Esta obra tem objetivos humildes: alertar cristãos sobre o perigo teológico do apoio incondicional a uma figura política, escancarar as profanações espirituais do bolsonarismo e deixar um registro literário dos aspectos religiosos do projeto de poder bolsonarista. Muito tem sido e pode ser escrito sobre o atual governo, mas não pretendo tocar em outros temas. Críticos mais ferozes do governo podem sentir falta de arrazoados sobre o trato com a pandemia de Covid-19, sobre investigações de corrupção etc. Para esses assuntos, existem outras obras. Aqui, meu foco é exclusivamente sobre a religião do bolsonarismo.
"Quem teme o comunismo precisa temer o bolsonarismo. Não porque suas escolhas econômicas sejam iguais, mas porque o governo Bolsonaro possui todas as apropriações religiosas comuns a qualquer governo revolucionário. Diante disto, um leitor afeito a Bolsonaro pode estar perguntando: o que faremos diante das sanhas totalitárias das esquerdas brasileiras, então? O governo Bolsonaro nos fez acreditar que ele era e continua sendo a única resposta. Isto, no entanto, não é um destino manifesto. A única forma de nos livrarmos da esquerda quanto do autoritarismo bolsonarista é com novas frentes políticas realmente conservadoras e liberais".
Acreditem se quiser, essa é a conclusão do livro. A solução que o Yago trás para o problema do "totalitarismo da esquerda" e ao "bolsonarismo" é com "mais estado". Não é com o avanço do evangelho, trazendo os homens a Cristo e a uma fé e carater piedosos.
Eu comecei a leitura dando 5 estrelas para o Yago. As referências e os argumentos foram muito bem colocados à favor da linha de análise que se propôs. Realmente o bolsonarista projeta uma divindade à figura do Bolsonaro. Porém ele começou a decair quando cita alguns artigos do Guilherme de Carvalho (acho o Guilherme muito bom em alguns pontos, mas tenho pé atrás desde as declarações dele sobre crer na evolução. Sem contar que ele integrou o proprio governo. O Yago cita isso no livro). Depois disso ele decai mais ainda citando Rushdoony e o Gary North de forma perjorativa, com considerações a respeito da teologia deles fora de contexto e usa até afirmações que não são deles, mas os condena no mesmo pacote de "movimentos radicais do reconstrucionismo", dizendo que são teologias de poderio político que defendem a aplicação de leis civis dadas a Israel no Antigo Testamento (que ainda devam ser implementadas ou adaptadas as nações modernas). O que ele chama de reconstrucionismo, na verdade está se referindo à Teonomia (o governo da Lei de Deus) de forma bem superficial e mal colocada. Leiam os livros das Monergismo sobre o tema, recomendo. Vou colocar aqui um trecho do livro "Cristianismo & Capitalismo" do Rushdoony (traduzido pelo Felipe Sabino e publicado pela Monergismo) para dar uma ideia da linha de pensamento dele. "Quando confrontado pelo crime, ruína ou fracasso de um homem, tu atribuis a responsabilidade às circunstâncias, à família, às outras pessoas, ao sistema econômico, ou a qualquer outra coisa que não a culpa individual? Se sim, parabéns! Tu passaste pelo primeiro teste básico do socialismo: não responsabilizarás o homem nem o chamarás de pecador, mas o escusarás colocando a culpa em seu ambiente. Tudo que o socialismo precisa para ter sucesso é que as pessoas creiam nisso. Se tu crês que a Bíblia está certa, e que o homem é responsável, então tentarás mudar os homens trazendo-os a Cristo e a uma fé e caráter piedosos. Se tu crês que não é o homem, mas o ambiente que deve ser responsabilizado, então tu te esforçarás para mudar o homem transformando o ambiente, por leis ou revolução. Tua esperança para o homem estará nos atos do Congresso e na revolução social." Bem diferente da conclusão do Yago lá no inicio, concordam? Até aqui já tirei uma estrela. Depois ele faz algumas comparações escatologicas do bolsonaro com o livro do Apocalipse (Biblia), que achei um pouco viajadas e até indo contra a própria crítica dele sobre usar passagens fora de contexto para atribuir a Bolsonaro. Mais adiante ele cita frases do Joel Pinheiro para argumentar contra o Olavo de Carvalho (acho que ele tinha outros melhores para citar...) e no final termina com aquela conclusão rídicula de "novas frentes políticas realmente conservadoras e liberais", ou seja, "mais estado".
Dou 3 estrelas.
Uma curiosidade: Ele fez a pós-graduação dele em economia austríaca com o Eduardo Bolsonaro (antes do Bolsonaro ser eleito). Foi da mesma sala dele. O Eduardo pelo jeito não aprendeu nada rs
"Bolsonaro não ama a Cristo; Bolsonaro não demonstra Jesus em sua vida; Bolsonaro não parece seguir a Deus em suas políticas; Deus, para ele e sua equipe, é um mero slogan eleitoral; Bolsonaro usa o nome de Deus em vão em troca de votos, profana o nome do Senhor na tentativa de enganar membros de igreja."
O livro tem como objetivo responder à pergunta: o que é e como surgiu o bolsonarismo?
É interessante a análise teológica envolvida na imagem do bolsonaro que o Yago apresenta. É um movimento fortemente associado à religião de modo que se alguém não apoia o movimento também deixa de apoiar ou é excluído do grupo religioso que hoje apoia a vertente política.
Alguns pontos eu gostei muito, como ver o autor citando Karl Popper e Umberto Eco para explicar como que os seguidores do bolsonarismo lidam com as constantes mentiras e mudanças de discurso que o bolsonaro produz em suas conspirações.
Porém, na parte de explicar sobre quem tem a culpa no bolsonarismo o autor tenta colocá-la somente na esquerda, que é classificada como autora de atos com objetivo de forçar valores não cristãos em cristãos, mas não há nenhuma nota ou fonte citada no e-book para tal afirmação. Isso é um ponto que pesa demais, existem momentos em que o Yago expressa a opinião dele, baseando-se em fatos que não possuem nota e nem contexto, um erro grave.
Em outros pontos achei que o livro perde a coerência. Pois o objetivo de explicar essa religião acaba sendo deixado de lado para explicar o contexto da eleição e, apesar de serem relacionados, não se parecem coerentes, principalmente quando os culpados são grupos fora das religiões envolvidas.
No mais, pela crítica teológica vale a pena a ser lido e tem excelentes citações e notas (apesar de ser um livro pequeno). Já pela crítica política deixa muito a desejar e faltam fontes e referências importantes.
Concordo e muito com o que foi escrito por Yago. Esse negócio de endeusar homens e ainda mais políticos, nunca terminou bem. As pessoas precisam acordar pra realidade. Talvez o começo possa se dar através da leitura dezse livro. Adorar apenas a Jesus Cristo. Homem algum é digno de adoração. É por isso que estamos na situação que estamos. Em quê a sua vida verdadeiramente melhorou com esse governo? Na Bíblia diz em Romanoa 12:15, que devemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Os nossos governantes têm demonstrando alguma piedade Cristã? Se um Pai, Mãe ou Filho seu tivesse morrido e alguém chegasse pra você e disesse: "Chega de Mi Mi Mi, Vai ficar Chorando até quando?" Ou " E Daí? Não sou Coveiro", o que você diria a uma pessoa dessas? Seriam essas palavras de consolo de um Cristão? Os Cristãos precisam parar de pensar com a cabeça dos pastores, pedir Discernimento a Deus e pensar com a Mente de Cristo. Que Deus tenha misericórdia do seu povo, pois o mesmo Deus diz em Oseias 4:6: "Meu povo foi destruído por falta de conhecimento. Uma vez que vocês rejeitaram o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que vocês ignoraram a lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos". Que Deus tenha Misericórdia do Brasil!!.
O bolsonarismo tornou-se mais que uma tentativa nacionalista de acabar com o Comunismo no Brasil e instaurar um governo conservador. Tornou-se uma verdadeira seita, que tem como líder máximo alguém que não pode ser criticado, que todos os seus atos são justificáveis em favor de um objetivo, mesmo que para isso tenha que estar em pé de igualdade com Cristo.
O Conservadorismo fala de respeito às instituições, aos estabelecimentos democráticos, aos freios e contrapontos e à liberdade civil, algo que esta nova direita com carácter identitário tenta consecutivamente minar com um discurso divisor mascarado de reformista. Bolsonaro faz parte da resposta global da direita radicalizada contra a hegemonia de esquerda, que em vários países tornou-se um parasita em várias instituições e assustou o status quo em vários assuntos sociais e económicos. Foi uma esquerda que também se radicalizou, com uma história de reformas económicas e recessões que trouxeram miséria, e por falta de soluções, abraçaram todo e qualquer tipo de ideologia identitária de forma a manter o seu eleitorado. Seria natural uma resposta da direita que, para competir, tivesse de adotar estratégias similares ao carácter revolucionário de esquerda, embora cunhado com credos religiosos. Se o PT rebaixava Jesus para o encaixar no político, agora o bolsonarismo eleva o político para o encaixar em Jesus.
É verdade que discursos de Bolsonaro foram deturpados para servir uma contra narrativa eleitoral, mas sendo este um político de estirpe populista, as mentiras fazem uma maior parte do menu do que é normal noutros meios políticos. O canal do Twitter @desmentindobozo fez um excelente trabalho de fiscalização pública do Presidente. No entanto Yago foca-se na personalidade de Bolsonaro como político que usa o nome de Deus e a religião de uma forma que faz lembrar os autoritários de outrora, claramente usando o eleitorado e instituições religiosas para se elevar a um patamar onde qualquer questionamento ou crítica aos seus feitos não seja considerada parte do processo democrático, mas sim o equivalente a heresia.
Bolsonaro se vendeu várias vezes como um bom cristão em discurso e nas redes sociais. Postagens de versículos, clamores pelas bênçãos de Deus, alianças com líderes evangélicos e fotos em momentos de oração. Isto é comum no meio político e em nada retira o mérito de Bolsonaro o cidadão abrir um pouco a janela da sua vida privada para se humanizar perante o eleitorado. Conquanto Bolsonaro elevou a profanação aos símbolos da fé a um novo nível. No dia 12 de Abril, Domingo de Páscoa, ele comparou a facada que recebeu com a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Faz uso de profanação messiânica e até à escrita deste ensaio, ele parece ter aceitado Jesus meia dúzia de vezes.
Ao clamar “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” o governo Bolsonaro, a partir do seu núcleo ideológico, usa o nome de Deus em vão, solicitando a colaboração das igrejas cristãs. Com um discurso de bem contra o mal – típico de líderes populistas – Bolsonaro passou a usar a língua da batalha espiritual que é tão comum nas igrejas neopentecostais, e também presente no catolicismo romano da renovação carismática. São discursos incrivelmente poderosos e mobilizadores dentro da igreja que, juntamente com o elemento político, cria uma espécie de elite e “braço armado” em volta dos líderes. Isto permite mascarar ainda melhor o que é comum na política: políticos que falam contra o casamento gay estando no terceiro ou quarto casamento, ou contra o aborto enquanto defendem péssimas políticas sanitárias; falam contra a liberalização das drogas enquanto protegem a vida boémia dos seus filhos. Este cristianismo cultural faz com que descrentes confundam o que é um verdadeiro projeto de sociedade cristã com qualquer política chamada de conservadora.
Com isto Bolsonaro não é louvado principalmente pelo que faz mas pelos seus credos. Defender Bolsonaro torna-se uma resposta automática e toda a acção pouco ou nada cristã é tolerável, citando com habitual cliché a história do Rei David, um herói bíblico com (vis) falhas. Na perspetiva dos bolsonaristas, a cultura e as instituições estão tomadas por comunistas, incluindo os liberais e os conservadores moderados como adversários políticos por estes terem alegadamente vergado perante a pressão comunista. O sistema de ensino brasileiro certamente foi influenciado pelo teorista crítico Paulo Freire, feitos altamente ignorados até tarde demais, enquanto a ditadura militar caçava guerrilheiros no mato. Mas não vejo como justifica o romantismo bolsonarista pela política militar, que acabou em ditadura e desrespeito por direitos humanos. Conservadorismo vive o presente e olha para o passado com sabedoria. O bolsonarismo olha para o passado com saudosismo e menospreza a modernidade.
Para ser franco, não sou particularmente fã do autor deste ensaio, a principal razão sendo que eu simplesmente não acompanho o seu canal, pelo menos assiduamente. Contudo a reflexão aqui feita foi sólida e sóbria.
4,5 "o bolsonarismo, segundo a forma que podemos ler, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, é uma religião? Sim, pelo modo como as pessoas ergueram Bolsonaro e a ideologia bolsonarista, a ponto de prestar serviço exclusivo às pessoas e aos ideais que fomentam a agenda de Bolsonaro; pela forma como a política bolsonarista passou a ser dotada de valor superior a qualquer outro valor de vida, convertendo-se num tipo de cosmovisão em que toda a existência se submete aos próprios ideais (inclusive na escolha de remédios e tratamentos médicos); a partir do momento em que essas questões políticas em volta do presidente são alvos de preocupação exagerada e se tornam objeto central das conversas, do que é compartilhado no WhatsApp, das reuniões em família e das leituras diárias; a partir do momento em que muita glória e esplendor são envolvidos na figura de um governo messiânico e os desejos acabam se tornando desordenados, a ponto de gerar violência; a partir do momento que o mundo é visto como oportunidade de militância em uma atividade fixa pelos conflitos da política partidária e abominações e iniquidades são justificadas, e até praticadas, em nome do presidente, em uma dedicação por vezes doentia, enquanto Bolsonaro se torna sua glória e a concretização da sua política se torna sua motivação; quando parece que tudo isso está em primeiro lugar como um tipo de paixão, de desejo descontrolado, e a vida acaba resumida a isso, a ponto de torcer e profanar os elementos bíblicos em nome de um presidente — enfim, não há outro nome que possa ser dado a esse fenômeno que não seja religião."
Martins, Yago; Martins, Yago. A religião do bolsonarismo: um ensaio teológico (p. 56). Episteme. Edição do Kindle.
Como o próprio Yago diz já na introdução o objetivo do livro é "alertar cristãos sobre o perigo teológico do apoio incondicional a uma figura política, escancarar as profanações espirituais do bolsonarismo e deixar um registro literário dos aspectos religiosos do projeto de poder bolsonarista."
Eu nem tenho muito o que dizer, porque é exatamente isso que ele faz ao longo dos 4 capítulos. Muitas pessoas, infelizmente em sua maioria os cristãos, vêem em Bolsonaro um tipo de Cristo - um mártir, no livro o Yago cita em vários momentos como ministros, pastores e muitos outros usavam passagens bíblicas direcionadas ao próprio presidente como se ele fosse o profeta enviado, O salvador da pátria. Uma das partes que eu achei mais interessante é sobre a questão de não podermos discordar do presidente. Parafraseando o autor "a menos que você seja um eleitor incondicional de Bolsonaro, ou seja não discorde de nada que ele faz ou fala, incluindo os mais absurdos, então você é comunista." A idolatria ao presidente cegou as pessoas. Usando novamente um trecho do livro, Yago diz "Você pode achar um político melhor que outro. Você pode dar seu voto. Mas você não dá sua devoção. Deus acima de todos, até do presidente."
Bom, acho que vale sim a leitura, leia com a mente aberta a ouvir idéias que podem ser diferente das suas e lembre-se: Você não precisa concordar com tudo o que ler.
It's great to see religious people talking about this subject and opening their eyes to this kind of cult that Bolsonarism has become, but at the same time the author is not very objective and more than once invents information - as an example, right in the first pages he says that Haddad was at the forefront in the polls and that was not exactly what happened – the book started well but the conclusion was pure capitalist bullshit.
The book has such great development to ended up with the author trying to make a loose comparison between communism and bolsonarismo. It's laughable, I'm sorry. And I understand that the author is a pastor and this part is important for Christians but for a political book I found it a little incoherent for him to pass the whole reading saying how bolsonaristas use biblical phrases to favor the candidate they're obsessed eith and ending up up doing the same thing.
Anyway, despite being such a capitalist and republican juice and me having different opinions on some points – mainly in relation to how Bolsonarism gained strength so quickly – it is very important that more social masses free themselves from the clutches of Bolsonarist fascism. Viva la revolucion y viva la classe trabajadora. Bolsonaro nunca mais.
É uma leitura rápida, agradável e de fácil compreensão. Yago é sucinto e preciso em mostrar como o governo de Bolsonaro alimenta seus eleitores com religiosidade de forma intencional e maléfica. Isso nos leva a perceber como pessoas que se dizem cristãs, estão abandonando ao nosso verdadeiro Senhor, Cristo Jesus, e se debruçam e adoram à uma figura que se prova cada vez mais anti cristã. Já dizia Eles Regina, "Nossos ídolos ainda são os mesmos" e infelizmente é um cenário tipicamente brasileiro. Trocamos o ídolo da esquerda por um da direita que todos os dias ofende a Palavra de Deus, seja ao proferi-la erroneamente ou com seus atos perversos.
A religião do bolsonarismo, faz uma crítica a idolatria construída em torno do atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, uma crítica ácida e importante, que mostra o quão preocupante é a apropriação indevida e a distorção das Sagradas Escrituras, em um patamar nunca antes visto. E se esse livro te ofendeu, é porque provavelmente em algum nível seu coração foi atraído pela narrativa construída por Bolsonaro e os seus.
O livro é um bom alerta sobre a idolatria que existe dentro do meio cristão ao governo e à pessoa de Bolsonaro. Yago faz um bom trabalho comparando alguns aspectos do bolsonarismo a uma "seita cristã". Portanto, não importa qual seja sua posição no espectro político, se você é cristão, o livro fala diretamente contigo.
Logo na introdução ele cita os objetivos do livro: "Esta obra tem objetivos humildes: alertar cristãos sobre o perigo teológico do apoio incondicional a uma figura política, escancarar as profanações espirituais do bolsonarismo e deixar um registro literário dos aspectos religiosos do projeto de poder bolsonarista."
Embora tenha alguns momentos de exagero com relação a certos exemplos de "profanação espiritual", o livro entrega o que promete na introdução.
Apesar do título, Yago não acusa de forma generalizada todos os eleitores de Bolsonaro de idolatria. Ele informa que o problema que existe, existe em determinados círculos da igreja cristã (evangélica e católica, mas principalmente evangélica) brasileira. Mas não chama todo aquele que votou no presidente de idólatra (até mesmo pq o próprio autor declara que votou em Bolsonaro nas eleições de 2018).
Pra concluir, escolhi um dos meus trechos favoritos do livro e que resume em parte a conclusão do autor:
"Muitos são os sinais de que damos a César o que é de Deus.
É quando nos dispomos a seguir a César incondicionalmente. É quando proclamamos com insistência. É quando defendemos com pressa, quando fechamos os olhos para os defeitos — e quando os defeitos se acumulam, tratamos como pouco importantes.
É quando julgamos o adversário como o mal absoluto, quando achamos que só́ nosso político preferido pode nos salvar, quando ele nos preocupa, quando ele move a história para uma batalha cósmica entre bem e mal, quando nos dedicamos a ler sobre ele mais que sobre qualquer outra coisa, quando nos congregamos em torno de quem também o ama e tratamos como inferiores quem está fora do grupo. É quando quem discorda é canalha, quando quem muda de ideia vira traidor, quando excomungo para fora da minha vida quem não o trata do mesmo modo.
Tudo pode se tornar um deus em nossos corações. Esposas, filhos, alimentos, prazeres, recursos, opiniões, sonhos... dizem que há mais ídolos que realidades no mundo.
Você pode achar um político melhor que outro. Você pode dar seu voto. Mas você não dá sua devoção.