Acontece com frequência uma pessoa estar objetivamente certa e, no entanto, aos olhos dos outros e, às vezes, aos seus próprios, sair-se pior numa discussão, sendo confundida ou refutada por argumentos meramente superficiais. Por exemplo, apresenta uma prova de alguma afirmação, mas o seu adversário refuta-a e, assim, parece ter refutado a afirmação para a qual, no entanto, pode haver outras provas. Neste caso, é claro, o adversário e a pessoa trocam de lugar - ele sai-se melhor, embora, na verdade, esteja errado.
Assim, a vitória numa disputa deve-se muitas vezes não tanto à correção de um julgamento ao declarar uma afirmação, mas sim à astúcia e à argumentação com que ela foi defendida. Se o leitor perguntar como é que isto acontece, respondemos que é simplesmente a vileza natural da natureza humana. Se a natureza humana fosse inteiramente honrada, não deveríamos, em nenhum debate, ter outro objetivo que não a descoberta da verdade.
Para vencer uma discussão não é fundamental ter razão, é apenas necessária a arte e o engenho de refutar as afirmações do adversário e conduzir a audiência a tomar o seu partido. A Arte de Vencer uma Discussão Sem Precisar de Ter Razão é a arte de disputar uma conversa de modo a ganhar a contenda mantendo o seu ponto de vista, independentemente de estar certo ou errado. Arthur Schopenhauer propõe explicar de que maneira podemos fazer com que as nossas ideias tenham sucesso apesar da sua falsidade ou da sua inconsistência.
O filósofo precursor do pessimismo aponta que a verdade objetiva de uma afirmação e a sua aprovação por aqueles que a discutem não são a mesma coisa. Devido à perversidade natural do ser humano, nas disputas quotidianas, de facto, o objetivo não é a descoberta da verdade, mas sim o desejo fútil de ter razão.
Arthur Schopenhauer was born in the city of Danzig (then part of the Polish–Lithuanian Commonwealth; present day Gdańsk, Poland) and was a German philosopher best known for his work The World as Will and Representation. Schopenhauer attempted to make his career as an academic by correcting and expanding Immanuel Kant's philosophy concerning the way in which we experience the world.
" Falamos antes de pensar e mesmo que possamos depois perceber que estamos errados e que o que afirmamos é falso, queremos que pareça o contrário.
O Interesse pela verdade, que se pode presumir ter sido o único motivo quando declaramos a proposição, dá agora lugar aos interesses da vaidade, o que é verdadeiro deve parecer falso e o que é falso deve parecer verdadeiro. "
Num altura em que toda a gente partilha a sua opinião no espaço público das redes sociais, as palavras de Schopenhauer continuam válidas e atuais: “Em resumos, são poucos os que conseguem pensar, mas todos querem ter uma opinião. Então, o que resta senão recebê-la já feita dos outros, em vez de formarem opiniões por si mesmos?”
É um pequeno livro, relativamente fácil de ler, que convida à reflexão sobre as conversas e as discussões, onde a verdade ocupam um plano secundário e o que interessa é quem ganha.
O interessante neste livro é percebermos que usamos vários dos estratagemas apresentados , muitas vezes sem nos apercebermos. Mais fascinante ainda se torna compreendermos o quão facilmente somos manipulados. Falha no facto de ter algumas expressões em latim sem a respectiva tradução e de por vezes ser usada uma linguagem demasiado técnica.
" São poucos os que conseguem pensar mas todos querem ter uma opinião. "
A Dialética, mais do que a simples capacidade de saber manter uma conversa, transforma-se na arte da disputa, é aqui que o comentador, opinion-maker, convidado ocasional de telejornal se deve centrar e recolher as suas armas. Tudo o que remeta para a necessidade de provar um ponto de vista encontra-se dispensado pela mecânica da dialética.
Parece que é um manual para identificar falácias, pelo menos de acordo com os resultados do dr. Google. Mas li-o como um mapa dos aproveitamentos que os desonestos intelectuais fazem da lógica, da dialéctica e da ingenuidade dos outros. Afinal é um alerta e uma crítica à desonestidade intelectual, uma forma de avisar os honestos das armadilhas em que podem cair.
Basicamente fala de como as pessoas se comportam numa discussão de forma espontânea e sem pensar muito.
Para além disso é tão curto que o autor teve de colocar imensas coisas em latim, etc só para ter de acrescentar notas com o significado, o famoso "encher chouriços".
Contudo as notas às vezes eram tão grandes que cortavam o raciocínio da página/ capítulo.