Numa primeira parte do livro, Simone Veil fala da sua infância, da família, recorda o início das perseguições raciais em França, e relata a deportação, a vida nos campos de Drancy, Auschwitz-Birkenau, Bergen-Belsen, e o impacto destes acontecimentos na vida que se lhes seguiu. Na segunda parte, dialoga com antigos companheiros sobreviventes do holocausto, e com a irmã, membro da Resistência, e que reencontrou no fim da guerra.
Um extraordinário documento histórico, enriquecido por muitas fotografias (dos anos trinta e de anos recentes): deportada aos 16 anos, Simone Veil veio a tornar-se a francesa mais popular e uma das mulheres mais importantes da política europeia do século xx. Simone Veil habita literalmente este livro. O leitor ouve a sua voz e sente a sua liberdade interior.
Simone Veil, née Jacob, est une femme politique française. Elle est la fille cadette d'une famille juive, non pratiquante et foncièrement laïque. Arrêté le 30 mars 1944, elle est internée dans le camp de Drancy, d'ou elle est transferée le 13 avril au camp d'extermination nazis Auschwitz-Birkenau, en compagnie de sa mère et sa sœur Madeleine. Transférés à Bobrek, elles participent dans la marche de la mort jusqu'au camp de Bergen-Belsen, où sa mère meurt du typhus. Quand Bergen-Belsen est libéré par les troupes britanniques le 15 avril 1945, elle a perdu son père, sa mère, son frère. De retour en France, elle fait des études de droit à la Faculté de droit de Paris et s'inscrit aussi à l'Institut d'études politiques de Paris. Elle choisit une carrière dans la magistrature, et occupe dès lors un poste de haut fonctionnaire dans l'administration pénitentiaire au ministère de la Justice. En 1974 elle devient ministre de la Santé, poste qu'elle occupe jusqu’en 1979. Elle fait passer la loi sur l’interruption volontaire de grossesse (IVG), dépénalisant l’avortement. Après les élections de 1979 elle quitte le gouvernement et est élu Présidente du Parlement européen, poste qu'elle occupe jusqu'en 1982. En 1993 elle devient Ministre d'État, ministre des Affaires sociales, de la Santé et de la Ville dans l'équipe d’Edouard Balladuret et entre 1998 et 2007 elle est membre du Conseil Constitutionnel. En dehors de la vie politique, elle a Présidé la Fondation pour la mémoire de la Shoah de 2000 à 2007 et en 2010 elle entre à la prestigieuse Académie française. Elle est décédée le 30 juin 2017 à son domicile parisien du 7e arrondissement à l'âge de 89 ans.
Ogni volta che mi appresto a leggere un testo sulla Shoah, nello specifico di una testimonianza diretta, parto sempre con una certa dose di soggezione, di disagio, perchè seppur avendo letto decine di libri su quest'argomentazione, non penso di essere arrivato nemmeno al 10% della comprensione di una situazione così inumana e penso che mai arriverò a comprenderla appieno, perchè solo chi l'ha vissuta, un'esperienza così estrema, potrebbe capire. Però continuerò sempre a leggerne, non solo sulla Shoah ma anche su altri genocidi, che putroppo sono molteplici, perchè penso che comunque mi diano un tassello da riporre nel mio personale mosaico della mia conoscenza, per vaccinarmi contro il virus dei pregiudizi razziali, della violenza di qualsiasi genere e delle crudeltà disumane.
Paul - A rattristarmi di più è il pensiero che la nostra esperienza e il prezzo così alto che abbiamo pagato non siano serviti a rendere l'umanità anche solo un po' migliore, più pacifica, più rispettosa degli altri. Non so nemmeno se siamo stati capaci di trasmettere la nostra esperienza agli altri. Credo che la porteremo via con noi. Sessant'anni dopo, ciò che vedo mi fa orrore. Per cosa abbiamo pagato un prezzo così alto? Per un mondo che è sempre tanto violento e aggressivo. Simone - Credo che il mondo sia violento di per sè. Lo dominano le passioni e l'interesse, con il loro carico di ostracismo etnico, razziale e sociale. Consideriamo le grandi catastrofi che si sono verificate dopo la guerra: si sono di volta in volta presentate sotto una forma e in un contesto diverso, impedendo così alla comunità internazionale di evitarle.
Il libro che ho appena concluso è una biografia di Simone Veil, sopravvissuta all'Olocausto e che insieme ad un regista/fotografo delineano l'esperienza di Simone, non solo nei campi di concentramento, ma anche il dopo, il ritorno alla normalità. In un intreccio tra letteratura e fotografia, questo testo narra di ciò che è stato e di come un'esperienza così disumanizzante ha cambiato la vita di Simone, con testimonianze anche di altri sopravvissuti che lei ha incontrato nel periodo della deportazione.
Al mattino mi lavavo davanti a uno specchio incrinato da una pallottola. La mia immagine vi appariva crepata, frammentata. Quella visione mi sembrava emblematica. Non avevamo più nulla a cui aggrapparci.
"Deste legado, não me é possível dissociar a lembrança sempre presente, obsessiva, mesmo, dos seis milhões de judeus exterminados pela única razão de serem judeus. Seis milhões entre os quais se contam os meus pais, o meu irmão e muitos dos meus próximos. Eu não posso separar-me deles. Isso basta para que, até à minha morte, o meu judaísmo seja imprescritível. O Kadish será recitado sobre o meu túmulo."
Um livro dividido em duas partes, ambas testemunhos importantes. Na primeira parte a autora descreve a sua vida antes da deportação para os campos, o percurso da família, os sinais e sintomas de uma doença que se propagava pela Europa, os refugiados provenientes da Alemanha, uma forte convicção de que a nação francesa haveria de se insurgir contra o nazismo.
Simone Veil descreve depois a vida nos campos, o projecto de desumanização constante empregue pelos soldados alemães, o fumo que não parava de sair das chaminés, as tarefas sem sentido a que eram obrigadas. Esta primeira parte termina com a descrição de uma vida após a libertação dos campos, o regresso à normalidade possível, a devolução da sua humanidade, mas não da sua dignidade, pois essa nunca se perdeu.
Na segunda parte Simone conversa com vários antigos companheiros sobre a sua vida nestes campos de extermínio. São testemunhos pungentes, mas também evocadores de uma coragem sem igual.
Eu li este livro para, pessoalmente, comemorar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Com o desaparecimento dos últimos sobreviventes e a ascensão do neofascismo e dos partidos de extrema direita afigura-se cada vez mais necessário não esquecer o que aconteceu, de modo a que nunca mais aconteça.
Além disso, decidi este ano ler um livro de não-ficção sobre o assunto. Até ao momento apenas lera livros de ficção, baseados ou não em histórias verídicas. Mas a explosão de livros ficcionais sobre o Holocausto levou-me, este ano, a afastar-me desse género.
"Deste legado, não me é possível dissociar a lembrança sempre presente, obsessiva, mesmo, dos seis milhões de judeus exterminados pela única razão de serem judeus. Seis milhões entre os quais se contam os meus pais, o meu irmão e muitos dos meus próximos. Eu não posso separar-me deles. Isso basta para que, até à minha morte, o meu judaísmo seja imprescritivel. O Kadish será recitado sobre o meu túmulo. "
Esta foi umas das últimas afirmações que Simone Veil, mais conhecida por ser uma importante política francesa, sobrevivente do Holocausto, fez a David Teboul quando este recolhia os seus testemunhos sobre Birkenau. Simone neste livro recorda a sua vida, desde a infância, a sua deportação para Auschwitz-Birkenau até ao momento em que reencontra as 2 irmãs que sobreviveram a Ravensbruck e Bergen-Belsen. Cheio de fotografias e testemunhos reais das irmãs e amigos é um livro extraordinário para conhecer uma das mulheres mais importantes na vida política europeia do século XX. ⭐⭐⭐⭐
Não classifico testemunhos ou memórias. Mais um registo do que aconteceu aos deportados judeus em Auschwitz-Birkenau, pela voz da enorme Simone Veil, uma mulher essencial no cenário político, social e da Saúde em França e no Parlamento Europeu, na segunda metade do século XX.
Fica uma enorme admiração por Simone Viel, uma mulher fascinante. É um dos mais sinceros relatos sobre a segunda Guerra Mundial e os campos de concentração, sem vitimização, sem moralismo, somente as memórias de alguém a quem tentaram roubar a dignidade, que contra as mais óbvias probabilidades se tornou a primeira mulher Presidente do Parlamento Europeu, entre outros feitos invulgares à data.
O livro em si é muito original, uma homenagem repleta de diálogos e fotografias, que tornam a leitura muito mais interessante.
La bellezza di questo libro non sta solo nella sua potenza narrativa e nell’inestimabilità della testimonianza, ma nelle pagine. Fisicamente, intendo.
Vorrei vedere più libri in Italia che escono dagli schemi, che reinventano lo spazio sulla carta, dando libertà di espressione ai sentimenti anche nell’impaginazione, nei colori, nelle forme.
Un libro che non si riesce a descrivere se non leggendolo. Impressionante quanto assomiglia nei modi di dire a Primo Levi. E come spesso accade nei deportati, il campo di concentramento e la loro esperienza viene paragonata all'inferno Dantesco. Una storia che non conoscevo, una persona incredibile che ha fatto tanto per la Francia. Bellissimo.
The incredible life of one of the great personalities of Europe in the 20th century, a remarkable woman and human being. No spoilers, but please do read this wonderful work by David Teboul.
Depois de ter lido os testemunhos de Primo Levi, li, agora, estes de Simone Veil. Dentro do horror, houve graus diferentes. Os campos de concentração, como tudo o que é real, não eram extamente iguais uns aos outros. A visão de quem transmite, dentro do possível, o que lá se passou também é variável. Mas, o essencial é comum. E, se a experiência, como dizem os sobreviventes é incompreensível a quem não a vivenciou, fica a lição de que, a seu modo, todas as experiências marcantes, dolorosas ou não, são de difícil narração e, provavelmente nunca inteiramente compreendidas.
there are many things i like about this book. one of them is that even its design is artistic. pages are typeset in red when they are comments on the text / context-giving in nature, and black when they're narrative or interview-based. it's a super simple touch but one that shows thought and elevates the text. also the pages are a beauty to flip - they FEEL great - as do the front and back covers.
content evidently is also great. simone veil, best known in france for pushing through abortion rights for women, recounts her experience first in Birkenau and then the smaller Bobrek camp with a touchingly simple honesty. she makes no mountains out of molehills rhetorically, and anyway each thing she recalls (the hell of Gleiwitz, the absurdity of punishment in the camps, the presence still of love and dignity in the camps of '44 and '45) is a mountain in itself. and she possesses a view intimately nuanced of the struggles of countries and people ("Dans une même personne, très souvent, le meilleur et le pire coexistent").
also included - really revealing photographs both of Simone's family before the war and various sites in the concentration camp complex, and interviews with her sister and two of her camp mates. what is revealed is someone we would call in french profondément riche humainement, who brings us to the actuality of interwar France, Vichy France, Auschwitz, and then France as it grappled with its many contradictions after the war. a wonderful book
Un livre qui rend hommage à Simone Veil et éclaire avec pudeur et respect la déportation et la vie dans les camps de cette femme incroyable de force et de courage.
« Lorsque les jeunes disent qu’ils « imaginent », ils n’imaginent rien du tout. Cela reste inimaginable. »
L’aube à Birkenau est un récit poignant sur la déportation, la vie qui s’en est suivie et le rôle qu’a joué Simone Veil dans le paysage politique français d’après-guerre.
Mine d’informations, de dialogues et de récits, ce livre, dont les propos ont été recueillis par David Teboul, est immuablement touchant et percutant. Cette citation placée en en-tête de mon avis reflète l’expérience unique et violente des camps. Ces propos de Simone Veil ont agi comme une prise de conscience pour moi. M’étant rendue à Auschwitz et ayant lu de nombreux ouvrages sur la question, je pensais avoir en quelque sorte compris l’horreur des camps — j’avais toujours du mal à m’en rendre compte malgré tout mais je pensais que cela était clair dans mon esprit — et néanmoins je me suis rendue à l’évidence que jamais nous — j’entends par là mes contemporains, ceux qui n’ont pas vécu l’horreur des camps — jamais nous ne pourrions comprendre et réaliser, « imaginer » ce qu’a été Auschwitz.
Auschwitz est une expérience hors de l’humanité, à sa frontière comme l’explique Simone Veil, ainsi les camps que nous visitons maintenant ne représentent qu’un pour-cent de ce qu’ils étaient en 44-45. L’ambiance, le temps, les odeurs, la peur… Tout est différent et maintenant lorsque l’on regarde les baraquements du camp, ses arbres et ses barbelés enneigés — ou non — une atmosphère étrange y règne, comme si le calme l’avait emporté et avait plongé le lieu dans un endormissement total. Auschwitz pendant la guerre n’avait rien à voir avec ce lieu.
Outre les nombreuses informations et certains détails que j’ai pu apprendre qui m’étaient encore inconnus, ce récit a souligné l’importance d’une transition non réalisée chez les déportés, leur adolescence a été volée et ils ont alors subi une « maturation accélérée ». Cela explique la difficulté du retour ressenti par beaucoup, Simone mais également ses amis : Marceline, Paul…
Le format du livre s’est dévoilé intéressant — mis à part le fait que certains éléments étaient parfois désorganisés, on passe d’une information à une autre puis ensuite on y revient, le lecteur a quelques fois le sentiment d’être perdu. Le récit mêle interviews menées par David, moments où seule Simone narre — rappelant le format de l’autobiographie — et également des dialogues avec ses proches. Ces échanges intimes permettent au lecteur d’apprendre des anecdotes sur le camp tout en gardant une certaine spontanéité.
Un livre important et édifiant qui gardera toujours une place de choix dans ma bibliothèque.
Não há como classificar o testemunho de Simone Veil sobre o que viveu aquando do Holocausto.
Mas sendo este livro escrito parcialmente por um seu amigo, e havendo outros dados que não só aqueles que são referentes ao momento especifico que motivou este livro... não sei se todas as partes me pareceram tão necessárias.
Apontamentos sobre a vida de Simone Veil, grande parte deles, sobre a sua deportação de França na Segunda Guerra Mundial e da sua passagem por vários campos de concentração. O primeiro relato que leio de Auschwitz no feminino, belissimamente escrito.
========== Sorridetemi, dice, come io vi avrei sorriso fino alla fine. Preferite sempre la vita e affermate senza posa la sopravvivenza... Vi amo e vi sorrido da dove io sia. JACQUES DERRIDA (Ogni volta unica, la fine del mondo) ========== Non ci perdoneranno mai il male che ci hanno fatto. AXEL CORTI (Welcome in Vienna) ========== ..e la popolazione civile tedesca chiedeva di essere evacuata. Invece è toccato ai deportati di essere evacuati per primi, e in gran numero, quando non sarebbe stato difficile ammazzarli lì sul posto. Ammettiamo che così facendo avrebbero lasciato troppe tracce... Allora perché non limitarsi a lasciarci là? Molti sarebbero morti comunque. In ogni caso, i deportati sono partiti a piedi, in massa, ingombrando le strade sulle quali le truppe tedesche, i carri armati, ma anche i rifugiati civili tentavano di passare. C’era una logica dietro tutto ciò? Secondo alcuni storici, la priorità per Hitler – è una delle specificità della Shoah – non era la fine della guerra, e nemmeno la vittoria, ma lo sterminio degli ebrei. ========== Niente può somigliare ai campi. A volte mi viene in mente un’immagine, una sensazione. Ma niente può somigliare ai campi. Niente. Quell’orrore assoluto non assomiglia a niente di ciò che si può leggere o scrivere. ========== Nessun paragone ha senso. Più che di un ricordo, si tratta di un sentimento: quello di essere passati dall’altro lato dell’essere umano. Si tocca un livello d’umiliazione che rende tutto insopportabile negli anni a seguire. ========== Una barriera invisibile separava gli esseri umani: c’erano quelli che tornavano dai campi e c’erano gli altri. Noi eravamo passate dall’altra parte. ========== Nell’immediato dopoguerra non esistevano strutture organizzate. La sola esistente era l’OSE, l’Opera di soccorso ai bambini, che era riuscita a reclutare alcuni medici. Ci si è dunque potuti occupare dei bambini i cui genitori erano stati deportati. Oltre a questo, non credo ci sia stata la minima iniziativa in favore dei deportati ebrei. ========== Sbattevamo anche contro una totale indifferenza. ==========
Definitivamente não é o melhor livro de memórias do Holocausto que eu já li. Longe de julgar a história de vida dessas pessoas, o que mais me interessa é a forma pela qual essas história são contadas, as reflexões específicas que suscitam, a força da narrativa e os detalhes que ainda não conheço sobre o evento em si, já que leio a respeito há muito anos, pessoal e profissionalmente.
Certamente aprendi com a Simone e seus companheiros, principalmente sobre o contexto de ser um deportado francês, seja judeu seja resistente. É sempre impressionante me deparar com essa frenchness tão característica, tão laica e republicana. Simone parece ter uma perspectiva (justificável pela sua experiência) da singularidade e intransmissibilidade da vivência nos campos. Nada pode ser imaginado, tudo é humilhante e inumano.
Ela também é bastante bem informada e fica claro como lança luz a muitos aspectos mais históricos sobre a guerra. De fato ela tenta separar o que se sabe hoje do que se sabia na época, embora claramente sua narrativa esteja "contaminada" por esse conhecimento, especialmente por ter sido registrado mais de 60 anos depois.
O fato de não ter sido uma obra propriamente escrita também é algo característico. À exceção das seções em formato de diálogo, sua história oral é claramente limpa e de alguma forma higienizada, o que é uma pena em certo sentido. É mais fácil ler um relato nesses termos, mas perde-se muito também pela falta de ambiguidades, reticências e pelo excesso de coerência.
3.5/5
This entire review has been hidden because of spoilers.
Simone Veil é conhecida sobretudo pela sua atuação política, tendo sido ministra da Saúde em França (quando instituiu a descriminalização do aborto com a Lei Veil, em 1975) e foi também Presidente do Parlamento Europeu.
A Madrugada em Birkenau, um relato da sua passagem pelo campo em 1944, é um livro feito a quatro mãos com o cineasta David Teboul, que registrou entrevistas com Veil ao longo de quinze anos.
O livro divide-se em duas partes: na primeira seção, Veil toma a palavra e conta fatos sobre a sua infância, a sua deportação, e o seu regresso dos campos, o trabalho posterior de memória e de confrontação com o antissemitismo francês, além de reflexões sobre o impacto que esse evento traumático teve nos seus relacionamentos dali para a frente. A segunda seção é dividida em três partes, correspondendo a três diferentes interlocutores: na primeira parte, Veil conversa com sua irmã mais velha, Denise; na segunda, conversa com Marceline Loridan-Ivens e, na terceira, com Paul Schaffer, dois ex-companheiros de deportação.
Um extraordinário documento histórico, enriquecido por muitas fotografias.
"Deste legado, não me é possível dissociar a lembrança sempre presente, obsessiva, mesmo, dos seis milhões de judeus exterminados pela única razão de serem judeus. Seis milhões entre os quais se contam os meus pais, o meu irmão e muitos dos meus próximos. Eu não posso separar-me deles. Isso basta para que, até à minha morte, o meu judaísmo seja imprescritível. O Kadish será recitado sobre o meu túmulo."
É sempre duro ler um livro de não ficção sobre a II Guerra. E, por incrível que pareça, nunca ficamos a saber realmente todo o horror vivido. Simone realça isso mesmo, referindo que quem visita agora os campos não tem a perceção do que aquilo foi e de como se colou à pele e à alma. Se agora existem árvores e uma aparência minimamente “normal”, na altura em que Simone por lá passou era apenas lama, não havia árvores, e o cheiro da fome, da sujidade, do medo e da morte, já não se sentem. Acredito que assim seja e, por mais respeito que tenhamos pelos sobreviventes do Holocausto, nunca conseguiremos saber (e esperemos nunca vir a saber) o que aquilo representou realmente para todos os que para lá foram, ignorantes de tudo o que os esperava: a separação das famílias à chegada, as câmaras de gás, o fumo, as cinzas, o cheiro a carne queimada, o árduo trabalho, as fardas infestadas, a morte lenta pela fome e consequentes doenças, os abusos em relação às mulheres e muito muito mais… Simone Veil destaca-se pela sua coragem, pela força de vontade, por tudo o que conquistou, mesmo depois do que passou, uma vida de luta pelos direitos da mulher, pela justiça. Foi magistrada, ministra da saúde, a primeira mulher presidente do Parlamento Europeu. Como ministra, concretizou a “Lei Veil”, que despenalizou a interrupção voluntária da gravidez, em França. Por isso, ficará para sempre na história e na memória de quantos lerem este livro.
Ce roman est un récit de Simone Veil. David Teboul a donné la parole à cette Grande Dame. Elle revient sur son enfance, son adolescence qui lui a été volée par les années de guerre, son retour des camps, jusqu'à son accession au sein du Gouvernement et à la loi autorisant l'IVG.
Son récit et ses souvenirs sont bouleversants. Elle précise que sa vie d'adulte n'aurait pas été pareil si elle n'avait pas vécu la déportation et l'enfer des camps.
Ce roman est illustré par de nombreuses photos prises lors d'un "voyage" à Auschwitz, mais aussi des photos de famille...
La suite du récit est un échange entre Simone Veil et trois personnes qui ont été très importantes pour elle. * Tout d'abord, Denise Jacob, la sœur de Simone Veil. * Ensuite, Marcelline Loridan-Ivens, qui a partagé la vie des camps avec Madame Veil. Les 2 femmes sont devenues amies. * Et enfin, Paul Schaffer, qui a aussi été un de ses camarades de déportation.
Ce récit est un devoir de mémoire pour ne pas oublier toute cette atrocité. Nous ne pouvons pas sortir indemne de ce genre de lecture. Nous ne pouvons pas imaginer ce qu'on vécu ces différentes personnes. Leur vie dans les camps a été l'enfer, mais leur retour n'a pas été plus simple...
Começou 2025, e termina-se o primeiro livro do ano, um murro no estômago, um reavivar de consciência. A Madrugada em Birkenau, de Simone Veil, é uma poderosa narrativa autobiográfica que retrata a experiência da autora como prisioneira nos campos de concentração nazis durante a Segunda Guerra Mundial. A obra oferece um testemunho visceral e profundamente humano sobre os horrores do Holocausto, a luta pela sobrevivência e a resistência moral em face da barbárie. Simone Veil viria a tornar-se uma das figuras mais respeitadas da política francesa e europeia, desempenhando um papel crucial na promoção da memória do Holocausto e na luta pela justiça e igualdade. Este livro é, assim, não apenas um testemunho histórico, mas também um apelo à reflexão sobre as consequências da intolerância e do ódio. David Tebouk, foi quem teve a missão de recolher os testemunhos deste livro, cineasta, argumentista e documentarista francês conhecido por obras que exploram temas profundos e intimistas, frequentemente ligados à memória, identidade e às experiências humanas. Num momento em que o mundo está novamente muito perigoso, esta é um obra essencial que nos ajudará a refletir sobre a ignorância e a crueldade da humanidade. Haverá esperança para nós? Haverá se combatermos a ignorância.
Tous les livres doivent-ils être notés? C'est la question que je me pose devant des ouvrages tels que L'Aube à Birkenau. Donner une note sur cinq serait classer ce livre, qui pourtant ne ressemble en rien à tous les autres mémoires que j'ai pu lire. Recueillis par le cinéaste David Teboul, les mots de Simone Veil résonnent dans un livre qui leur donne la place dont ils ont besoin. Ingénieusement mis en page, le texte n'est pas formaté de manière dite "justifiée", ce qui pourrait montrer une volonté de, justement, ne pas "formater" un témoignage si... honnête. L'Aube à Birkenau est en réalité un livre très difficile à décrire. Tout de même, quel honneur d'avoir pu lire des traces des pensées de Simone Veil, de ses conversations avec l'une de ses sœurs, avec son amie, avec son mari. Magnifique, important ouvrage, qui mérite d'être lu - et qui n'a pas besoin d'être noté.
On ne sort pas indemne d'un tel récit. J'ai déjà lu des ouvrages consacrés à Simone Veil, et notamment son autobiographie. Ces entretiens avec David Téboul se déroulent sur plusieurs années, et parfois en compagnie de ses amis. Elle s'y montre une fois de plus d'une totale franchise (sur sa relation avec l'Allemagne "d'après" notamment), décrit sa famille tout en éludant un peu, et volontairement, les points les plus sensibles (comme le décès de sa sœur dans un accident de voiture) survenus après ces années de camp. J'ai trouvé intéressant le parallèle fait entre son destin et celui de sa sœur Denise, arrêtée comme résistante. Il est beaucoup moins question ici que dans son autobiographie du sort de son père et de son frère, probablement parce que ce livre s'applique à relater la vie dans les camps, sans pathos, en toute sincérité. Le plus, les photos commentées, les rencontres, le passage avec Marceline Loridan-Ivens est tout à la fois savoureux et terrifiant. A lire absolument.
"os primeiros dias do retorno são difíceis de contar. eu perdera o hábito de dormir numa cama, de fazer as refeições à mesa. tinha dificuldade para reconstituir minhas lembranças, para expressar-me. perguntei-me se ainda era capaz de ler, de me interessar por alguma coisa fora da vida mais imediata. o que ia ser de nós, minha irmã e eu? conseguiríamos viver normalmente de novo? uma fronteira separava os seres humanos: os que voltaram dos campos e os outros. havíamos passado para o outro lado. creio que nunca voltamos a ser normais. aparentemente, vivíamos como os outros, mas nossas reações íntimas continuaram diferentes."
"desde 1945 tornei-me - e, de certo modo, permaneci - não diria cínica, mas absolutamente sem ilusões. ainda hoje falam da Shoah com muitas frases, expressam grande tristeza. sujeitaram-se ao costume. mas para muitas pessoas isso nada representa. elas não imaginam. as comparações históricas que são feitas já bastariam para mostrar bem que as pessoas não compreenderam."
Il est impossible d'imaginer ce qu'ont vécu les enfants, femmes et hommes passés par les camps comme Birkenau ou Auschwitz. Tous ont été humiliés. Rappelons-nous que l’holocauste a fait une vingtaine de victimes, dont 5,7 millions de juifs. Tous assassinés par d'autres humains dépossédés de leur humanité par une idéologie dont le critère premier est la haine. Simone Veil est ici interrogée par David Téboul pendant plusieurs années, et nous rapporte les échanges entre Simone Veil et sa soeur ou d'autres victimes des attrocités nazies comme Marceline Loridan-Ivens. Les paroles rapportées sont directes sans être crues, avec une certaine retenue peut-être due à l’éducation, mais sans cacher les vraies natures des uns et des autres. Pour ma part, si je pense trop à cette époque et aux horreurs qui s'y sont déroulées, je me sens capable de pleurer sans que rien ne m'arrête jamais ! Ce livre est à lire !
~ Dans le train qui roule de Drancy à Auschwitz au printemps 1944, cette jeune juive de 16 ans arrêtée avec sa mère et sa sœur observe ses voisins de wagon entassés :
« Ce que je savais déjà se confirmait : dans une telle situation, il y a ceux qui tiennent compte des autres, qui essaient de protéger les plus faibles, et il y a ceux qui cherchent à s'en tirer au mieux, quitte à piétiner les autres. Quand je dis piétiner, c'est vraiment le mot qui convient. »
~ Aujourd'hui, lorsque les gens vont à Birkenau ou Auschwitz, ils voient l'étendue des baraquements, ils observent un certain nombre de choses, mais on est loin de la transmission d'une expérience. Lorsque les jeunes disent qu'ils imaginent, ils n'imaginent rien du tout. Cela reste inimaginable », lâche-t-elle. Elle ajoute, définitive :
« On parle de la Shoah avec beaucoup de phrases, on exprime une grande tristesse. On sacrifie aux usages. Mais pour bien des gens, cela ne représente rien. »
"On m'a parfois demandé comment j'avais pu, après les camps, retrouver le désir de vivre. La seule réponse valable à mes yeux est celle-ci: on n'a pas le choix. Cela me paraît valable pour une personne comme pour un pays tout entier."
"-Aujourd'hui, lorsque les gens vont à Birkenau ou à Auschwitz, ils voient l'étendue des baraquements, ils observent un certain nombre de choses, mais on est loin de la transmission d'une expérience. Lorsque les jeunes disent qu'ils "imaginent", ils n'imaginent rien du tout. Cela reste inimaginable. - A mon sens, il est heureux qu'ils ne puissent pas l'imaginer, parce que les individus qui seraient capables de se représenter une telle réalité seraient des individus dangereux"
Um extraordinário documento histórico, enriquecido por muitas fotografias (dos anos trinta e de anos recentes): deportada aos 16 anos, Simone Veil veio a tornar-se a francesa mais popular e uma das mulheres mais importantes da política europeia do século xx. Simone Veil habita literalmente este livro. [Resumo da responsabilidade do Plano Nacional de Leitura 2027] ISBN: 978-989-722-687-8 ASSUNTOS: Veil, Simone, 1927-2017 -- [Narrativas pessoais]; Campo de concentração de Auschwitz (Polónia) -- [Narrativas pessoais] CDU: 32 Veil, Simone 929 Veil, Simone 343.81(438)"1940/1945"
Livro recomendado PNL2027 - 2021 1.º Sem. - Cultura e Sociedade - Literatura - maiores 18 anos - Fluente