Ein eindringlicher Appell – von einem der wichtigsten indigenen Vordenker Brasiliens
Die Menschheit steht vor der globalen Katastrophe. Der brasilianische Umweltaktivist Ailton Krenak sieht den Grund dafür in unserer bisherigen Definition vom Menschen – als Krone der Schöpfung, die berechtigt ist, die Natur nach Belieben auszubeuten. Sein eindringlicher Appell: Um unseren kollektiven Marsch in den Abgrund zu stoppen, müssen wir uns neu orientieren, veraltete Denkmuster loslassen und einen Weg zurück zu unserem Ursprung finden. Dabei helfen uns die verschiedenen kulturellen Auslegungen vom Menschsein, die überall auf dem Planeten zu finden sind. Nur so können wir das Ende der Welt vertagen.
Ailton Krenak é escritor, roteirista, porta-voz e pensador indígena. Integrante da comunidade dos Krenak, aos dezessete anos migrou com seus parentes para o estado do Paraná. Posteriormente, tornou-se produtor gráfico e jornalista. Dedica-se ao movimento indígena desde muito jovem. Graças a esforços coletivos e do próprio escritor, o número de indivíduos de sua comunidade voltou a subir, depois de sofrer grande queda em números totais até os anos 1980, e fechou o século 20 com 150 indivíduos. É professor doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Participou da antologia A outra margem do ocidente (Minc-Funarte/ Companhia das Letras, 1999), e publicou a entrevista Ailton Krenak (Azougue, 2015) e O lugar onde a Terra descansa (ECO-Rio, 2000).
[Ps: eu me senti assim em relação ao livro porque caí super fora de contexto. Como conjunto de falas ele é muito interessante. Resolvi fazer essa reflexão aqui porque essa review recebe muitos likes e de repente foi uma experiência equivocada minha.]
Assim, ó: ideias muito interessantes, sem dúvidas. Mas ficam naquele campo do "algo precisa ser feito", sempre de modo muito vago, chamando nossa atenção para o estrago que está feito. Como os textos são originalmente palestras, possuem várias partes quase iguais. Eu dei 3 estrelas por acreditar na mensagem, mas gostaria de ver o assunto levado mais a fundo. Acho que é uma epidemia do nosso tempo: transformar textos curtos de palestras e blogs em livros.
Este livro é um convite a um breve exercício de reflexão sobre a humanidade e sobre a exclusão forçada de quantos não se encaixam no formato da civilização e não se deixam moldar. Krenak, indígena da comunidade homónima, pensa sobre as consequências do antropocentrismo, que nos leva a distinguir o ser humano do planeta Terra e a olhar para a natureza apenas como uma fonte de recursos mais ou menos inesgotáveis. Até um dia.
"Precisamos ser críticos a essa ideia plasmada de humanidade homogênea na qual há muito tempo o consumo tomou o lugar daquilo que antes era cidadania."
"E nossas crianças, desde a mais tenra idade, são ensinadas a serem clientes. Não tem gente mais adulada do que um consumidor. São adulados até o ponto de ficarem imbecis, babando. Então para que ser cidadão? Para que ter cidadania, alteridade, estar no mundo de uma maneira crítica e consciente, se você pode ser um consumidor?"
"Quando despersonalizamos o rio, a montanha, quando tiramos deles os seus sentidos, considerando que isso é atributo exclusivo dos humanos, nós liberamos esses lugares para que se tornem resíduos da atividade industrial e extrativista. Do nosso divórcio das integrações e interações com a nossa mãe, a Terra, resulta que ela está nos deixando órfãos."
Idee per rimandare la fine del mondo. Titolo curioso, perchè la fine del mondo non è vicina, almeno non del Mondo in se stesso, perchè la Terra sappiamo ha ancora molti anni da vivere, moltissimi. Allora il mondo che finirà quale sarà? Ma ovviamente il nostro dell'umanità, ma purtroppo nel nostro egoismo e sprovvedutezza, ci porteremo nell'inferno della fine anche il resto degli esseri viventi, che non hanno nessuna colpa... Ma quindi, perchè non ci fermiamo un attimo a riflettere, se mai ci fosse bisogno o tempo per ciò? Non lo si capisce, l'umanità è talmente anestetizzata dal consumo, che è diventata insensibile a qualsiasi cosa, abbiamo e continuiamo a far estinguere non so quante specie di piante ed animali ogni anno, stanno succedendo cataclismi naturali, veramente naturali? E noi niente, nel senso sì, magari piangiamo o semplicemente, davanti alla TV o sullo smartphone o PC, tablet ecc..., guardiamo con gli occhi sbarrati un evento atmosferico catastrofico, oppure guardiamo inorriditi di guerre, violenze perpetrate a popolazioni inermi, paesaggi o animali, ma poi chiuso il collegamento... Opsss mi devo comprare un nuovo paio di scarpe o anzi la TV ormai è vecchia, bisogna cambiarla con una super-mega-giga HD ecc...
In questo libretto di poco più di 50 pagine, sono raccolte tre testimonianze, conferenze, che l'autore ha tenuto in vari posti riguardanti proprio il concetto vero di Natura. Sarebbe da citare l'intero libro, ad ogni frase c'è un esplosione di amore verso la Madre Terra, tanto massacrata, ma finchè non capiremo che questo massacro non è altro che il nostro massacro, perchè noi non siamo altro che una parte della Natura, la fine sarà sempre più imminente!
Leitura interessante -- mas não tinha necessidade de ser um livro: seria muito mais interessante ver ou ouvir a apresentação do autor. Especialmente quando o livro é produzido na categoria "xerox universitária gourmet": uma transcrição de evento, com uma edição bonita e um alto custo. Parece até mesmo incongruente com o tema e o que está sendo discutido na leitura: pensar nos rastros e nos custos da nossa forma de humanidade e cultura.
Uma leitura rápida e instigante que questiona por que aceitamos aquilo que o capitalismo nos impõe como verdade, nosso papel no mundo e como podemos ver nossa sociedade de outra forma. Curti bastante!
"Todo mundo tem direito à vida e todo mundo tem direito igual". A letra de Arnaldo Antunes e Lenine que conheci na voz de Ney Matogrosso estava fresca na cabeça quando terminei a leitura de "Ideias para adiar o fim do mundo", de Ailton Krenak.
O título - que em tempos de quarentena, descaso presidencial e coronavírus, tem sido um dos vendidos nas plataformas digitais - reúne duas palestras do ambientalista e pensador indígena. Num texto bem tranquilo de ler, Krenak nos faz refletir sobre diversos assuntos, todos eles passando pela nossa noção equivocada de humanidade e nossa relação com o planeta.
Algumas reflexões propostas pelo Krenak ou que me vieram em mente coma leitura:
> Por que colaboramos com um sistema capitalista que esgota os recursos do planeta em benefício da riqueza de um grupo mínimo de pessoas? Por que aceitamos que esse grupo transforme tudo em mercadoria para tirar nosso dinheiro?
> Inclusive a própria destruição do planeta se torna fonte de mercadorias potenciais, já que é esse mesmo grupo que vai nos vender as soluções para a destruição que eles potencializaram.
> Por que grupos indígenas são tão atacados, assassinados, chacinados em emboscadas, pelo simples fato de defenderem a preservação de florestas, por que nos calamos diante disso?
> A humanidade hoje se vê como algo à parte do resto do planeta, quando ela faz parte de um ecossistema maior e deveria ver a natureza - fauna e flora - com respeito e como iguais.
> A noção de humanidade iluminada que precisa levar o "saber" a outros povos desprezou completamente o saber desses outros povos, saberes que inclusive propunham outras maneiras de se relacionar com o mundo.
> Temos medo de um fim do mundo iminente, mas estamos acabando com ele faz tempo. Duas guerras mundiais e outras tantas em andamento, aquecimento global, etc.
> Agora que a água está batendo na nossa *****, que tal lembrar que a era das Grandes Navegações já levou o "fim do mundo" para centenas de povos séculos atrás? Morte na forma de doenças, de escravização, exploração e guerra.
Como um pensamento final, fico com a impressão cada vez mais forte de que o combate a necropolítica - esse conceito tão debatido para explicar as dinâmicas de poder do mundo contemporâneo e que é base do necroestado brasileiro e da sua mais recente metástase, o necrocristianismo - PRECISA passar pelo redirecionamento do nosso olhar, pela valorização desses saberes antes desprezados, vindos de povos indígenas e vindos dos negros em diáspora.
Enquanto a necropolítica desrespeita, desumaniza e mata até o próprio ser humano sem nenhum peso na consciência, o indígena vê rios, árvores e montanhas como iguais.
Esse mês eu estava focada em estudar os ecofeminismos e o pensamento indígena, por isso lia um capítulo aqui e alí de diversos livros que estou lendo no momento, coincidiu que ontem terminei de ler esse Krenak e hoje tivemos aquelas imagens horríveis dos yanomamis como que saídos de campos de concentração. Sempre relembrando que todo apoiador do Bolsonaro é tão genocida e tem as mãos sujas de sangue quanto ele, porque é isso que vemos no ecofeminismo, essa falta de empatia completamente patriarcal, esse complexo de superioridade tanto em relação aos povos originários, quanto da natureza exemplificada pela mata, animais, rios que são sempre tão bem guardados e respeitados pelos mesmos povos originários que essa gente despreza. É um total acinte a existência dessa gente perversa, horrorosa, que não tem empatia, que trata tanto seu semelhante quanto o seu diferente de forma vil. No mais, quanto ao livrinho rapidíssimo do Krenak, só elogios, como ele mesmo diz no início do seu texto, é como um complemento de O Sonho da Pedra, documentário do Marco Altberg que vi há alguns anos e que foi excelente em me apresentar o Ailton, pois dentro da perspectiva da oralidade seu pensamento se torna ainda mais potente.
Uma leitura rápida e intensa sobre os caminhos que a humanidade vem percorrendo, sua relação (ou a falta dela) com a natureza, e sobre possíveis visões de mundo e jeitos de viver diferentes do que praticamos. Absolutamente necessário.
Li 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo' em uma sentada, e algumas dessas palavras irão reverberar por muito tempo. O livro é um compilado de 3 textos adaptados (duas conferências e uma entrevista) dos últimos três anos, girando em volta de um tema central: o planeta Terra e sua relação com a humanidade. A quantidade de coisas que marquei nesse livro é absurda, muitas reflexões sobre o quadro da nossa sociedade, não só no Brasil, mas no mundo.
Em 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo', Ailton discursa sobre o conceito de humanidade, se realmente agimos como uma, e como a modernização destruiu a memória ancestral das pessoas.
"Há centenas de narrativas de povos que estão vivos, contam histórias, cantam, viajam, conversam e nos ensinam mais do que aprendemos nessa humanidade. Nós não somos as únicas pessoas interessantes no mundo, somos parte do todo. Isso talvez tire um pouco da vaidade dessa humanidade que nós pensamos ser (...)"
Em 'Do Sonho e da Terra', pessoalmente meu favorito, vemos um retrato da relação política entre o Estado e as sociedades indígenas, movimento este que Ailton sempre foi um líder e um exemplo, além do impacto que os humanos causam no planeta, gerando o que conhecemos como Antropoceno (assunto o qual sou apaixonado e inclusive estudo na faculdade).
"O que aprendi ao longo dessas décadas é que todos precisam despertar, porque, se durante um tempo éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados de ruptura ou da extinção dos sentidos das nossas vidas, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda."
Finalmente, em 'A Humanidade que Pensamos Ser', o autor retoma e combina o assunto dos textos anteriores, nos fazendo refletir sobre o mundo que foi encomendado a nós pelos nossos ancestrais, e qual o mundo que estamos a entregar para as futuras gerações.
"Há duzentos, trezentos anos anos ansiaram por esse mundo. Um monte de gente decepcionada, pensando: 'Mas é esse mundo que deixaram para a gente?'. Qual é o mundo que vocês estão agora empacotando para deixar às gerações futuras?"
Acho um livro absolutamente necessário, digno de ser trabalhado inclusive em escolas, pois a linguagem é super acessível e poderia gerar ótimos debates. Agradeço a editora por disponibilizar um ARC em troca de uma resenha sincera sobre a obra via Netgalley.
"Precisamos ser críticos a essa ideia plasmada de humanidade homogênea na qual há muito tempo o consumo tomou o lugar daquilo que antes era cidadania." Talvez se eu tivesse que escolher um trecho para resumir, para dizer a que veio o livro do Ailton Krenak eu escolheria esse pois ao longo do texto ele nos lembra a todo tempo de que a vida está na diversidade. Foi uma leitura rápida, mas que me fez pensar sobre diversos temas, como a visão de mundo cartesiana que nos foi imposta pelo capitalismo e o quão danosa a criação de uma ideia aparada de natureza e meio ambiente foi, e de quão lucrativa também. O fim de mundo já experimentados por diversos povos e a resistência de quem fica e tem muito a nos ensinar, também é algo que Ailton Krenak nos leva a refletir.
You will be hard pressed to find a single idea to postpone the end of the world there. What you will find though are some scattered reflections on how far from our ancestors current human civilization has come, with tons of nostalgia and several examples of global destruction.
Ailton Krenak fala para deixar nosso coração mais leve e nossa cabeça mais firme. Que beleza de livrinho para nos lembrar que retórica do fim do mundo que está sendo vendida (bem caro) para nós.
Eu gostaria que todo mundo lesse esse livro. Tanto poder, coragem e conhecimento sintetizados numa leitura de 40 minutos. Ailton Krenak é realmente o cara.
quando o rio doce que passa na região da aldeia krenak foi destruído pela lama da mineração (crime ambiental, não desastre), ailton disse que as mulheres da sua aldeia entraram em depressão. o rio é parente. são os nossos parentes não humanos. nós não conseguimos assimilar essa ideia, nossa relação com a natureza e com os povos originários é de violência e mercadoria. uma lógica cruel de um sistema econômico capitalista. estamos em guerra, lembra krenak. que mundo teremos no futuro? teremos futuro? ideias para adiar o fim do mundo é um livro simples, pequeno, complexo e gigante. no brasil, flutuamos entre o preconceito e o desconhecimento sobre os povos indígenas. não conhecemos a história, o início e a alma do nosso país. o saber é urgente e as pessoas estão falando, começar lendo krenak pode ser um bom início.
1. Se acha um sujeito civilizado. 2. Acha que prédios altos ou foguetes são sinais de que a humanidade progrediu. 3. Acha que está salvando o planeta quando usa canudo de metal. 4. Acha bonito quando empresas falam em "desenvolvimento sustentável". 5. Acha que os índios deveriam ser integrados na "civilização".
Tendo dito isso, o livro é bem curtinho. É só pra fazer pensar, ascende uma fagulha para um debate que poderia ser bem mais aprofundado. Não tem nenhuma medida concreta defendida no livro pra "atrasar o fim do mundo". Mas o livro é bom, uma boa introdução.
Traz boas reflexões, mas o fato de ser apenas transcrições de palestras me deixou um pouco perdida. Como não leio muita coisa de sociologia e filosofia, gostaria de ter lido algo mais explicativo, que tocasse na ferida aberta, mas depois trouxesse um band-aid para cobrir.
Ótimo. Não só para conhecer um pouco melhor a filosofia indígena, como também para rever nossos conceitos de humanidade, natureza e experiências enquanto viventes dessa terra. Krenak demonstra, com perspicácia e sensibilidade, o quanto nos enganamos ao criar a ideia homogênea de que "somos todos iguais" ou de que "só existe uma humanidade". Como se isso servisse para criar um sentimento poderoso de união e irmandade. A verdade é que somos mesmo diversos, tanto em número quanto em culturas, e nossa beleza reside aí. E nossa irmandade surge a partir dessa aceitação das diferenças. Tentar apagar isso, por meio desse tipo de discurso clichê, só serve para apagar e desvalorizar maneiras singulares, inventivas e criativas de se viver, limitando nossas experiências nesse mundo, principalmente no que diz respeito aos povos que não se encaixam no conceito hegemônico de humanidade e civilização, mas que sofrem há séculos com a pressão, o genocídio e o apagamento de suas ancestralidades, para integrarem uma sociedade que só os aceita na medida em que correspondem as suas noções "corretas" de mundo. As ideias do autor nos levam a questionamentos extremamente importantes: a quem interessa que os povos indígenas sejam integrados à falácia da civilização? Que abandonem suas próprias crenças para assumirem uma ideia de mundo altamente materialista, consumista e destrutiva da natureza? Considerando os interesses que perduram no Brasil desde os primórdios da colonização, bem como a nossa história de sucessivas invasões, é novamente para o saque de terras, exploração de minas e dos ditos recursos naturais que tanto trazem lucros à elite latifundiária brasileira. Aliás, essa própria noção com que, infelizmente, somos induzidos a pensar no que tange à terra, isto é, aquela de que somos uma entidade à parte dela e de todos os outros seres vivos que a habitam (tantas vezes nos considerando superiores), é nociva ao lançá-la diretamente à teia da exploração e coisificação. Ora, é como se a natureza devesse nos servir, não importando nem a demanda altíssima exigida para isso, nem as consequências. Outrossim, porque será que vez ou outra, quando temos alguma espécie de contato com a forma com que os nativos enxergam o mundo, chegamos a ter, de certa forma, como ridículas suas ideias? Quer dizer, quem é que, dotado de racionalidade, pode considerar como viva uma rocha? Como pode tratá-la como pessoa, como um membro da família, como algo que faz parte de si mesmo? É que essas são maneiras contra-hegemônicas de se encantar com a vida e de se sentir parte dela. De respirar sua importância e de manter profunda conexão com os outros seres que não nos são inferiores. E são precisamente essas crenças, histórias e narrativas ancestrais que dão sentido a tudo o que existe e que essas populações quase "não-humanas" precisam manter, resistindo ao fim de seus próprios mundos, ou, ao menos, tentando adiá-lo. Por outro lado, não é a nossa própria visão sobre as coisas que é estranha? Digo, não teria sido essa forma exploratória de enxergar a natureza, bem como a ideia padrão de humanidade que coloca o homem acima de tudo, as principais culpadas pelas grandes tragédias naturais e pelos grandes genocídios de nossa história? No mínimo, ela é insustentável, e tem mostrado cada vez mais isso. Todas essas coisas limitam nossa existência. Nos colocam numa posição aonde só há um jeito certo de se viver e uma única história a ser contada pra todo mundo: no consumismo capitalista, no estilo de vida americano e europeu, de modo não-integrado diretamente à natureza, pois a nós nos foi dada a "razão" e o "poder". Os que rejeitam essas ideias não se classificam como "humanidade", de forma que precisam ser "salvos" e trazidos para o meio "civilizatório". Mas não estaria a barbárie entre nós mesmos, dito civilizados? Nem todos querem ou sequer precisam desse tipo de civilidade superficial. Existem modos muito mais interessantes, criativos e livres de ser e de conceber a vida. São os que proporcionam a liberdade ao permitirem interações recíprocas com o que nos cerca, sem nos escravizarem às coisas, como se toda a nossa existência realmente se limitasse a comprar. Antes, somos convidados a simplesmente gozar o que há de bom e a sonhar com o novo, com inventividade, no aqui e no agora, sem que hajam quaisquer interesses lucrativos nisso. Sem que hajam padronizações para as pessoas. Com essa visão integrada e menos excludente, é que poderemos adiar o fim de mundo anunciado pela sociedade do regresso, do individualismo, predativismo e da mercadoria compulsória. Livro bem pequenininho (com 72 páginas no formato de bolso), mas com conteúdo riquíssimo que merece a leitura e a mente aberta de todo mundo!
Em 2018, quando estávamos na iminência de ser assaltados por uma situação nova no Brasil, me perguntaram: "Como os índios vão fazer diante disso tudo?". Eu falei: "Tem quinhentos anos que os índios estão resistindo, eu estou preocupado é com os brancos, como que vão fazer para escapar dessa".
The book is based on three talks by the author. Just as the author stopped providing the intro and began the solution part of his talks the book ended. Being told that the solution is to dream and not getting a better understanding of what that meant was a bit unsatisfying.
Talvez seja uns dos textos mais sensíveis que já li. Perceber-me como parte da natureza do mundo, na perspectiva apresentada por essa parábola pós-moderna de Krenak, foi uma epifania!