No início da década de 90, várias crianças desapareceram no Paraná. Em 6 de abril de 1992, na cidade de Guaratuba, litoral do estado, foi a vez do menino Evandro Ramos Caetano, de 6 anos. Poucos dias depois, seu corpo foi encontrado sem mãos, cabelos e vísceras, o que levou à suspeita de que ele fora sacrificado num ritual satânico. Passados três meses, numa reviravolta que deixou até os investigadores atônitos, sete pessoas — incluindo a esposa e a filha do prefeito da cidade — foram presas e confessaram o crime. O caso, que ficou conhecido como "As bruxas de Guaratuba", teve imensa repercussão. Especulações sobre o crime diabólico preencheram páginas e mais páginas de jornais, e ocuparam a programação televisiva. Os desdobramentos judiciais se estenderam por cerca de três décadas. Neste livro reportagem, criado a partir da pesquisa feita para a quarta temporada do podcast Projeto Humanos, Ivan Mizanzuk conta como procedimentos investigativos contestáveis e denúncias de tortura puseram em xeque a validade não apenas do trabalho policial, mas também das confissões dos supostos culpados.
É mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP, doutorando em Tecnologia pela UTFPR e professor de história da arte e design em Curitiba-PR. É também autor do livro Até o Fim da Queda e host do AntiCast, podcast sobre design, comunicação e cultura. Você pode encontrá-lo em vários lugares: Twitter @mizanzuk Facebook /ivan.mizanzuk Instagram @mizanzuk Blog www.anticast.com.br
"o que mais me assusta, de longe, é como pessoas que deveriam nos proteger podem causar desgraça em tantas vidas. esse inferno material, físico, me assusta mais do que qualquer ideia de punição divina no pós-vida — ou do que lendas sobre bruxas e bruxos."
eu já era fã do ivan, mas é necessário que eu frise aqui o quanto essa admiração se intensificou após a leitura deste que é um dos melhores projetos de pesquisa que já tive o privilégio de ler. brilhante, de todas as maneiras possíveis.
O melhor trabalho investigativo dos últimos tempos. Apesar de conhecer bem o caso pelo podcast e pela série documental, o livro ainda traz muitos detalhes interessantes e com uma linguagem que funcionou muito bem nesse tipo de mídia.
que trabalho de pesquisa foda esse que o Ivan Mizanzuk fez com uma galera. que livro completo e interessantíssimo. não sabia muito do caso então fiquei em choque com muitas coisas relatadas. livraço! valeu a pena ler com toda a atenção possível esses dias.
Provavelmente a leitura mais densa que tive até agora, mas também um dos melhores livros que encontrei.
A escrita e narração de Ivan é algo diabólico, num sentido figurativo não tão próximo da definição da palavra. Você se perde nas dissertações, nos detalhes e nas longas informações sobre um caso criminal. É apreensivo, tenebroso e desolador, sentimentos que só vem à tona quando você se dá uma pausa para respirar todo aquele ar que estava mantendo dentro de si, após se perder entre tantas páginas.
Ivan mostra toda sua dedicação por seu trabalho não apenas nas páginas finais, mas desde a primeira linha deste livro ou o primeiro segundo do podcast.
Foram sete dias excruciantes lendo este aqui (sete dias divididos pelo ano todo), mas posso garantir que se um dia o precisasse para estudos, eu leria tudo de novo.
"Quando criança, na mesma época em que eu achava que a lua estava caindo, como toda criança que estudou numa escola católica, eu tinha medo do diabo. Um dia, meu pai, vendo meu terror, disse-me que a gente tem que ter medo é dos vivos. E por isso, ainda criança, eu comecei a decorar todos os telefones e endereços das casas em que moramos. Meu pai provavelmente não sabia o quanto estava certo. Eu também não. Agora acho que entendo um pouco mais. Não sei se isso é bom." - páginas 408 e 409, livro físico
O Caso Evandro tece uma linha fina entre a recente democracia e os obscuros dias da ditadura. A violência policial, a recorrente tortura e trágica morte do menino Evandro são partes da tragédia destrinchada nas mais de 400 páginas da obra. Ivan entrega um trabalho excelente e uma investigação minunciosa e imparcial, e o podcast com certeza ficará marcado como um dos maiores trabalhos investigativos da história recente.
Tenho sérios problemas com podcasts, definitivamente não são o meu tipo de mídia, então mesmo muito interessado no caso Evandro, só pude conhecer o trabalho do Ivan Mizanzuk quando ele se tornou um documentário seriado e agora esse livro. Termino a leitura impactado da mesma forma que o documentário, e mesmo já sabendo o que lia a indignação foi igual. Cabe aqui apenas exaltar o trabalho minucioso do Ivan frente a bagunça que foi feita da investigação do desaparecimento do menino Evandro. Além do cuidado e o respeito com todos os elementos, investigados, condenados, suspeitos, autos, provas e testemunhas desse processo, certamente um exemplo pra que se leve a sério o trabalho investigativo, tanto policial quanto jornalístico.
Acredito que o ponto mais importante é enxergarmos esse documento também como uma denúncia as irregularidades policiais, principalmente a militar, que ainda hoje carrega seus vícios ditatoriais, ao sensacionalismo midiático e a intolerância religiosa. Grande Ivan!
Caso de crime real da década de 1990 que por si só já é bizarro, mas os desdobramentos investigativos e jurídicos deixam qualquer um indignado. O autor passa muita confiança em sua extensa e detalhada pesquisa, citando as fontes com o mesmo esmero de uma tese de dissertação. Porém esse mesmo esmero torna o livro um pouco cansativo de ler, com trechos densos de comparações (que talvez fosse interessante lançar mão de tabelas ou outros apoios gráficos) e também informações repetitivas ao longo do livro. A edição em si é bonita e com uma letra confortável para ler.
“(…) o que mais me assusta não é apenas a suspeita de haver um serial killer de crianças à solta por aí, muito menos a possível existência de seitas satânicas. O que mais me assusta, de longe, é como pessoas que deveriam nos proteger podem causar desgraça em tantas vidas. Esse inferno material, físico, me assusta mais do que qualquer ideia de punição divina no pós-vida - ou do que qualquer lenda sobre bruxas e bruxos”.
é no mínimo foda quando a gente encontra livros com uma pesquisa tão bem feita e detalhista, em uma linguagem acessível, se preocupando em passar a verdade (dentro do possível no show de horrores que foi a investigação desse caso em 1992) e deixando o sensacionalismo 100% de lado. toda minha admiração ao ivan.
Não tenho palavras para descrever o quão bem escrito e pesquisado foi esse livro, minha admiração pelo Ivan só aumentou e o compromisso dele com a verdade e a sensibilidade com a família Bossi, só fez o livro ser ainda melhor.
impossível dar outra nota que não seja 5 estrelas pra esse livro. uma pesquisa tão bem elaborada e que traz tantos temas importantes que é até difícil colocar em palavras. apenas leiam.
acho que esse é uma das únicas produções de true crime que retratam a história com verdadeiro respeito e cuidado com as vítimas e as famílias. numa realidade de produções que reproduzem certos crimes de forma sensacionalistas e midiática, o trabalho do Ivan é uma esperança para a não-ficção.
Digo e repito nunca vão fazer um material melhor sobre esse caso do que o Projeto Humanos. E por isso, minhas expectativas estavam bem baixas em relação ao livro, mas devo dizer que, na verdade, elas foram superadas. Parabéns e obrigado, Ivan. Você mudou a vida de muitas pessoas.
Eu realmente acho que o Caso Evandro é um dos casos mais complexos da criminologia. E pelo menos é o caso mais complexo que eu conheço. Por que se fosse só sobre a morte do Evandro já seria complexo (sequestro e assassinato cruel de uma criança), mas quanto mais tempo você dedica a ouvir sobre o caso, mais ele vai desmembrando em mais cápitulos inacreditáveis.
Eu ouvi o caso Evandro entre maio e junho, tudo de uma vez. Escutava no estágio, no transporte, fazendo exercício… enfim. Eu escutava sem parar. O dia em que eu ouvi o último capítulo foi o dia que divulgaram que o corpo encontrado em 93 era do Leandro. Algumas semanas depois veio a Bienal e eu resolvi comprar o livro. Demorei um pouco pra ler (até porque achei que ia ser como ler um livro logo depois de ver um filme sabe?), ai agora em dezembro escutei O Pico dos Marins e me deu saudades do Caso Evandro - falar essa frase é muito estranho, mas é meio que isso mesmo - é tão maluco, mas por mais triste e traumatizante escutar O Caso Evandro me trazia tantos sentimentos diversos que eu senti saudades de escutar o podcast (além, é claro, do podcast ser uma maravilha das artes narrativas, eu sou completamente sem palavras em relação a isso).
Mas chega, tô aqui pra falar do livro. Quando eu comecei esse livro eu achei que fosse só me relembrar do que eu vi no podcast. Mas acho que não foi o que aconteceu. Eu acho que o Ivan conseguiu criar duas narrativas sobre o mesmo assunto que não são a mesma (o que eu acho que não é nada fácil).
Acho que se você tem estômago fraco ou por algum motivo ou falha não gosta de ouvir podcast esse livro até chega a “substituir” o podcast, mas não é a mesma experiência - mesma coisa com a série. Ah, e eu digo estomago fraco principalmente lá no episódio 7 segundos - por que ler sobre tortura é bem mais leve do que perceber na voz do torturado o que eles tavam sofrendo.
Acho que as 3 obras se diferem principalmente pelas vozes. O livro é muito mais a voz do Ivan e eu acho que é isso que faz ele tão distinto e tão bom, enquanto na série, a voz do Ivan é menor e no podcast a divisão entre as vozes é mais parelha.
Tá, mas e o conteúdo?
Rapidamente aqui, falando do caso em linhas gerais: um garoto é sequestrado, encontrado morto alguns dias depois, passam-se 2 meses sem grandes novidades. Um tio/primo do menino começa a acusar a família do prefeito de ser culpada por conta de 1. Proximidade com os investigadores 2. Proximidade com religiões afro-brasileiras 3. Tretas políticas locais da década de 70/80, vai na policia militar por achar que a civil tá comprada pelo prefeito (detalhe: polícia militar não pode fazer investigação). Ai de repente 7 pessoas são presas em 3 dias: dois pais de santo, um artesão, o vizinho de um dos pais de santo, um cara que trabalhava na serralheria do prefeito, e a filha e a mulher do prefeito. Dos sete, cinco tinham confessado o crime, só que na semana seguinte todos os cinco passaram a dizer que confessaram sob tortura. E a partir daqui o caso é muito mais sobre os 5 do que sobre o Evandro, por mais triste que isso possa parecer. O que você precisa saber é que todos os 5 que confessaram foram condenados em um momento ou outro (no caso das Abagge elas foram absolvidas por dúvidas sobre a identidade do corpo, mas depois a filha voltou a ser condenada), até que em 2019 o Ivan foi responsável por encontrar as “fitas originais” das confissões, o que conirmou finalmente a tortura, e deixou claro que as condenações estão erradas. A essa altura todo mundo tinha saído da prisão - menos o Vicente de Paula, que morreu na prisão.
No fim, isso tudo acaba por destruir a vida de muuuuuuita gente e não traz solução ou justiça a ninguém. O assassinato nunca foi resolvido. Os responsáveis pelas torturas nunca sofreram as consequências. Um horror. E sério o número de policiais do caso envolvidos em esquemas de corrupção é desanimador. A impressão que passa quando você termina tudo é que não dá pra depender da polícia, o que é algo horrível pro país todinho. Ninguém parece interessado em garantir uma investigação digna pra ninguém. Além de preconceito religioso a rodo.
Precisando ler algo pra me devolver a crença na humanidade depois dessa. Sinceramente.
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Enquanto eu acompanhava os episódios do podcast "O caso Evandro", ficava pensando em como tudo aquilo era ao mesmo tempo fascinante e assustador, e sobre quantas vidas foram afetadas com tudo que ocorreu. Quando eu soube que o genial Ivan Mizanzuk lançaria também um livro sobre o caso, fiquei esperando ansiosamente a pré-venda, e o comprei logo nos primeiros dias. E foi uma das melhores coisas que fiz, ainda que o sentimento que fique ao final da leitura não seja exatamente positivo. Sim, há ao menos algum tipo de justiça, mesmo que após 30 anos, possibilitada pelo autor, e sua fonte anônima, que trouxeram à tona as tão impactantes fitas exibidas no episódio 25 do podcast... Mas há também o sentimento de impotência, por sabermos que a atuação do grupo Águia, mais do que devastar a vida de 7 inocentes, bem como de seus familiares e amigos, provavelmente também acabou de vez com as chances do caso ser solucionado. Algo que me marcou profundamente, foi estar lendo esse livro durante o mês de junho de 2022, quando Leandro Bossi, cujo caso de entrelaça constantemente com o de Evandro, foi identificado, naquele que deve se tornar um dos episódios mais vergonhosos de nosso país... Que nunca esqueçamos de casos como o de Evandro Ramos Caetano e de Leandro Bossi, e que um dia, quem sabe, possa haver alguma justiça para suas famílias, por mais que seja difícil ter esperanças nesse momento.
O livro O Caso Evandro é uma versão mais bem tratada do inquérito policial ocorrido nos anos 90, no Paraná.
A história que ganhou fama nacional - o sequestro e morte do menino - pode avivar a memória daqueles com mais de trinta anos. Especialmente porque o autor faz várias menções e, em certos momentos, até transcrições de reportagens da época.
O texto em si é limpo; Mizanzuk retirou o pendor de sua opinião presente nos últimos episódios do podcast e o clima sensacionalista da série. Há também transcrições completas dos depoimentos a que ele se refere e fotos dos locais.
Uma característica a ser ressaltada é que não há pseudônimos ou omissões já que tudo foi retirado de entrevistas ou dos autos dos processos, ou seja, é possível reconhecer nomes da política atual e várias conexões que aqueles da região podem facilmente identificar.
Concordar ou discordar com a tese do autor sobre os fatos ocorridos é, talvez, mais um resultado geográfico ou etário do que argumentativo. Juízos que hoje são lugar comum em certos meios, definitivamente não o eram na época.
A única ressalva fica justamente pelo teor: não é para os fracos de espírito... ou estômago.
Terminei O Caso Evandro e só tenho a dizer que Ivan Mizanzuk é o cara! Já havia escutado o podcast e assistido a série na Globoplay, mas o livro veio para consolidar e esclarecer todos os pontos que ainda não haviam ficado claros na minha mente. Durante toda a leitura, só cresceu a revolta e a incredulidade sobre como a ânsia de condenar "desafetos" foi muito mais poderosa que a busca pela verdade. Um exemplo claro de como o ódio cega e todos os atos são justificados se estiverem de acordo com o seu ponto de vista. Será que chegará um dia em que finalmente entenderemos que não, os fins não justificam os meios! E enquanto guerreamos para "provar" o que acreditamos, a verdade escorre pelas nossas mãos. Toda essa história me lembra muito o caso do Trio de West Memphis, em que temos tudo o que vimos no Caso Evandro: pânico satânico, ignorância, preconceito, confissões obtidas ilegalmente e verdadeiros culpados à solta. Fora isso, somente tenho a dizer que apesar de Ivan não ser jornalista de formação, este é um dos melhores trabalhos jornalísticos que já vi! #justiçaparaossetedeguaratuba
Conheci O Caso Evandro pelo podcast de mesmo nome. Não era fã de conteúdo true crime (ainda não sou), mas a construção narrativa do Ivan acabou me conquistando nos mais de 40 episódios e conteúdos. Seu trabalho jornalístico e investigativo é admirável, do jeito que o jornalismo de fato deveria ser, sério e respeitoso. Ler o livro depois de ter acompanhado o podcast foi revisitar esse longo trabalho do Ivan e sentir no âmago novamente uma fração centesimal da angústia e da dor pelas quais as vítimas passaram. O livro é denso, é pesado e recheadíssimo de informações. Demorei a ler e mais ainda a digeri-lo. Diferentemente do podcast, não há trilha sonora, trechos de áudios, então pode se tornar uma leitura mais árdua. Mas, independentemente de ser um conteúdo que seja consumido em livro, podcast ou minissérie, o que fica evidente em todas as versões é o primor do trabalho realizado pelo Ivan.
O livro é muito bem escrito e traz uma história cheia de personagens e dúvidas! Ivan faz um trabalho excepcional, tanto no podcast quanto no livro! Inclusive, prova as alegações de torturas sofridas, trazendo um pouco de alento àquelas pessoas que tanto sofreram com essa história. Nas páginas do livro, Ivan mostra como a polícia brasileira é despreparada e como a maioria dos homicídios no Brasil não são solucionados! Além disso, mostra o papel do jornalismo sensacionalista sobre seitas satânicas que rondavam os anos 90 com o desaparecimento de crianças no país. No mais, Ivan fez um trabalho de investigação muito importante e de grande qualidade. Espero que o caso seja solucionado um dia e traga justiça para a família!
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Muito bom. Assim, é uma leitura bem densa, com muita informação, então precisa ler com atenção pra entender tudo, porque é bem complexo mesmo. Fui lendo o livro no meu tempo, dando umas pausas em alguns momentos, porque realmente acaba cansando um pouco o volume de informação. Porém que livro bom! Além do caso em si, faz a gente refletir sobre o papel da mídia nas investigações criminais, o quanto a mídia pode acabar manipulando, o quanto nem sempre a polícia é totalmente confiável como deveria ser. Enfim, eu sempre fico revoltada com histórias de gente sendo condenada sem provas, porque parece que a máxima "inocente até que provem o contrário" se inverte. E o quão assustadora é essa premissa, pois faz com que qualquer cidadão esteja sujeito a passar por isso.
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É muito difícil resenhar o caso Evandro, como qualquer livro de crime real. Evandro tinha apenas sete anos quando foi tirado da sua família e morto de uma forma brutal. O caso ainda não foi encerrado e está cercado de acontecimentos vergonhosos para justiça brasileira. Tortura, corrupção, intolerância religiosa e etc.
Ivan Mizanzuk construiu um verdadeiro dossiê sobre o caso, trouxe páginas do inquérito policial, transcrições de depoimentos e audiências. É um livro denso, com uma leitura arrastada diante de detalhes minuciosos.
Para os fãs de criminologia com experiência sei que irão gostar, para os que ainda não leram nada da área pode ser difícil seguir com leitura.
esse foi de longe o livro mais difícil e pesado que eu li na vida. esse caso acabou comigo. o ivan fez um trabalho de investigação incrível e fico muito feliz dele ter se dedicado tanto pra mostrar a verdade e ajudar os 7 inocentes de guaratuba. uma pena que não teve (e provavelmente nunca vai ter) justiça por evandro, leandro e outras crianças desaparecidas e um provável serial killer ficou impune, tudo isso graças ao maluco do caralho do diógenes e de uma polícia torturadora e criminosa. dito isso: o livro é incrível, mas tem que ter estômago (como eu não tenho provavelmente ficarei doida pro resto da minha vida)
li o livro após ter assistido a série e ouvido a temporada do podcast, e é interessante como ainda assim, a pesquisa apresentada (e o livro em si) serviu como complemento de compreensão desse caso que é tão complexo e cheio de desdobramentos. em nenhum momento senti incômodo por ler “algo que já sabia”. na realidade foi o contrário, através da escrita compreendi melhor o que antes havia ficado confuso subconscientemente sem nem ao menos perceber. pesquisa e trabalho impecáveis. parabéns ivan!
é um livro muito bem pesquisado e muito bem escrito, um dos melhores que já li sobre casos criminais.
"o que mais me assusta, de longe, é como pessoas que deveriam nos proteger podem causar desgraça em tantas vidas. esse inferno material, físico, me assusta mais do que qualquer ideia de punição divina no pós-vida — ou do que lendas sobre bruxas e bruxos."
"quando criança, na mesma época em que eu achava que a lua estava caindo, como toda criança que estudou numa escola católica, eu tinha medo do diabo. um dia, meu pai, vendo meu terror, disse-me que a gente tem que ter medo é dos vivos."
que livro fenomenal. muito respeito e admiração pelo ivan. que trabalho importante.
livro PESSIMO. adoro true crime e livros de não ficção, mas qualquer um que achar isso aqui bom nunca leu um livro de investigação bom puta que pariu. história NADA envolvente, linha de acontecimentos confusa e pouquíssimo a acrescentar na história ja conhecida. BOMBA