibato clerical e a vocação forçada são causas de infelicidade e tragédia pessoal. O autor critica a hipocrisia da sociedade e da Igreja Católica do século XIX, que impunham normas rígidas e contrárias aos sentimentos humanos. O romance foi escrito em 1872, na época do Brasil Império, pouco mais de meio século depois da proclamação da Independência de 1822, revolução que rompeu politicamente com o Império português. O livro é considerado uma das obras mais populares de Bernardo Guimarães, um dos principais escritores do Romantismo brasileiro.
October 5, 2017
Bernardo Guimarães, aqui, poderia ter feito algo bem melhor. A ideia era fantástica e o cenário, assim como os elementos intertextuais, possuíam características que de, ter se desenvolvido melhor, conseguir-se-ia alcançar uma obra muito mais redonda. Fico imaginando que, por exemplo, Aluísio Azevedo, tendo escrito O Seminarista, alcançaria uma "masterpiece" que, infelizmente, Bernardo Guimarães ficou longe de alcançar.
Contudo, não se pode dizer que este livro que nos compete seja uma obra ruim ou que necessita ser esquivada do nosso plano de leitura, pois, mesmo sendo um tanto repetitiva, O Seminarista lê-se fácil rapidamente. Também é necessário dizer que há alguns momentos e ideias dignas de aplauso. Mencionaria essa dualidade constante com a bíblia (Margarita sendo comparada com a serpente do Éden, por exemplo), ou o final apoteótico, onde a obra finaliza da melhor forma possível (ao meu modo de ver).
Contudo, não se pode dizer que este livro que nos compete seja uma obra ruim ou que necessita ser esquivada do nosso plano de leitura, pois, mesmo sendo um tanto repetitiva, O Seminarista lê-se fácil rapidamente. Também é necessário dizer que há alguns momentos e ideias dignas de aplauso. Mencionaria essa dualidade constante com a bíblia (Margarita sendo comparada com a serpente do Éden, por exemplo), ou o final apoteótico, onde a obra finaliza da melhor forma possível (ao meu modo de ver).
April 28, 2022
Dei duas estrelas, mas leia como mais próximo de uma do que de três. Como dizem nos EUA, “style over substance”. A estória é tão fraca que a impressão que tive é que Bernardo Guimarães usou o que poderiam chamar de trama para justificar seus floreios, que também ficam muito aquém dos de outros - melhores - autores Românticos, como José de Alencar.
A literatura brasileira tem excelentes obras; esta não é uma delas. Se estiver em dúvida, risque este da lista e passe para o próximo.
A literatura brasileira tem excelentes obras; esta não é uma delas. Se estiver em dúvida, risque este da lista e passe para o próximo.
June 11, 2025
"Eugênio e Margarida eram como dois lindos arbustos de viçosa e opulenta folhagem, que nasceram bem junto um do outro; as raízes se entrelaçaram no mesmo alvéolo, nutrindo-se da mesma seiva, e os ramos balançados pela mesma vibração se abraçaram e confundiram no ar."
Odeio ler romances, mas amo histórias de amor puro, inocente e verdadeiro. E esse livro é também sobre isso.
Mas além de relatar um amor verdadeiro, ele fala também sobre a ganância de uma família que, para obter status social*, faz de tudo para que o filho se torne padre mesmo contra a própria vontade.
Fiquei com nojo dos pais de Eugênio que se sentiam superiores a Margarida e sua mãe; que as trataram de forma desumana; que as difamaram; que mentiram para o próprio filho. Eles se diziam fiéis, queriam que o filho fosse padre, mas agiram contra a boa moral.
Esta narrativa critica bastante a igreja que usa de argumentos apelativos, tortura psicológica, que usa a fé de forma errada para tornar padre uma pessoa que não tem vocação para isso.
E aí ficam perguntas: vale a pena fazer alguém ficar na igreja contra sua vontade? É esse tipo de fé que deve ser propagada e cultuada? É também através destas atitudes que vemos falsos padres ministrando e cometendo atrocidades mundo a fora.
Através desta história vemos como superstições aliadas à crenças fervorosas levam a extremos: quando jovem, Margarida é vista brincando com uma cobra venenosa que não faz nada à ela. Então a mãe de Eugênio atribui a isso um significado de que Margarida era Eva levando Eugênio ao pecado e isso perpetua pelo resto da vida, influenciando as decisões do próprio seminarista, inclusive.
E aqui vi algo que encontrei na leitura de Macário e Noite na taverna, de Álvares de Azevedo: a mulher como causa da perdição do homem, culpada por seus desvios de caráter.
Isso não acontece por acaso, pois ambos autores pertencem a segunda fase do romantismo, que embeleza, endeusa - de certo modo - os personagens, mas que também traz todo um pessimismo atrelado a isso.
Esta foi minha primeira experiência com o célebre autor de 'A escrava Isaura'.
Aqui temos um livro curtinho com uma história intrigante e um final que só é decidido, literalmente, na última página.
Sobre o final, parte de mim ficou chocada, pois não esperava este desfecho. E a outra parte... Bem, não posso falar para não dar spoiler nas entrelinhas. Você vai ter que ler e descobrir o final e aí, com base no que escrevi nesta resenha, você vai entender como a minha outra parte se sentiu!
A escrita de Guimarães é bastante floreada e poética. Ele enrola um pouquinho em alguns momentos, usa de metáforas e analogias. Mas não é difícil de entender. Poucas palavras procurei no dicionário.
O que me incomodou um pouco foi que duas vezes o autor fez um aparte: parou a narrativa para explicar conceitos, como por exemplo o da quadra (dança antiga).
O problema não foi a explicação em si, mas a forma como foi feita. Parece que o narrador saiu do papel de narrador e assumiu ar de professor, que destoou do ritmo da narração.
Apesar disso, consegui entrar na história e viver na pele o dilema de Eugênio: escolher o amor ou a vida religiosa? Assim como o personagem, me senti jogada de um lado para outro.
O poder de escrita de Guimarães é tão forte que, mesmo sabendo que a igreja estava manipulando Eugênio, aconteceu uma situação que eu pensei: "É, eles estão certos. Fica na igreja, meu filho."
Claro que eu torci pelo amor, para que ele abandonasse o seminário. Para mim, os pais e a igreja estavam errados e ele não cometeria pecado ao escolher o amor, porque não era algo carnal.
Inclusive, acho que a pressão dos pais e do clero colocou o pecado diante de Eugênio, o obrigando a mentir e se torturar.
Outra coisa gostosa durante a leitura foram as cenas dos protagonistas descobrindo seus sentimentos. Acho que nenhum amor que vivemos durante a vida supera a beleza da descoberta do primeiro amor!
Gostei bastante da leitura, porque não sabia muito bem o que esperar e porque realmente acho fofas as narrativas que envolvem o primeiro amor.
Enfim, leia e depois me conte o que você achou!
__________
*Na época em que se passa a história, as famílias que tinham um padre na família eram bem vistas na sociedade, devido a grande influência religiosa da época.
Odeio ler romances, mas amo histórias de amor puro, inocente e verdadeiro. E esse livro é também sobre isso.
Mas além de relatar um amor verdadeiro, ele fala também sobre a ganância de uma família que, para obter status social*, faz de tudo para que o filho se torne padre mesmo contra a própria vontade.
Fiquei com nojo dos pais de Eugênio que se sentiam superiores a Margarida e sua mãe; que as trataram de forma desumana; que as difamaram; que mentiram para o próprio filho. Eles se diziam fiéis, queriam que o filho fosse padre, mas agiram contra a boa moral.
Esta narrativa critica bastante a igreja que usa de argumentos apelativos, tortura psicológica, que usa a fé de forma errada para tornar padre uma pessoa que não tem vocação para isso.
E aí ficam perguntas: vale a pena fazer alguém ficar na igreja contra sua vontade? É esse tipo de fé que deve ser propagada e cultuada? É também através destas atitudes que vemos falsos padres ministrando e cometendo atrocidades mundo a fora.
Através desta história vemos como superstições aliadas à crenças fervorosas levam a extremos: quando jovem, Margarida é vista brincando com uma cobra venenosa que não faz nada à ela. Então a mãe de Eugênio atribui a isso um significado de que Margarida era Eva levando Eugênio ao pecado e isso perpetua pelo resto da vida, influenciando as decisões do próprio seminarista, inclusive.
E aqui vi algo que encontrei na leitura de Macário e Noite na taverna, de Álvares de Azevedo: a mulher como causa da perdição do homem, culpada por seus desvios de caráter.
Isso não acontece por acaso, pois ambos autores pertencem a segunda fase do romantismo, que embeleza, endeusa - de certo modo - os personagens, mas que também traz todo um pessimismo atrelado a isso.
Esta foi minha primeira experiência com o célebre autor de 'A escrava Isaura'.
Aqui temos um livro curtinho com uma história intrigante e um final que só é decidido, literalmente, na última página.
Sobre o final, parte de mim ficou chocada, pois não esperava este desfecho. E a outra parte... Bem, não posso falar para não dar spoiler nas entrelinhas. Você vai ter que ler e descobrir o final e aí, com base no que escrevi nesta resenha, você vai entender como a minha outra parte se sentiu!
A escrita de Guimarães é bastante floreada e poética. Ele enrola um pouquinho em alguns momentos, usa de metáforas e analogias. Mas não é difícil de entender. Poucas palavras procurei no dicionário.
O que me incomodou um pouco foi que duas vezes o autor fez um aparte: parou a narrativa para explicar conceitos, como por exemplo o da quadra (dança antiga).
O problema não foi a explicação em si, mas a forma como foi feita. Parece que o narrador saiu do papel de narrador e assumiu ar de professor, que destoou do ritmo da narração.
Apesar disso, consegui entrar na história e viver na pele o dilema de Eugênio: escolher o amor ou a vida religiosa? Assim como o personagem, me senti jogada de um lado para outro.
O poder de escrita de Guimarães é tão forte que, mesmo sabendo que a igreja estava manipulando Eugênio, aconteceu uma situação que eu pensei: "É, eles estão certos. Fica na igreja, meu filho."
Claro que eu torci pelo amor, para que ele abandonasse o seminário. Para mim, os pais e a igreja estavam errados e ele não cometeria pecado ao escolher o amor, porque não era algo carnal.
Inclusive, acho que a pressão dos pais e do clero colocou o pecado diante de Eugênio, o obrigando a mentir e se torturar.
Outra coisa gostosa durante a leitura foram as cenas dos protagonistas descobrindo seus sentimentos. Acho que nenhum amor que vivemos durante a vida supera a beleza da descoberta do primeiro amor!
Gostei bastante da leitura, porque não sabia muito bem o que esperar e porque realmente acho fofas as narrativas que envolvem o primeiro amor.
Enfim, leia e depois me conte o que você achou!
__________
*Na época em que se passa a história, as famílias que tinham um padre na família eram bem vistas na sociedade, devido a grande influência religiosa da época.
December 9, 2024
(3.75/4.00)
meu primeiro livro do romantismo brasileiro, talvez não seja tudo isso comparado aos outros, talvez eu tenha inflacionado a nota, mas dane-se sabe… homem em cargo casto sofrendo por estar dividido entre o sacerdócio clerical e o amor por uma mulher é realmente my thing 🥰
“Oh, Margarida, eu... eu te adoro.”
“Só para que você não seja mula sem cabeça, eu te prometo que não hei de ser padre.”
“A saudade que o devorava já não era essa tristeza lânguida e melancólica que se entorna do coração com certa suavidade como o perfume de uma flor mirrada e se espairece nos ares nas asas do devaneio como uma nuvem furada pelos fulgores da aurora. Era um negrume carregado de uma noite pesada, muda e funérea, uma noite toldada sem a luz das estrelas e lampejos de harmonia, nem fragores de tempestade. Era paixão com todas as suas cruéis inquietações e anelos febris, com todas as suas sombrias apreensões do futuro e suas doces e pungentes recordações do passado.”
“O moço não ousava nem tentava combater a paixão que fazia a tortura da sua vida. Sabia isso impossível, mas o seu espírito crente e religioso só julgava realizável a sua redenção por um favor especial do céu... favor que não esperava nem ousava implorar porque dele se julgava indigno... ou quem sabe tinha medo de ser atendido e parecia-lhe que, faltando-lhe aquele amor, não poderia mais viver; faltar-lhe-ia o ar e a luz, e a terra e o céu se aniquilariam para ele.”
“Já que assim o quiseram os homens, murmurava consigo, já que assim o ordena a sanha irresistível do destino, assim seja. Serei um padre sacrílego, um padre infame como tantos outros que todos os dias profanam com mãos impuras os vasos do altar e a hóstia sacrossanta.”
“Viram-no com assombro arrancar do corpo, um por um, todos os paramentos sacerdotais, arrojá-los com fúria aos pés do altar... estava louco, louco furioso.”
meu primeiro livro do romantismo brasileiro, talvez não seja tudo isso comparado aos outros, talvez eu tenha inflacionado a nota, mas dane-se sabe… homem em cargo casto sofrendo por estar dividido entre o sacerdócio clerical e o amor por uma mulher é realmente my thing 🥰
“Oh, Margarida, eu... eu te adoro.”
“Só para que você não seja mula sem cabeça, eu te prometo que não hei de ser padre.”
“A saudade que o devorava já não era essa tristeza lânguida e melancólica que se entorna do coração com certa suavidade como o perfume de uma flor mirrada e se espairece nos ares nas asas do devaneio como uma nuvem furada pelos fulgores da aurora. Era um negrume carregado de uma noite pesada, muda e funérea, uma noite toldada sem a luz das estrelas e lampejos de harmonia, nem fragores de tempestade. Era paixão com todas as suas cruéis inquietações e anelos febris, com todas as suas sombrias apreensões do futuro e suas doces e pungentes recordações do passado.”
“O moço não ousava nem tentava combater a paixão que fazia a tortura da sua vida. Sabia isso impossível, mas o seu espírito crente e religioso só julgava realizável a sua redenção por um favor especial do céu... favor que não esperava nem ousava implorar porque dele se julgava indigno... ou quem sabe tinha medo de ser atendido e parecia-lhe que, faltando-lhe aquele amor, não poderia mais viver; faltar-lhe-ia o ar e a luz, e a terra e o céu se aniquilariam para ele.”
“Já que assim o quiseram os homens, murmurava consigo, já que assim o ordena a sanha irresistível do destino, assim seja. Serei um padre sacrílego, um padre infame como tantos outros que todos os dias profanam com mãos impuras os vasos do altar e a hóstia sacrossanta.”
“Viram-no com assombro arrancar do corpo, um por um, todos os paramentos sacerdotais, arrojá-los com fúria aos pés do altar... estava louco, louco furioso.”
This entire review has been hidden because of spoilers.
February 19, 2023
"Dir-se-ia que o devotismo austero [...] abafa e comprime com suas asas lôbregas e geladas naquelas almas tenras todas as manifestações espontâneas do espírito, todos os vôos da imaginação, todas as expansões afetuosas do coração."
Não é de hoje que o fanatismo religioso interfere nos sonhos e relacionamentos das pessoas que ousam desafiá-lo. Eugênio teve seu amor inocente de infância demonizado por pura ignorância e ambição dos adultos, que viam nele nada mais do que uma propícia adição ao Clero da Igreja Católica. Do mesmo jeito, a figura de Margarida foi distorcida
Recebi este livro no meu último aniversário e não esperava gostar tanto de um clássico! Talvez seja por conta do meu gosto por diferentes formas de críticar a Igreja. Também estou me reconectando com obras clássicas nacionais, então super recomendaria para quem estiver na mesma jornada que eu. A linguagem pode ter o rebuscamento típico da época, mas não é um bicho de sete cabeças - e ainda temos amostras do linguajar interiorano, bem como crenças e costumes locais.
May 26, 2022
O Seminarista é uma história singela, não de amor apesar de ser relacionado a ele. Essa obra, como outras pelas quais o autor é lembrado, retrata como a brutalidade, a estupidez das instituições pode destruir a vida das pessoas.
Normalmente, qualquer obra que busque criticar a Igreja Católica ou o Patriarcado termina sendo rica em concupiscência e deboche, a História fornece relatos reais que influenciam os escritos. Contudo, Margarita n��o é uma Maria Madalena ou uma Jezabel, Eugênio não é um Padre Amaro, o amor deles é romântico, tímido, algo que lembra em muito a corte entre Bentinho e Capitu em seu início.
E se a pressão e manipulação paterna e eclesiástica motivam a separação, a retidão moral dos protagonistas a prolonga. Há, obviamente, uma possibilidade de questionamento sobre essa posição, mas vale lembrar que a obra foi escrita em 1872 - se hoje a cultura luso-brasileira ainda foca na obediência familiar, quase um século e meio antes algo assim era praticamente impensável.
A minha edição apresentou alguns problemas com a lombada e o papel branco brilhante é pouco desconfortável. Não há outros problemas no volume.
Recomendo.
Normalmente, qualquer obra que busque criticar a Igreja Católica ou o Patriarcado termina sendo rica em concupiscência e deboche, a História fornece relatos reais que influenciam os escritos. Contudo, Margarita n��o é uma Maria Madalena ou uma Jezabel, Eugênio não é um Padre Amaro, o amor deles é romântico, tímido, algo que lembra em muito a corte entre Bentinho e Capitu em seu início.
E se a pressão e manipulação paterna e eclesiástica motivam a separação, a retidão moral dos protagonistas a prolonga. Há, obviamente, uma possibilidade de questionamento sobre essa posição, mas vale lembrar que a obra foi escrita em 1872 - se hoje a cultura luso-brasileira ainda foca na obediência familiar, quase um século e meio antes algo assim era praticamente impensável.
A minha edição apresentou alguns problemas com a lombada e o papel branco brilhante é pouco desconfortável. Não há outros problemas no volume.
Recomendo.
August 16, 2021
Em um livro clássico, a coisa que mais me chama atenção é a forma de escrita. Acho ela muito bonita e refinada. Mas claro que não temos ia perfeito, entendo que na época as visões de parentesco eram diferentes e como as famílias tratavam as mulheres também, mas algumas coisas realmente me deixaram um pouco incomodada.
December 22, 2025
Eu não dava nada pro livro não mas a história de amor foi bem construída uma vibe mais Hilda furacão, mas eu gostei bastante, como eu tava bem cansada por causa do vestibular eu não consegui ter o fluxo que deveria ter mas eu gostei dessa história gostei dessa reviravolta, dos problemas, dos empecilhos e do final mesmo que ela tenha morrido.
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March 24, 2023
Típico romantismo. Um herói, uma donzela, uma história altamente previsível. O amor proibido é clichê, mas você acaba torcendo pro casal ficar junto no final. Basicamente um dorama sem músicas coreanas. Uma novela das 21h com seminário de padres.
May 18, 2020
emprestado - biblioteca,romance romantico,
June 4, 2020
Um livro curto com uma boa história.
May 9, 2021
O Seminarista é uma história de amor triste e que não dá certo, mas sobretudo é uma crítica ao clero hipócrita do século XIX. Não sei porque ele não é mais conhecido: eu o adorei.
Read
May 25, 2022,
February 3, 2023
Eu gosto dele, mas é REVOLTANTE.
March 2, 2023
Vlw escola por proporcionar livros tão ruins👍🏼
March 6, 2024
O estilo do maninho com 9000 de molho
October 3, 2024
Parece que o Bernardo Guimarães falou com o Machado de Assis "copia, só não faz igual". E ele obedeceu.
April 14, 2025
Não gostei 😭.
July 29, 2025
Nós mulheres meio Eugenio…
September 18, 2025
Fiquei em choque que ele enlouqueceu no final, pensei que ele morreria.
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October 1, 2008
Livro de escola, mas que me deu um certo prazer. É tipicamente brasileiro e de época, nada muito longo ou que mudou a minha vida, mas bom.
June 29, 2025
brazilian historic romance but with catholic guilt
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