Julieta parece ter a vida perfeita. Aos trinta e sete anos tem um marido adorável que cozinha os melhores bolos. O emprego com que sempre sonhou e que a preenche. Uma casa cheia de luz e livros, onde a mesa está enfeitada com camélias. Então, por que motivo está agora sobre o varadim escorregadio de uma ponte, descalça e suja de sangue, prestes a saltar?
Afinal, nem tudo o que parece é. Quando um amor antigo regressa do passado, traumas são ressuscitados e uma proposta impensável desperta em Julieta um fantasma adormecido. Mas que proposta é essa que vem tornar a verdade perturbadora? E o que é a verdade quando a própria realidade a confunde?
Inquieta é um relato cru e intenso dos anseios e traumas de uma mulher. É a história de alguém incapaz de fugir do abismo da própria memória e de se sentir livre.
Susana Amaro Velho é licenciada em Jornalismo e Solicitadoria. A leitura e a escrita são as suas grandes paixões e a sua vida mudou quando decidiu escrever para ser lida e não apenas para si. Afinal, foi John Lennon quem disse: «Um sonho que sonhes sozinho é apenas um sonho. Um sonho que sonhes em conjunto com outros é realidade.»
É viciada em salame de chocolate, não passa sem café e odeia azeitonas. Nunca sai de casa sem um livro na mala e tem um caderno na mesa de cabeceira.
Vive em Mafra com o marido e os três filhos.
Tem quatro livros publicados e um quinto em co-autoria.
Escrever uma review sobre o nosso próprio livro é um tanto estúpido e demorei algum tempo a decidir se devia fazê-lo, se lhe devia atribuir estrelas sem que isso parecesse presunçoso. Ponho muita verdade em tudo o que faço. Gosto muito de ser justa. Não consigo pedir que me deem estrelas ou que me façam comentários sem que tenham, de facto, lido e sentido o que eu escrevi. Não sou uma pessoa pedinchona e detesto incomodar. Quem me conhece, sabe o quanto me é difícil pedir o que seja. Por isso, esperei. Li o que os leitores tinham a dizer e, volvido um mês desde as primeiras opiniões (públicas) sobre o INQUIETA, achei que fazia sentido, agora, ser Eu a avaliá-lo.
Este é um livro com uma narrativa intensa, crua, pesada e, por vezes, extenuante. Foi esse o propósito da escrita. Uma primeira parte lenta, onde se desenvolvem relações, onde se cruzam histórias, onde se mistura passado e presente. Uma primeira parte com uma protagonista de quem não sabemos se gostamos, que por vezes odiamos, mas que sobretudo não conseguimos conhecer. Por quem não nutrimos simpatia. Que negligenciamos ou desacreditamos. Quantas vezes não o fazemos no dia-a-dia com aqueles que nos rodeiam, apontando o dedo, julgando comportamentos, achando-nos melhores pessoas? E a segunda parte... Bom, a segunda parte roça o thriller. Desvenda o mistério. Lê-se de forma acelerada, quase frenética, num roer de unhas e murros (na alma, como uma leitora me dizia) e no estômago. É chocante bater de frente com o final e foi essa sensação de inquietude, de impotência, de angústia e até de alguma culpa que quis que os leitores sentissem. Quantas vezes ignoramos as Julietas que se cruzam no nosso caminho, menosprezando as suas dores? Este livro é uma reflexão sobre o outro. Um pedido de respeito pelos fantasmas que todos carregamos. Um apelo, urgente, por empatia.
Escrever o Inquieta foi penoso, foi um retrocesso ao meu passado e às minhas dores, mas também foi um caminho do caraças. Ler sobre doença mental. Ouvir e sentir testemunhos reais. Desafiar-me a criar um narrador ausente (até aqui tinha escrito os meus anteriores livros na primeira pessoa), mas manipulador, com voz própria e que enganasse o leitor, confundindo-o constantemente . Foi um trabalho intenso, mas muito enriquecedor.
Por isso, perdoem-me a imodéstia, mas este livro vale, para mim, muito mais que cinco estrelas. Vale as noites mal dormidas. Vale as vezes em que jantei com o meu marido, sentindo-me não a Susana, mas a Julieta. Vale todos os apontamentos em blocos que me acompanharam dia e noite; todas as vezes que li e reli o mesmo parágrafo vinte vezes à procura da palavra certa; vale cada personagem, cheia de camadas, que viveu em mim, na minha casa e na minha vida e que lá viverão para sempre.
Obrigada a quem já leu o INQUIETA. Obrigada a quem o avaliou, gostando mais ou menos, mas tendo sempre presente o esforço hercúleo que é publicar em Portugal. Sermos lidas. Dar um pouco de nós a quem entra na nossa história, no nosso imaginário, no nosso coração.
Acabei este livro e estou sem fôlego e sem palavras… dizem que o amor pode destruir e até matar.. de facto pode deixar muita destruição atrás de si… a Susana escreveu uma obra estrondosa, que me pôs inquieta e a roer as unhas (entre aspas) até chegar ao final.. final esse que consegui antever um pouco, devido à minha formação na área da saúde mental , onde comecei a descortinar a situação, mas confesso que tinha esperança que não fosse tão “duro” e cru de ler… os últimos capítulos puseram-‘me em alerta máximo de atenção e ansiedade, só queria chegar ao fim e perceber melhor a Julieta.. eu já conhecia as obras da Susana, posso dizer que este livro deverá ser a sua melhor obra até ao momento e só espero que a Susana tenha o reconhecimento que merece.. é uma belíssima escritora, os seus livros conseguem envolver-nos, atrair-nos de uma maneira tal que não consigo pensar em mais nada, senão em terminar o livro 😅 A história é incrível, absorve-nos e atrai-nos como se de uma obsessão se tratasse, mas no bom sentido ;) Adorei💓
Susana Amaro Velho faz parte desta nova geração de escritoras que faz muito furor na comunidade portuguesa do GoodReads. Como se aproximava um fim-de-semana de 4 dias resolvi pegar neste Inquieta e aproveitar para conhecer mais uma voz feminina.
Alguns dos temas abordados estão na ordem do dia: abandono familiar, violência no namoro e doenças mentais, mas tudo isto junto na história de uma só pessoa é un po’ troppo.
As personagens também não ajudaram muito. A Julieta e a amiga (já me esqueci do nome) Leila de 2021 parecem-se com as de 2011 e 2001, ficaram paradas no tempo, não tiveram quase evolução. Os diálogos entre as duas são em muitos casos desprovidos de conteúdo e um pouco irreais.
À semelhança de Apneia também aqui a personagem principal só conseguiu lidar com maus profissionais, neste caso na área da psicologia. Há gente mesmo muito azarada neste mundo. Os amigos, nomeadamente a melhor amiga, também não perceberam alguns sinais que deixavam adivinhar qual a doença psiquiátrica que afetava a Julieta. É muito difícil acreditar que a melhor amiga, o namorado, os professores, os psicólogos e o marido não tenham tido, em momento algum, a mais pequena dúvida de que a Julieta tinha graves problemas de saúde mental.
A juntar a isto há aquela quantidade de informação completamente desnecessária, mas que hoje em dia parece estar na moda.
Leila falava com a boca cheia, como sempre, e mexia no telemóvel ao mesmo tempo, embora estivesse concentrada na conversa. Era multifacetada.
Estava a chover a sério quando Leila parou o carro à porta de casa de Ermelinda, tendo este de imediato desligado o motor graças ao seu sistema inovador de start-stop.
Gostava de ter visto também o lado do Gustavo, tinha dado um contraditório à história, talvez a enriquecesse e nos desafiasse enquanto leitores.
Depois de tanto enquadramento na primeira parte do livro, que foi uma canseira e ditou a minha completa falta de simpatia pelas personagens, a segunda parte foi só uma confirmação das minhas suspeitas.
Ah!, já agora façam blurbs em condições
Julieta tem uma vida perfeita, mas está prestes a saltar de uma ponte…
Ainda sem fôlego para escrever sobre este livro. Sem dúvida, 5 ⭐️! Top!! ⭐️ Muito há a dizer deste livro, mas apenas digo “deve ser lido”. Confesso que quando um livro anda nas bocas do mundo, começo a leitura "a medo", porque as expectativas são altas. Nem sempre o que é mais publicitado é sinónimo de qualidade. Nunca tinha lido nesta escritora, mas a escrita da Susana Amaro Velho conquistou-me logo nas primeiras páginas. Construir estas personagens, escrever sobre estes temas e desta maneira tão real não é para qualquer um. São situações que conheço, que já vivi ou acompanhei de perto alguém que as viveu, por isso, para mim, este livro foi duro de ler, mas valeu a pena cada palavra, cada página. O que importa dizer: fazia falta um livro que falasse de depressão, de doença mental, de crescer numa família sem estrutura, de amores de adolescência que marcam para a vida, de infertilidade, de aborto, de suicídio… mas também de esperança, de amigos e de amores que nos salvam! Ainda bem que a Susana Amaro Velho conseguiu escrever sobre tudo isto e desta forma tão especial. OBRIGADA!
Vou começar por dizer que: WOW se este livro tivesse sido por uma escritora internacional o booktok já estava ao rubro 😮💨
Quando comecei tinha expectativas altas mas este livro superou-as todas 🥺 Li-o em praticamente 24h e gostei imenso de como temas tão pesados foram abordados.
Achei a narrativa fascinante sendo que a história é contada entre o passado e o presente, o que permite compreender melhor a Julieta, assim como começar a criar uma relação e a torcer por ela. 🤍
Se este livro foi frustrante? Sim (ainda mantenho o que disse sobre querer dar uma chinelada ao Gustavo e à mãe). Se foi por vezes repetitivo? Sim. Mas acho que isso faz parte do encanto e adiciona ao impacto final.
Afinal de contas, o objetivo é mostrar a vida pelos olhos da Julieta e todos estes elementos adicionam ao “estrondo” final. E que “estrondo” 😮💨 O livro já abre em grande mas a segunda parte leu-se exatamente como um thriller, era impossível pousar o livro!
Obviamente dei-lhe uma classificação de 5/5 ⭐️ e, honestamente, acho que é daquelas leituras que todos deviam experimentar. Podem não gostar mas também podem compreender melhor o que é lidar com vários problemas de saúde mental. É daqueles livros importantes e não podia dar mais os parabéns à Susana por ter arrasado! 🤍
Julieta parece ter uma vida perfeita. Aos 37 anos tem um marido adorável, o emprego que a preenche e uma casa de sonho. Mas, infelizmente nem tudo o que parece é, e há de facto marcas e fantasmas que ficam para sempre nas nossas vidas.
A Julieta afinal não é mais do que uma pessoa frágil, dormente, entorpecida, desamparada, infeliz, ansiosa, profundamente triste, perdida, só, desiludida, consumida e sem qualquer brilho. Foram todas estas as marcas que lhe foram sendo deixadas pela vida, pelas pessoas, por alguns acontecimentos. Sempre numa busca incessante por um amor incrível e arrebatador, por atenção, por reconhecimento, por carinho, por conforto, por colo.
“A vida é uma criança que é preciso embalar até que adormeça.” E a vida da Julieta era indomável, sem sossego, muito difícil de embalar. “Uma vida que apenas fingia viver. Sempre ansiosa. Sempre assustada. Inquieta.”
E a vida é tão mais do que isto. Que mais Julietas desta vida o possam entender e perceber o que de tão bom é verdadeiramente a vida, sem nunca perder a esperança.
É um livro que tão depressa não esquecerei, muito intenso, sobre uma personagem tão complexa, difícil de processar e que não vai deixar certamente ninguém indiferente.
Muitos parabéns querida Susana por este livro tão bom e necessário. É muito poderoso este teu novo bebé! Muito maduro, forte, duro, muitíssimo bem escrito e inesquecível!!
Um livro imperdível, que nos inquieta e faz reflectir sobre as consequências a longo prazo dos maus tratos na infância. A escrita da Susana é maravilhosa e quando se começa a ler não se consegue parar.
Sem palavras, foi assim que terminei este livro… Parabéns à escritora por me permitir entrar numa história que, de tão intensa, me pareceu sempre tão real!
As últimas 50 páginas valem o livro inteiro. Senti que estavam a ser abordados muitos temas e a determinada altura era quase caótico. O que mais me incomodou foi a falta de evolução no conteúdo dos diálogos das personagens principais, mesmo com janelas temporais tão grandes. A escrita é boa e flui bem, mas não me prendeu.
A vida está cheia de riscos e de cálculos. Fazemos sacrifícios na esperança de melhores resultados, mas nem sempre tudo corre como esperamos. Isso leva-nos a questionar: até que ponto estamos dispostos a abdicar do que temos para alcançar o que desejamos?
Julieta vive rodeada de fantasmas – uns que consegue disfarçar, outros que a dominam. O que estará ela disposta a arriscar quando a sua vida parece estar num caos constante?
Apesar de um casamento aparentemente estável, Julieta carrega as marcas de um passado doloroso, onde amor e dor se confundem. As cicatrizes emocionais continuam a moldar o seu presente, trazendo dilemas profundos.
"Inquieta" provoca uma sensação de inquietação constante. A primeira metade é dedicada à construção de Julieta, explorando o seu passado sombrio para entendermos o seu presente, revelando camadas de complexidade e dor.
Com uma escrita sóbria e impactante, esta é uma história de uma mulher que luta desesperadamente contra os seus fantasmas. Vozes que habitam na sua cabeça ganham vida nestas páginas, tornando-se quase tangíveis, quase verdadeiras.
14/2023 Inquieta um livro de @susanaamarovelho que vejo por aqui várias vezes e que já andava na TBR há uns tempos. Ontem foi o dia de iniciar e hoje terminei a leitura! Sem estar a exagerar, estive mais de 100 pág a não conseguir respirar de forma natural… não é um thriller, é bem pior! É a história da Julieta mas podia ser a história de qualquer uma de nós! O sofrimento de não poder ser uma criança “normal”, órfã de pais vivos, auxiliada por uma amiga que todas desejamos ter, que nos abraça mas que também nos sacode quando é preciso. Julieta consegue recuperar de uma relação abusiva, um amor (?) de 10 anos. Será que está mesmo recuperada? Tem uma vida feliz, um bom emprego, um marido que adora mas está prestes a atirar-se de uma ponte… Sei que este livro não é uma novidade por aqui mas a todos os que ainda não leram, façam como eu e peguem nele agora, garanto que não se vão arrepender. Este livro fez-me verter algumas lágrimas mas não vou falar mais para não dar spoiler. Parabéns à autora por ter escrito este livro e por dar importância ao tema da saúde mental.
Que livro inquietante! Um livro que fala sobre a saúde mental. Um livro intenso e que nos consegue surpreender. Após ter lido o bairro das cruzes e não ter sentido tanta empatia pela história, este livro surpreendeu-me pela positiva. Ao início fiquei um pouco confusa com a mudança repentina de narrativa cronológica mas a meio do livro entrei na narrativa e devorei as páginas até ao final. Julieta uma mulher que tem um marido e uma vida com que muitas mulheres sonhavam ter, tem também fantasmas do passado que a atormentam e inquietam e não a deixam ser feliz. Uma infância sem amor, com uma mãe que pouco se preocupava com ela, sem pai ,entregue a si própria muitas vezes. Na adolescência apaixona-se por Gustavo, um rapaz mulherengo, mentiroso e manipulador e que aproveita-se da sua inocência e falta de atenção. No meio de tanta tristeza só tem uma fiel amiga chamada Leila que está sempre pronta a estender-lhe a mão e ampara-la nas quedas mais profundas. Julieta estuda direito, forma-se e é uma mulher lutadora mas interiormente não consegue ultrapassar muitas marcas do seu passado. Anda de psicologa em psicologa mas só diagnosticam ansiedade e depressão mas ninguém percebe que Julieta sofre de outro problema mais grave. Irá ser preciso bater no fundo do poço para despertar o marido e a amiga para a dura realidade que vive dentro de si.😭 Um livro que toca-nos o coração e deixa-nos a refletir .
Mesmo dias depois de terminar este livro, ainda não sei onde encaixar todos os sentimentos que este livro me trouxe.
Uma mulher com uma depressão e ansiedade, negligenciada quando era criança, abusada psicologicamente na sua adolescência e juventude, com traumas muito difíceis de ultrapassar. Mas quando a sua vida parece ser perfeita, há um gatilho que desperta um problema mais grave.
A história fala-nos de uma proposta feita por um ex namorado, que iria mudar completamente a vida de Julieta. Confesso que passei o livro todo a tentar desvendar qual a proposta. Mas, quando descobri o que era e acabei este fantástico livro percebi que, a proposta não era o importante, tudo o que estava por detrás desta proposta é que era importante e nada me faria imaginar este desfecho!
É absolutamente incrível, nunca tinha lido nada assim! 😍
Este livro é um murro no estômago. No início, parece apenas uma história de um amor em várias fases. À medida que o livro avançava, eu comecei a perguntar, com regularidade: "Hum???" e "Que é isto que estou a ler?" Pequenas pistas de há algo de muito maior neste livro. As últimas 100 páginas, são um descida a pique (pela sensação, não em qualidade, pelo contrário!). É uma sufoco. Uma inquietação. A Ermelinda é das personagens mais execráveis que já li. E a Julie, das mais frágeis.
Um romance sobre amores imperfeitos, laços de amizade, relações abusivas e saúde mental. Mais um excelente livro da Susana, que foca temas muito pertinentes com um toque especial.
Aparentemente a vida de Julieta é perfeita. Com trinta e sete anos, tem um marido adorável, um emprego que a realiza e uma casa maravilhosa, mas...nem tudo o que parece é, e a vida de Julieta está muito longe da perfeição e prestes a afundar-se num abismo. Confrontada com os traumas e fantasmas do passado, com o regresso de um amor antigo e uma proposta impensável, Julieta sente-se cada vez mais perturbada e perdida ...
Este foi o primeiro livro da @susanaamarovelho que li e foi, sem dúvida, uma agradável surpresa!! Talvez por nunca ter lido nada da autora, não estava mesmo preparada para esta “bomba” de livro, a começar pela escrita da Susana, que achei maravilhosa e absolutamente envolvente. Este relato tão cru e tão intenso, que nos inquieta e nos prende até ao fim, transporta-nos para a vida da Julieta e obriga-nos a pensar nas tantas Julietas que sofrem de uma doença que não se vê e que nem sempre se entende ou se entende como uma fraqueza ou uma escolha, e por isso, não se dá a devida importância. Era bom que por cada Julieta, houvesse sempre uma Leila ou um Zé por perto, para um caminho de “esperança”, menos penoso ou solitário.
Adorei este livro e ainda não consegui parar de pensar na Julieta, e na Leila 🧡 e em tudo o que li 💔
“A vida é uma criança que é preciso embalar até que adormeça “
"Inquieta" faz jus ao seu titulo, recordo-me desse sentimento constantemente ao longo da leitura. A escrita da Susana é das mais bonitas que já li, é perspicaz, melodiosa, fluida e com um tom de humor caustico. A história é intensa, repleta de sentimento, muito dele dor. Tem muitas camadas, é daquelas que dá gosto demorar a ler para ter tempo de assimilar tudo com calma, para ter tempo de viver cada palavra.
A narrativa principia com um tom de mistério que me instigou a prosseguir imediatamente com a leitura, mas não acho que é algo que vá acontecer com toda a gente porque esta é pura e simplesmente a história da Julieta, lé-la é como assistir a uma vida e sei bem que este é um tipo de enredo que não agrada necessariamente a toda a gente.
Esta é uma história muito atual, necessária. Foca-se em viver na companhia de doenças mentais, sejam elas nossas ou de alguém que seja objeto do nosso afeto, foca-se em todas as pequenas e grandes coisas que levam ao culminar de uma situação pior, mas também se foca em procurar ajuda, em esperança, num futuro melhor e mais feliz e foi graças a esta mensagem que achei "Inquieta" mercedor da quinta estrela!
Uma história intensa, que nos faz não querer fazer mais nada sem ser ler. O ponto de partida é simples, uma mulher no cimo de uma ponte, prestes a atirar-se, não há justificações possíveis para esta atitude, uma vez que todos acham que ela tem a vida perfeita. Mas, se a vida é tão boa, como é que a visita de alguém do passado lhe vira a cabeça ao contrário? É isso que temos que descobrir, e estar bem atentos a cada descrição dos factos, porque este narrador pode estar a ludibriar-nos... A dada altura é difícil distinguir a realidade da fantasia, mas o propósito é esse mesmo. Levar-nos à dúvida. Após a descrição inicial, o narrador volta atrás no tempo para nos contar o que antecedeu este momento. Este 'regresso' ao passado acontece em três tempos: os acontecimentos recentes (uns meses antes da ponte), um passado de há uma década atrás (quando ela começa uma nova vida) e, finalmente, a adolescência de contrário enriquecia as personagens e o seu percurso. Nunca tinha lido nada da autora, e já me conquistou, esta foi sem dúvida uma das melhores leituras do mês!
No momento em que ouviu isso, Julieta sentiu algo rebentar dentro de si. Anos e anos de opressão. De hipocrisia. De uma paz podre. De uma vida que apenas fingia viver. Sempre ansiosa. Sempre assustada. Inquieta.
Estava com as expectativas em altas para este livro que acabou por me deixar como o próprio nome: Inquieta.
Após o prólogo ficamos com vontade de saber a história daquela personagem e o que a leva a estar naquela situação: "Afinal, ela não era Alice. E aquele não era a porra do País das Maravilhas."
Temas atuais como a saúde mental, relações abusivas, infertilidade são retratados neste livro - dividido em duas partes - que nos deixe em suspense em cada uma delas. Com um toque especial nos detalhes e uma banda sonora própria, é um livro de leitura descomplicada mas com um enredo intenso que nos prende até ao último capítulo.
Este livro aborda temas importantes mas há muita coisa que não correu bem, na minha opinião. Se deixarmos de lado que parece uma novela portuguesa sem qualquer sentido a maior parte das vezes, há constantes saltos entre presente e passado e dumps de informação aleatória. Leva 2 estrelas por parte final do livro foi muito interessante.
Um livro que não deixa ninguém indiferente e que nos faz refletir muito!
Não é uma leitura simples e a palavra certa para o descrever é inquietante. Uma história inicialmente confusa mas que culmina numa história poderosa.
Julieta parece ter a vida perfeita, mas nem tudo é o que parece. Somos levados pelo seu relato, pela sua história, pela sua fragilidade e pela sua procura pelo amor.
Um livro marcante e que aborda o tema Saúde Mental de forma exemplar! A escrita da Susana é irrepreensível.
Gosto muito de ler em viagem, sobretudo em comboios e aviões, embora tenha tendência para adormecer ainda antes da decolagem. Desta vez, e por estar ansiosa por ler Descansos, da querida Susana, obriguei-me a pegar neste Inquieta. Não é que não tivesse curiosidade em lê-lo, mas sabia que seria uma leitura dura. Todos os livros que li da Susana exigiram estômago, preparação emocional, exercícios de respiração no fim, e uma espécie de exorcismo para me livrar das suas personagens e dos seus dilemas, uma vez terminada a leitura.
Não foi diferente desta vez. A primeira parte do livro levou-me numa direção - arrancou-me emoções, mas sobretudo irritação, frustração, até alguma raiva. A segunda parte deixou-me de sobrolho franzido, porque começava a detetar uma e outra incongruência que soube que não se coaduna com a minúcia - o rigor - com que a Susana tece as suas histórias. Isto é, tinha de ser intencional. Comecei a tentar unir os pontos, mas a Susana não me facilitou a vida: as revelações surgiram no final, encaixando todas as peças, deixando-me boquiaberta, de lágrima no olho, com vontade de dar colo e de reler tudo de novo, para apanhar tudo o que foi plantado nas entrelinhas e que, despreparada, não vi.
Este livro é sobre muito mais do que um amor tóxico adolescente, é um livro sobre percepções, sobre equilíbrio, discernimento, doença mental, negligência infantil. São temas fortes, atuais, prementes, que nunca é demais revisitar, analisar e discutir.
Fico sempre espantada com a capacidade que a Susana tem de nos chamar para dentro dos seus enredos. É uma honra poder ser escritora ao mesmo tempo que a Susana o é, e lamento por cada leitor que ainda não lhe tenha dado uma oportunidade. Está a perder o que de melhor a literatura portuguesa contemporânea tem para oferecer.
Cada vez me é mais claro que estou perante a minha autora portuguesa favorita.
Esta é a palavra que escolho para definir este livro, é uma leitura importante. Traz luz a temas que ainda muitos têm dificuldade em encarar, a saúde mental, esse bicho de sete cabeças que para alguns é só “manhas e manias” de quem tem demasiado tempo livre. Quando na realidade, é tão importante como qualquer outra questão de saúde. A saúde mental, ou inexistência dela, pode destruir tal como um cancro e danificar como uma infeção, sobretudo se não diagnosticado e não tratado.
Adorei o livro, amei as nuances complexas da teia que se ia desenrolando ao longo dos capítulos, os pequenos pormenores que pareciam não fazer sentido algum mas que se revelaram extremamente pertinentes. A amizade, tão bonita e bem retratada e, lá está, importante na vida de Julieta ao longo de tantos anos. E o amor, uma personagem que é vilão e salvador, o lado bom e o lado mau, o saudável e o tóxico, onde termina um lado e começa o outro?. Pra nos lembrar que o amor é uma doença; Quando nele julgamos ver a nossa cura, uma referência que a autora insere no livro e que eu achei imprescindível, fez-me apaixonar ainda mais pela obra.
Infelizmente nunca li o Bairro das Cruzes, visto que está esgotado em todo o lado, e a minha vontade de o ler cresceu ainda mais! Se for tão bom quanto o Inquieta, certamente vou amar.
Parabéns à autora, por um livro excecional e tão, mas tão IMPORTANTE.
Finalizada a leitura acabei por gostar e me surpreender com o intento do livro. Inicialmente estava a ser realmente complicado. Antipatizei com a personagem principal, Julieta, no mau sentido, de tal forma que tudo o fazia me irritava.
Lentamente fui percebendo que havia algo nela de profundamente errado, que era demasiado inconstante. O final foi fantástico, cheio de emoção e a mensagem é realmente relevante!
Este livro está muito bem escrito, com o toque delicado que a autora nos habituou nos anteriores.
Não consigo atribuir a pontuação máxima porque não gosto de uma das temáticas abordadas, e porque tenho termo de comparação, isto é, o livro "O Bairro das Cruzes" da autora é para mim incomparável, maravilhoso.
Fico realmente feliz com o merecido reconhecimento do trabalho da Susana.
Foi duro ler este livro e daí as 5 estrelas. Os livros são feitos para sentir, caramba! E eu senti cada capítulo como se conhecesse as personagens. Aliás, tenho a certeza que conheço pelo menos muitas das referências da autora o que me deixou ainda mais inquieta, confesso. Até pensei em desistir a meio tal era a ansiedade. Conheço a Vila da protagonista, a Escola Secundária, a aldeia do namorado que é um autêntico "Merdas" e até desconfio conhecer o próprio. Creepy as fuck! O facto da minha história se cruzar com a da própria Susana não me deixa fazer uma review que não seja demasiado pessoal. QUanto à estória: louvores à segunda parte e a um final bem fechadinho. Viver os traumas destas personagens é encontrarmo-nos com alguns dos nossos próprios demónios e refletir à séria sobre a importância da saúde mental. Há mais Julietas do que julgamos. Que haja mais Zés do que nos parece.