No último quarto do corredor da C.O.R.P.U.S. (Controle da Ordem e Reparo do Passado para Uso da Sociedade), Pandora é desperta zerada, sendo notificada pelo Instituto da sua escolha de apagar todas suas lembranças pela chance de renascer.
Mas a calma cirúrgica que experimenta entre as paredes da Corpus se estilhaça quando um inesperado aliado lhe dá a chave para escapar das garras do Instituto e retornar ao seio da resistência.
Lá, será informada que não apenas sua memória foi tomada contra a sua vontade, como que era uma das mais dissonantes vozes dos anticorpus, a autoproclamada Aletheia.
Agora, entre desvendar as dobras do seu passado sombrio e se readaptar aos núcleo da resistência, Pandora desconfia que há um agente duplo infiltrado entre eles.
Encurralada em meio a uma teia de intrigas e alianças, ela terá de aprender rápido em quem pode confiar e quem é seu verdadeiro inimigo.
Não esqueça: ninguém é quem diz ser. A começar por você.
Esta ficção científica nos faz refletir sobre memória seletiva (uma coisa meio "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"), sobre egoísmo (a maioria dos personagens é agente duplo, além de serem parentes uns dos outros, o que, pra mim, foi um toque bem diferente ao gênero ) e sobre como grandes empresas (e o dinheiro) podem comandar a ética de uma sociedade.
Há trechos com uma escrita mais lírica, dando algo extra à história, mas em nenhum momento dificultando a leitura.
Senti falta de mais descrições do mundo externo (ou no caso, da São Paulo do futuro), as cenas praticamente se passam apenas em dois lugares fechados (o "QG" dos rebeldes e a empresa Corpus).
Com um final aberto e muitas perguntas pairando no ar, imagino que haverá uma continuação. E eu espero que ela seja a história pregressa de "Não esqueça" para que minhas dúvidas sejam sanadas.
Ou será que fui eu quem não entendi a história? rs
Este livro me trouxe muitas sensações e acompanhar os pontos de vista dos personagens dessa trajetória incrível me fazem entender como ele chegou onde chegou. Por trás de uma história sempre existe um processo e admiro sua força Carol de se entregar à esse processo e ajudar outros nesse caminho. Não esqueça não me será esquecido, será lembrado como um exemplo de história que serve tanto para entreter quanto pra fazer pensar.
Distopia BR, com uma ideia muito legal. Como são muitos pontos de vista de personagens diferentes e todos são introspectivos, meu foco se perdeu em alguns momentos. Queria saber mais sobre o mundo em si, essa SP tomada por uma corporação e com centros rebeldes espalhados em lugares abandonados. Onde as pessoas habitam? Como vivem e se transportam agora? Como é a vida da qual eles fogem?