Gilberto Dimenstein escolheu ser tema de sua última reportagem. É assim que descreve Os últimos melhores dias da minha um relato autobiográfico sobre como enfrentou um grave câncer, narrando o processo a partir do olhar apurado dos mais de trinta anos de carreira no jornalismo. Anna Penido, no papel de ombudsman e parceira, esteve ao seu lado para produzir a obra a quatro mãos quando Gilberto já não tinha forças para fazer o trabalho sozinho. O livro ganhou ares de grande declaração de amor, mais uma das cumplicidades do casal. A partir de depoimentos, lembranças e rememorações, delicadamente ilustradas pelo artista plástico Paulo von Poser, Dimenstein reforça que seus últimos melhores dias não foram os únicos grandes momentos de sua experimentou também inúmeras realizações profissionais, viagens, encontros, concertos inesquecíveis de música (uma de suas grandes paixões) e a alegria de ouvir o neto chamá-lo de vovô Gil pela primeira vez. Mas estes melhores dias vividos após a descoberta do câncer — no pâncreas, uma das formas mais agressivas da doença — foram os mais cúmplices, profundos e felizes. Para alguém que, em suas próprias palavras, “passou a vida toda desconectado, apavorado e ansioso”, a sensação de estar vivo e de poder compartilhar a vida com as pessoas que ama, agregando novo significado à existência, se compara ao momento em que a taturana se reconhece como borboleta. Graças a esta obra, e ao legado que o autor nos deixa, os últimos melhores dias de Gilberto Dimenstein serão eternos.
Editora : Record; 1ª edição (24 novembro 2020) : Portugu&e
Soube do livro há uns dias, numa matéria do UOL. Sempre fui fã de Dimenstein, desde a época da faculdade de jornalismo na Casper Libero. Seu olhar incisivo, a postura política e social era algo que me surpreendia. Quando li sobre a luta contra o câncer, veio a angústia de saber como a história termina pra maioria dos pacientes. O livro é um relato singelo e delicado sobre como a certeza da finitude fez com que ele finalmente entendesse a riqueza da inteligência emocional e dos pequenos milagres que observamos todos os dias.
Gostei muito deste livro. Peço de antemão que me desculpem, mas não sabia quem era Gilberto Dimenstein.
Neste relato autobiográfico, ele relata sua vida, iniciando com a notícia de um grave câncer no pâncreas e como enfrentou todo um processo de busca da cura junto à família e amigos. Este livro é uma declaração de amor à vida.
Gilberto mostra que, apesar do título, seus últimos melhores dias não foram os únicos grandes momentos de sua vida. Ele relata sua vida profissional, suas viagens a NYC - cidade onde quis muito morar- sua paixão por música, pelas obras sociais, pela Vila Madalena e sua vida pessoal, filhos, esposa e netos.
Estes momentos mais difíceis da vida, quando nos encontramos com a finitude, são os mais profundos e felizes. Para alguém que, em suas próprias palavras, “passou a vida toda desconectado, apavorado e ansioso”, a sensação de estar vivo e de poder compartilhar a vida com as pessoas que ama, agregando novo significado à existência, se compara ao momento em que a taturana se reconhece como borboleta. Vale a pena a leitura.
Livro póstumo escrito pela Anna, com gravações deixadas pelo Gilberto, sobre seus dias após descobrir um câncer. Extremamente humano e sensível. Mostra a importância de dar a cada dia seu devido valor, experimentar cada momento como se fosse o último.
Um relato comovente sobre as lições que somente a noção clara da morte próxima pode proporcionar. A consciência sobre a transição pode - e deve - proporcionar momentos de “serendipity” emocionais sobre coisas que estão no nosso entorno, mas que por vezes esquecemos de observar e sentir.
Um livro para revisitar sempre, sobre propósito, sobre a fragilidade e as singelas belezas da vida que, no fim, são as que realmente importam, mas sem pieguices ou clichês.
Uma amiga me recomendou dizendo que era emocionante. Ainda assim consegui me surpreender com a veracidade, honestidade e espontaneidade desse relato. Um livro verdadeiro, sem deixar de ser delicado, pra repensar a vida mesmo.