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Casa de Alvenaria - Volume 1: Osasco

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O primeiro lançamento dos diários de Carolina Maria de Jesus registra os meses em que a escritora morou em Osasco (SP), em 1960. Edição ampliada e integral, com conteúdo inédito e introdução de Conceição Evaristo e Vera Eunice de Jesus.

Com edição integral, ampliada com conteúdo inédito e refeita a partir dos manuscritos originais da autora, este primeiro volume de Casa de alvenaria abarca os meses em que Carolina Maria de Jesus morou em Osasco (SP), em 1960, após deixar a favela do Canindé.
Através deste testemunho precioso que borra as fronteiras dos gêneros literários, acompanhamos a recepção de Quarto de despejo, as viagens de divulgação, o contato frequente com a imprensa e os políticos, o desenvolvimento de seu projeto literário e seu desejo de ser reconhecida como escritora. Dessa narrativa do cotidiano, entremeadas às contradições de seu tempo, emergem reflexões que permanecem mais atuais do que nunca.
Eis aqui Carolina por completo, uma escritora brilhante e sem-par em nossa literatura, que desafiou todas as barreiras impostas por uma sociedade racista e desigual.
Os volumes de Casa de alvenaria podem ser lidos de forma independente.

"Ler Casa de alvenaria é penetrar no universo íntimo de uma das autoras mais instigantes da literatura brasileira." – da introdução de Conceição Evaristo e Vera Eunice de Jesus

232 pages, Paperback

Published July 1, 2021

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About the author

Carolina Maria de Jesus

21 books259 followers
Carolina Maria de Jesus was born on March 14, 1914 in Sacramento-MG, where she lived in her childhood and adolescence. Her parents probably migrated from Desemboque to Sacramento as a result of changing the economics of gold mining to farming activities.

In Sacramento, she attended primary school in a Spiritualist College, which had a mission aimed at poor children of the town, with the help of influential people. Carolina studied just over two years but learned to read and write there. She later remembered reading posters outside movie theaters and realizing that reading was not just something done in school, but a skill that could be used everywhere. All her reading and writing was based on this short time of formal education. She quit school but never stopped reading and writing.

Moving to São Paulo in 1947, Carolina went to live in the now defunct favela of Canindé, in the northern part of the city. She earned money by collecting recyclable materials. When she found notebooks or blank papers in the trash she saved them for her writing. She wrote novels, plays, letters to authorities and poetry in addition to her ongoing journal.

Even before all the injuries, losses and discrimination she suffered throughout her life, Carolina revealed through her writing the importance of speaking up in honest testimony, as a means of complaint about social inequality and racial prejudice.

Her best known work, Quarto de Despejo (Place of Garbage) – Diário de uma favelada (published in America as Child of the Dark), edited by journalist Audalio Dantas and released in 1960, had an initial print run of 10000 copies, which sold out the first week. More than 55 years since then, the book has already been translated into 13 languages and sold in more than 40 countries. This book is a chronicle of life in the favela do Canindé, at the beginning of the "modernisation" of the city of São Paulo and the emergence in the outskirts. Its cruel and perverse reality was until then little known. This documentary literature, in its unique black female narrative, was known and named as journalism of denunciation of the years 1950-1960. It is still considered a current work, because the theme of problems lasting to this day in the big cities.

The work of Carolina Maria de Jesus is an important reference to the cultural and literary studies, both in Brazil and abroad and represents our peripheral/marginal and Afro-Brazilian literature. An example of strength, intelligence and ability to stay forever in the history of our culture.

Even today, much of Carolina's production remains unheard. The researcher Raffaella Fernandez still is dedicated to the organization of the manuscripts of the author. In a set of more than 5000 pages, are 7 novels, 60 short texts , 100 poems, 4 theatre plays and 12 letters for Carnival marches.

In 2014, as a result of the Projeto Vida por Escrito – Organização, classificação e preparação do inventário do arquivo de Carolina Maria de Jesus, awarded the Prêmio Funarte de Arte Negra, it launched the Biobibliografic Portal of Carolina Maria de Jesus (www.vidaporescrito.com) and, in 2015, released the book Vida por Escrito – Guia do Acervo de Carolina Maria de Jesus, organized by Sergio Barcellos. The project mapped the entire material of the writer who is guarded by several institutions, including: Biblioteca Nacional, Instituto Moreira Salles, Museu Afro Brasil, Arquivo Público Municipal de Sacramento and the Acervo de Escritores Mineiros (UFMG).

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1 (<1%)
Displaying 1 - 25 of 25 reviews
Profile Image for Alfredo.
470 reviews601 followers
July 1, 2023
Depois do livro que a levou ao primeiro lugar da lista de mais vendidos do país em 1960, Carolina Maria de Jesus publica "Casa de alvenaria". Nesse livro, acompanhamos a recepção favorável do público e crítica, as viagens de lançamento, a mudança da favela e o novo modo de vida da autora.

Alguns pontos me chamaram mais atenção. Em "Quarto de despejo", ela fala muito sobre quanto recebeu a cada dia, quanto custou cada alimento, quanto falta para conseguir o que deseja. Os valores são em cruzeiros e decidi que não faria a conversão. Não sabia se 30, 50 ou 100 cruzeiros era muito ou pouco. Chegando nesse, tive mais noção — é espantosa a diferença dos valores citados no primeiro para esse. Frutas simples custavam muito mais do que ela ganhava por dia catando lixo!

Também percebi como ela usa seu diário para fazer manifestações contra o governo, os governantes que não têm cuidado com a população pobre, e seus sonhos para um Brasil do futuro. Às vezes, é o próprio povo que pede para que ela faça a denúncia em seus livros, que exponha a situação deles para o resto do país. Pena que muito do que ela desejou só aconteceria anos depois, nos governos do PT.

O incômodo e conflitos internos que ela cita, por ter conseguido acender socialmente, enquanto via muitas pessoas ainda catando restos de comida, são dolorosos de ler. A vida de Carolina está melhor aqui — agora ela pode comer, tomar banhos quentes no chuveiro e está planejando comprar uma casa —, mas nem tudo é um mar de rosas. O mundo dos ricos não é maravilhoso, e ela não pode ser dura nas críticas: tem medo do que podem fazer com ela.

Os planos de escrever ficção me deixaram curioso. Quero muito ler os contos e romances de Carolina! Espero que não demorem muito para sair, agora que a obra dela ganhou uma nova casa editorial.

A edição da Companhia das Letras está um primor. Dividida em dois volumes, este primeiro se passando antes de ela se mudar para a casa própria, ainda conta com um prefácio assinado por Conceição Evaristo, que compõe o conselho editorial para a publicação das obras da autora, e Vera Eunice de Jesus, filha da Carolina. Ouvi o audiobook, narrado por ninguém menos que Zezé Motta. Eu amei!

Recomendo, claro.
Profile Image for July.
239 reviews
January 8, 2023
mais um diário/livro lido de carolina maria de jesus e novamente sinto o impacto de sua escrita

apesar de em casa de alvenaria termos um cenário diferente de quarto de despejo, ainda assim, percebemos a persistência da marginalização

um dos pontos altos é ver como a literatura e a escrita era uma paixão para carolina, já quero comprar e ler o volume 2

nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
Profile Image for João Cavalcanti.
126 reviews31 followers
April 28, 2023
esse aqui redimiu a experiência que tive com “quarto de despejo”. é fácil visualizar a mudança na vida de carolina, mas continua doloroso ver que muitos dos seus sentimentos permanecem os mesmos. um livro com frases belíssimas e novas experiências era o que eu precisava pra (tentar) compreender tudo o que ela passou e sou muito grato por essa leitura.

a viagem de recife, no final, quase me matou de saudades…
Profile Image for Vinicius De Silva Souza.
166 reviews5 followers
April 6, 2023
A principio eu não tava gostando tanto, mas tem algo do momento mesmo. Ando querendo um romance literário ao máximo da palavra. Mas, depois, com o passar das páginas, fui me entregando mais ao que isso aqui tá me proporcionando. E caramba: é uma sequência direta de Quarto de Despejo mesmo, um making of do que rolou após o sucesso estrondoso dele. Impressionante as passagens brutalmente honestas da Carolina; interessante ver a relação dela com o Adalio; muito legal saber como houve tudo que houve com a fama e o sucesso absoluto dela e ver como a sociedade reagia à uma mulher preta favelada entrando nos círculos sociais assim. Expandiu minha visão sobre a autora e me fez admira-la ainda mais (fora o quão legal é o mix, a área cinzenta entre ficção e realidade).
Profile Image for João.
224 reviews46 followers
March 21, 2025
fica claro que a forçaram a escrever mais um diário, mesmo ela querendo explorar outros gêneros

"Eu ainda não habituei com este povo da sala de visita. Uma sala que estou procurando um lugar para sentar..."
Profile Image for Izabella Baldoíno.
15 reviews1 follower
January 22, 2023
Carolina sempre me tira do eixo. quando eu li Quarto de Despejo, muita coisa na minha vida mudou: minha visão sobre mim mesma, minha forma de valorar meu contexto e a minha história, minha posição diante do mundo acadêmico e outras tantas coisas, recalcadas aqui no íntimo.

Casa de Alvenaria é o diário que vem depois do estrondo do lançamento de Quarto de Despejo. é a narrativa de Carolina sobre a sua saída da favela do Canindé, sobre o seu contato com a burguesia paulista - e não só -, sobre o seu contato com outros lugares e culturas, sobre o que sua vida se tornou, sobre como se sente, sobre tantas coisas. ela é capaz de fazer um retrato político do início da década de 1960 e ao mesmo tempo olhar para a delicadeza dos detalhes cotidianos à sua volta.

há aqui sutileza, comoção, raiva, felicidade, descobertas, contradição e sobretudo humanidade. Carolina confessa tudo, sem meias palavras; inclusive o fato de que não gostaria de estar escrevendo esse novo diário e que preferiria escrever ficção, que é o seu sonho, mas que foi coagida a seguir no caminho daquele "produto" que fez sucesso, sendo transformada ela mesma em um produto. ela não para: de São Paulo pro Rio pra Porto Alegre pra Recife, de livraria em livraria, horas e mais horas dando autógrafos, noites e mais noites sem dormir, seus filhos entregues a pessoas que confiava para o cuidado mas sempre a surpresa de encontrá-los maltratados, mal alimentados, espancados, sobretudo por pessoas brancas que não aceitavam a ascensão de uma mulher negra que mal teve a oportunidade de estudar e que até ontem comia lixo.

ela narra as delícias e as dores de sua nova vida, e há particularmente um que de desilusão e inconformidade que nunca a abandona: "devido eu saber que existe milhões de brasileiros passando fome, quando vejo muita comida, em vez de ficar contente, eu fico contriste".

Carolina sempre me tira do eixo. sempre que puder, retornarei aos seus escritos e vou deixar que ela me inunde.


e não posso deixar de mencionar o trabalho primoroso desta edição. eu já havia lido uma edição antiga desse livro; nela, os dois atuais volumes ("Volume 1: Osasco" e "Volume 2: Santana") estavam comprimidos num só, com muitos eventos suprimidos, com muito da ortografia alterada. ler agora essa nova edição da Companhia das Letras, com projeto de publicação dos cadernos completos de Carolina coordenados por Conceição Evaristo e pela filha da autora, Vera Eunice de Jesus, está sendo uma experiência de imersão muito mais completa. além de manter o diário na íntegra, há também notas contextualizando quem são diversas das pessoas citadas pela autora e textos de apoio muito importantes. uma verdadeira valorização da escritora tremenda que foi Carolina Maria de Jesus.
Profile Image for joao malafaia.
42 reviews1 follower
dnf
October 1, 2025
as minhas críticas a esse livro não são para ele enquanto diário de carolina maria de jesus, mas para o Produto Editorial Casa de Alvenaria.

lendo esse livro - e aviso que não cheguei a terminá-lo - fica claro para mim que o objetivo da editora com essa publicação era mais um "Quarto de Despejo"; mais um sucesso de vendas estrondoso que expusesse a realidade brasileira. entretanto, não era mais possível atingir isso, uma vez que a realidade da autora já não era mais a realidade de quando escreveu Despejo, o jeito como ela via o mundo e se relacionava com ele tampouco eram os mesmos.

conforme lemos o livro, fica óbvio que carolina não queria escrever outro diário, ela mesma fala isso em incontáveis entradas. ela queria aproveitar a exposição e o espaço recém adquiridos para escrever contos, poesias, quem sabe até um romance. mas não eram esses os planos da editora que a publicava, dos jornalistas que a "assessoravam" e de tantos outros nomes - de homens - que carolina escreve sobre como se fossem santos.

o diário acaba por ser o que ele é: um diário. não tem o tom de manifesto e denúncia de "Quarto de Despejo" porque - apesar dos planos - não era mais possível atingir tal feito.

além disso, não tenho uma opinião muito formada sobre essa insistência das editoras em deixar os textos de carolina como eles foram escritos, com seus erros de ortografia, gramática etc. entendo o lado mais "crítico" da questão, mas não sei se concordo. por que ela não merece um crivo cuidadoso de revisão pelo qual todos autores passam? por que o texto dela tem que ser publicado de uma forma que pode dificultar o fluxo de leitura e afastar a publicação de um número maior de leitores? qual é o interesse de uma das maiores e mais seletas editoras do país em publicar textos de um grande nome da literatura brasileira - e uma das poucas mulheres negras a ocupar tal espaço - de uma forma afastada da norma culta e, em partes, incompreensível?

enfim, pensamentos que me vieram durante essa leitura.
Profile Image for Gata Leitora / Cat reader.
593 reviews9 followers
December 1, 2021
Resenha Sandra Martins

Ter contato com as palavras de Carolina Maria de Jesus é ter contato com sua alma. E com a alma de muitos brasileiros. É enxergar uma verdade da forma mais crua e ao mesmo tempo, poética.



A resenha de hoje vai ser dupla: as casas de alvenaria de Carolina Maria de Jesus, lançadas pela Companhia das Letras esse ano.



Depois de sair do quarto de despejo (era como ela chamava a favela), Carolina experimentou a realização de um sonho ao morar numa casa de alvenaria. Foi a saída da favela do Canindé para o porão da casa de um empresário. Ainda não era o sonho completamente realizado mas foi o início de uma nova fase da vida de Carolina e seus filhos.



Foi o período de encontros para falar sobre seu livro, jantares, viagens e mais um mundo que foi se abrindo pra Carolina. E tanta mudança na vida acarretou mais outra troca de tetos. Dessa vez, ela e sua família se mudaram para o bairro de Santana. Mas os compromissos e a nova vida mais agitada a impediram de exercer o prazer que era desabafar nas folhas de papel.



Depois de viver todas as coisas positivas, negativas e dolorosas desse mundo que chegou como um cometa na vida dela, Carolina decidiu se mudar mais uma vez. Agora, foi para o sítio em Parelheiros, que foi sua última morada, acolhendo-a até o ano de sua morte em 1977.



Ler Carolina Maria de Jesus é ser impactade por uma verdade, por uma vida pesada, com muita dor e com a confirmação de ser um dos maiores nomes da literatura brasileira. E também é ver como muita coisa que ela passou ainda segue viva em nossos dias. Isso é muito doloroso mas também abre os olhos de quem tiver o mínimo de bom senso. Ler Carolina é marcante para o resto da vida. A prova são seus diários que até hoje fazem cair lágrimas e provocar muita reflexão.



Leiam

Carolina

Maria

De

Jesus.
Profile Image for sami freire.
40 reviews
February 3, 2024
demorei um pouco a ler esse porque as vezes as narrativas de coisas mais diárias e repetitivas me cansava mas amei muito. era muito interessante ver a forma que a mente da carolina funcionava, as vezes me pegava pensando nela anotando os estresses/analogias/piadas dela igual aquele gif da n1cki escrevendo com a caneta pegando fogo. muito genial, muito engraçada e muito insana em algumas opiniões também. tem um episódio do 'respondendo em voz alta', podcast que sou obcecada, que eu adoro. nele a laurinha lero fala sobre como ler diário de escritor é muito bom porque você vê aquela mente livre de qualquer amarra sobre plot, e mesmo descobrindo que os diários não eram a coisa favorita da carolina e que ela se via meio que forçada a escrever eles, eles são uma preciosidade. sou obcecada também pelo tópico de auto narração e como isso impacta na representação de um povo/parcela da sociedade (que é uma coisa que a própria conceição fala sobre no prefácio? do livro), e em pensar quantas possibilidades de histórias/narrativas/visões a gente não perdeu porque a maioria das pessoas negras não teve acesso a contar histórias na história do Cuzil. da sensibilidade, experiência, opiniões políticas e projeções individuais de cada uma dessas pessoas à possibilidade de ver a situação desse país registrada por outra visão (contemporânea at that). era interessante como ela pulava de uma super reflexão interna para culpar a desgraça do país em não ter reforma agrária e, depois, pra uma opinião insanamente conservadora que mostra que mesmo sendo produtos dos nossos tempos também não somos cegos ou incapazes de ver além. mexeu comigo um pouco como alguém que estuda comunicação e fica pensando qual minha função Comunicando™. assim como a própria queria, espero que nasçam mais carolinas marias de jesus.
Profile Image for Amanda Oliveira.
89 reviews4 followers
November 10, 2021
Fantástico!
Fiquei feliz com toda atenção (jornalistas, personalidades famosas e mesmo o reconhecimento nas ruas) que a Carolina recebeu depois da publicação do Quarto de Despejo. Mas uma pena ver como ela poderia ter ganhado muito mais dinheiro com o sucesso do livro e que mesmo depois de sair da favela ela ainda passou por muitas dificuldades (inacreditável a violência que os filhos dela constantemente sofriam das outras pessoas).
Fica claro no livro como Carolina não queria seguir escrevendo diários e sim focar em outros gêneros, na verdade é triste ver Carolina ainda infeliz (por tantos outros motivos além desse).
O diário termina muito bem com ela visitando o sul do país e também indo até o nordeste e reconhecendo o preconceito que ela tinha com os nordestinos e pedindo desculpa a eles depois de entender a situação de um povo em meio a tanto sofrimento.

Observação a parte de que a exposição da Carolina no IMS aqui em São Paulo foi perfeitaaa.
Espero que cada vez mais pessoas conheçam sua história e seus livros.
Profile Image for Samuel Martins.
64 reviews
January 16, 2022
Felizmente temos a chance de viver pós Carolina para poder ler todas suas incríveis obras. Desde o Quarto de Despejo, fiquei apaixonado por ela e querendo ler e conhecer mais. Quando esse livro foi lançado, fiquei tão feliz em saber que teria uma continuidade do primeiro livro, que tanto me encantou.

Penso que quem gosta de leiteiras de fatos reais e leem diários e tal, sentem uma conexão íntima com os escritores, pois são relatados fatos vividos por eles. Esse, para mim, é o grande motivo para acompanhar diários, se conectar com Carol (estou íntimo) e ver o sucesso conquistado por ela após tanto tempo e esforço foi incrível.

Casa de Alvenaria - Volume 1: Osasco, mostra um pouco do pequeno mas importante triunfo que a grande escritora teve (felizmente) em vida. É apresentado um lado da escritora que não conhecíamos até então, estava mais brincalhona e, de certo modo, parece estar até mais leve.

Muito difícil falar de um livro desses, só leiam!! Mal posso esperar para o volume 2.

Viva Carolina!!
Profile Image for Aliene.
316 reviews2 followers
December 15, 2021
Sobre a obra, não temos muito a dizer: acompanhamos o diário relatando a saída de Carolina Maria de Jesus da favela e indo para a tão sonhada casa de alvenaria. E como nem tudo são flores para ela, como mesmo dentro do que ela tanto almejava há problemas. Tudo isso escrito com a sensibilidade de quem está vivendo aquilo no dia a dia, no momento da escrita, chegando a se contradizer em alguns momentos pois o pensamento, naquele momento, dizia x e depois dizia y.
Mas o que mais gostei dessa edição foi que deu voz a Carolina de verdade. A edição fez esforço de publicar a obra sem mudar o que estava escrito. No fim, é uma forma de se fazer justiça a essa grande batalhadora, que deveria ter tido um reconhecimento muito maior na vida.
Profile Image for Pedro Gomes.
149 reviews
May 8, 2022
Eu havia me esquecido como de Jesus me absorve em sua aura, na sua escrita, na sua vida e principalmente na realidade
WEB DuBois disse que retirando o véu que a população negra americana(costurado em suas cabeças na escravidão) usa vai garantir a mudança de paradigma.
A Carolina não apenas retira o véu, mas mostra a burguesia racista brasileira exatamente quem está colocando ele nas cabeças dos pretos e pardos.
O véu é ideológico e também é violento. Não há violência maior que garantir a fome, a fome daqueles alheios ao processo capitalista de exploração.
"passei a ter raiva da letra f. f de fome."
Profile Image for DANIEL TOMAZ DE SOUSA.
43 reviews5 followers
December 25, 2021
Carolina nos arrebata mais uma vez, agora já na tão sonhada casa de alvenaria. Os relatos continuam atuais, por mais que não se façam de dentro da favela.
Mesmo com uma condição de vida melhor, Carolina nunca esquecia dos seus, sempre preocupava-se com aqueles que ainda passavam fome e nas palavras dela "Eu dou tanto valôr a palavra "comida", porque quando não temos, ficamos loucos!"

Quem tiver oportunidade, leia esta obra prima e que venham mais obras relançadas dessa voz única da nossa literatura! Viva Carolina! Carolina sempre!
Profile Image for Guilherme Eisfeld.
303 reviews4 followers
October 12, 2021
Carolina compreendeu e ainda compreende o Brasil de forma que muitos letrados não chegam nem perto. Sua sensibilidade, sua luta, e sua visão de mundo são necessárias, talvez mais do que nunca, para quem sabe um dia seu legado e desejo de vidas melhores seja alcançado.
Profile Image for Mariana Vilela.
359 reviews
December 31, 2024
3,5
Esse livro acompanha os desdobramentos da vida da autora depois do sucesso do seu primeiro livro. Então como não tive a oportunidade de pegar o outro primeiro, acho que ficou faltando algumas coisas para eu gostar um pouco mais desse livro.
Profile Image for ܺachillesongg.
112 reviews1 follower
Read
November 9, 2024
não acho justo dar nota nem escrever nada sobre um livro desse. mas foi uma boa leitura
73 reviews
April 5, 2025
Emocionante

A Maria Carolina consegue tocar e emocionar de uma forma incrível. Esse livro mostra como uma mulher negra sempre é subjugada. O livro é incrível.
Profile Image for vivi ♡.
240 reviews3 followers
October 15, 2025
este é praticamente um livro de memórias de carolina e sua escrita segue viva todos os dias.
Profile Image for Renato Renato.
97 reviews
December 7, 2025
Esse livro é uma pérola, um documento de um recorte histórico de São Paulo e do Brasil! Tem que ler o "Quarto de despejo" primeiro!
Profile Image for Laura Regina indicalaura.
397 reviews6 followers
April 1, 2022
Nesta “continuação” de “O quarto do despejo”, Carolina continua a contar sua vida, agora como autora reconhecida pelo mundo.

E aqui percebemos o quanto a vida pode ser cruel: apesar de ter recursos, a autora ainda rala tanto para ser reconhecida, viajando para festas literárias e sessões de autógrafos, ficando longe de seus filhos pequenos; apesar de ser uma autora publicada, sofre preconceitos de raça e faz questão de participar de eventos sobre negritude; apesar da melhora de vida, só pensa em juntar um dinheirinho para comprar uma casa com terra pra plantar pra deixar pros filhos…

Como se ela já percebesse que a fama, a bonança e a riqueza logo a abandonariam. Como se ela sentisse que o Brasil ainda não estava preparado para entender a importância de seus escritos, de suas reflexões, de seu dedo na ferida mandando os políticos trabalharem para diminuírem o custo de vida do pobre.

Ler Carolina é ser transportada para a década de 1960 e ter um soco na cara: continuamos iguais, com o pobre morrendo de fome - ou talvez quase iguais, pois agora damos a devida atenção ao seu escrito.

Mais indicações no Instagram @indicalaura
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