Após matar “acidentalmente” – num exagero involuntário de legítima defesa – Tales, o homem mais forte do mundo, passa a viver isolado, trabalhando de favor como caseiro, pois até o mais delicado de seus carinhos são capazes de destroçar uma pessoa. Conformado em viver sozinho sem USUFRUIR o amor, ele é surpreendido por uma paixão correspondida. O amor o ensina a ser delicado, mas se Tales quiser mantê-lo, terá de enfrentar o medo de usar a força para defender a mulher amada. Isabel já seria considerada uma mulher extraordinária tanto em habilidades físicas quanto em beleza não fosse um detalhe, é completamente cega, o que não trava sua independência em nada. Ela acorda num misterioso apartamento na companhia de alguns ex-colegas dos tempos da escola. Conforme Isabel vai se recordando dos antecedentes, que envolvem atentados, a morte de um grande amigo, uma viagem de ônibus cheia de desafios e sessões bizarras de tortura psicológica, Isabel percebe que o motivo de estarem ali tem a ver com um incidente ocorrido na adolescência envolvendo uma erva misteriosa, que lhes deu capacidades extraordinárias, mas que mantiveram em segredo. Alguém descobriu, e quer usá-los para algo terrível. Isabel precisa convencer Tales e os outros a lutarem contra o mal. Mas além da falta de motivação desses, o inesperado pode desviá-la irremediavelmente.
JOÃO BERNARDO nasceu em 1946. Foi expulso das universidades portuguesas em 1965 por motivos políticos, exilando-se em Paris de 1968 até 1974. Autodidacta, é um dos cientistas sociais portugueses mais conhecidos no Brasil e tem sido convidado a leccionar em cursos de pós-graduação de várias universidades brasileiras. É responsável por uma vastíssima obra, editada em diversos países, da qual se destacam Marx crítico de Marx (3 vols. Porto, Afrontamente, 1977), Capital, sindicatos, gestores (São Paulo, Vértice, 1987) e Economia dos conflitos sociais (São Paulo, Cortez, 1991).