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Catalina de Erauso. Vida y sucesos de la Monja Alférez
Erauso nació Catalina, pero murió Antonio. Novicia convertida en militar, rebelde, violento y pendenciero, Erauso, más conocido como la Monja Alférez, es una de las figuras más controvertidas y excepcionales de nuestros Siglos de Oro. Pasó gran parte de su vida en las Indias, donde desempeñó diferentes oficios y participó en diversas acciones militares y, cuando volvió a España, el alférez llegó precedido por su fama. Tanto que el rey Felipe IV le concedió una pensión vitalicia por los servicios prestados a la Corona y el Papa le permitió seguir viviendo como hombre y continuar su existencia andariega.
Personaje novelesco y complejo como pocos, nos cuenta su vida en esta crónica autobiográfica que salpica con lances inverosímiles un relato fundamentalmente verdadero y sin duda trepidante. Una auténtica aventura que, de la mano del profesor Miguel Martínez, el lector de hoy puede disfrutar y comprender, en una edición que aporta numerosas novedades documentales e interpretativas.
Personaje novelesco y complejo como pocos, nos cuenta su vida en esta crónica autobiográfica que salpica con lances inverosímiles un relato fundamentalmente verdadero y sin duda trepidante. Una auténtica aventura que, de la mano del profesor Miguel Martínez, el lector de hoy puede disfrutar y comprender, en una edición que aporta numerosas novedades documentales e interpretativas.
336 pages, Paperback
First published January 1, 1630
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About the author
Catalina de Erauso
5 books2 followersFrom the introduction to Lieutenant Nun by translator Michele Stepto: "She gives 1585 as the year of her birth, though records in San Sebastian indicate she was baptized in 1592. * * * Sometime between 1626 and 1630 -- that is, between the visit to Naples, which concludes her memoir, and her return to the Americas--she wrote down in manuscript or dictated to an amanuensis an account of her life. * * * A 'Relación' of Catalina's final years, published in Mexico in 1653, places her death in 1650 in Orizava, on the road to Veracruz."
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Displaying 1 - 30 of 185 reviews
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November 21, 2024Nasci eu, dona Catalina de Erauso, na vila de San Sebastián, Guipúzcoa, no ano de 1585, filha do capitão don Miguel de Erauso e de dona Maria Pérez de Galarraga y Arce, naturais e habitantes daquela vila. Criaram-me os meus pais em sua casa, com outros irmãos meus, até fazer quatro anos. Em 1589 meteram-me no convento de San Sebastián el Antiguo, dessa vila, que é de freiras dominicanas, com minha tia.
Desta mesma forma poderia começar a história de muitas contemporâneas de Catalina. Não fora, primeiro, Catalina ser autora de uma das primeiras, mais famosas e extravagantes autobiografias escritas por mulheres, o que lhe permite narrar a seu modo a sua história, e segundo, não ter acolhido com grande vontade a possibilidade de partilhar de um destino banal como o das suas semelhantes, tendo assim tomado rédeas da sua vida de maneira não só literária, mas prática:
Abandonei o coro, peguei numa luz e fui para a cela de minha tia; ali peguei numa tesoira, linha e uma agulha; peguei nuns reais de oito que ali estavam, e peguei nas chaves do convento e fui-me embora. Fui abrindo portas umas atrás das outras, e na última deixei o meu escapulário e saí para a rua, que nunca tinha visto, sem saber por onde andar nem para onde ir. Meti não sei por onde, e fui dar a um castanhal que fica do lado de fora e perto das traseiras do convento. Ali me acolhi e estive três dias talhando, arranjando e cortando a roupa.(...)Cortei o cabelo, que estiquei, e na terceira noite, desejando afastar-me, parti não sei em direcção a onde.
Assim começa a sua aventura.
Catalina foge do convento de forma astuciosa, corajosa, mas nem por isso inédita. Vestida de homem, cruza desde cedo caminho com várias personagens e personalidades reconhecíveis (homens-tipo da literatura desta época, como o religioso, o soldado etc.). A nenhuma, porém, Catalina se submeterá:
Estive com ele coisa de três meses, durante os quais, vendo-me ler bem o latim, se aproximou mais de mim e me quis ensinar; mas como eu recusara, porfiava-me e instava-me até me pôr as mãos. Eu, com isto, decidi deixá-lo, e assim o fiz. Apanhei-lhe uns dinheiros, e ajustando doze reais com um arrieiro que partia para Valladolid, que fica a quarenta e cinco léguas, parti com ele.
Da mesma forma que lhe servem o feitio brigão e a valentia, o aspecto andrógino (masculino, pelo seu relato), mantém-na incógnita largos anos, irreconhecível até pela família mais próxima:
Meu pai disse que o avisasse que estava ali, e o pajem subiu deixando-me com o meu pai, sem dizermos palavra nem ele me reconhecer.
(...)
E um dia ouvi missa no meu convento, missa que também a minha mãe ouviu, e vi que me olhava e não me reconheceu...
(...)
Alegrei-me assim que ouvi o seu nome e vi que era o meu irmão, que ainda não conhecia nem tinha visto, porque partiu de San Sebastián para estas partes, tinha eu dois anos, tinha notícias dele, mas não da sua residência. Pegou na lista das pessoas, foi passando e perguntando a cada um o nome e pátria, e chegado a mim e ouvido o meu nome e pátria, atirou fora a pena e abraçou-me e foi fazendo perguntas de seu pai, e sua mãe, e irmãos, e de sua querida Catalina, a freira. Eu a tudo fui respondendo como podia, sem me denunciar nem ele se aperceber.
Muitas milhas percorridas, depois de já muito passar, Catalina junta-se aos exércitos da Coroa Espanhola e combate ferozmente os indígenas sul-americanos, revelando uma faceta cruel, despojada de empatia e solidariedade (características femininas das quais sempre se demarca):
Fui alferes cinco anos. Participei na batalha de Puren, onde morreu o meu dito capitão e fiquei eu com a companhia coisa de seis meses, tendo tido durante eles vários encontros com o inimigo, com várias feridas de flechas, num dos quais me encontrei com um capitão de índios, já cristão, chamado don Francisco Quispiguaucha, homem rico, que nos trazia bem preocupados com vários alarmes que nos tocaram, e lutando com ele, o derrubei do cavalo e rendeu-se-me. Mandei-o logo pendurar numa árvore, coisa que depois o governador lamentou, porque desejava tê-lo vivo.
O seu feitio bélico transparece nas páginas da sua biografia, num estilo despojado e muito pouco literário a dar conta de uma personalidade pouco cavalheiresca, com um olhar pouco romântico sobre a vida e os valores humanos:
Começámos a jogar, foi decorrendo o jogo, e numa diferença que surgiu, com muitos presentes em volta, disse-me que mentia como um cornudo. Eu saquei da espada e enfiei-lha no peito. Caíram-me tantos em cima, e acudiram tantos com o barulho, que não consegui mexer-me.
Presa várias vezes, açoitada e maltratada, o espírito combatedor de Catalina não esmorece mesmo perante o patíbulo de que a salva a divina Providência:
Meteram a acusação, fez-se prova, fiz a minha prova, e feita a publicação, vi testemunhas que não conhecia. Saiu sentença de morte; apelei, e mandaram-me executar, da mesma maneira. Fiquei aflito.(...)Sacaram-me da prisão, levaram-me por ruas pouco usadas, com receio dos frades; cheguei à forca, os frades e os juízes apearam-me aos gritos e empurrões, e fizeram-me subir quatro degraus.
As suas aventuras, com um quê de surreal, dão ainda conta de propostas de casamento a que escapa subitamente...
(...)finalmente veio a declarar-se, dizendo que tinha uma sobrinha em casa, mocita da minha idade, de muitos e relevantes talentos e com bom dote, e que tinha pensado desposá-la comigo, tendo-lhe eu agradado também.
Eu mostrei-me muito rendido ao favor e à vontade. Vi a moça e pareceu-me bem, e enviou-me uma vestimenta de bom veludo, doze camisas, seis pares de calções de Rouen, uns colarinhos de Holanda, uma dezena de lenços e duzentos pesos numa travessa; tudo isto de presente e galantaria, não se entendendo como dote.(...) E tínhamos chegado a isto quando montei a cavalo e desapareci.
...e viagens a territórios exóticos e inclementes:
Topámos dois homens no cimo de um penhasco, e alegrámo-nos. Dirigimo-nos para eles, saudando-os antes de chegar, e, ao perguntarmos-lhes o que faziam ali, não responderam. Chegámos lá e estavam mortos: gelados, as bocas abertas, como se rissem, e isso causou-nos pavor.
Depois de vinte anos de transvestismo, Catalina confessa-se a Urbano VIII que, surpreendentemente, lhe dá permissão para continuar a vestir trajes masculinos. O veredito do Papa, claro, faz de Catalina uma estrela imediata:
O caso tornou-se notório, e foi notável a multidão de que me vi cercado: personalidades, príncipes, bispos, cardeais. Onde quer que fosse abriam-se-me as portas.
O seu relato, tão famoso como a sua protagonista, fica como um raro testemunho em primeira pessoa do artifício a que muitas mulheres se viam forçadas a recorrer para escapar à normalização patriarcal do corpo e psique femininos. A sua história é impressionante pela quantidade de aventuras (verídicas ou não, a realidade é que ela as apresenta como factos durante o seu tempo de vida), pelo desvio moral admitido por uma mulher (que fere, rouba e mata sem pejo), pelos seus epítetos (noviça, alferes, virgem), e pela sua ferocidade. Ainda assim, há no seu espírito, em tudo tão condenável, uma centelha que continua a brilhar: a ousadia de ser quem quer ser.
Em Nápoles, um dia, passeando-me no molhe, reparei nas risadas de duas cortesãs que falavam com dois moços. Olhavam para mim, e olhando para elas, disse-me uma: «Senhora Catalina, para onde vai?». Respondi: «Senhoras putas, vou-vos dar cem cabeçadas e cem facadas a quem vos defender». Calaram-se e puseram-se a andar.
Desta mesma forma poderia começar a história de muitas contemporâneas de Catalina. Não fora, primeiro, Catalina ser autora de uma das primeiras, mais famosas e extravagantes autobiografias escritas por mulheres, o que lhe permite narrar a seu modo a sua história, e segundo, não ter acolhido com grande vontade a possibilidade de partilhar de um destino banal como o das suas semelhantes, tendo assim tomado rédeas da sua vida de maneira não só literária, mas prática:
Abandonei o coro, peguei numa luz e fui para a cela de minha tia; ali peguei numa tesoira, linha e uma agulha; peguei nuns reais de oito que ali estavam, e peguei nas chaves do convento e fui-me embora. Fui abrindo portas umas atrás das outras, e na última deixei o meu escapulário e saí para a rua, que nunca tinha visto, sem saber por onde andar nem para onde ir. Meti não sei por onde, e fui dar a um castanhal que fica do lado de fora e perto das traseiras do convento. Ali me acolhi e estive três dias talhando, arranjando e cortando a roupa.(...)Cortei o cabelo, que estiquei, e na terceira noite, desejando afastar-me, parti não sei em direcção a onde.
Assim começa a sua aventura.
Catalina foge do convento de forma astuciosa, corajosa, mas nem por isso inédita. Vestida de homem, cruza desde cedo caminho com várias personagens e personalidades reconhecíveis (homens-tipo da literatura desta época, como o religioso, o soldado etc.). A nenhuma, porém, Catalina se submeterá:
Estive com ele coisa de três meses, durante os quais, vendo-me ler bem o latim, se aproximou mais de mim e me quis ensinar; mas como eu recusara, porfiava-me e instava-me até me pôr as mãos. Eu, com isto, decidi deixá-lo, e assim o fiz. Apanhei-lhe uns dinheiros, e ajustando doze reais com um arrieiro que partia para Valladolid, que fica a quarenta e cinco léguas, parti com ele.
Da mesma forma que lhe servem o feitio brigão e a valentia, o aspecto andrógino (masculino, pelo seu relato), mantém-na incógnita largos anos, irreconhecível até pela família mais próxima:
Meu pai disse que o avisasse que estava ali, e o pajem subiu deixando-me com o meu pai, sem dizermos palavra nem ele me reconhecer.
(...)
E um dia ouvi missa no meu convento, missa que também a minha mãe ouviu, e vi que me olhava e não me reconheceu...
(...)
Alegrei-me assim que ouvi o seu nome e vi que era o meu irmão, que ainda não conhecia nem tinha visto, porque partiu de San Sebastián para estas partes, tinha eu dois anos, tinha notícias dele, mas não da sua residência. Pegou na lista das pessoas, foi passando e perguntando a cada um o nome e pátria, e chegado a mim e ouvido o meu nome e pátria, atirou fora a pena e abraçou-me e foi fazendo perguntas de seu pai, e sua mãe, e irmãos, e de sua querida Catalina, a freira. Eu a tudo fui respondendo como podia, sem me denunciar nem ele se aperceber.
Muitas milhas percorridas, depois de já muito passar, Catalina junta-se aos exércitos da Coroa Espanhola e combate ferozmente os indígenas sul-americanos, revelando uma faceta cruel, despojada de empatia e solidariedade (características femininas das quais sempre se demarca):
Fui alferes cinco anos. Participei na batalha de Puren, onde morreu o meu dito capitão e fiquei eu com a companhia coisa de seis meses, tendo tido durante eles vários encontros com o inimigo, com várias feridas de flechas, num dos quais me encontrei com um capitão de índios, já cristão, chamado don Francisco Quispiguaucha, homem rico, que nos trazia bem preocupados com vários alarmes que nos tocaram, e lutando com ele, o derrubei do cavalo e rendeu-se-me. Mandei-o logo pendurar numa árvore, coisa que depois o governador lamentou, porque desejava tê-lo vivo.
O seu feitio bélico transparece nas páginas da sua biografia, num estilo despojado e muito pouco literário a dar conta de uma personalidade pouco cavalheiresca, com um olhar pouco romântico sobre a vida e os valores humanos:
Começámos a jogar, foi decorrendo o jogo, e numa diferença que surgiu, com muitos presentes em volta, disse-me que mentia como um cornudo. Eu saquei da espada e enfiei-lha no peito. Caíram-me tantos em cima, e acudiram tantos com o barulho, que não consegui mexer-me.
Presa várias vezes, açoitada e maltratada, o espírito combatedor de Catalina não esmorece mesmo perante o patíbulo de que a salva a divina Providência:
Meteram a acusação, fez-se prova, fiz a minha prova, e feita a publicação, vi testemunhas que não conhecia. Saiu sentença de morte; apelei, e mandaram-me executar, da mesma maneira. Fiquei aflito.(...)Sacaram-me da prisão, levaram-me por ruas pouco usadas, com receio dos frades; cheguei à forca, os frades e os juízes apearam-me aos gritos e empurrões, e fizeram-me subir quatro degraus.
As suas aventuras, com um quê de surreal, dão ainda conta de propostas de casamento a que escapa subitamente...
(...)finalmente veio a declarar-se, dizendo que tinha uma sobrinha em casa, mocita da minha idade, de muitos e relevantes talentos e com bom dote, e que tinha pensado desposá-la comigo, tendo-lhe eu agradado também.
Eu mostrei-me muito rendido ao favor e à vontade. Vi a moça e pareceu-me bem, e enviou-me uma vestimenta de bom veludo, doze camisas, seis pares de calções de Rouen, uns colarinhos de Holanda, uma dezena de lenços e duzentos pesos numa travessa; tudo isto de presente e galantaria, não se entendendo como dote.(...) E tínhamos chegado a isto quando montei a cavalo e desapareci.
...e viagens a territórios exóticos e inclementes:
Topámos dois homens no cimo de um penhasco, e alegrámo-nos. Dirigimo-nos para eles, saudando-os antes de chegar, e, ao perguntarmos-lhes o que faziam ali, não responderam. Chegámos lá e estavam mortos: gelados, as bocas abertas, como se rissem, e isso causou-nos pavor.
Depois de vinte anos de transvestismo, Catalina confessa-se a Urbano VIII que, surpreendentemente, lhe dá permissão para continuar a vestir trajes masculinos. O veredito do Papa, claro, faz de Catalina uma estrela imediata:
O caso tornou-se notório, e foi notável a multidão de que me vi cercado: personalidades, príncipes, bispos, cardeais. Onde quer que fosse abriam-se-me as portas.
O seu relato, tão famoso como a sua protagonista, fica como um raro testemunho em primeira pessoa do artifício a que muitas mulheres se viam forçadas a recorrer para escapar à normalização patriarcal do corpo e psique femininos. A sua história é impressionante pela quantidade de aventuras (verídicas ou não, a realidade é que ela as apresenta como factos durante o seu tempo de vida), pelo desvio moral admitido por uma mulher (que fere, rouba e mata sem pejo), pelos seus epítetos (noviça, alferes, virgem), e pela sua ferocidade. Ainda assim, há no seu espírito, em tudo tão condenável, uma centelha que continua a brilhar: a ousadia de ser quem quer ser.
Em Nápoles, um dia, passeando-me no molhe, reparei nas risadas de duas cortesãs que falavam com dois moços. Olhavam para mim, e olhando para elas, disse-me uma: «Senhora Catalina, para onde vai?». Respondi: «Senhoras putas, vou-vos dar cem cabeçadas e cem facadas a quem vos defender». Calaram-se e puseram-se a andar.
October 17, 2008
I read this for a class I am TAing--- it is actually quite dull, no emotion whatsover... it is basically a very long winded timeline.
December 25, 2023
-He was the best guy arouuuund
-What about the people he murdered?
-What murdaaah?
-What about the people he murdered?
-What murdaaah?
February 21, 2025
Una lástima que no exista hasta ahora una producción audiovisual que siga el derrotero de Catalina o Antonio por América y su vida antes de la visita al Papa (la película de María Félix no alcanza)
En estas memorias hay una trama de acción, pillería, bajezas y un relato vivo a las colonias desde los ojos de un alma aventurera
No es de exagerar que debe ser leído como un clásico de la literatura
En estas memorias hay una trama de acción, pillería, bajezas y un relato vivo a las colonias desde los ojos de un alma aventurera
No es de exagerar que debe ser leído como un clásico de la literatura
November 16, 2018
This was an interesting book, as it details the one of the first autobiographies from a female. And one that cross dresses no less. It was a fast read and enjoyable, if you can over look all the murder. I personally do not think Catalina is a good role model, but her story is intriguing.
June 12, 2025
My Spanish bil confirmed for me that de Erauso is indeed a Spanish (folk)hero. Reading of his exploits & adventures provided a fascinating glimpse into his life in the new world, outlining his exploits as a gambler, soldier, and adventurer. De Erauso got into enough scrapes that he often relied on the sanctuary of the Church for protection; later in his life, after confessing his born identity, the Church accepted him & the pope gave him a special dispensation to continue dressing as a man. A unique view of a Spanish hero. Worth a read, especially for the historical value.
FYI, here is a different translation than the one I read, freely available online:
http://mith.umd.edu//eada/html/displa...
FYI, here is a different translation than the one I read, freely available online:
http://mith.umd.edu//eada/html/displa...
Read
November 8, 2023dios mío no puedo creer que esto pueda haber sucedido en la vida real, imagínate vivir en el tiempo en el que una monja transiciona, se vuelve un asesino y luego vuelve a ser monja (monje? no se como debería decírsele)
May 27, 2024
This is the autobiography of an incredible person in the 1600s who was born as woman, but spent most of their life living as a man. At 15 she escaped from a nunnery in Spain, and began living as a man. She went to South America where she had many jobs and served as a soldier on numerous occasions. She often fought duels with people over disagreements during card games.
After many adventures she returned to Europe where she met Pope Urban VIII, who, while knowing that she was born a women, gave her permission to continue wearing men's clothing.
The book is short and completely action-packed from beginning to end. I highly recommend it!
After many adventures she returned to Europe where she met Pope Urban VIII, who, while knowing that she was born a women, gave her permission to continue wearing men's clothing.
The book is short and completely action-packed from beginning to end. I highly recommend it!
October 17, 2017
Unbelievable.
March 12, 2024
this was really easy to read and really entertaining! i gave up trying to count the bodies about halfway through. the concept of gender throughout this book was really interesting, especially as it seemed not to matter at all either to the narrator or anyone around them!
May 29, 2025
Todo mi TFM se basa en este tipo. Antonio Alfredo o Francisco: también como yo, se cambió el nombre varias veces. Según le venía supongo. Este puto máquina tomó parte importante de la conquista de Chile, vivió como hombre en el ejército, estuvo con cuantas mujeres quiso, tuvo haciendas, mató, se escapó, se recorrió todo el territorio del Imperio Hispánico en expansión, volvió a España, el puto rey Felipe IV le concedió una paguita para el resto de su vida, se fue a ROMA a hablar con EL PUTO PAPA URBANO VIII, y el jodido Papa lo BENDIJO para que pudiera vivir hasta su muerte como hombre trans sin que la Inquisición ni nadie lo pudiesen tocar. Genio y figura. EN 1650 ESTOY HABLANDO. Un fiera.
Se le nota la masculinidad tóxica en muchas cosas, quien diga que no era un hombre no tiene ni idea. Este tío hizo lo que le dio la puta gana en el siglo XVII, si hubiese nacido en los 2000 se hubiera comido el mundo, literalmente.
Se le nota la masculinidad tóxica en muchas cosas, quien diga que no era un hombre no tiene ni idea. Este tío hizo lo que le dio la puta gana en el siglo XVII, si hubiese nacido en los 2000 se hubiera comido el mundo, literalmente.
April 26, 2021
Libros que la facultad me enseña y que me dejan sorprendida por no saber de su existencia. Siendo un texto con un valor más histórico que nada quiero admitir que no encontré nada grandioso en su narrativa. Sin embargo, la historia ha sido interesante y diferente para la época, comenzando con el hecho de que es la biografía de una mujer (sorpresa) escrita supuestamente por ella misma. Se sabe que Catalina de Erauso existió aunque claro, no se tiene por certeza que puede llegar a ser ficticio en la obra. Además de eso se nos revela la historia de una mujer que, escapando de un convento, tiene varias aventuras travestida de hombre, fungiendo como soldado, apostando, asesinando y escapando. Llega a alcanzar el titulo de alférez y es un personaje magnífico para estudios queer pues también se da a entender que es lesbiana. Me pareció fenomenal encontrar algo asi en un escrito de 1829.
January 8, 2021
this was an interesting and really quick read. i spent more time reading the introductory and translator's notes than the actual memoir because of how quickly the memoir both read and moved along. now whether most of the memoir is actually factual versus fabricated is a whole other topic but i found it to be interesting nevertheless. i read this as my first reading for my chicana lesbian literature class which is interesting bc 1. it is not a piece of chicana literature 2. it can not be confirmed that erauso is even a lesbian. in fact their identity is the subject of much debate so i'm interested to see how my professor will tie this into our course objectives hm
May 26, 2007
Viva la Monja Alférez! This is the story of Catalina de Erauso, a 16th-17th Century "transvestite nun." It's her short autobiography -- first a nun in the Basque region of Spain in the late 1500s, she donned men's clothing and escaped. She passed as male in Spain, working here and there, and then left for colonial travels to South America (Peru mostly, and Chile). There she soldiered, dueled, killed, and adventured. She eventually confessed her transgressions and became legendary. Although the prose is not that interesting (and not at all lurid), the story is fascinating.
October 30, 2019
Me ha llevado un buen rato terminarme el libro completo con todos los anexos, pero no es culpa del libro, sino mía.
La historia en sí es rara, increíble y llena de muertes repentinas, acabé un poco harta. Lo que realmente vale la pena es la fantástica introducción de esta edición que habla sobre la picaresca, la mujer y la virginidad, el travestismo, transexualidad y sexualidad (muy brevemente, sería muy interesante leer más sobre esto), la moralidad y todo el contexto histórico.
La historia en sí es rara, increíble y llena de muertes repentinas, acabé un poco harta. Lo que realmente vale la pena es la fantástica introducción de esta edición que habla sobre la picaresca, la mujer y la virginidad, el travestismo, transexualidad y sexualidad (muy brevemente, sería muy interesante leer más sobre esto), la moralidad y todo el contexto histórico.
January 25, 2023
This one is tough to review because it was not written to be an exciting story or anything. It's mostly just lieutenant nun brawling and shit talking her way through various towns in South Africa. It's fun tho and like damn what an iconic girlboss who killed way too many people
October 16, 2020
Ver comentarios en: http://secretodelectura.blogspot.com/...
February 4, 2023
one spanish transmasc’s violent yet hilarious shenanigans and international tomfoolery
April 11, 2023
trans rights, what a king
July 16, 2017
The oldest known autobiography of a woman, and at that, a woman living her life as a man. The question remains: was la Monja Alférez cross-dressing for freedom, or was she transgender? Maybe irrelevant, and certainly unanswerable. This picaresque account is so over the top as to be funny. The Lieutenant Nun's story is one of masculine parody. Her bravado is limitless: gambling, murdering, spurning offers of marriage at every turn. Anyone not trying to kill her is enthralled by her. She is always the last one standing, always coming into amazing wealth and then squandering it all.
At first the story is amazing, and I'm sure much of it actually happened, but the narrative snowballs into silliness. She remains a Spanish folk legend after all, and she was a celebrity in her time (there was even a play made about her while she was still alive), but.... there's no way that ALL of this happened, at least without serious embellishment. But who cares... it's an interesting, high-flying tale, and a glimpse into the horrors of Spanish colonialism.
This short book is definitely worth a read for anyone interested in the era, in early memoir, or in the picaresque tradition. Also, the audio book by Audible is well read, though you might want to skip the self-important forward and introduction!
At first the story is amazing, and I'm sure much of it actually happened, but the narrative snowballs into silliness. She remains a Spanish folk legend after all, and she was a celebrity in her time (there was even a play made about her while she was still alive), but.... there's no way that ALL of this happened, at least without serious embellishment. But who cares... it's an interesting, high-flying tale, and a glimpse into the horrors of Spanish colonialism.
This short book is definitely worth a read for anyone interested in the era, in early memoir, or in the picaresque tradition. Also, the audio book by Audible is well read, though you might want to skip the self-important forward and introduction!
November 23, 2024
Considerada a primeira autobiografia escrita por uma mulher, conta toda uma história rica em aventuras, e lutas de espadas, numa escrita quase sempre telegráfica. Mais uma das mulheres na História que se vestiu e fez passar por homem, mas que nunca em algum momento do livro faz referência a esse detalhe, nunca se sabendo se era transgênero ou queria viver livremente uma vida incomum e menos facilitada, na altura, a uma mulher. Estávamos no século 17.
November 8, 2020
Really interesting viewpoint and text for insight into colonial Spain and the intersection (or nonintersection) of gender, nationality, and religion.
Read
November 8, 2021an assigned reading that i actually enjoyed
December 19, 2021
Reading really old books is so interesting cause they will describe the wildest adventures in the most bored voice you've ever heard.
January 15, 2024
truly bizarre, a wild ride. glad ashley recommended it to me, i’ll remember it for sure!
December 27, 2024
Yo le amo y le voy a defender siempre ante cualquier cosa que haga él mata a alguien y yo voy a decir bueno algo habrá hecho y ahí me van a cancelar y ese va a ser el fin de mi carrera
January 6, 2025
3.5 ⭐️ rip og baddie
January 13, 2025
es tan fuerte
June 9, 2024
v interesting read. despite catalina's gender nonconformity (which could be seen as radical but i'm not entirely sure it is) she still acted as an agent for the kingdom of spain and was very nationalistic. def gonna have to read up on the scholarship on her.
February 26, 2024
crazy. thanks for making me read this prof dressler!
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