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Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas

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O pano de fundo deste romance é um Oriente efabulado, baseado no que pensamos que foi o seu passado e acreditamos ser o seu presente, com tudo o que esse Oriente tem de mágico, de diferente e de perverso. Conta a história de um homem que ambiciona ser invisível, de uma criança que gostaria de voar como um avião, de uma mulher que quer casar com um homem de olhos azuis, de um poeta profundamente mudo, de um general russo que é uma espécie de galo de luta, de uma mulher cujos cabelos fogem de uma gaiola, de um indiano apaixonado e de um rapaz que tem o universo inteiro dentro da boca.
Um magnífico romance que abre com uma história ilustrada para crianças que já não acreditam no Pai Natal e se desdobra numa sublime tapeçaria de vidas, tecida com os fios e as cores das coisas que encontramos, perdemos e esperamos reencontrar.

588 pages, Hardcover

First published October 1, 2013

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5629 people want to read

About the author

Afonso Cruz

98 books1,976 followers
Nasceu em 1971, na Figueira da Foz e estudou nas Belas Artes de Lisboa, no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e na António Arroio. É escritor, músico, cineasta e ilustrador.
Escreveu seis livros: A Carne de Deus (Bertrand), Enciclopédia da Estória Universal (Quetzal - Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2010), Os Livros Que Devoraram o Meu Pai (Caminho - Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009), A Contradição Humana (Caminho - Prémio Autores 2011 SPA/RTP; escolha White Ravens 2011; Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração 2011) e A Boneca de Kokoschka (Quetzal), O Pintor Debaixo do Lava-Loiças (Caminho). Participou ainda nos livros Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshead de Doenças Excêntricas e Desacreditadas (Saída de Emergência), O Prazer da Leitura (FNAC/Teodolito) e O Caso do Cadáver Esquisito (Associação Cultural Prado).
Ilustrou, desde 2007, cerca de trinta livros para crianças, trabalhando com autores como José Jorge Letria, António Torrado, Alice Vieira. O livro Bichos Diversos em Versos foi seleccionado pela Biblioteca Internacional de Juventude /White Ravens 2010 e Galileu à Luz de uma Estrela ganhou o Prémio Ler/Booktailors 2011 - Melhor Ilustração Original. Também tem publicado ilustrações em revistas, capas de livros e publicidade.
Em 2007 gravou um disco (Homemade Blues) com a banda de que é membro, The Soaked Lamb, para o qual compôs todos os originais, escreveu letras, tocou guitarra, harmónica, banjo, lap steel, ukulele e cantou. Em 2010, lançou um novo CD, Hats and Chairs, apenas de originais e com vários convidados.
Trabalhou como animador em vários filmes e séries tais como A Maravilhosa Expedição às Ilhas Encantadas; pilotos de A Demanda do R, Toni Casquinha, Óscar, As aventuras de João sem Medo; e vários filmes de publicidade.
Fez layouts para alguns episódios da série Angelitos e realizou vários filmes de O Jardim da Celeste, Rua Sésamo e Ilha das Cores.
Juntamente com mais duas pessoas, realizou uma curta-metragem chamada Dois Diários e um Azulejo, que ganhou duas menções honrosas (Cinanima e Famafest), um prémio do público e participou em diversos festivais internacionais. Também foi o realizador de O Desalmado e da série Histórias de Molero (uma adaptação do livro de Dinis Machado, O Que Diz Molero). Para publicidade destaca-se a campanha Intermarché onde realizou mais de duzentos filmes durante os anos de 2006 e 2007.

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5 stars
2,025 (56%)
4 stars
1,123 (31%)
3 stars
331 (9%)
2 stars
87 (2%)
1 star
27 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 489 reviews
Profile Image for Sofia Teixeira.
607 reviews132 followers
February 16, 2021
Tenho para mim, e com cada vez mais determinação, que ler Afonso Cruz é uma experiência, mais do que única, genuinamente pessoal. O que eu sinto não há-de ser bem o que os outros sentem. A narrativa, por vezes, consegue ser tão transcendente, que apesar das palavras serem as mesmas para todos, são sentidas e interpretadas, visualizadas, de formas diferentes. Principalmente no que toca a emoções fortes, como a perda, o amor, os corações partidos, os corações que se querem curar. Em comum, existe uma espécie de consciência colectiva, completamente deslumbrada, em que um facto se eleva indiscutível e inegável - Afonso Cruz tem a capacidade, independentemente do enredo, do local, das personagens, de deixar o leitor com uma sensação de vazio enorme quando a leitura termina. Lê-lo é um vício, um vício que depois de adquirido é impossível perder; não há tempo que passe ou desintoxicação possível que o atenue. E depois há a surpresa, o redescobrir, em cada história, de sensações esquecidas ou adormecidas; o provocar uma nova ânsia de intervir, de fazer diferente, de reescrever a história da vida.

Para onde vão os guarda-chuvas é capaz de ser uma das leituras mais completas, mais humanas e assombrosas que alguma vez li. Começa com um miniconto ilustrado, com afirmações curtas e pertinentes, como um teaser a avisar o leitor que se prepare, uma longa viagem está por começar. E começa, num tom diferente, num registo sem antecedentes, mas com o carimbo da personalidade do autor. Eu poderia começar a falar da história, mas dificilmente conseguiria abreviar fosse o que fosse e como tal poupo-vos a uma versão simplória e insignificante quando a versão original é tão merecedora e digna de ser descoberta, sentida, sofrida, amada e reflectida.

Admiro a forma como Afonso Cruz abordou toda a cultura oriental, a forma como transmitiu toda a trama, passo-a-passo, oscilando entre a esperança e o desespero, a procura infinita e o achar desencontrado. Um consciencializar por vezes tardio, uma necessidade de se ser amado nem que para isso se tenha de morrer, mesmo que no sentido figurado. Estamos perante um escritor que tece tapetes com pedaços de personagens e que, de forma enigmática, parece conter pedaços de quem lê. Porque é rara a pessoa que nunca amou sem ser correspondido, que nunca perdeu alguém que amava, que nunca quis ser aceite e amado por aquilo que é e não como uma sombra de outro alguém. Leiam, chorem, sorriam, mas acima de tudo, aproveitem o que a viagem vos dá. Para onde vão os guarda-chuvas é todo ele uma obra de arte, sem igual, que nos enche e nos drena, que nos enternece e nos faz questionar de forma quase sofrida, "Para quando a próxima dose de Afonso Cruz?".
Profile Image for Carmo.
727 reviews566 followers
July 13, 2016
"Daremos ao Homem a chave certa e ele irá usá-la na porta errada."

Não resisti a esta história encantatória que nos remete para a magia dos contos das “1001 noites”. Li-o com um sorriso apatetado do princípio ao fim, até mesmo quando a garganta se apertava com o desgosto.

Numa escrita que faz de qualquer acontecimento banal um acto poético, fala-se de solidão e dor, sonhos e paixões, da miséria humana, de gente incompleta isolada entre afetos desencontrados.
Sempre contada com grande simplicidade e um sentido de humor extraordinário, leva-nos até ao fim nas asas dos sonhos e deita-nos ao chão na última página.
Depois de uma digestão lenta e alguma azia (e do coração partido,esmagado, espatifado!) - ficam pelo menos duas certezas:
-Que o homem continua a guerrear-se em nome de diversas crenças religiosas, quando bem vistas as coisas, Deus, poderia ser só um para todos nós, já que queremos basicamente as mesmas coisas.
-Que o ser humano não aprende, continuando a cometer as mesmas asneiras de sempre; reprimindo gestos e calando palavras, deixando escapar os momentos chave que servem de alimento aos afetos, que são afinal, todo o pilar da nossa felicidade.

Um livro que nos leva ao mundo hipotético dos “ses”
…se tivesse dito, se tivesse ouvido, se tivesse estendido a mão…
Profile Image for João Sampaio.
129 reviews39 followers
September 19, 2020
Um livro que não é apenas mais um livro como tantos outros. É um livro que merece ser lido, partilhado, recomendado. Um livro que dá prazer, que nos emociona. Um livro onde sentimos dor, a inocência, o desgosto, alegria, perda e perdão, o amor, por vezes a procura dele. Um livro multicultural. Um livro cheio de lindas palavras, repleto de frases bonitas.

Uma prosa poética. Uma obra diferente, que me enleou. Um livro que não merece ser devorado. Um livro que se saboreia pedaço a pedaço, capítulo a capítulo.

A atenção dedicada à cultura do Médio Oriente, às diferentes perspetivas religiosas, culturais são a cereja no topo.
Muçulmanos, hindus, cristãos, diferentes filosofias. Histórias incríveis. Algumas delas passíveis do real, outras metafóricas.

Tantas páginas polinizadas por uma sensibilidade maravilhosa: A criança avião, o mudo poeta, a maravilhosa criança escarlatina escarlatina escarlatina (desculpem-me, mas terão de ler o livro para perceber).

As dores: a dor da perda, a dor do amor, a dor da inocência, a dor de quem abusa, dos abusados,… A fragilidade das personagens, a injustiça num prato da balança, contrabalançada pela tolerância e bondade humana.

Uma história onde as personagens são as linhas, que devidamente tecidas e enleadas formam a verdadeira tapeçaria oriental que é esta obra.

Um romance tão multifacetado, um verdadeiro jogo de xadrez com peças (leia-se personagens) pinceladas pelas cores da vida (e da morte).

Para onde vai o que perdemos? Para onde vão os guarda-chuvas, as meias, as luvas? Para onde vão os brinquedos e as infâncias perdidas? Para onde vão os tombados devido às guerras, aos intolerantes religiosos, nas mãos dos poderosos intocáveis?
Profile Image for Teresa.
1,492 reviews
February 9, 2014
Estou literalmente no centro de duas tempestades:
A Stephanie que ruge lá fora;
A que Afonso Cruz fez explodir no meu coração com o final deste livro.
A segunda é muito mais perturbante.
Teria de terminar assim? Sim! Não poderia ser de outra forma...

"Com tanto sofrimento, com licença, deveríamos chorar estrelas, para mostrar como tudo o resto é pequenino comparado com tudo o que nos dói."

Apesar do final, este é um livro magnífico.
Pelo final, este é um livro magnífico. Do princípio ao fim!
Profile Image for Ana.
230 reviews91 followers
April 13, 2017
Para onde vão os guarda-chuvas? Para onde vão as coisas que perdemos para sempre?
“ – A minha mãe, Sr. Elahi, interrogava-se para onde vão os guarda-chuvas. Sempre que ela saía à rua, perdia um. E durante toda a sua vida nunca encontrou nenhum. Para onde iriam os guarda-chuvas? Eu ouvia-a interrogar-se tantas vezes, que aquele mistério, tão insondável, teria de ser explicado. Quando era jovem pensei que haveria um país, talvez um monte sagrado, para onde iam os guarda-chuvas todos. E os pares perdidos de meias e de luvas. E a nossa infância e os nossos antepassados. E também os brinquedos de lata com que brincávamos. E os nossos amigos que desapareceram debaixo das bombas. Haveriam de estar todos num país distante, cheio de objectos perdidos. Então, nessa altura da minha vida, era ainda um adolescente, decidi ser padre. Precisava de saber para onde vão os guarda-chuvas.
– E já sabe? – perguntou Fazal Elahi.
– Não faço a mais pequena ideia, mas tenho fé de encontrar um dia a minha mãe, cheia de guarda-chuvas à sua volta.”

Tendo como contexto civilizacional um Oriente fantasiado, ao qual vai buscar referências filosóficas e de sabedoria ancestral, “Para onde vão os guarda-chuvas” é, como o título metaforicamente sugere, um romance sobre perda e a subsequente procura de pacificação. Mas não só. Ao longo do romance cruzam-se os dramas e os afectos pessoais, a violência, a tolerância, a religião e a relação com o sagrado, que são também parte do fio condutor da narrativa, ao mesmo tempo que se nos impõem como pontos de reflexão universais, revelando semelhanças que nos unem para além das diferenças.

Noutra metáfora que é transversal a toda a narrativa, os aspectos relacionais num contexto de multiculturalidade e multietnicidade são assemelhados à trama dos tapetes de Fazal Elahi (fabricante de tapetes e protagonista deste romance), nos quais são necessários fios de diferentes cores para gerar os mais belos e diversos padrões e harmonias. Para Fazal Elahi, tudo o que acontece na vida das pessoas está ligado “como se fosse um tapete, o primeiro ponto não está separado do último, e se alguém mexer num deles mexe inevitavelmente nos outros.”

Do ponto de vista formal, há um equilíbrio quase irrepreensível entre a utilização de uma linguagem simples e a forma singular como a mensagem é transmitida. A leitura flui e se algo nos detém nunca é a necessidade de voltar atrás para perceber uma ideia, é antes a necessidade nos voltarmos para dentro para reflectirmos sobre essa ideia.
"- Posso continuar cristão?
Fazal Elahi coçou a barba e condescendeu:
- Podes, desde que sejas um bom muçulmano.”

“Somos mais pesados quando fechamos os olhos. Isso acontece porque o nosso mundo interior é maior do que exterior, pensava Fazal Elahi. A nossa dor não existe fora de nós, o mundo não suportaria esse peso, seria impossível, imagine-se a dor de todos os homens a existir no mundo exterior. Seria uma calamidade e não haveria gravidade capaz de fazer os planetas andar à volta das estrelas. Nós somos muito mais pesados do que o universo que nos rodeia. Temos a dor.”

“A liberdade está morta Sr. Elahi. Até lhe construíram uma estátua. Se chegar a aterrar nos Estados Unidos, poderá tirar umas fotografias dela em Manhattan”
Frequentemente as ideias são-nos transmitidas através de aforismos (que o autor designa como “Fragmentos Persas” e que aparecem compilados em apêndice), que encaixam na narrativa de uma forma quase sempre exemplar:
57. Quanto menor é a alma de um homem mais espaço ela ocupa. Não há espaço para ninguém ao seu lado.
Ninguém se senta ao lado do mulá ou de Vassilyevitch Krupin sem se sentir apertado.”
“Para onde vão os guarda-chuvas” é um livro esteticamente apurado mas carregado de humanidade, no qual a forma nunca se sobrepõe ao conteúdo. O final poderá ser inesperado e desconcertante, mas talvez se entenda à luz das palavras de Fazal Elahi:
“…perguntava-se como seria possível que a tradução daquilo que se passava dentro dele fossem apenas umas quantas lágrimas. Que coisa tão mal feita, pensava. Com tanto sofrimento, com licença, deveríamos chorar estrelas, para mostrar como tudo o resto é pequenino comparado com tudo o que nos dói.”
ou simplesmente:
65d. Não estamos a fazer a pergunta certa se a nossa pergunta tiver resposta.


Profile Image for Joana.
95 reviews29 followers
December 6, 2017
Depois de ler "Para Onde Vão os Guarda-Chuvas" sinto-me órfã de livro, como se ter chegado ao fim daquela última página tivesse quebrado um encantamento e me deixasse desamparada.

Se existissem livros perfeitos, este era um deles. A subtileza do humor, a delicadeza das personagens e a elegância da escrita não têm paralelo em nada do que li nos últimos anos.

A história é belíssima e nada do que Afonso Cruz escreveu foi ao acaso. Simples ou complexo, nada do que acontece é fortuito. Não há palavras ou páginas a mais. Este livro podia realmente ser um tapete persa cujos fios entrelaçados são a metáfora perfeita para o modo como as nossas vidas se emaranham umas nas outras. Não só recomendo, como considero de leitura obrigatória!
Profile Image for Ludgero Cardoso.
94 reviews166 followers
June 20, 2016
"Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas" é absurdamente/moralmente/esteticamente belo! Um livro que será certamente um dos favoritos da minha vida. É um livro gigante, mas com uma história simples, recheada de personagens ricas. Os últimos capítulos deixaram-me agoniado! Salim e Isa para sempre no meu coração <3
Profile Image for sónia.
226 reviews87 followers
May 23, 2017
Lentamente, com segurança e de mansinho, como Isa, Afonso Cruz vai-se tornando num dos meus favoritos.
Nem tenho palavras para explicar o que senti perante este livro ou todos os sentimentos e confusões que a história me fez sentir.
Acima de tudo, não consigo compreender como é que um escritor consegue escrever de maneira tão simples, tão próxima do nosso coração, quase em jeito de carinho, sobre assuntos tão complexos e absurdamente/moralmente complicados cá dentro, e de uma forma tão poética e linda que nos tira o fôlego.
Nunca consigo descrever Afonso Cruz como deve ser. Acho que é assim que sei que me chegou ao coração. Para ficar.
Profile Image for Kyoko SWords.
198 reviews1,512 followers
May 15, 2018
¿Han tenido esa sensación de tener atoradas las palabras en la garganta al nivel que no puedes ni pasar el aire? ¿Ese horrible atasco de pensamientos que no sabes ni por dónde empezar a ordenar tus ideas? ¿De verlo todo claro pero tan confuso a la vez?

Este libro produce todo eso y más. 'Dónde están los paraguas es el arte de tomar situaciones cotidianas y convertirlas en hermosas canciones sobre el amor, la vida, la muerte, el bien, el mal, la religión, la tolerancia, la tristeza y la reconciliación. Sobre nuestro lugar en el universo...

Cualquier cosa que diga sobre este libro NUNCA SERÁ SUFICIENTE, porque la historia principal es en realidad una excusa para hilar miles de historias sobre nuestro mundo, lo pequeño que es el universo al lado del dolor humano, sobre la irónica relación entre la tristeza y la felicidad, sobre la interacción humana con el poder, sobre la guerra de la religión y el poder del silencio.

Permítanme me repongo del final, abrupto e irónico como la vida real, para poder ordenar mis ideas y no solo dejarles un montón de párrafos melancólicos. Comprendan, este libro me ha dejado el corazón roto. Es una lectura que requiere esfuerzo pero que vale MUCHO la pena. Una joya en mi librero que necesito releer para entender por completo su inmensidad y tal vez ayudarme a entender cómo amar un final de este tipo.

Las más hermosas 5 estrellas se merece este libro. Desde 'Cien años de soledad' no sentía este vacío en el pecho...
Profile Image for Ivan.
110 reviews
October 13, 2018
Afonso, com esta obra tornaste-te um dos meus autores favoritos, sem margem para dúvida. Poder ter o privilégio de ler cada linha, cada trama de cada tapete é-me mais do que satisfatório, é como ser-se embalado em poesia em tons de pastel. Devo confessar que não me consegui conformar com o final desta história. Terminei esta leitura debruçado sobre mim mesmo, com a testa a tocar na contracapa, à procura de mais respostas, de porquês, de um afinal para onde vão os guarda-chuvas...


Escarlatina, escarlatina, escarlatina.
Profile Image for Rafal.
414 reviews17 followers
October 29, 2019
Śliczna książka. Mądra, refleksyjna, wielowątkowa, dobrze napisana.
Ma w sobie coś z dobrego Salmana Rushdiego.
Ma w sobie tolerancję, radość w smutnej historii i tragicznym świecie.
Streszczanie tutaj byłoby zbędne, bo treść jest chyba drugorzędna. Istotne jest to, jak historia jest opowiedziana, gdzie są postawione akcenty i jak na końcu zostawia czytelnika w zadumaniu, które bardzo lubię w dobrej literaturze.
A zakończenie jest zaskakujące, frapujące, zmuszające do pójścia z historią dalej, już we własnych myślach, bo książka stawia pytania, ale nie daje odpowiedzi. Odpowiedzi o los Isy trzeba sobie udzielić samemu, tak samo, jak odpowiedzi na pytanie, o czym tak naprawdę jest ta książka.
Na pewno jest o miłości i różnych jej odcieniach a także o Bogu, tolerancji i śmierci.
Fajne.
Profile Image for Rodrigues Elsa.
368 reviews23 followers
December 1, 2018
O meu primeiro Afonso Cruz.
Lido em dois dias. Perdão, devorado em dois dias.
Entrei de cabeça no mundo de Fazal Elahi e cheguei a fim a dizer "não, não, não.....não pode já ter acabado"
A primeira coisa que fiz quando terminei?
Começar outro livro do Afonso Cruz.

"Disse Ali: Não é a falta de pessoas à nossa volta que faz a solidão. São as pessoas erradas."
Profile Image for Rita da Nova.
Author 4 books4,614 followers
Read
January 7, 2025
«Confesso, contudo, que embora tenha gostado muito da leitura, Para Onde Vão os Guarda-Chuvas não foi o meu livro favorito do autor. Acho que prefiro quando é um pouco mais críptico, quando em poucas páginas consegue contar uma história completa — isso não quer dizer que este seja mau, muito pelo contrário, apenas que me fez descobrir a minha forma favorita de ele contar histórias.»

Review completa em: https://ritadanova.blogs.sapo.pt/para....
Profile Image for Rosie.
459 reviews56 followers
September 22, 2020
Esta foi a minha estreia com Afonso Cruz.

Sinto o meu coração aos saltos, a ribombar. Ai aquele fim... nem queria acreditar. E eu a folhear estupidamente as últimas páginas na expectativa de encontrar mais algumas frases, algumas palavras, algo mais... que maldade!

Há livros que nos chamam. Outros não. Este comprei-o sem hesitações dadas as excelentes opiniões daqui do Goodreads. Mas, não sei porquê, não havia maneira de lhe pegar. Não foi à primeira, não foi à segunda, só à terceira tentativa, após virar e revirar, de sentir e medir a sua extensão, lá venci a minha relutância. Não sei porquê... talvez porque não gosto de guarda chuvas, nem tão pouco me interessar para onde eles vão.

Não estava preparada para o que ia encontrar.

Definição perfeita seria: "primeiro estranha-se depois entranha-se". Nem mais!

Nunca me senti tão dividida com uma leitura.

Se por um lado encontro frases poéticas extravagantes, singulares, trechos maravilhosamente escritos (e são tantos...) por outro encontro textos com os quais nem consigo compreender exactamente o sentido, personagens mais que imperfeitas com as quais não consigo me identificar, com os seus estranhos modos de vida, ou não estivessemos perante uma efabulação do Oriente, pois está claro.

Contudo, senti uma adoração profunda por Isa, que é uma deliciosa criatura, muito bem construída, que nos faz sentir um desejo imenso: ter o privilégio de encontrar os Isa's todos deste mundo e do outro para amar e cuidar, de ter e de fazer acontecer o amor incondicional. E era este o personagem que gostaria de ter mais presente no livro. E sobretudo por ele eu dou as minhas 4 estrelas, porque sei que nunca o vou esquecer.

Será um livro para reler para reter a poesia que escorre sobre as páginas.
Profile Image for Ana | The Phoenix Flight.
242 reviews184 followers
November 6, 2019
Sugestão de leitura aqui: https://youtu.be/j6ug28W5ORs

Gostei muito da escrita do Afonso Cruz, como de resto, já estava à espera por adorar os livros infantis dele.
A história é tão densa como a trama dos tapetes que vão sendo mencionados. As várias histórias vão criando padrões que no fim fazem um todo, ao mesmo tempo delicado e extremamente cruel.

Ainda vou levar algum tempo a decidir se o pião fica a rodar, ou se pára...
Profile Image for Colin.
1,693 reviews1 follower
January 15, 2018
Acabei de ler "Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas", a obra-prima de Afonso Cruz. Já tinha lido um livro do mesmo escritor que se chamado "Os Livros que Devoraram O Meu Pai", que adorei. Neste caso, demorei muito antes de realmente começar a apreciá-lo, mas, assim que comecei, fiquei viciado e acabei as últimas 400 páginas dentro de 5 dias, o que não é mau, dada a velocidade da minha leitura em português.

O livro conta a história de Fazal Elahi, um cidadão dum país sem nome do Médio Oriente, e da sua família. A maior parte das personagens são muçulmanos, mas também há um hindu e um cristão, e a religião é um tema muito forte no livro. Porém, não permanece exclusivamente na igreja e na mesquita: o enredo segue um caminho através dos altos e baixos das emoções que sofrem os seres humanos - tragédia e comédia, filosofia e absurdidade, o mágico e o quotidiano.

O livro está cheio de surpresas: piadas, contos, imagens, jogos tipográficos, e citações dum livro imaginário que se chama "Fragmentos Persas". Passa das lágrimas às gargalhadas no espaço de de 5 páginas. É mesmo óptimo, e acho que tenho um novo escritor preferido!
Profile Image for Sofia.
243 reviews49 followers
August 10, 2018
Há muito que queria ler este livro, curiosa pelo elevado rating e excelentes críticas. Quando obtive o meu cartão de leitor da biblioteca local, foi um dos primeiros livros que requisitei. E agora que o acabei, quero-o para mim. Porque sei que é um livro que vou reler, várias vezes. E hei-de sempre descobrir trechos novos, passagens que me vão tocar de diferentes maneiras. É um livro que passou directamente para o topo da lista dos meus preferidos. Um livro que todos deviam ler.

Afonso Cruz, obrigada por esta maravilha da literatura portuguesa.
Profile Image for Susana.
541 reviews178 followers
December 15, 2015
Não consigo escrever sobre este livro.
E 5 estrelas não chegam!

"Tens razão quando dizes que as personagens não parecem reais, mas para mim isso fez parte da magia que envolve todo o livro. Toda a história é perpassada por essa irrealidade, desde logo pela falta de localização concreta, é apenas um país do Oriente... Mas ao mesmo tempo é uma realidade aumentada, em que as características das personagens são exageradas - se calhar agora consigo analisar melhor, pois não o consegui fazer quando acabei o livro, estava demasiado afectada por ele... Gostei mesmo muito." (comentário na review duma amiga, em Junho de 2015).
Profile Image for Maria João (A Biblioteca da João).
1,385 reviews248 followers
November 2, 2018
9 de 10*

Começo esta opinião por dizer que admiro muito o Afonso Cruz. Dou por mim a ler os seus livros e a pensar inúmeras vezes como é possível alguém ter uma imaginação de tal forma prodigiosa que cria histórias completamente diferentes, com enredos inéditos que não encontro em mais nenhum autor. Seguramente, Afonso Cruz pauta pela diferença, uma diferença que primeiro estranha-se e depois entranha-se. Adoro a sua escrita e as suas histórias. Adoro deixar-me enredar pela sua “magia” e desfrutar de algo novo e genuíno.

Comentário completo em:
https://abibliotecad​ajoao.blogspot.c...
Profile Image for Helena Isabel Bracieira.
119 reviews61 followers
January 20, 2017
Opinião publicada em: As Horas... que me preenchem de prazer.

Se há livro cujas citações devem ser partilhadas é este. Porém, tal tarefa não é fácil quando o próprio livro é uma constante de reflexões e de dizeres que nos fazem parar em pérolas que se encontram para retirar o fôlego.

Fazal Elahi é o protagonista desta história, toda ela passada num Oriente distante, mas em que esperanças, medos e sofrimentos são em tudo iguais aos do Ocidente. E são as esperanças, os medos e os sofrimentos de Elahi que acompanhamos.

Elahi é um homem que vive na esperança de não ser percebido, confundindo-se na multidão, nas paredes, sempre de olhos postos no chão, a evitar desejar para não atrair a infelicidade, escondendo-se na invisibilidade da modéstia. Contudo, nem assim lhe é poupado o Sofrimento, aquele que, para o homem, tende a ser o maior de todos: a perda de um ente familiar querido. A trágica forma como ocorre leva-nos a duvidar da sua capacidade de superação, no entanto o emaranhado da vida traz sempre surpresas. Este é para mim o ponto fulcral do livro: tudo conduz a ele, tudo dele deriva.

Afonso Cruz disse, aquando da sua presença nas Palavras Andarilhas, preferir personagens com múltiplas facetas, não tendencialmente más ou boas, pretas ou brancas, mas com um colorido de características, qualidades e defeitos, que as tornem humanas. Por isso, à excepção do corruptor e autoritário coronel Krupin, consegui encontrar em todas as personagens pontos de compreensão, identificação, proximidade. Todos temos os nossos demónios, com os quais lutamos para os superarmos.

Bibi procura a liberdade das mulheres ocidentais numa realidade que não a aceita; Badini, o mudo, lutou com a poesia; Aminah, presa aos preconceitos, não reconhece a felicidade pela qual tanto pediu.

Para onde vão os guarda-chuvas é a pergunta que urge: as memórias, as histórias, os sonhos, o que fica em nós dos que partem e dos que vivem, ou seja, tudo o que somos, para onde vai quando o perdemos. E é neste Oriente em que ainda sobrevive a magia e a capacidade de acreditar em milagres, que Afonso Cruz nos leva a procurar a resposta.

4,5/5*
Profile Image for Cátia Santos.
241 reviews37 followers
February 8, 2014
O que dizer deste livro? Há livros que, de tão maravilhosos que são, a melhor coisa que podemos dizer deles é... absolutamente nada! Porque nunca conseguirei transmitir por palavras o que este livro representa. Talvez precisasse dos gestos de Badini...

Sendo assim, a única expressão que me apraz escrever é

"Escarlatina, escarlatina, escarlatina"

Quem já leu, entenderá... Quem não leu, TEM DE LER!

MARAVILHOSO!
Profile Image for Catarina Mourato.
312 reviews89 followers
January 15, 2024
«Para onde vão os guarda-chuvas»,

é na minha opinião, uma obra prima.
é muito mais do que um livro, do que uma história.
assim que o terminei, não conseguindo lidar com aquele final e não querendo abandonar as personagens, fui procurar entrevistas/conversas com Afonso Cruz, porque precisava de saber mais.
ouvi-lo só me fez constatar que, para mim, a sua mente é um prodígio e a escrita dele reflete as suas viagens, as suas experiências, a sua forma bela de pensar sobre o que é ser humano.
ou seja, é oficial: a minha crush por Afonso Cruz solidificou e alojou-se no meu coração.

mantenho a minha opinião de que a escrita é o que me fascina, mas aqui nos guarda-chuvas consegui criar uma relação com estas personagens e com as suas histórias de vida.
o final é daqueles em que ficamos a falar sozinhos,

um livro sobre luto, a dor universal, traumas e violência. é muito doloroso e triste, mas também é sobre a inocência de uma criança que só quer receber amor, que quer pertencer e ser aceite. é sobre o bem e o mal e a forma como estão interligados.
é muito mais do que posso escrever numa opinião, mas espero que possa conseguir passar uma pequena percentagem do que este livro significou para mim.
Profile Image for Os devaneios da Tim.
191 reviews31 followers
April 23, 2022
Afonso Cruz não desilude, só surpreende. É impossível ficarmos indiferentes aos livros deste autor. A leitura é rápida e consome-nos. Fiquei encantada com o primo mudo que fala em versos e com a Aminah que vive obcecada pelas marcas internacionais. Os livros do Afonso deixam-me sem palavras e depois fico com uma ressaca e não consigo ler mais durante alguns dias... Tenho que ler mais.

Opinião completa no Blog
http://devaneiosdatim.blogspot.pt/201...
Profile Image for Joana Gonçalves.
128 reviews
August 12, 2019
Este foi, sem dúvida, um dos livros mais especiais e bonitos que li (e lerei!) em toda a minha vida.
Ainda a processar.
Acho que nunca irei parar de pensar neste livro.
Para além desta escrita deliciosa e absolutamente linda (!!!), este livro ensina muita coisa, mesmo àqueles que não estão à procura de aprender.

Favorito.
Profile Image for Ana.
754 reviews174 followers
September 23, 2017
Há muito que ouvia dizer que Para onde vão os guarda-chuvas é a melhor obra de Afonso Cruz ou pelo menos uma das melhores. Talvez seja. Porém, não encontro nela nada que a destaque das outras que já li – Os livros que devoraram meu pai e Flores. Isto não significa que não me tenha agradado. Não, agradou-me muito, mas, no meu entender, não é uma obra “mais-prima” do que as suas congéneres.
Em Para onde vão os guarda-chuvas tropecei de novo em passagens deliciosamente perfeitas, em paralelismos muito assertivos entre a vida e um tabuleiro de xadrez, em fotografias esclarecedoras e num conjunto de personagens que só poderiam sair da mente lúcida e mágica de Afonso Cruz. Contudo e paradoxalmente, aquilo que mais me emocionou, que mais me tocou foi ao mesmo tempo aquilo que me fez questionar o número de páginas da obra, aquilo que não permite que lhe atribua uma nota mais elevada. Falo da personagem de Isa.
Isa é o âmago, a essência da obra, mas é superficialmente mencionado nas páginas iniciais e só regressa à narrativa quase cem capítulos depois. Compreendo que esse “interregno” tem como propósito explicar o porquê de um muçulmano ter adotado uma criança cristã, mas Isa é demasiado especial para estar tão tempo sumido da narrativa. Compreendo se afirmarem que a obra vai muito mais além do que as suas personagens, que aflora muitos temas cruciais à nossa existência, mas os dias em que passei na companhia de Isa iluminaram-se com uma luz muito própria, com uma vontade louca de sentá-lo no meu colo e dar-lhe um abraço interminável, com um aperto no peito que ainda hoje me acompanha, com gritos e soluços mudos, com um sorriso coberto de lágrimas por testemunhar o fim de uma luta – ter conseguido aquilo que tanto, mas tanto desejava – ser o menino da sua “mãe viva”.
Custa-me assim perceber por que uma obra com mais de seiscentas páginas não tenha mais de Isa. Como pode um autor criar uma personagem tão bela, tão carente, tão generosa, tão sofrida, tão cativante e não lhe dar mais protagonismo? E como pode um autor criar um Isa, dar-nos a possibilidade de conhecê-lo, de amá-lo e não antever que nos sintamos frustrados por apenas estar ao seu lado durante um terço da obra?...
Uma coisa é certa – nunca me esquecerei de Isa. E isso devo-o à magistralidade de Afonso Cruz. Posso estar descontente com o facto de ter esperado perto de cem capítulos para conhecê-lo, mas esse descontentamento é suavizado por tudo o resto, por tudo o que faz de Isa uma personagem única, inesquecível. Por isso, obrigada, Afonso Cruz.
Tenho noção de que esta opinião é algo redutora, que haveria muito ainda para dizer ou comentar sobre Para onde vão os guarda-chuvas. Mas não me peçam mais, porque não me é possível satisfazer-vos. Colmato a falha partilhando algumas passagens plenas de sabor e de genialidade:

“Para onde vão os guarda-chuvas? São como as luvas, são como uma das peúgas que formam um par. Desaparecem e ninguém sabe para onde. Nunca ninguém encontra guarda-chuvas, mas toda a gente os perde. Para onde vão as nossas memórias, a nossa infância, os nossos guarda-chuvas?”

“(…) como um pensamento está dentro do cérebro, como o verbo sentar está dentro das cadeiras.” (pág. 49)

“ – Um homem e uma mulher (…) são um puzzle de duas peças que só se resolve com o amor”. (pág. 68)

“ – Posso continuar cristão?
(…)
“ – Podes, desde que sejas um bom muçulmano.” (pág. 379)

NOTA – 08/10
Profile Image for Vânia Garcia.
57 reviews1 follower
April 3, 2020
Confesso que me custou um bocado a sentir algum tipo de ligação com este livro, inicialmente... até aparecer Isa! Sem dúvida que me mostrou em como uma personagem pode mudar completamente um livro! Com Isa senti. Com Isa sorri quando fui à rua e olhei o "meu quintal". Com Isa chorei quando percebi a definição de "ESCARLATINA". O amor de uma criança é sempre tão puro que deverá ser complicado transcreve-lo. Mas, Afonso Cruz conseguiu "criar pássaros atrás de si" com esta personagem.
Não saberia descrever este livro. Entrou nos meus favoritos apesar de, inicialmente, achar que o iria odiar. Mas, como se odeia algo que nos consegue transmitir amor e terror ao mesmo tempo?
Vou ser meio spoiler, não gostei do início, não gostei de como acaba. Mas amei.
Eu sei para onde vão os guarda-chuvas🌂☂️ "Escarlatina"
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