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Nós, os do Makulusu

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Após anos fora das livrarias brasileiras, a Kapulana apresenta uma nova publicação deste grande clássico da literatura Nós, os do Makulusu, de José Luandino Vieira. O romance traz uma narrativa que, não se rendendo a qualquer simplismo, aposta numa composição cuja complexidade é capaz também de sofisticar a compreensão não apenas de determinado momento da história angolana, mas também de nossa trajetória coletiva como seres humanos.
O protagonista, Mais-Velho, se junta a outras três personagens que cresceram juntas no Makulusu, bairro pobre de Maninho, Paizinho e Kibiaka. O enredo, ambientado em um momento agudo da luta de libertação nacional, demonstra como a violência do colonialismo obriga os companheiros de aventuras infantis a escolherem caminhos inconciliáveis, alguns se envolvendo na luta armada e sendo presos, outros omitindo-se ou atendo-se ao trabalho clandestino.
A obra foi escrita em 1967, quando o autor estava preso no Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde.
Sem dúvidas, este clássico, classificado entre os melhores romances do século XX nos rankings internacionais, é obra marcante da literatura universal.

154 pages, Paperback

First published January 1, 2008

2 people are currently reading
112 people want to read

About the author

José Luandino Vieira

40 books36 followers
Passou toda a infância e juventude em Luanda, onde fez o ensino secundário. Exerceu diversas profissões até ser preso em 1959, sendo depois libertado. Posteriormente, em 1961, foi de novo preso e condenado a 14 anos de prisão e medidas de segurança. Transferido, em 1964, para o campo de concentração do Tarrafal, onde passou oito anos, foi libertado em 1972, em regime de residência vigiada em Lisboa. Iniciou então a publicação da sua obra, escrita, na grande maioria, nas diversas prisões por onde passou.
Depois da independência angolana, foi nomeado para diversos cargos: organizou e dirigiu a Televisão Popular de Angola de 1975 a 1978; dirigiu o Departamento de Orientação Revolucionária do MPLA até 1979; organizou e dirigiu o Instituto Angolano de Cinema de 1979 a 1984.
No domínio da literatura, foi um dos fundadores da União de Escritores Angolanos, em 1975, sendo seu secretário-geral desde então até finais de 1980. Foi também secretário-geral adjunto da Associação dos Escritores Afro-asiáticos, de 1979 a 1984, tornando-se depois secretário-geral da mesma até Dezembro de 1989. Pertenceu à geração angolana da "Cultura" entre 1957 e 1963. A sua escrita é original, usa o falar crioulo e subversivo da linguagem para dar um retrato mais realista às suas personagens, enriquecendo-as e conferindo-lhes a expressão viva e colorida das gentes o dos lugares pobres que retrata.
Do seu trabalho destacam-se as seguintes obras: A Cidade e a Infância (1960); A Vida Verdadeira de Domingos Xavier (traduzido para várias línguas, constituindo também a base do filme Sambizanga, realizado por Sarah Maldoror); Luuanda (traduzido também para várias línguas, recebeu o Prémio Literário angolano Mota Veiga em 1964 e o Grande Prémio de Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores em 1965, o que causou violenta reacção da parte do Estado Novo); Vidas Novas (narrativas escritas em 1962 no Pavilhão Prisional da PIDE em Luanda, e apresentadas ao concurso literário da Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, tendo sido distinguidas com o Prémio João Dias, em 1962); Velhas Estórias e João Vêncio: Os Seus Amores.

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2 (4%)
1 star
4 (8%)
Displaying 1 - 2 of 2 reviews
Profile Image for Xaime Fernández.
71 reviews12 followers
August 18, 2023
Difícil de leer por la superposición de planos temporales, sin prácticamente distinción alguna, durante todo el monólogo interior que compone la novela. Sin embargo, diría que merece la pena, un relato descarnado sobre las realidades diversas de la sociedad colonial en el África portuguesa y las fracturas que provocó en ella la guerra de Angola. El hecho de que esté escrita por un hijo de colonos portugueses preso en un campo de concentración por causa de su apoyo al MPLA da cuenta del conocimiento de primera mano que el autor tenía del asunto.
Profile Image for Ana Lúcia Braz Dias.
31 reviews1 follower
March 31, 2023
Dei quatro estrelas, mas poderia ter dado três ou cinco. Não tenho capacidade para julgar uma obra dessas.
Achei-a de leitura difícil, mas muito poética. Muitas palavras que eu não conheço, lá de Angola. Tem um glossário no final. Além disso o autor escreve aquelas frases longas, que vão se emendando umas nas outras.
Custei para entender do que se tratava. Vou dar o caminho das pedras, ou spoiler. Nem tanto spoiler por estragar a estória, mas por privar quem ler dessa experiência de ir descobrindo e decifrando estas informações. O livro é narrado por um homem de trinta e poucos anos que acabou de perder seu irmão caçula, que foi baleado e morreu. O homem tinha ido de Portugal para Angola com a família ainda pequeno. Era branco, pois. Pelo que entendi, o caçula Maninho era metido na guerra de libertação. Mas quem matou eram "guerrilheiros" (a mãe os dizia "terroristas"), então talvez eu esteja errada. Se ele era pela independência, como guerrilheiros foram quem mataram? Bom, mas o livro todo, o livro todinho, é o irmão Mais-Velho, narrador, vivendo o preparo do corpo do irmão para o enterro e o velório. Quando o livro acaba, o funeral ainda será no dia seguinte.
Então durante o livro todo o narrador comenta sobre o irmão sobre mulheres, amigas, namoradas, amigos, seus pais, vizinhos e os do Makulusu. Os do Makulusu são quatro amigos: os dois irmãos, o Paizinho e o Kibiaka. Até eu entender que Paizinho não era o pai do narrador demorou. Fica já a dica.
O livro todo são esses pensamentos do narrador: sobre essas pessoas, sobre a guerra, sobre o país, sobre Portugal, sobre raça... Muitas coisas são ditas de forma difícil de entender, mas muitas coisas são ditas super poeticamente. Tem tantas partes boas que nem sublinhei. Guardei só essa uma, de que gostei muito:
[E]u não quero ser enterrado, é uma palavra tão feia, tão fria, tão fosca, tão fresca; ou sepultado, outra, rima com abandonado, excomungado, capado e castrado, dominado e discriminado — escravizado! — essas todas palavras e suas rimas e sinónimos, todas têm silêncio e quietez e eu quero ser lançado no mar e então ao menos terei ilusão de movimento, vou nascer outra vez embalado, baloiçado nas ondas todo o tempo e não vou ser pó, serei plâncton e vadiarei, vou andar no quilapanga por todas as praias do Mundo.
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