Os textos reunidos nesta obra foram escritos maioritariamente para o suplemento P3, do jornal Público, entre 2019 e 2020. O tema congregador aponta, sobretudo, para o papel da mulher (ou os vários papéis que desempenha) na sociedade contemporânea. Predominantemente contos curtos, crónicas e ensaios breves, estes textos pretendem perscrutar a condição das mulheres nos seus mais diversos contextos (sexual, profissional, familiar, entre outros), e assinalar como a própria definição de mulher é algo em evolução, mutável, obedecendo cada vez menos a convenções sociais.
Cláudia Lucas Chéu (n. 1978) é uma dramaturga, poetisa, atriz e encenadora premiada.
Cláudia Lucas Chéu nasceu em Lisboa em 1978. É cofundadora, juntamente com Albano Jerónimo, da Teatro Nacional21. Frequentou o curso de Línguas e Literaturas Modernas (FCSH) e concluiu o curso de Formação de Atores da Escola Superior de Teatro e Cinema. Estreou-se na encenação no Teatro São Luiz com Poltrona – Monólogo para uma mulher. Encenou Glória ou como Penélope morreu de tédio, no Teatro Nacional D. Maria II, e Europa, Ich Liebe Dich, no Teatro Rápido. É autora dos textos para teatro Glória ou como Penélope morreu de tédio e Poltrona – Monólogo para uma mulher, publicados pelas edições Teatro Nacional D. Maria II e Bicho-do-Mato, e Colapso, pelas edições do Teatro Nacional São João. Publicou ainda a micropeça Circle Jerk, na Núa – Revista de artes escénicas e performativas, e alguns poemas na antologia Meditações sobre o Fim – Os últimos poemas, editada pela Hariemuj. Foi distinguida no Encontro de Novas Dramaturgias Contemporâneas com o texto Mesa 4 e galardoada com um Emmy como uma das argumentistas da telenovela Laços de Sangue. Gosta do pós-dramático, de Filosofia e de bitoques.
Neste livro estão reunidos textos de Cláudia Lucas Cheu, escritos entre 2019 e 2020. Aqui encontrei contos, reflexões e ensaios sobre variadíssimos temas. A mulher é uma "personagem" bastante presente nas suas diferentes dimensões: social, sexual, profissional... O contexto da pandemia também serviu de base a várias reflexões o que me transportou para um passado bastante recente mas que se vai esvaindo da minha memória. Os textos que mais me tocaram foram: O homem que nunca amou O escândalo da alegria Os amigos que eu amo Os Gatos No bairro Beija-me agora antes que seja tarde
"A importância que dávamos às coisas era medida pelo interesse que tínhamos em determinado momento. Fui educada como criança, não como rapariga."
"...recolher-se à exclusividade da sua presença."
"Cada plim de aviso de recepção, cada pedacinho que se escreve ou que é recebido, acelera o coração de quem ama."
"Muitas vezes a alegria ofende e causa desordem ao modelo de angústia."