Coletânea de contos organizada por Rafaela Pechansky, com prefácio de Itamar Vieira Júnior.
João Maia, 237 - Carol Bensimon Solange - Jeferson Tenório Sem saída - Marília Garcia Não me olha, não diz nada - Natália Borges Polesso Basta a cada dia o seu próprio mal - Miguel Del Castillo A porta da rua - Caetano W. Galindo Luan Ângelo - Amara Moira
Marília Garcia nasceu no Rio de Janeiro, em 1979. Graduou-se em letras na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde defendeu a dissertação Velocidades e vozes sobre o livro Galáxias, de Haroldo de Campos. Tradutora, também integra o conselho da revista de poesia Inimigo Rumor, da editora 7Letras. Seu primeiro livro foi Encontro às cegas (Moby Dick, 2001). Lançou, em 2007, 20 poemas para o seu walkman, uma coedição Cosac Naify e 7Letras. O livro integra a coleção Ás de Colete e concorreu ao Prêmio Portugal Telecom de 2008.
Esse livrinho é uma pequena coletânea de contos escritos durante a pandemia por escritores brasileiros, todos têm como contexto a vivência de uma casa (no sentido de lar ou não), alguns lidam diretamente com a pandemia atual, outros com isolamentos outros que se interlaçam quase como alegoria do Brasil atual. Os escritores presentes são: Carol Bensimon, Jeferson Tenório, Marília Garcia, Natalia Borges Polesso, Miguel Del Castillo, Caetano W. Galindo e Amara Moira. Não vou mentir, amei demais o conto da @nataliaborgespolesso e é meu favorito, apesar dos demais serem bastante sólidos (principalmente o do Tenório), mas o uso que a Polesso faz do gato preto como inconsciente na solidão do isolamento social pandêmico é mesmo brilhante. Já o coloco entre os maiores contos de gatos da história da literatura.
There are many stories, so I preferred to write down my opinion. I should do more of this.
João Maia, 237 by Carol Bensimon was a very brief tale that connected me in every paragraph. I didn’t know what story I was getting into and didn’t expect to feel so much with a few words. Maybe not everyone will connect with the story. But it completely enthralled me.
5,0
Jeferson Tenório’s Solange is impactful. And even though it should be hard to swallow, it contemplates much of the Brazilian reality.
3,8
No Way Out by Marília Garcia.
I rarely do well with poetry, because I try to understand something that perhaps was not intended to be understood. The author wanted to vent her frustration, and thus be able to transmit it to me. I ran through the pages trying to understand where she was getting at. Which is nowhere. Reflecting, I realized her doubts were also mine. There is nothing extraordinary about the story, and that’s what gets me.
4,0
Don’t look at me, say nothing, by Natalia Borges Polesso started out massively boring, and when the cat spoke I believed it would get better. But it didn’t enough. The conclusion I come to is 3 stars. I can’t see a higher or lower grade for this tale.
3,0
Each day is enough of its own evil by Miguel del Castillo.
Until the end, I kept thinking that this man has over one dilemma. But I enjoyed knowing that it was a simple exaggeration. Sometimes I do that, only I believe it will actually happen. Maybe I have something too.
3,9
The door to the street, by Caetano W Galindo.
I noticed that in the other short stories; I missed a writing that captivated me, just like in the first story. With the first sentence of this one, I realized that. The tension and curiosity of the character crossed over to me and throwing my opinion here. I believe we are talking about death. Not much of the text can confirm this, but my interpretation stands firm.
When at the end of the text, in the page's corner, I discovered the author is a professor at UFPR. Here in my city, I couldn’t believe that I could love the story more! I have a great relationship with UF and having this connection with the author, and thus understanding his credibility, this tale became more and more genius. However, even with that information, the grade did not change.
5,0
Luan Angelo by Amara Moira was fun and different to read. The beginning was a bit drawn out, but the author delivered the message in a lighthearted way.
Sete autores escrevem sobre o desenrolar da vida durante a pandemia. Nos identificamos com alguns personagens, outros nos causam estranheza e nos pegamos todos tentando responder: o que será de nós quando tudo isso passar?
a literatura brasileira merecia fazer muito mais sucesso no Brasil. espetacular... 7 contos que falam muito além da casa - sim das nossas estruturas sociais, da nossa história, raivas, medos, frustrações e lutas. esse livro me lembrou o dizer de Mario Quintana:
"Não gosto da arquitetura nova Porque a arquitetura nova não faz casas velhas Não gosto das casas novas Porque casas novas não têm fantasmas E, quando digo fantasmas, não quero dizer essas Assombrações vulgares Que andam por aí… É não-sei-quê de mais sutil Nessas velhas, velhas casas, Como, em nós, a presença invisível da alma (...)"
Coletânea poderosíssima para quem viveu de verdade o isolamento social durante as primeiras ondas de COVID, com destaque para os seguintes contos:
- "Solange", de Jeferson Tenório: brilhante e revoltante por saber que relata algo que ainda acontece MUITO. - "A porta da rua", de Caetano W. Galindo: todo fragmentado para que o leitor tente colocar a história numa ordem e extrair o sentido dela. Incrível! - "Luan Ângelo", de Amara Moira: o melhor de todos. Chorei. Foi tenso. De uma delicadeza tão grande que chega a doer. Quero ler tudo da Amara.
Leia se você: - Curtir contos - Quiser conhecer uns autores brasileiros INCRÍVEIS
Excelente coletânea de contos sobre e sob a pandemia do coronavírus, cada conto trata de uma parte da casa. O que eu mais gostei foi "Basta a cada dia o seu próprio mal" de Miguel del Castillo.
Achei bem ok, não me agradou 100% porque não sou fã de coletânea de contos de vários autores, mas é isso, é bem ok. Não me fez refletir sobre a minha casa e nem sobre a pandemia, como era a promessa, de toda forma.... é OK. Alguns contos são bons, outros são muito forçados. Só recomendo se você for MUITO fã de contos.
Os meus preferidos foram o da Carol Bensimon e da Natália Borges Polesso. As marcas de um acidente do passado e o bate papo com o gato! Muito “tangíveis”! Amei!
A exemplo da coletânea Partes De Um Corpo, também editada pela casa editorial TAG, Partes de uma Casa é uma coletânea de contos inéditos que acompanhou o romance do mês passado, O Pássaro Secreto, de Marília Arnaud, vencedor do prêmio Kindle em fevereiro. Tal como seu par, que acompanhou o livro inédito daquele mês do clube de livros gaúcho, não é um mero apêndice, mas sim uma obra independente para a qual sete autores foram convidados a escrever contos que têm como espaço uma casa, tendo em mente a pandemia. O prefácio é do incensado Itamar Vieira Júnior, escritor baiano que ganhou fama ao conquistar o prêmio Jabuti de 2020 com o romance Torto Arado, mas apenas cumpre tabela. Ao menos não dá muitos spoilers, até dá para lê-lo antes de se ler os contos. O primeiro conto chama-se João Maia, 237. É uma ótima reflexão sobre o perdão, ou a impossibilidade de se perdoar, da gaúcha Carol Besimon. Aliás, este livro é bem mais provinciano do que o seu volume análogo; há muitos escritores do sul do país, em especial do Rio Grande do Sul. Solange, o segundo conto, de Jeferson Tenório, peca pelos personagens estereotipados e a narrativa artificial, salvando-se apenas pelo desfecho. Segue-se a ele Sem Saída, de Marília Garcia, que é antes um ensaio pessoal do que um conto. Ela pesa um pouco na metalinguagem e neste ponto passa-se a temer que o pequeno volume se torne uma leitura enfadonha, sensação agravada por Não Me Olha, Não Me Diz Nada, cuja narrativa lúdica torna a leitura até leve, mas é pouco para o talento de Natalia Borges Polesso, autora que eu já conhecia de ler nas redes sociais. No entanto, o quinto texto, Basta A Cada Dia O Seu Próprio Mal, de Miguel Del Castillo, é muito mais um exercício de exorcismo do que um conto e é absolutamente brilhante, a começar pela impactante escolha do título. O alto nível, inclusive de tensão narrativa, é mantido por A Porta Da Rua, de Caetano W. Galindo. Por fim, a escritora trans Amaira Moira fecha esse volume com um conto surpreendentemente terno, Luan Ângelo, contrariando expectativas de uma tragédia eminente vivenciada por grande parcela da população LGBTQIA+. Noves fora, é uma compilação de autores brasileiros das novas gerações que se saiu melhor do que Partes de um Corpo, que li antes. Daniel Souza Luz é professor, jornalista, escritor e revisor *Publiquei esta resenha no Jornal da Cidade (Poços de Caldas/MG) em três de junho de 2021.
7 contos muito bons, cada um fazendo referência a uma parte da casa, espaço chave de refúgio e segurança em tempos de pandemia. Ideia realmente interessante.
Partes de uma Casa é um livro com sete contos escritos por autores brasileiros produzido pela TAG Livros como mimo da caixinha de maio de 2021 da TAG Curadoria.
Os autores Carol Bensimon, Jeferson Tenório, Marília Garcia, Natalia Borges Polesso, Miguel del Castillo, Caetano W Galindo e Amara Moira, apresentam os seguintes contos respectivamente: João Maia, 237; Solange; Sem saída; Não me olha, não diz nada; Basta a cada dia o seu próprio mal; A porta da rua; e Luan Ângelo. Não consigo especificar um favorito, mãe posso dizer que todos me prenderam e são muito bem escritos.
Parece que a intenção era que todos os contos apresentassem contexto de pandemia e de mundos numa casa, para refletir nossa realidade atual, mas apenas dois representaram isso de fato. O conto João Maia, 237 me surpreendeu em seu final, assim como o de Miguel. Já o Solange, de Jeferson Tenório, mexeu demais comigo, pois é uma verdade em qualquer contexto, infelizmente.
Eu posso dizer que essa é uma leitura rápida, profunda e tocante. Um belo conjunto de contos!
Uma coleção de sete contos que estão inseridos no contexto de uma casa e em sentimentos internos de todos os tipos.
Nessas pequenas histórias são apresentados a pequenos trechos da vida de cada personagem. De maneira geral, acho que os melhores contos são aqueles que situam em pequenos instantes no momento e em glipses de sentimentos, senão tenho a sensação de estar lendo uma história incompleta (falo da minha sensação de contos de maneira geral, e não apenas aqui nessa coletânea). Quando há quebra, posso imaginar, mas em muitos senti que eram pequenas histórias incompletas.
Nessa coletânea os meus preferidos foram "Não me olha, não diz nada" da Natália Borges Polesso e "A Porta da Rua" do Caetano E. Galindo". De qualquer modo, na maioria, são contos bons, que nos remetem a períodos de solidão e introspecção.
Tirando um ou dois, os contos são excelentes, dando porta de entrada para eu conhecer autores brasileiros contemporâneos muito talentosos. Mas tenho que reclamar de um coisa dessa edição: A produção gráfica.
O conto é curto, pois o proposito é haver uma crescência, até um "nocaute" final. O problema que vejo em algumas ilustrações no meio dos contos é o famoso spoiler do final. Isso pode dar uma desaminado, pois eu já tenho noção de qual será o nocaute do conto em questão.
Isso tudo, é claro, não tira o talento de autores como Jeferson Tenório e Marília Garcia; desses dois, vou buscar conhecer melhor.
Partes de uma casa é desses livrinhos pequenos de leitura rápida que te impressionam. O projeto editorial é lindíssimo, foi o que primeiro me chamou a atenção ao encontrá-lo num sebo. As ilustrações dialogam super bem com a história e dão uma ótima atmosfera para a leitura. Os contos são um show a parte. A seleção de autores feita pela TAG condensa nomes importantíssimos da literatura brasileira contemporânea, cada um fazendo dialogar suas experiências, vivências e estilos literários com o cenário "casa", que ora funciona como lugar de confinamento ora como espaço de memória. Os contos de Carol Bensimon, Jeferson Tenório e Amara Moira foram os que, particularmente, mais gostei.
A coletânea tem como objetivo falar sobre casa, deixou a desejar em muitos quesitos. Poucos me deixaram realmente curiosa pelo final. Apenas Solange e Porta da Rua me instigaram a ler, Luan Angelo achei fofinho e descontraído. Os outros 4 contos eram praticamente os mesmos personagens em situações diferentes. O livro se chama "Parte de uma casa", mas a casa de quem? Do brasileiro classe média obviamente. De tantas críticas quem poderiam ter sido feitas em uma coletânea sobre casa o livro fica parado em coisas supérfluas.
João Maia, 237 - Carol Bensimon (3/5) Solange - Jeferson Tenório (5/5) Sem saída - Marília Garcia (2/5) Não me olha, não diz nada - Natália Borges Polesso (2.5/5) Basta a cada dia o seu próprio mal - Miguel Del Castillo (4/5) A porta da rua - Caetano W. Galindo (4/5) Luan Ângelo - Amara Moira (3.5/5)
Todas as crônicas tem qualidade singular. Foi difícil parar de ler cada uma delas depois de começar. São histórias marcantes, que estimulam a curiosidade e clamam por um envolvimento que poucas vezes vivenciei em histórias curtas.
Coletânea de 7 contos de drama e suspense sobre confinamento ou relacionados a partes de uma casa por grandes escritores da literatura brasileira contemporânea. Gostei mais de alguns contos que de outros, mas na média são muito bons.
Apesar de ter uma leitura fluida, achei os contos, num geral, bem fraco. Foram poucos que me passaram sentimentos ou reflexões. Além disso, a temática que dizem ter trazido pra mim (casa, morada) não fez sentido nenhum na maior parte dos contos.
A casa como um universo. Sabemos bem como é. Nesse período pandêmico, então... Os contos são mt bons. Amarrados. Surpreendentes. O q mais me chamou atenção foi "Solange". A crítica às relações raciais. A vingança do quarto de despejo.
João Maia, 237 - 4 Solange - 3 Sem Saída - 3.5 Não me olha, não diz nada - 4.5 Basta a cada dia seu próprio mal - 3 A porta da rua - 4 Luan Angelo - 4.5
“Partes de uma casa” é uma coletânea de contos de caráter temático. Todos os sete relatos de autoria de vários escritores e escritoras abordam a nossa relação com a nossa casa ou com determinadas partes dela num contexto de pandemia em que o isolamento social, muitas vezes, é inevitável. Sendo assim, muitos de nós passam a conviver mais e, consequentemente, descobrir mais e surpreendentes elementos pertencentes a esse verdadeiro e nem sempre plenamente compreendido “mini universo” que é a nossa casa. A ideia é boa e o resultado é excepcional. Todos os contos – o angustiante “João Maia 237” de Caro Bensimon, o chocante “Solange” de Jeferson Tenório, o reflexivo “Sem saída” de Marília Garcia, o misterioso e alegórico “Não me olha, não diz nada” de Natália Borges Polesso, o metalinguístico “Basta a cada dia o seu próprio mal” de Miguel Del Castilho, o edipiano “A porta da rua” de Caetano W. Galindo e o “LGBTQuiano” “Luan” de Amara Moira – são excelentes e propiciam leituras de primeira qualidade. Excelente pedida.
Que obra mais incrível! É uma coleção de pequenos contos contemporâneos sobre a temática da pandemia e de como nós lidamos com essa realidade. São histórias bem diferentes que te prende de uma forma muito única. Eu amei a leitura!