A ciência económica está a viver uma mutação, desafiando as tradicionais teorias sobre o equilíbrio dos mercados, que imaginam uma sociedade artificial e reduzem a racionalidade à maximização das vantagens individuais, e substituindo-as por análises de processos dinâmicos em economias reais marcadas por desigualdades de poder. A transformação da ciência resulta também da sua obrigação de compreender novas (e velhas) questões, como as crises, a economia do clima, as transformações do trabalho, o reforço do rentismo financeiro e o papel das instituições e, nomeadamente, das novas redes de comunicação.
Este manual estuda essas dimensões da vida social e, para isso, recupera a ciência como ela foi criada pelos economistas clássicos, de Adam Smith a Marx, e depois transformada pelas correntes críticas do século XX e XXI, de Keynes a Stiglitz, Nelson, Piketty e tantas outras vozes. Lendo este pluralismo, o Manual de Economia Política percorre as principais contribuições para a compreensão do nosso mundo e para a decisão económica.
FRANCISCO LOUÇÃ nasceu em Lisboa, a 12 de Novembro de 1956. Licenciou-se em Economia, no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (ISEG/UTL), onde ainda fez o mestrado e concluiu o doutoramento e é, actualmente, professor catedrático. Tem livros e artigos científicos publicados em onze línguas. Publicou recentemente The Years of High Econometrics - A Short History of the Generation that Reinvented Economics (Londres e Nova Iorque, Routledge, 2007), Economia(s), com José Castro Caldas (Porto, Afrontamento, 2009), Robert Solow and the Development of Growth Economics, com outros economistas (Durham, Duke University Press, 2009), Os Donos de Portugal - Cem Anos de Poder Económico, 1910-2010, com Jorge Costa, Cecília Honório, Luís Fazenda e Fernando Rosas (Porto, Afrontamento, 2010). Foi Coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, entre 2005 e 2011, deputado à Assembleia da República entre 1999 e 2012 e candidato à Presidência da República, em 2006, pelo BE, tendo obtido 5% dos votos. É, desde Dezembro de 2015, conselheiro de Estado.
Um excelente manual de Economia, porque toda a economia é política ("a economia sem política é contabilidade"). Este manual apresenta extensivamente várias teses e correntes heterodoxas, sobre os mais variados temas, enquanto rebate a argumentação da ortodoxia neoclássica. Recomendo vivamente como um livro para quem quer saber mais sobre economia e já tem algumas (poucas) bases.