A preparação foi longa. Durou precisamente 24 anos para que a jovem Tamara Klink se descobrisse finalmente preparada para a partida para a sua primeira viagem em solitário, da Noruega até a França, no pequeno e recém-adquirido veleiro a que chamou Sardinha, o passo inaugural na direção do sonho de tornar-se uma navegadora.
Foi o tempo de crescer, de entender e acalentar seus próprios sonhos e tomar suas decisões, ir e voltar graças a seu próprio desejo. Estar distante da família para entender-se parte dela.
O livro mistura relatos de viagem, poemas e desenhos que revelam a intimidade e os desafios dessa viagem que, embora planejada, trouxe enormes desafios e aprendizados para a velejadora.
Aos 23 anos, Tamara concluiu sua primeira viagem solo pelo Mar do Norte no pequeno veleiro de 26 pés comprado pelo preço de uma bicicleta, a Sardinha. Em 2021, durante três meses, Tamara cruzou o Oceano Atlântico, tornando-se a brasileira mais jovem entre homens e mulheres a realizar o feito em solitário.
Em 2021, Tamara publicou dois livros: "Um mundo em poucas linhas" (poesia) e "Mil Milhas" (literatura de viagem) pela editora Peirópolis.
Eu provavelmente nunca vou cruzar um oceano a vela, não gosto de barco e não gosto de mar. Mas eu tenho outros oceanos da vida para cruzar e a história de Tamara me inspira a buscar minhas próprias travessias. Amei a forma que o livro foi escrito, uma poesia de afetividades em forma de prosa, de texto, de poesia mesmo.
Esse livro me despertou duas coisas: orgulho de Tâmara que nem conheço, da sua coragem e sabedoria na casa dos 20 e poucos anos. Também despertou vontade de velejar, sair do conforto e de ensinar minhas filhas que ainda nem existem que existe muita vida longe desse porto que escolhi pra mim
Um livro lindo de ler. Não é (só) sobre vela solitária, é sobre a coragem de seguirmos o nosso próprio caminho, a coragem de sentir medo e enfrentá-lo, a coragem de ouvir e seguir os nossos sonhos. Inspirador e intimista.
Eles não sabem. Quando a gente se entrega inteira, quando a gente cuida de cada ponto e cada nó, a gente nunca está só. Vem conosco uma manada afoita e latente uivando para seguirmos sempre em frente.
"Acasos, descrenças e preguiça poderiam ter feito essa ideia ser só mais um plano utópico, desses que costumam nascer entre cervejas, água com gás e pessoas motivadas durante uma viagem. Seria mais fácil não dar ouvidos ao chamado. Seria mais confortável esquecer que era possível. Quantas grandes chances nós deixamos passar por apostar no fracasso, mais do que na possibilidade de acontecer?"
Que delícia ler esse livro depois de passar semanas acompanhando a travessia da Tamara pelo instagram e comemorando cada pequena vitória dela aqui de longe! Em tantos momentos consegui me enxergar em suas palavras. Mil milhas é um livro que certamente nunca irei esquecer!
4.5* Sempre uma delícia ler as palavras da tamara. Além de trazer a primeira aventura solo dela, o livro é muito delicado e bonito! muitas, muitas marcações
Uma leitura muito intimista, muito pessoal. Conforme fui lendo, também escrevi nas páginas do livro, refletindo sobre minhas travessias pessoais enquanto lia e "conversava" com a autora. No final, a leitura foi uma jornada onde tive meus momentos de contemplação, de afastamento e, principalmente, de muito aprendizado. É inspirador ler e acompanhar a Tamara Klink em suas redes sociais.
Livro escolhido para voltar a prática de ler livros! Melhor escolha. Tamara escreve de uma forma leve, que nos prende e nos torna praticamente amigas. Me reconheci em algumas de suas reflexões e relações. Me inspirei em sua coragem como mulher encarando os medos externos e internos. Obrigada por dividir sua história e seu diário com o mundo, Tamara.
A história da Tamara Klink é incrível e ela conta de uma forma linda, sincera e cheia de poesia. Ela nos inspira a ter coragem de enfrentar nossos medos, de botar a mão na massa e correr atrás dos nosso sonhos.
Tamara tem algumas reflexões importantes sobre ser mulher, sobre a vida. Continuei lendo o livro querendo saber mais dos sentimentos dela, da viagem, das conquistas e medos.
O ponto negativo é que achei o formato um tanto confuso. Além disso, não sou fã desse tipo de poesia, o que deixou o livro cansativo muitas vezes. Mas isso é mais sobre mim do que sobre o livro.
Infelizmente, é difícil para mim também ignorar o pai de Tamara, que para mim é alguém desprezível como pai. Nossas experiências de vida nos tornam quem somos, mas a sensação é realmente de que Tamara é a mulher corajosa e incrível que se tornou APESAR dele. Não vejo como forma de tough love o que o Amyr Klink faz e é narrado no livro. Vejo como covardia, abuso, pettiness, tortura emocional. Mas aí o livro encerra com palavras dele, que vendo de fora me soaram vazias, a existência delas no livro, como a Tâmara ainda buscando aprovação do pai. E aí a gente lembra que o livro trata de pessoas reais e que por mais que por tantas vezes nossos pais não sejam o que gostaríamos, a gente ainda tem amor por eles e os vemos por lentes de afeto, diferentemente de alguém que está vendo de fora.
Uma das coisas mais bonitas do livro também é a relação de Tamara com as mulheres de sua vida, o que só torna ainda mais evidente para mim o quanto que nós mulheres precisamos umas das outras, o quanto que é importante nutrir esses relacionamentos.
Esse livro me trouxe também a certeza de que tudo que lemos, lemos pelas lentes da nossa própria vivência. Por isso o relacionamento de Tamara com o pai me marcou tanto, assim como o relacionamento dela com a mãe, avó e irmãs. Assim como a coragem de Tamara (mulher, jovem, desacolhida), de entrar nessa jornada. Uma mulher notável.
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Mil milhas é o diário escrito por Tamara durante, antes e depois da sua tragetória em sua primeira travessia em solitário. Que delícia a escrita dela e ler sobre suas divagações sobre navegar, crescer, se encontrar e se perder. Eu me sinto tão próxima dela mesmo não a conhecendo simplesmente porque ela é transparente num nível que nunca li em livros de aventura. Cada travessia é única e singular, mas ler sobre a dela me faz pensar no como nossas travessias da vida se caracterizam pelos mesmos medos e dúvidas... Eu sempre fui muito sonhadora e com vontade de atravessar o mundo, acessar o desconhecido e me aventurar pelos lugares mais remotos e longes da minha realidade. Mesmo que eu não tenha tido a oportunidade de realizar esses sonhos ainda, ler sobre Tamara e sua coragem de desafiar as dúvidas dela mesma e dos outros me faz acessar esses sonhos e pensar que um dia eu consigo e vou chegar lá. Que delícia de livro! Já vou logo ler o outro dela que comprei.. "Um mundo em poucas linhas"
"Sonhos são coisas perigosas. A gente não decide tê-los, nem define como serão. Eles nasceram por eles próprios, crescem em silêncio e espalham raízes nas nossas escolhas todas. Sem a gente perceber, os sonhos já nos são. Como bambus, eles se alastram debaixo da terra e os brotos geram novas centralidades. Um broto vira muitos, e assim por diante. Uma vez instalados, os sonhos são quase impossíveis de exterminar. Seria preciso cavar um buraco imenso, arrancar toda a terra em volta e levá-los para outro lugar, longe de nossa inconsciência. Ainda assim, sempre podem ficar uns pedaços. MINÍSCULOS e capitais." pg. 22
"Tenho a impressão de sentir saudades da minha família mesmo estando ao lado deles todos. Talvez a distância física nos aproximasse, no fim das contas. Precisei estar longe para descobrir quanto o meu sonho era meu e quanto dele era dos meus pais. Eu precisei estar longe para me conhecer sem eles. [...] Longe, pude experimentar ser maior do que eu pensava. Longe, entendi melhor de onde vim e pude desejar voltar." pg 117
"Existe um prazer em aprender, em se preparar para aquilo que ainda não estamos preparados quando decidimos fazer."
Mil milhas conta sobre a primeira travessia da arquiteta, velejadora e escritora Tamara Klink. O livro é feito dos relatos que Tamara vai escrevendo em seu diário durante toda a jornada.
A princípio para quem não é do mundo dos barcos e mares pode parecer um assunto chato ou difícil mas posso garantir que não pois Tamara relata tudo de uma forma muito simples, sem palavras difíceis, quando é possível pois em alguns momentos é necessário devido os termos de barco mas tudo de uma forma divertida e inspiradora.
E inspiração talvez seja a palavra que define toda a travessia e o livro, ver o desenvolvimento de Tamara, a construção da sua autoconfiança, seus medos mas também sua coragem de enfrentar tudo isso sozinha.
Talvez eu nunca faça uma travessia em um veleiro ou nem mesmo entre em um barco mas tenho certeza que as travessias de Tamara vão me inspirar pela vida toda para enfrentar meus medos, para buscar minhas próprias travessias.
Livro anterior à Nós onde relata (através do seu diário) como adquiriu seu primeiro barco, o Sardinha, e o levou da Noruega para França sozinha pelos mares.
Ao contrário de Nós essa jornada teve muitas paradas, são muitos portos e encontros. No meio disso ainda teve a pausa para as obrigações universitárias (mestrado).
Há menos acontecimentos marcantes, a narrativa é mais fragmentada, mas há algumas revelações pessoais de romances que se foram, da relação com o pai, das descobertas da navegação com o 'novo' barco e sozinha. Toda parte final (50 páginas) consiste em tentativas de poemas feitas durante a viagem, um posfácio do pai, Amyr Klink, e fotos coloridas diversas tanto do passado quanto da viagem.
É tão interessante quanto Nós, mas tem meia estrela a menos porque houve uma evolução na sua escrita no livro seguinte.
Fazia tempo que não lia um livro tão inspirador. Tive que parar entre capítulos para absorver e refletir sobre muitas coisas. O livro fala sobre mar, barco e velejar sozinha. Mas também sobre visitar nossos medos, deixar nosso porto seguro pra no fim descobrir que podemos criar raízes no desconhecido.
Fala sobre a diferença sobre olhar para baixo e seguir os passos que alguém já percorreu, ou erguer a cabeça, encontrar coragem dentro de si e criar seu próprio caminho. Seja ele no mar ou em terra.
"Mas, a cada dia que passa, menos absurdo parece tirar esses malditos planos da gaveta e aceitar que, no fundo, dá."
Muito bonito o livro, as escolhas das palavras que ela usou foram muito poéticas. Gostei de saber sobre a experiencia de uma jovem mulher, com grandes ambições e sonhos. Queria ter lido este livro quando eu tinha 15 anos, mas é impossível, pois sou mais velha que a Tamara haha. Me fez refletir sobre minhas próprias experiencias de vida, e também sobre os oceanos e fronteiras que eu mesma cruzei ao longo da minha experiencia como imigrante, desafios que nem percebi por estar embalada por essa sede de viver e conhecer o mundo. A coragem contagia. Espero que este livro chegue ás jovens meninas e mulheres que precisam ler e descobrir em si essa coragem.
Tamara Klink traz o frescor do mar para suas páginas, mas em troca te deixa confuso com nomenclaturas técnicas sobre veleiros que poderiam ser melhores explicadas. A narração confessional nós dá aflição em alguns momentos, porque o medo navega junto com a autora a todo instante e suas inseguranças são expostas de modo escancarado. Senti falta de dificuldades e de mais tempo de mar, porque, se contarmos, veremos que muito do que é narrado se passa em terra firme. Contudo, agradeço a Tamara por ter compartilhado conosco suas inconstâncias. Assim as minhas não parecem tão grandes e solitárias.
Tamara como qualquer jovem (perdido), sem entender o que da familia herdou e o que é completamente seu vai em busca dos seus sonhos de menina e como uma jovem na descoberta dos seus limites decide não contar nada para a familia e escrever um diário (ja sabendo que viraria um livro). Achei confuso. Entendo a necessidade de se jogar no mar, gosto de algumas poesias e palvras que li, mas pra mim não convenceu. Eu não compraria ou daria de presente, li porque me repassaram. Espero que a Tamara continue buscando outros mares, quem sabe mais profundos!
Foi um livro inspirador. Literalmente. Comecei o planejamento de uma viagem no meio da leitura.
Tamara é uma jovem corajosa e gentil, cativando isso pela sua escrita. Eu escolhi o livro por causa da entrevista no Roda Viva.
Foi surpreendente ler sobre o pai dela e conhecê-lo sob outro aspecto. Tamara parte cheia de medos, é só uma jovem que tomou uma decisão, e isso é o melhor parte. Me fez pensar muito sobre as minhas ansiedades e sobre quais opiniões buscar.
A escrita é um pouco imatura ainda, mas cheia de potencial. Excelente livro.
“Sonhos são coisas perigosas. A gente não decide tê-los, nem define como serão. Eles nascem por eles próprios, crescem em silêncio e espalham raízes nas nossas escolhas todas. Sem a gente perceber, os sonhos já nos são.” ~ “Longe, pude experimentar ser maior do que eu pensava. Longe, entendi melhor de onde vim e pude desejar voltar. Uma mulher precisa viajar. Para descobrir por si mesma aonde é capaz de chegar.”
Muito bom começar o ano com a Tamara. O livro te “abraça” de uma maneira incomum, te fazendo pensar que os problemas cotidianos são tão simples comparados aos da navegação e do mar. Tudo isso com uma pitada de poesia. Por diversas vezes me vi em varias páginas do livro, seja falando sobre amor ou sobre a saudade ou ate mesmo sobre a relação com seu pai. Foi incrível navegar com a Tamara, em suas histórias, seus sentimentos e seu crescimento.
meu irmão tinha toda razão quando virou pra minha mãe semana passada e disse: a le tá apaixonada pela tamara. acho que sim. é que a maneira como ela fala e escreve reflete muito o encorajamento que você passa anos e anos buscando, da forma mais simples possível. com certeza virou um dos meus favoritos. <3
acho que nunca estive tão contente por ser surpreendida. tamara faz tudo o que eu não sei e que jamais seria capaz de fazer e ainda por cima tem maestria casual da escrita, do relato e da poesia. para uma leiga em navegação, me senti próxima e experiente, capaz de topar qualquer viagem (figurativa ou não)
A história de Tamara é inspiradora, principalmente para nós mulheres. Sua escrita em alguns momentos é poética. Gostei muito de ter lido seu relato sobre a primeira travessia em solitário, como não tenho conhecimentos náuticos pra mim essa aventura seria algo impensável para uma mulher de sua idade. Obrigada por compartilhar sua história, Tamara!
“Sozinha? Eles não sabem. Quando a gente se entrega inteira, quando a gente cuida de cada ponto e de cada nó, a gente nunca está só. Vem conosco uma manada afoita e latente tocando para seguirmos sempre em frente.”
Tudo de delicadeza, tudo de coragem, tudo de vivido. Vai, Morena. Desamarra mais esse nó.
Tamara encanta com sua escrita, com suas viagens nas letras e nas palavras. E no final, um posfácio de Amir Klink fecha com chave de ouro essa jornada tão desbravadora em solitário e, ao mesmo tempo, tão bem acompanhada.
Que livro intenso! Foi devorado! Pioneiro, inventivo, inteligente, sarcástico, como uma ariana! Apaixonada pela escrita da Tâmara, a riqueza das palavras! Me tocou demais! Principalmente porque já vim do livro do Amyr. Mas ela foi arrebatadora! Esplêndida em ser sozinha!