O livro faz uma reflexão sobre o estado de incerteza do mundo atual. A imagem do nevoeiro é um elemento crucial na arte e na arquitetura contemporâneas – das obras de Olafur Eliasson e dos tornados perseguidos por Francis Alys às arquiteturas efêmeras e performáticas, como o "Blur building", de Diller Scofidio, feito para a Expo'2002. Ela define também a consistência leitosa e enigmática de muitas das fachadas de edifícios contemporâneos, feitas com vidro serigrafado, jateado, ou placas de policarbonato. O nevoeiro é, além de tudo, uma metáfora crucial para se pensar a transformação do cotidiano pela tecnologia e o incessante movimento do capital financeiro pelo mundo, que se dá também em "nuvens".
Guilherme Wisnik (1972) é professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo em Regime de RDIDP. É autor de livros como Lucio Costa (Cosac Naify, 2001), Caetano Veloso (Publifolha, 2005) e Estado crítico: à deriva nas cidades (Publifolha, 2009). Editou o volume 54 da revista espanhola 2G (2010) sobre a obra de Vilanova Artigas, e publicou ensaios em livros como Brazil’s Modern Architecture (Phaidon, 2004), Álvaro Siza modern redux (Hatje Cantz, 2008) e O desejo da forma (Berlin Akademie der Künste, 2010). É membro da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte, da LASA – Latin American Studies Association, e Vice-Diretor do Centro Universitário Maria Antônia (USP). Crítico de arte e arquitetura, foi curador do projeto de Arte Pública Margem (Itaú Cultural, 2008-10), das exposições Cildo Meireles: rio oir (Itaú Cultural, 2011) e Paulo Mendes da Rocha: a natureza como projeto (Museu Vale, 2012). Foi o Curador Geral da 10a Bienal de Arquitetura de São Paulo (2013).
Que preciosidade esse livro. Um achado fruto de escutas aleatórias de podcasts. O que mais me marcou é a quebra da imagem maquiavélica que fazemos da nuvem/neblina/falta de transparência, quando na verdade vivemos ainda utilizando conceitos iluministas que nem se aplicam mais a nossa realidade. Vamos entender essa névoa para assim conseguir agir dentro dela, entrar na dança!
Mais interessante pelas referências do imaginário do autor do que pelas conclusões e argumentos propriamente. Os primeiros capítulos são forçados, e as conexões entre "estado social" e espacialidade arquitetônica são frequentemente fracas.
Um dos melhores livros de 2022. Recomendo muito. Vários debates fundamentais presentes na estética contemporânea são desdobrados aqui. É quase um curso semestral de estética do Ricardo Fabbrini (filosofia - USP) que, não por acaso, é colega de Guilherme Wisnik.
O livro trata de uma questão que me interessa muito e que foi o gatilho para eu encontrar meu tema de pesquisa na pós-graduação. Wisnik traça paralelos e compõe referências lindamente para sustentar sua tese. Apesar de ser mais do time da arte do que da arquitetura, a leitura desse livro me enriqueceu em muitas outras vertentes.