Luis Fernando Verissimo é um dos mais respeitados cronistas brasileiros, autor de best-sellers inesquecíveis, como Comédias da Vida Privada e Clube dos Anjos, da coleção Plenos Pecados. Filho de Érico Veríssimo, um dos maiores nomes da literatura nacional, Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936. Aos 16 anos, foi morar nos EUA, onde aprendeu a tocar saxofone, hábito que cultiva até hoje – tem um grupo, o Jazz 6. É jornalista, mas “do tempo em que não precisava de diploma para exercer a profissão”. Antes de se dedicar exclusivamente à literatura, trabalhou como revisor no jornal gaúcho Zero Hora, em fins de 1966, e atuou como tradutor, no Rio de Janeiro. Casado há mais de 30 anos com Lúcia Verissimo (“não é a atriz, não é a atriz!”), sua primeira “namorada séria”, tem três Fernanda, Mariana e Pedro.
Nascido em Porto Alegre e filho do também escritor Érico Verissimo, Luis Fernando Verissimo (Luís Veríssimo, na ortografia legal) é famoso por suas crônicas cheias de ironia humorística. Além de escritor, ele também é jornalista, publicitário, cartunista e tradutor. Entre suas paixões, estão a família, o time de paixão, Internacional de Porto Alegre, e o jazz sendo praticamente inseparável de seu saxofone. Seus amigos o definem como "uma pessoa que fala escrevendo". Em público, ele é tímido e de forma alguma aparenta ser o autor de seus irreverentes textos. É considerado o escritor que mais vende livros no Brasil.
Em abril de 1970 um jovem cronista estreava de forma um tanto descompromissada na coluna Informe Especial do jornal Zero Hora. Mal sabia aquele jovem escritor que, meio século depois, seus textos seriam aclamados e disputados por grandes veículos da imprensa como Veja, Jornal do Brasil, O Globo, Estado de São Paulo e outros além das mídias digitais. Esse meio século fez muito bem a Veríssimo que amadureceu como escritor e, livre da sombra gigantesca de seu pai – o grande Érico Veríssimo – se consagrou como cronista, contista e romancista criador de sucessos como “O analista de Bagé”, “A velhinha de Taubaté” e “Ed Mort”, sempre escrevendo com muito senso crítico, irreverência e inteligência. Essa edição caprichada lançada pela “Companhia das Letras” traz todas as crônicas escritas por Veríssimo neste período em ordem cronológica o que facilita a contextualização histórica de cada uma delas. Mas, caso seja do agrado do leitor ou da leitora ler de forma “randomizada” o bom proveito da leitura será o mesmo. As 1161 páginas do livro podem assustar num primeiro momento mas, a leitura é fluida, prazerosa e, não raro, surpreendente. As temáticas, personagens e situações são inúmeras e multifacetadas; a saber: • Uma conversa tensa entre Abraão e seu filho Isaque que questiona o fato de seu pai obedecer à ordem do todo poderoso de sacrificá-lo em holocausto. • Deus e Zeus numa conversa angustiada em que ambos reclamam das traições de seus filhos, respectivamente Adão, Eva e Prometeu. • Uma simpática dupla formada por um homem e uma mulher travam conhecimento e iniciam um flerte com base na observação de seus respectivos lixos. • Um enriquecido e algo desiludido ex-militante de esquerda, a partir da observação de uma mancha que seria de seu sangue derramado em meio a uma sessão de tortura, quer desvendar um passado que muitos querem ver enterrado. • Os prazeres do ovo frito num contexto em que a “regeneração científica do ovo” traz à tona todos os deleites negados em anos de moderação alimentar forçada. • Uma hipotética conversa entre o “incorruptível” Robespierre, que tantos enviou à guilhotina, e seu futuro executor justamente na guilhotina.
E mais, muito mais. Leia, releia, divirta-se, reflita. Ótima pedida!
Luis Fernando Verissimo é um mestre. Poucos escritores me influenciaram tanto na maneira de olhar para o mundo. Nos anos 90 eu o perseguia nas sessões de autógrafos da Feira do Livro para pegar algum autógrafo e um dedinho de prosa. Este livro contém umas 300 e tantas crônicas de 50 anos de carreira, muitas delas assustadoramente atuais. Se no final dos anos 60 ele nos alertava que todo poder bastardo morre de medo de ser exposto como ridículo, nos anos 90 ele já avisava de que espécie era o então deputado que viraria presidente vinte e uns anos depois. Trata-se de um livro para ser lido aos bocadinhos, como aquele cafezinho depois do almoço. Se quiser beber aos litros, também é bom - e nem vai exatamente tirar seu sono. Livraço. Livraço. Livraço.
Me divirtió muchísimo. Además, los textos están muy bien seleccionados. Es un recorrido desde 1973 hasta el 2020 y aunque es extenso, uno se queda con ganas de leer más. Tiene algunos que te hacen llorar de risa pero otros son más reflexivos, siempre irónicos pero complejos, con un bonito despliegue de cultura y sabiduría. Es un enorme ensayista Verissimo y nunca entendí cómo es que no está traducido al español más que en algunos textos clásicos. Su humor además envejece muy bien y no es poca cosa.
Ler esta antologia após o Fernando Veríssimo nos deixar parecer uma grande homenagem. São vários anos de histórias e crônicas, e é muito claro como cada década afetou os temas e as discussões que ele apresenta. E tem tudo: as viagens, suas próprias histórias, as ficções, enfim, vale ler cada uma das centenas de páginas, mesmo sabendo que é somente uma pequena parte da sua grande obra. Se você for ler só um livro dele, leia esse.
50 anos de Veríssimo podem ser colocados dentro das aulas magnas sobre crônicas no Brasil. No mundo, já que esse gênero é mais nosso que jaboticaba. Leia sem parcimônia, leia com devoção. Veríssimo merece.
Tudo o que os escritores contemporâneos "de humor" fazem hoje e são aplaudidos por isso, o LFV já fazia há 30 anos atrás em um volume e regularidade invejável.