Gloria Anzaldúa, “chicana sapatão-feminista, poeta tejana patlache, escritora e teórica cultural”, nascida no Vale do Rio Grande, sul do Texas (EUA), trabalhou em uma ampla variedade de gêneros, incluindo poesia, ficção, ensaios, entrevistas, antologias e livros infantis. Uma das primeiras escritoras chicanas abertamente lésbicas, Anzaldúa desempenhou um papel importante na redefinição das identidades queer, feminista, estadunidense e na articulação de movimentos inclusivos por justiça social. Suas teorias sobre a mestiçagem, as fronteiras e a nova mestiça, bem como a alternância de códigos linguísticos, tiveram um impacto muito além do campo dos estudos chicanos. Sua insistência na construção de comunidades e coalizões uniu as preocupações feministas com questões de raça, gênero, classe, sexualidade, saúde e espiritualidade. Anzaldúa também desempenhou um papel formativo no desenvolvimento da Teoria Queer.
Neste volume: - Falando em línguas: uma carta para mulheres escritoras do terceiro mundo - La Prieta - Ponte, ponte levadiça, banco de areia ou ilha:Lésbicas de cor hacienda alianzas - Esqueerzita(r) demais a escritora – loca, escritora y chicana - Sobre o processo de escrever Borderlands/La Frontera - La vulva es una herida abierta/A vulva é uma ferida aberta - A nova nação Mestiza: um movimento multicultural - Prefácio: “Gloria Anzaldúa, a consciência mestiça e o ‘feminismo da diferença’”, de Claudia de Lima Costa & Eliana Ávila
Posfácio: “De fronteiras e novas mestizas a nepantlas e nepantleras: teorias de Anzaldúa sobre mudança social”, de AnaLouise Keating
Gloria E. Anzaldúa was a scholar of Chicana cultural theory, feminist theory, and queer theory. She loosely based her best-known book, Borderlands/La Frontera: The New Mestiza, on her life growing up on the Mexican-Texas border and incorporated her lifelong feelings of social and cultural marginalization into her work.
When she was eleven, her family relocated to Hargill, Texas. Despite feeling discriminated against as a sixth-generation Tejana and as a female, and despite the death of her father from a car accident when she was fourteen, Anzaldúa still obtained her college education. In 1968, she received a B.A. in English, Art, and Secondary Education from Pan American University, and an M.A. in English and Education from the University of Texas at Austin. While in Austin, she joined politically active cultural poets and radical dramatists such as Ricardo Sanchez, and Hedwig Gorski.
After obtaining a Bachelor of Arts in English from the then Pan American University (now University of Texas-Pan American), Anzaldúa worked as a preschool and special education teacher. In 1977, she moved to California, where she supported herself through her writing, lectures, and occasional teaching stints about feminism, Chicano studies, and creative writing at San Francisco State University, the University of California, Santa Cruz, and Florida Atlantic University, among other universities.
Ler Anzaldúa é fundamental (pra academia e pra vida). "O empoderamento vem de ideias - nossa revolução é lutada com conceitos, e não com armas, e é abastecida pela visão. Ao concentrar no que queremos que aconteça, mudamos o presente. As imagens de cura e as narrativas que imaginamos vão se materializar eventualmente."
Coletânea necessária a todos que se interessem por conhecer mais do pensamento dessa grande escritora, teórica, artista, chicana, nepantlera, texana, sapatão, de origem trabalhadora, Gloria Anzaldúa. Cada vez que leio os textos desta maravilhosa me sinto mais conectada com minha própria história. Assim como ela, creio que sou uma ponte banco de areia, aquela que caminha entre mundos, submersa, que consegue se conectar a diferentes formas de ser e agir, mas que enfrenta, muitas vezes, a solidão e o ostracismo. Nepantleras, nos/otras em ativismo espiritual, unamo-nos para fazer a transformação almejada por Anzaldúa.
“O texto não é um texto fixo. As palavras vão sempre ser as mesmas palavras, certo? Enquanto continuarem imprimindo o livro, as palavras permanecerão as mesmas. Mas o texto vai ser diferente a cada leitora e cada leitura” (p.158). Não quero utilizar das minhas palavras para escrever sobre esse livro, porque acho que o que Anzaldúa propõe excede nosso vocabulário.