Numa voz intimista e com humor, a escritora Helena Magalhães analisa o impacto da cultura patriarcal em que as mulheres continuam a viver, enquanto partilha histórias pessoais que nos fazem pensar sobre o crescimento, a descoberta de quem somos e qual é o nosso propósito. Tudo isto enquanto lidamos com as amizades, mudanças de empregos, família, perda, traumas e, claro, o amor.
Esta é uma história sobre os triunfos e as frustrações da vida adulta e os medos e incertezas que nos condicionam. Sobre aprendermos a deixar de ser como os outros nos veem para sermos aquilo que vemos em nós. E sobre os laços entre mulheres e a força transformadora das amizades femininas.
Porque é nessa jornada, com tudo o que carregamos aos ombros, que nos tornamos ferozes.
Helena Magalhães nasceu em 1985 em Lisboa e tem-se dedicado ao jornalismo e à escrita. Começou pela imprensa feminina, passou para o digital e encontrou o seu lugar na literatura. Em 2017 lançou o seu primeiro livro, Diz-lhe Que Não, uma sátira às relações modernas que se tornou um fenómeno nas redes sociais. O seu objetivo de vida? Colocar a geração digital a ler mais. Criou um Book Gang no Instagram para incentivar os portugueses a voltarem a apaixonar-se pelos livros. Freelancer e storyteller, colabora para alguns jornais, cria histórias para marcas e empresas e escreve no seu blogue.
Ferozes não é um livro apenas sobre a Helena Magalhães, é um livro sobre muitas outras mulheres, é um livro sobre todas nós.
A Helena é daquelas personagens complexas, com as quais por vezes nos cruzamos nos livros e adoramos, daquelas por quem ficamos sempre a torcer até ao final. A Helena diz tudo o que tem a dizer, passa as mensagens que tem de passar, muitas muito relevantes e importantes, sempre com muita genuinidade. Este livro é por isto Helena por todo o lado.
Está brilhantemente bem escrito, está mais maduro, está mais feroz.
É sobre mulheres claro, sobre a verdade, sobre amizade também, sobre escolhas, sobre o amor, também sobre homens, sobre marcas que ficam para sempre, sobre aprendizagem, gratidão, nostalgia, melancolia e saudade. Sobre força, perseverança, persistência, resiliência e atitude. Sobre igualdade e sobre independência. Sobre ser mulher. Sobre ser feroz.
Deve ser lido por todas as mulheres e tenho a certeza de que todas vão adorar. É uma bonita homenagem a todas nós. ❤️
“Todos os dias são uma oportunidade para nos tornarmos nas mulheres que queremos ser, para encontrarmos a nossa voz, para deixarmos de ser invisíveis (…)”
Teria sido um sólido 4 estrelas não fossem as ocasionais opiniões elitistas e pseudo-superiores da autora. Sem paciência para pessoas que julgam as redes sociais a torto e a direito e quem delas vive como se fosse tudo oco - ainda mais irónico neste caso, em que a autora chegou onde chegou devido às redes sociais.
31.05.2022 Que livro lindo, importante, intenso, tudooo.
Já tinha adorado "raparigas como nós" e este é muito mais pessoal e isso percebe-se!
Mais uma vez, o facto de eu ser também de Cascais e conhecer muitos dos sítios referidos neste livro fez-me identificar com algumas coisas 100x mais.
Recomendo muito! Vai para a lista de favoritos do ano for sure <3
14.07.2024 ~ re-read ~ Este será sempre daqueles livros 5 estrelas e que irei com certeza continuar a reler enquanto me sentir "compreendida" por todos os dilemas que, enquanto mulheres, ultrapassamos no nosso dia a dia.
Este foi daqueles livros que me fez sentir compreendida. Tantas vezes dei por mim a gritar mentalmente “EXATAMENTE”!! 🤍
Adorei as reflexões da Helena e saber mais sobre o percurso dela. É sempre curioso que, apesar de nós mulheres termos todas percursos diferentes, nos consigamos rever nas histórias de outras. Infelizmente, nem sempre pelas melhores razões.
O Ferozes é o livro mais ridículo, sem sentido e mal escrito que já li, e eu infelizmente já li Margarida Rebelo Pinto. Não me lembro de alguma ver ter berrado com um livro antes. Perdi o respeito que tinha pela Penguin Random House Portugal e pela própria Helena. Espero que ninguém ofereça este livro a miúdas novas, mas, se lhes for parar às mãos, espero que não acreditem nas noções da Helena de feminismo, amor, amizade e -- sobretudo -- literatura.
Depois volto aqui para escrever uma crítica em condições. [UPDATE: NUNCA VOLTEI E NÃO VOU VOLTAR]
Para mim esta é uma opinião difícil de escrever, porque as expectativas eram altas. Li o Raparigas como nós, quando saiu a primeira versão (e adorei), no entanto este livro mais autobiográfico não me convenceu.
Percebo perfeitamente a mensagem que a Helena quis passar, mas não consegui sentir uma ligação com o livro. Cresci relativamente na mesma época que ela e passei por fases semelhantes às que descreve, no entanto temos formas diferentes de ver algumas coisas e isso afectou o significado desta leitura para mim. A própria sequência das histórias também não me ajudou muito, porque senti que andávamos para a frente e para trás e a certo ponto acabou por ser confuso (para mim).
Neste livro poderão encontrar histórias da vida da Helena e do seu círculo próximo, algumas das quais com que se poderão identificar. É uma forma de acompanhar o seu percurso e de perceber que nunca devemos desistir, mesmo quando as portas se fecham.
Embora não tenha adorado esta leitura, acredito que muitas pessoas se irão identificar. Quer gostem ou não deste livro, a mensagem da Helena tem mesmo de ser absorvida: temos de ser ferozes! Temos de dar a volta por cima e lutar pelos nossos sonhos e objetivos, pela nossa felicidade!
Ao ler este livro, não li apenas a história da Helena Magalhães, li histórias que acontecem a muitas mulheres. Porque este livro é um livro de várias histórias, de vários momentos da vida, momentos que me traduziram várias sensações: coragem, crueldade, resiliência, vontade, medo, amizade, ansiedade, sonho, terror, esperança... Um livro para ser lido por todos. Para se refletir, para principalmente termos orgulho em sermos Mulheres!
“O amor cura-nos. A amizade salva-nos. Tornamo-nos ferozes.”
Este é um não-ficção com uma visão crua da vida, com todos os seus altos e baixos onde vamos conhecer um pouco mais sobre a Helena Magalhães, que nos fala sobre a história da sua vida com tudo o que isso implica. Temos humor, choro, perda, trauma, amizade e transformação: tudo o que a transformou numa mulher feroz.
Fui uma das privilegiadas que teve acesso a este “Ferozes” antes do seu lançamento e mesmo céptica, como sou com qualquer não-ficção este livro foi surpreendente, viciante e tornou-se num must-have, quase como um livro que todas as mulheres, e não só, deveriam ler pelo menos uma vez na sua vida: eu li duas vezes e a “viagem” foi igualmente surpreendente. Para além da história, o seu tamanho é perfeito para livros deste género e a capa é moderna e linda. É o livro perfeito para os tempos que estamos a viver com histórias mais do que necessárias. A Helena, é uma amiga e uma rapariga como nós que escreve maravilhosamente bem.
Helena Magalhães presenteou-nos com um acervo de relatos insólitos sobre as suas experiências, da adolescência e da vida adulta, com grande enfoque nas suas relações, através das quais levanta diversas reflexões e considerações sobre feminismo e o papel da mulher na sociedade.
Senti “Ferozes” como um desabafo, um grito. Já tinha lido o “Diz-lhe que não”, pelo que algumas das histórias e personagens não foram novidade para mim, no entanto, senti que desta vez a Helena nos deu a conhecer o seu lado mais frágil, mais humano, e com o qual me identifiquei em mais do que um sentido. Desde as dolorosas denúncias de violência sexual aos relatos cruciantes da sua experiência com ansiedade, reconheci-me a mim mesma em vários dos seus traumas e posteriores mecanismos de defesa. Quando se cresce numa sociedade cujas engrenagens assentam na instrumentalização do corpo da mulher, quando se sente na pele o flagelo da objetificação e do esvaziamento forçado da nossa existência ao mero propósito de entretenimento masculino, nasce em nós uma certa ferocidade, um destemor que se recusa vergar às opressões institucionalizadas pelo patriarcado e que, tanto nos pode salvar a vida como, com o tempo, a pode corroer. Para mim, foi essa a principal mensagem deste livro.
Para equilibrar a balança, e porque, apesar de sermos ambas mulheres, temos experiências diferentes, estudos diferentes e, consequente e inevitavelmente, visões diferentes, não concordei tanto com algumas vertentes da sua visão, nomeadamente em relação à forma como a autora descreve as redes sociais e aos double-standards em que, por vezes, tropeçava.
No geral foi uma boa leitura, daquela que nos agarra, faz rir, revirar os olhos e levar a mão ao peito, sempre com uma escrita frontal, minuciosa e intimista, e um convite à reflexão, cada vez mais urgente e crucial à sobrevivência da mulher neste mundo que nos estrangula.
Muito sinceramente, apesar de ter apreciado q.b. a leitura, esperava outra coisa. Acho que a sinopse/descrição deste livro está claramente desajustada e levou-me a ter expetativas irrealistas sobre aquilo que este livro era.
Este livro, é para mim, uma clara autobiografia da autora, alternando com algumas reflexões sobre as mulheres, sobre a sociedade em que vivemos, sobre o papel das mulheres na sociedade atual e dos desafios/juízos de valor que ainda sofremos. Como tal, devo confessar que eu não comprei este livro à procura de uma autobiografia - muito pelo contrário. Com todo o respeito pela autora e pelo seu percurso, eu não tinha assim imensa curiosidade em ler sobre a vida dela, apesar de ela ser apenas uns anos mais velha que eu e ter crescido em Carcavelos, precisamente onde nasci/cresci. Revi-me, por isso, em algumas das suas descrições, mas lá está, este não era o meu objetivo quando adquiri este livro. Por vezes, deu-me a sensação que este livro foi escrito mais para a autora do que para os leitores, se é que me faço entender. Acho que foi um passo importante para a Helena no seu processo de cura de algumas feridas que tinha, mas para mim, leitora, sinto que não teve o mesmo impacto.
O que eu esperava deste livro era que fosse algo mais do género Mulheres Não São Chatas, Mulheres Estão Exaustas da autora Ruth Manus, porque é precisamente para esse tipo de discurso que a sinopse me leva. Por esse prisma, o livro acabou por ser uma desilusão. No entanto, acho que este livro terá interesse para quem segue o trabalho de valor que ela está a fazer com o BookGang e para quem seja fã do seu trabalho. Confesso que não tenho grande curiosidade em ler os restantes livros publicados dela (para já, são 2) porque já não me interesso muito por histórias YA/New Adult, mas se algum dia ela escrever ficção adulta, sou capaz de dar uma segunda hipótese.
Gostei muito do livro! Apesar de ser uma espécie de auto biografia acaba por ser quase impossível não nos identificarmos com alguns dos momentos que a Helena descreve, que a Helena viveu. Um livro que se lê muito bem, mas que ao mesmo tempo tem a capacidade de nos fazer refletir sobre questões tão importantes na sociedade de hoje, de forma leve, até engraçada, mas importante.
Penso que até seja uma obra muito boa para oferecer a adolescente que estão neste momento a viver aqueles momentos difíceis de se aceitarem a si mesma, de procurarem a aceitação de terceiros e de moldarem as suas escolhas para agradar.
O “Ferozes” é um livro que junta várias histórias sobre a experiência de vida da autora, desde a sua adolescência aos 30 e poucos anos. Explora temas como o amor, a amizade, o feminismo, luta pelo sonhos, saúde mental, emprego, auto descoberta,… no fundo, é um retrato sobre a vida.
Houve histórias difíceis de ler que desejava que fossem ficção, mas infelizmente não são. Acho que todas as pessoas deveriam ler este livro e refletir sobre a forma como se relacionam consigo próprias, como decidiram viver a sua vida, como se relacionam com os que estão à sua volta, se estão a viver a sua vida com o seu bem-estar e felicidade em mente ou se estão a vivê-la em função de outros. Identifiquei-me muito com coisas que li, algumas que aconteceram de forma semelhante no passado e outras que são uma realidade para mim neste momento, o que acabou por me levar a fazer uma pausa para repensar certos assuntos. Tenho a certeza que qualquer mulher que leia este livro se identificará com pelo menos um capítulo e conseguirá retirar algo de valioso para a sua vida.
Achei o livro muito fácil de ler (ainda que algumas partes sejam duras). Tem capítulos pequenos e a escrita é muito fluida e agradável, já para não falar que dá vontade de ler só pela capa. Também acho que tem muitas vibes da Dolly Alderton. Gostei mesmo muito e acabei de ler este livro com vontade de o oferecer a várias amigas, por isso recomendo vivamente que o leiam!
Easy to read, it's sort of a collection of autobiographical essays about discovering who we are and what we want to do with our voice, about relationships, love and friendship, about women's struggles, about how the world has been dominated by male perspective, on the elitism of the literary market and many other daily issues that torment us and make us doubt our visibility.
Why four stars instead of five? I think the essays could have been linked in another way. There are many time jumps and references to situations that have not yet happened in a given text. But it's just a preference and doesn't detract any value from the message I believe the author wants to convey.
Apesar de muito bem escrito, livros desta natureza que diabolizam o homem, que afirmam, por exemplo, que a verdadeira amizade é entre mulheres, tem, na minha opinião, uma visão muito curta de como resolver o problema real de desigualdade entre homens e mulheres que existe na nossa sociedade. Vivemos todos juntos. É em conjunto que devemos resolver esta questão importantíssima.
É raro dar 5 ⭐️ a um livro. Guardo as minhas 5 estrelas para critérios apertados que só eu conheço e que não seguem lógica nenhuma 😂 Para já é extremamente injusto qualificar uma vida, porque é disso que se trata... uma vida, várias histórias, perspectivas, opiniões, reflexões... Acho sempre corajoso dizer-se a verdade. E a verdade cativa-me muito mais do que uma versão linda de nós mesmos. Sabe o universo o que seria uma biografia minha. É um livro para quem se interessa por pessoas, por conhecer alguém e compreender que todos vivemos uma única e preciosa vida tão diferente e tão igual.
3,5* Não sabia bem o que esperar deste livro, mas tinha curiosidade. Li os primeiros capítulos de Raparigas como nós e abandonei porque não me tocou minimamente, é a geração a seguir à minha (acho...), mas parecem de outro planeta... Este Ferozes, não sendo propriamente ficção, também não será sociologia. Apesar de ir percorrendo alguns episódios da vida da autora, só o faz como ponto de partida para uma reflexão sobre o seu lugar no mundo, a sua aprendizagem e sobre alguns dos sentimentos da vida. Isso é positivo. Tal como o livro anterior, não me senti conectada com a protagonista; apesar de seguir a autora e simpatizar com ela e as suas atividades, é, de facto, de outro planeta: a linha de Cascais, com saídas, discotecas, praia à porta e isso tudo. Sendo um produto da linha de Sintra, acho que vivi os anos 80 da minha adolescência de uma forma muito mais reprimida e repressiva, porque não tinha uma parte da liberdade desta autora, nem assim tanto interesse em tê-la. Não podia sair nem fazer o que me apetecia, o que me tornou manhosa e subreptícia. Talvez tenha sido sempre rebelde e, por isso, feroz. Desde muito cedo que os livros e a escrita foram importantes para mim e, por isso, tornei-me professora. Nunca na Faculdade de Letras de Lisboa me fizeram sentir menos por ser mulher, nem tive a ideia de que a maioria das minhas muitas colegas ao longo dos anos só me queria tramar... Creio que a fuga ao patriarcado deve ter nascido comigo e tenho a sorte de sempre ter sido capaz de dizer o que penso e de assumir a maior parte do efeito dos disparates que digo ou faço. Fui sempre "do contra" e sempre o assumi. Quer com a família, que nem sempre concordou ou respeitou as minhas escolhas, quer com quem me rodeia. Ainda hoje dizem que tenho mau feitio. Depois, percebem que não é bem isso, apenas não aturo merdas. Tento passar essa ideia às minhas alunas e conscientizar os meus alunos para as vantagens com que nasceram. Parece que divago... Este livro teve o poder de me fazer viajar pela minha vida e escolhas, através das da autora, e isso foi interessante. No entanto, achei triste que alguém que tem menos uma década e meia do que eu tivesse enfrentado tantos obstáculo e situações pavorosas. Tem tudo a ver com meios e círculos, mas também com a educação. Em termos de relacionamentos, tudo tem a ver com círculos e momentos. Achei piada à ideia de que, fora da faculdade, como é que se conhecem parceiros decentes? Experimenta ser professora e só teres mulheres à volta... 🤪 Então, achei este livro interessante, mas menos do que esperava, especialmente pela organização da narrativa, que é pouco linear, mas que poderia ser lógica (quem me conhece não vai acreditar que disse isto🤦🏻♀️). As experiências transmitidas são realistas e modelares, nem que seja pelo oposto. Está bastante bem escrito. Claro que não é preciso estudar jornalismo para se saber escrever: todos os anos apanho uns jovens a escrever melhor do que muitos jornalistas... Acho que fico à espera de ler o próximo livro e a segurar-me para não comprar uma agenda lindíssima onde pouco escreveria porque guardo tudo na minha cabeça cada vez mais distraída...
Eu simplesmente sabia que assim que pegasse nele, não o iria largar! Para quem já leu o Diz-lhe que não, há várias história que figuram lá, no entanto, é notável o nível de maturação e mudança que a autora fez neste livro. Consegui identificar-me tanto, mas tanto com a autora que, acredito, a escrita deste livro tenho servido de catarse para si - para mim, foi uma catarse lê-lo. Acredito que tantas outras mulheres se vão identificar com o livro - consigo compará-lo a um abraço coletivo de mulheres como forma de se compreenderem e apoiarmo-nos umas às outras. Amei este livro completamente! Aconselho-o tanto, mas tanto! Creio que todas as mulheres o deviam ler, e todos os homens também o deviam fazer para se colocarem no lugar das mulheres (e digo que conheço tantas pessoas que o deviam ler para refletirem nas suas escolhas e atitudes). Sejam ferozes sempre! Muito obrigada, Helena, por este livro!
Quantas de nós teríamos a coragem de expor as nossas fragilidades em forma de livro? Quantas saberíamos por onde começar? A Helena é corajosa num país onde as mulheres são uma força adormecida pelos condicionalismos do patriarcado. Quando parti para este livro foi sem pretensiosimo algum, porque sabia que esta era uma história carregada de experiências pessoais da autora. Todas elas, na verdade. Por termos nascido na mesma época, muitas dessas experiências são idênticas às que vivi e foi impossível não me relacionar. Por outro, se o tivesse lido com 15 anos certamente teria contribuido para me empoderar um bocadinho mais. Porque quando uma mulher fala das suas experiências ao mundo, abre caminho a tantas outras para serem ouvidas.
ferozes é o que é: uma mulher que ao contar as suas dores de crescimento se vai tornando cada vez mais ela e menos o que dela esperam. E, para onde quer que a vida nos leve, estamos juntas.
Um relato intimista daquilo que infelizmente ou felizmente é ser-se mulher.
Embora contada através de pequenos textos, pequenos excertos autobiográficos que raramente me conquistam, a história impressa em "Ferozes" chegou até ao meu âmago.Arrepiei-me. Arrepiei-me várias vezes e é raro um livro provocar-me sensações físicas. Ri, chorei, fiquei irritada mas, sobretudo, senti-me abraçada. Descreveria "Ferozes" como, mesmo não sendo de auto-ajuda, um livro que ajuda e muito.
O único defeito que encontrei ao longo destas páginas foram algumas repetições de histórias ou pormenores que já conhecíamos e que não vi necessidade de recapitular.
Li este livro só porque já o tinha requisitado da biblioteca e tinha esperança que fosse melhor que o “Raparigas como nós”. Trata de temas mais relevantes de facto e tem algumas reflexões que gostei (concordo plenamente da escassez de representação feminina no panorama da literatura nacional) mas estou farta de ouvir falar sobre Cascais e penso que a vida da autora não é assim tão interessante para este livro meio autobiografico existir.
Gosto bastante do trabalho da Helena e admiro imenso o projecto literário que criou (bookgang) Li os três livros que publicou até à data e muito provavelmente lerei os próximos. Simpatizei bastante com alguns capítulos do livro, especialmente os que descrevem a experiência laboral da autora numa publicação ligada à moda. Como alguém que trabalhou nesse meio admiro a coragem de denunciar esta realidade e a naturalidade com que a autora expôs tantos outros aspectos da sua vida - mesmo aqueles de que talvez tenha menos orgulho.
Há algo de libertador em mostrar ao mundo que somos imperfeitos e que estamos em paz com isso. Foi isto que Ferozes me fez sentir entre outras coisas.
Como alguém que leu o primeiro livro "Diz-lhe que não", Ferozes acabou por me saber a menos do que esperava devido às semelhanças e algumas histórias partilhadas. No entanto, aguardo o próximo livro porque sei que no final a Helena vai sempre dar-nos palavras e histórias que todas um dia já sentimos e outras que um dia vamos viver.
Ferozes é um livro extremamente intimista e de teor reflexivo. Helena Magalhães ao longo do livro com uma escrita imersível e straight to the point, partilha com o leitor histórias da sua vida enquanto vai analisando o impacto patriarcal que todas as mulheres ainda infelizmente sofrem. É também um livro sobre as frustrações da vida adulta, triunfos, medos, crescimento, traumas e incertezas sobre os laços entre mulheres. Um livro com uma mensagem de extrema importância da qual TODOS devíamos tomar mais atenção e agir.
4,5 * Segundo livro que leio da autora e este é uma autobiografia dura, em que nos podemos rever ou não, mas um relato corajoso. Este livro é um livro sobre mulheres, igualdade e independência.