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Integrado Marginal: Biografia de José Cardoso Pires
José Cardoso Pires: o custo humano da exatidão.
Notívago, boémio, brigão. Receoso de que a imagem pública lhe ensombrasse os méritos literários. Crítico do marialvismo. Acusado de ser marialva. Bem relacionado. Obcecado com a própria independência. O maior escritor da segunda metade do século XX. Um escritor datado e sem a mesma projeção internacional de um Lobo Antunes ou de um Saramago. Um espírito insubmisso. Um casamento duradouro. A convicção e a crença no próprio trabalho. Momentos de dúvida e angústia. Neste livro, vive um homem cuja personaldade foi formada no antagonismo. E um espírito que, apesar de amarrado a diversos ódios (ao campo, ao regime, à pequena burguesia da qual era originário, à literatura sentimental e demagógica, à polícia, à Igreja), nunca desistiu de Portugal e de ser escritor.
Da influência inicial da literatura anglo-saxónica, passando pela necessidade de encontrar uma "sintaxe citadina", ou pela importância de incorporar a experiência na criação literária sem cair no sentimentalismo ou no confessionalismo, até ao salazarismo enquanto quadro de mentalidades contra o qual toda a obra de Cardoso Pires se desenvolve, esta biografia dá a conhecer o processo de construção de um escritor.
Pela mão do destacado escritor Bruno Vieira Amaral, o leitor conhece a exigência obsessiva e quase doentia, a lentidão no processo de escrita e publicação e como isso entrava em contradição com a aspiração ao profissionalismo e com a insistência na dignificação do ofício de escritor que toda a vida José Cardoso Pires, o integrado marginal, defendeu.
Notívago, boémio, brigão. Receoso de que a imagem pública lhe ensombrasse os méritos literários. Crítico do marialvismo. Acusado de ser marialva. Bem relacionado. Obcecado com a própria independência. O maior escritor da segunda metade do século XX. Um escritor datado e sem a mesma projeção internacional de um Lobo Antunes ou de um Saramago. Um espírito insubmisso. Um casamento duradouro. A convicção e a crença no próprio trabalho. Momentos de dúvida e angústia. Neste livro, vive um homem cuja personaldade foi formada no antagonismo. E um espírito que, apesar de amarrado a diversos ódios (ao campo, ao regime, à pequena burguesia da qual era originário, à literatura sentimental e demagógica, à polícia, à Igreja), nunca desistiu de Portugal e de ser escritor.
Da influência inicial da literatura anglo-saxónica, passando pela necessidade de encontrar uma "sintaxe citadina", ou pela importância de incorporar a experiência na criação literária sem cair no sentimentalismo ou no confessionalismo, até ao salazarismo enquanto quadro de mentalidades contra o qual toda a obra de Cardoso Pires se desenvolve, esta biografia dá a conhecer o processo de construção de um escritor.
Pela mão do destacado escritor Bruno Vieira Amaral, o leitor conhece a exigência obsessiva e quase doentia, a lentidão no processo de escrita e publicação e como isso entrava em contradição com a aspiração ao profissionalismo e com a insistência na dignificação do ofício de escritor que toda a vida José Cardoso Pires, o integrado marginal, defendeu.
600 pages, Paperback
First published June 1, 2021
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About the author
Bruno Vieira Amaral
22 books101 followersBRUNO VIEIRA AMARAL nasceu em 1978 e licenciou-se em História Moderna e Contemporânea, pelo ISCTE. Em 2002, uma temerária incursão pela poesia valeu-lhe ser seleccionado para a Mostra Nacional de Jovens Criadores. Colaborou no DN Jovem, na revista Atlântico e no jornal i. É crítico literário, tradutor e autor do Guia para 50 Personagens da Ficção Portuguesa e do blogue Circo da Lama. O seu primeiro romance, As Primeiras Coisas, foi distinguido com o Prémio Literário Fernando Namora e com o Prémio Narrativa do PEN Clube. É editor-adjunto da revista LER e assessor de comunicação das editoras do Grupo Bertrand Círculo.
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Community Reviews
Displaying 1 - 18 of 18 reviews
January 20, 2022
Esta biografia minuciosa de José Cardoso Pires é também uma viagem social, política e literária a Portugal salazarista e pós ditadura.
Um livro muito completo (e complexo), sem dúvida, e que é tanto mais do que uma simples biografia.
Um livro muito completo (e complexo), sem dúvida, e que é tanto mais do que uma simples biografia.
August 1, 2023
Mês e meio depois, concluí esta viagem pela vida e obra de José Cardoso Pires. Tenho agora que ler ou reler alguma obra sua.
Gostei muito.
NOTA - 08/10
Gostei muito.
NOTA - 08/10
August 25, 2021
Belíssima biografia, muito bem escrita, desde logo. O percurso de vida de Cardoso Pires fez o resto. Foi um livro que me levou a várias paragens, para pesquisar imagens ou artigos que vinham a propósito do que lia. Talvez não se perdesse nada em ter algumas fotografias, mas hoje em dia a pesquisa no Google ajuda nessa parte.
August 5, 2021
Da colecção “Biografias de Grandes Figuras da Cultura Portuguesa Contemporânea”, com a chancela da Contraponto Editores, chega-me às mãos “Integrado Marginal”, retrato minucioso do escritor José Cardoso Pires, figura relevante das letras no Portugal do século passado. Escrito por Bruno Vieira Amaral, a biografia acompanha a vida e obra do escritor nascido em S. João do Peso, no concelho de Vila de Rei, a 02 de Outubro de 1925 e falecido em Lisboa, em 26 de Outubro de 1998, aos 73 anos. Ao longo de quase 600 páginas, o autor dá-nos conta do contexto familiar e da propensão de Cardoso Pires para as letras, dos primeiros escritos e da relação com o movimento neorrealista, das influências e evolução da sua obra, das preocupações sociais e políticas num Portugal tolhido pela repressão e ditadura salazaristas, da luta pela liberdade e pela democracia e da sua acção no pós-25 de Abril.
“Rebelde sem causa” nos tempos da adolescência e juventude, José Cardoso Pires notabilizou-se pelo seu lado brigão e por arrumar os assuntos “à cabeçada”, habilidade que haveria de aplicar vezes sem conta pela vida fora. Dos excessos com o tabaco e com a bebida, às noitadas nos bares e cabarés da capital, fica a ideia de uma personalidade libertina, boémia e impulsiva, mas fortemente ancorada nos valores da amizade e da cumplicidade. Os ambientes mais rasteiros e as figuras de carne e osso que neles se movimentam e sobrevivem acabaram por passar para as páginas dos seus livros, numa escrita depurada e contundente onde, sobretudo, importava aquilo que era dado a ver. Quem não gostava do que via e tinha o poder de cortar a direito era a censura que sobre o escritor exerceu uma constante vigilância, proibindo muitos dos seus escritos e apreendendo algumas das suas obras.
É nestes ambientes agitados, dignos do mais empolgante policial, que Bruno Vieira Amaral mergulha. Terá pela frente três anos de trabalho árduo, com alguns revezes de permeio, mas o resultado é francamente compensador. Ele, que sempre afirmou querer escrever “uma grande biografia”, tem aqui a prova de uma aposta ganha. “Integrado Marginal” é um livro genial, por aquilo que conta, mas, acima de tudo, pela forma como conta. Que Bruno Vieira Amaral é um artífice da palavra, sabemo-lo bem desde, pelo menos, “As Primeiras Coisas” ou esse marcante “Hoje Estarás Comigo no Paraíso”. Aqui, ele coloca todo o seu engenho e arte na maneira de dar a ver toda uma vida, tomando o leitor pela mão e mostrando-lhe os tempos e os modos de uma personalidade recheada de cambiantes como se de um filme se tratasse. Aliás, faz todo o sentido fazer esta colagem ao Cinema, porquanto a construção do livro reflecte um exercício de montagem criterioso, tanto naquilo que o seu autor decidiu aproveitar ou rejeitar, como na forma como hábitos, comportamentos, relações pessoais e casos de vida se entrelaçam com rigor, espontaneidade e fluidez.
Ainda dois aspectos que importa valorizar nesta biografia. Por um lado, o facto de não encontrarmos no livro, pelo menos declaradamente, qualquer traço de ficção. Bruno Vieira Amaral soube resistir estoicamente àquilo que terá sido uma enorme tentação e tudo o que nos é dado a ler é factual e resulta de milhares de horas de pesquisa exaustiva e das muitas conversas que manteve com figuras directa ou indirectamente implicadas na história de Cardoso Pires, nomeadamente a sua mulher, Edite, e as suas duas filhas, Ana e Rita. Por outro lado, “Integrado Marginal” fornece um conjunto de ferramentas essenciais para uma melhor leitura e compreensão da obra de José Cardoso Pires, fazendo de nós leitores mais capazes. É inegável que quanto mais soubermos do autor, das circunstancias em que o livro A ou o livro B foram escritos, mais facilmente encontraremos a chave que abre as portas desta ou daquela passagem. Se esta biografia outro mérito não tivesse, teria este, seguramente. Será com um renovado e mais apurado olhar que, de ora em diante, nos debruçaremos sobre a obra do escritor.
Não queria concluir esta recensão sem falar de Rui Couceiro e da Contraponto Editores, louvando a sua aposta num conjunto de jovens autores portugueses para biografar alguns dos vultos recentes da cultura portuguesa. Num País onde falar em hábitos de leitura é quase uma anedota, é notável que alguém esteja disposto a correr o risco de um investimento tão sério, sabendo que o retorno dificilmente compensará os custos. Mas é graças a estas “loucuras” que os leitores podem deliciar-se com obras primorosas como são “O Poço e a Estrada”, da autoria de Isabel Rio Novo, e “A Morte Não É Prioritária”, escrito por Paulo José Miranda, e que espelham a vida e a obra de Agustina Bessa-Luís e de Manoel de Oliveira, respectivamente. Chegou agora a vez de José Cardoso Pires com este fascinante “Integrado Marginal”, a afirmação de Bruno Vieira Amaral como um enorme biografo e uma obra marcante a todos os títulos, destinada a fazer história no panorama literário do nosso País.
“Rebelde sem causa” nos tempos da adolescência e juventude, José Cardoso Pires notabilizou-se pelo seu lado brigão e por arrumar os assuntos “à cabeçada”, habilidade que haveria de aplicar vezes sem conta pela vida fora. Dos excessos com o tabaco e com a bebida, às noitadas nos bares e cabarés da capital, fica a ideia de uma personalidade libertina, boémia e impulsiva, mas fortemente ancorada nos valores da amizade e da cumplicidade. Os ambientes mais rasteiros e as figuras de carne e osso que neles se movimentam e sobrevivem acabaram por passar para as páginas dos seus livros, numa escrita depurada e contundente onde, sobretudo, importava aquilo que era dado a ver. Quem não gostava do que via e tinha o poder de cortar a direito era a censura que sobre o escritor exerceu uma constante vigilância, proibindo muitos dos seus escritos e apreendendo algumas das suas obras.
É nestes ambientes agitados, dignos do mais empolgante policial, que Bruno Vieira Amaral mergulha. Terá pela frente três anos de trabalho árduo, com alguns revezes de permeio, mas o resultado é francamente compensador. Ele, que sempre afirmou querer escrever “uma grande biografia”, tem aqui a prova de uma aposta ganha. “Integrado Marginal” é um livro genial, por aquilo que conta, mas, acima de tudo, pela forma como conta. Que Bruno Vieira Amaral é um artífice da palavra, sabemo-lo bem desde, pelo menos, “As Primeiras Coisas” ou esse marcante “Hoje Estarás Comigo no Paraíso”. Aqui, ele coloca todo o seu engenho e arte na maneira de dar a ver toda uma vida, tomando o leitor pela mão e mostrando-lhe os tempos e os modos de uma personalidade recheada de cambiantes como se de um filme se tratasse. Aliás, faz todo o sentido fazer esta colagem ao Cinema, porquanto a construção do livro reflecte um exercício de montagem criterioso, tanto naquilo que o seu autor decidiu aproveitar ou rejeitar, como na forma como hábitos, comportamentos, relações pessoais e casos de vida se entrelaçam com rigor, espontaneidade e fluidez.
Ainda dois aspectos que importa valorizar nesta biografia. Por um lado, o facto de não encontrarmos no livro, pelo menos declaradamente, qualquer traço de ficção. Bruno Vieira Amaral soube resistir estoicamente àquilo que terá sido uma enorme tentação e tudo o que nos é dado a ler é factual e resulta de milhares de horas de pesquisa exaustiva e das muitas conversas que manteve com figuras directa ou indirectamente implicadas na história de Cardoso Pires, nomeadamente a sua mulher, Edite, e as suas duas filhas, Ana e Rita. Por outro lado, “Integrado Marginal” fornece um conjunto de ferramentas essenciais para uma melhor leitura e compreensão da obra de José Cardoso Pires, fazendo de nós leitores mais capazes. É inegável que quanto mais soubermos do autor, das circunstancias em que o livro A ou o livro B foram escritos, mais facilmente encontraremos a chave que abre as portas desta ou daquela passagem. Se esta biografia outro mérito não tivesse, teria este, seguramente. Será com um renovado e mais apurado olhar que, de ora em diante, nos debruçaremos sobre a obra do escritor.
Não queria concluir esta recensão sem falar de Rui Couceiro e da Contraponto Editores, louvando a sua aposta num conjunto de jovens autores portugueses para biografar alguns dos vultos recentes da cultura portuguesa. Num País onde falar em hábitos de leitura é quase uma anedota, é notável que alguém esteja disposto a correr o risco de um investimento tão sério, sabendo que o retorno dificilmente compensará os custos. Mas é graças a estas “loucuras” que os leitores podem deliciar-se com obras primorosas como são “O Poço e a Estrada”, da autoria de Isabel Rio Novo, e “A Morte Não É Prioritária”, escrito por Paulo José Miranda, e que espelham a vida e a obra de Agustina Bessa-Luís e de Manoel de Oliveira, respectivamente. Chegou agora a vez de José Cardoso Pires com este fascinante “Integrado Marginal”, a afirmação de Bruno Vieira Amaral como um enorme biografo e uma obra marcante a todos os títulos, destinada a fazer história no panorama literário do nosso País.
April 13, 2022
(PT) A biografia de José Cardoso Pires, um dos escritores mais interessantes do século XX português, autor de livros como "O Delfim", "O Hóspede de Job", "Balada da Praia dos Cães" e "De Profundis", entre outros.
Depois de uma leitura que muito me atraiu - 600 páginas que valem a pena, tem de se dizer - descobre-se uma pessoa que, nascida no campo, prezava a cidade, que era ateu militante, por detestar a igreja e as suas instituições, e sobretudo, era opositor à ditadura, mas se cuidava para poder escapar das suas garras. Escritor lento e metódico, sempre se temeu que poderia ficar à margem do reconhecimento e da fama, mas quando esta aparecia, sentia-se desconfortável.
As histórias contadas sobre ele, as pessoas que andavam à volta do seu círculo de amigos, a luta pelo seu reconhecimento - alcançado bem mais tarde, depois do 25 de abril - a sua família, especialmente a relação estranha e pouco convencional, do qual resultou numa relação com quase meio século, apesar das "escapadinhas", o Marialva que escreveu contra eles, e as relações com gente como José Saramago - respeitosa, mas distante - e com António Lobo Antunes - uma amizade tardia, que se estendeu ao seu irmão João, que o tratou quando foi o seu primeiro AVC, em 1995 - em suma, esta obra é o recordar de alguém que hoje em dia, é menos recordado que José Saramago, que praticamente ocupou as nossas mentes e as nossas leituras.
Gostei de ler, foi um trabalho bem feito.
Depois de uma leitura que muito me atraiu - 600 páginas que valem a pena, tem de se dizer - descobre-se uma pessoa que, nascida no campo, prezava a cidade, que era ateu militante, por detestar a igreja e as suas instituições, e sobretudo, era opositor à ditadura, mas se cuidava para poder escapar das suas garras. Escritor lento e metódico, sempre se temeu que poderia ficar à margem do reconhecimento e da fama, mas quando esta aparecia, sentia-se desconfortável.
As histórias contadas sobre ele, as pessoas que andavam à volta do seu círculo de amigos, a luta pelo seu reconhecimento - alcançado bem mais tarde, depois do 25 de abril - a sua família, especialmente a relação estranha e pouco convencional, do qual resultou numa relação com quase meio século, apesar das "escapadinhas", o Marialva que escreveu contra eles, e as relações com gente como José Saramago - respeitosa, mas distante - e com António Lobo Antunes - uma amizade tardia, que se estendeu ao seu irmão João, que o tratou quando foi o seu primeiro AVC, em 1995 - em suma, esta obra é o recordar de alguém que hoje em dia, é menos recordado que José Saramago, que praticamente ocupou as nossas mentes e as nossas leituras.
Gostei de ler, foi um trabalho bem feito.
February 23, 2022
A biografia do José Cardoso Pires é o segundo livro que leio do Bruno Viera Amaral depois do "Hoje Estarás Comigo no Paraíso". Razão tem o Pedro Mexia quando descreve o autor como um "mestre do detalhe". Cheguei aos livros do BVA pelas histórias que contam e que me tocam. No "Integrado Marginal", a Edite esposa do biografado foi durante a minha infância a "minha" enfermeira preferida do serviço médico pediátrico da UEP hoje EDP. No "Hoje Estarás Comigo no Paraíso" fala do duro universo da vida na margem sul, neste caso o olhar é na primeira pessoa.
Voltando ao livro recomendo vivamente a sua leitura. Será um erro não o ler por não gostarmos da obra do José Cardoso Pires. Através da vida deste, seguimos a evolução do País, de Lisboa e do conturbado meio literário nacional. Nunca li nada melhor sobre a realidade portuguesa das últimas décadas. Também é um livro de História.
Voltando ao livro recomendo vivamente a sua leitura. Será um erro não o ler por não gostarmos da obra do José Cardoso Pires. Através da vida deste, seguimos a evolução do País, de Lisboa e do conturbado meio literário nacional. Nunca li nada melhor sobre a realidade portuguesa das últimas décadas. Também é um livro de História.
July 15, 2021
Uma biografia com uma qualidade rara, sobretudo em Portugal. O autor consegue ao longo da obra manter o equilibrio entre as várias dimensões do biografado: relata a carreira de forma detalhada sem se tornar maçador, explora a dimensão humana e familiar sem entrar na devassa da vida privada, demonstra admiração sem cair na hagiografia. À edição ficam a faltar imagens – sobretudo tendo em conta que várias fotografias e capas de jornais e revistas são mencionadas – e penso que algumas descrições das obras e dos personagens do escritor se tornam demasiado longas: para quem conhece os livros são desnecessárias, para quem não os leu tornam-se de dificil compreensão.
April 12, 2022
Gostei muito desta biografia que se lê sempre com agrado, nunca sendo fastidiosa.
Uma homenagem sincera e sem cosméticas a um homem que também dispensava maquilhagens.
É também um bom retrato do Portugal do século XX.
Parabéns ao Bruno Vieira Amaral!
Uma homenagem sincera e sem cosméticas a um homem que também dispensava maquilhagens.
É também um bom retrato do Portugal do século XX.
Parabéns ao Bruno Vieira Amaral!
August 20, 2025
Me la he ventilado en tres días en los que apenas he podido hacer otra cosa. Empecé leyendo las partes que necesitaba y me la he acabado leyendo entera. Enorme labor de Bruno Vieira Amaral, que consigue acercar la obra y la vida de Cardoso Pires de forma amena, con rigor y respeto. Una forma genial de situarse en el mundo literario y político de Portugal de la segunda mitad de siglo XX.
August 9, 2021
Não costumo ler biografias mas creio que esta colocou a experiência num patamar muito aprazível, fazendo com que sentisse o biografado como uma personagem central de um romance.
Bruno Amaral conseguiu destacar os diferentes aspectos do escritor, do homem e da sua obra. Bem como os principais relevos históricos e sociais de cada período retratado, do país e, de certo, modo, do mundo. Não creio que o destaque feito a cada uma das obras e a sua análise, tenham sido em demasia como, aliás, já li em alguns comentários sobre o livro. Para quem não conhece a obra do José Cardoso Pires isto é uma porta que se abre à vontade de o ler.
A extensa bibliografia, as múltiplas referências encadeadas de modo milimétrico no decorrer da narração da vida do escritor revelam um enorme trabalho de pesquisa mas também a sensibilidade para encontrar os trechos perfeitos para cada situação.
De tudo, o que mais me tocou é essa angústia da escrita, de um escritor lento, que vê os seus pares a produzirem mais mas que, aparentemente, mantém uma linha de coerência, daquilo que ele próprio é - um escritor livre.
Bruno Amaral conseguiu destacar os diferentes aspectos do escritor, do homem e da sua obra. Bem como os principais relevos históricos e sociais de cada período retratado, do país e, de certo, modo, do mundo. Não creio que o destaque feito a cada uma das obras e a sua análise, tenham sido em demasia como, aliás, já li em alguns comentários sobre o livro. Para quem não conhece a obra do José Cardoso Pires isto é uma porta que se abre à vontade de o ler.
A extensa bibliografia, as múltiplas referências encadeadas de modo milimétrico no decorrer da narração da vida do escritor revelam um enorme trabalho de pesquisa mas também a sensibilidade para encontrar os trechos perfeitos para cada situação.
De tudo, o que mais me tocou é essa angústia da escrita, de um escritor lento, que vê os seus pares a produzirem mais mas que, aparentemente, mantém uma linha de coerência, daquilo que ele próprio é - um escritor livre.
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August 24, 2021
Uma biografia que é também uma digressão pelo Portugal fascista e pelas primeiras décadas após a Revolução. Lendo este trabalho de Bruno Vieira Amaral ficamos a conhecer melhor o meio literário da época biografada. No meu caso, fiquei também com vontade de ler e de reler José Cardoso Pires. Portanto, acho que a obra cumpre competentemente a função primordial de uma biografia de um escritor.
December 8, 2025
Gostei! Ficamos com um retrato bastante exaustivo do escritor e principalmente da época em que viveu. Este livro é também um relato dos tempos da ditadura e da dificuldade que todos os artistas tinham de se expressar. Cardoso Pires lutou sempre, tendo tido um papel activo nesta luta. Ficamos a conhecer o seu carácter e também as dificuldades que passava com a escrita. Não se pode dizer que era um escritor prolixo. Este livro também retrata bem a sua relação com a família e com os amigos, alguns deles escritores! Tinha amigos, companheiros de uma intensa vida boémia que lhe retirava muito tempo à escrita. Era um homem de amizades e inimizades fortes. As vezes acho que o livro perde um pouco pela exaustão destas minudências mas que tenho de reconhecer serem importantes para ficarmos a conhecer o seu carácter. Também achei um livro interessante para nos dar a conhecer outras figuras importantes que de alguma forma se cruzaram com ele e tiveram também importância nessa época de transição.
August 24, 2022
Excelente biografia que "recupera" e dá luz a um grande escritor da língua portuguesa da segunda metade do séc. XX. Na descrição refere-se JCP como autor "datado", não concordo, é um mestre intemporal que merece ser lido em qualquer tempo. Um ponto na biografia que achei interessante foi a questão do estilo (que JCP não procurava) e do processo criativo da "A balada da praia dos cães", na minha opinião a sua obra prima. (Chegado a esta parte fiz uma pausa e voltei a ler o livro...).
Todo o esplendor de uma escrita tensa, com a escolha da palavra exacta.
Pergunto-me se Bruno Vieira Amaral, pelo seu percurso e com esta biografia, não será, afinal, um distinto herdeiro dos métodos e do talento do seu biografado.
Todo o esplendor de uma escrita tensa, com a escolha da palavra exacta.
Pergunto-me se Bruno Vieira Amaral, pelo seu percurso e com esta biografia, não será, afinal, um distinto herdeiro dos métodos e do talento do seu biografado.
Read
August 19, 2021Excelent bio of an excelent author. A fulfilled life very well and thoroughly described by Bruno Vieira Amaral
December 1, 2021
Excelente biografia, muito bem escrita. Através da vida do autor percorre a história da ditadura e do pós-revolução, retratando a vida cultural do país nesses dois períodos.
January 22, 2022
Extraordinaria biografia. Muito bem escrita, profunda e criadora do desejo de ler a obra (no meu caso reler).
October 2, 2022
Um retrato impressionante duma certa Lisboa do século XX e do seu maior cronista. Um trabalho incrível.
April 19, 2022
josé cardoso pires merecia uma biografia bem melhor, escrita com imparcialidade e não por uma vacuidade mental.
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