O valor capitalista aboliu todas as particularidades locais, todas as tradições, e impôs‑se como a única lei até aos últimos recantos do planeta; do mesmo modo, o betão estendeu o seu reino monótono ao mundo inteiro, homogeneizando através da sua presença todos os lugares.
Partindo do episódio da queda da Ponte Morandi, em Génova, em 2018, como caso exemplar da obsolescência programada, Anselm Jappe desenvolve a premissa de que o betão — um dos materiais de construção mais utilizados no planeta, produzido em quantidades astronómicas e com irreversíveis consequências sanitárias e ambientais — encarna por excelência a lógica desmesurada, descartável e destrutiva do capitalismo. Ensaio que associa a crítica do valor à crítica da arquitectura e do urbanismo contemporâneos, rememorando o historial problemático deste material — das intenções dos seus entusiastas às reservas dos seus detractores, da sua expansão durante a Revolução Industrial ao declínio de técnicas sustentáveis e ancestrais —, Betão (2020) é um protesto contra a uniformização económica, social e estética do mundo, uma recusa da habitação como activo rentável e um alerta para as insidiosas leis da mercadoria e do crescimento infinito.
Anselm Kappe grew up in Cologne and in the Périgord. He studied in Paris and Rome where he obtained, respectively, a master's and then a doctorate degree in philosophy. His advisor was Mario Permiola. A member of the Krisis Groupe, he has published numerous articles in different journals and reviews, including Iride (Florence), Il Manifesto (Rome), L'Indice (Milan) and Mania (Barcelona). In his writings, he has attempted to revive critical theory through a new interpretation of the work of Karl Marx. He is currently teaching aesthetics at the Accademia delle Belle Arti di Frosinone.
Trois étoiles car il a le mérite d'exister, et de poser la critique de l’omniprésence de ce matériau, depuis ses enjeux environnementaux majeurs jusqu'à la standardisation du monde, dont il est effectivement un des (nombreux) chantres. Il est souvent question de CO2 et de plastique dans l'actualité mais le béton, lui, s'est jusqu'à présent surtout faufilé entre les gouttes.
Alors merci, Livre, d'attirer notre attention à tou.te.s sur le sujet.
Ce travail gagnerait toutefois tellement à être moins manichéen, et surtout à moins recourir au jugement de valeur esthétique qui ne vaut, malheureusement, pas grand chose en soi. À la laideur présupposée du béton, je pourrais apporter pléthore de contre-exemples, que nous en resterions au même point, celui d'une discussion de comptoir.
Le dernier chapitre verse dans une profusion de concepts et de mots décidément un peu trop pompeux pour être honnêtes. Dispensable, mais cela n'est que mon avis...
Erschreckend ist die Kurzlebigkeit dieses Baustoffs der uns überall umgibt - der Stahl im Inneren ist anfällig für Korrosion, was aber von außen meist unsichtbar bleibt. Ebenfalls betrüblich ist, wie dieser Baustoff traditionelle Architektur und handwerkliches Wissen zum Aussterben bringt. Und die ökologischen Folgen von Beton sind verheerend. Das alles sind valide Punkte, die Anselm Jappe klar ausarbeitet.
Aber ich habe den Eindruck, es ging dem Autor hauptsächlich darum, gegen die Ästhetik der Betonbauten zu wettern. Ab und zu hat er durchaus gute Kritikpunkte (insb. an LeCobusiers autozentrierter Stadt), aber meistens bleibt es beim Geschmacksurteil.
Die architekturhistorischen Betrachtungen werden in Beziehung gesetzt mit der europäischen Ideengeschichte. Besonders ausführlich geht es um Descartes, Marx, Futuristen, Situationisiten, Faschismus und Sozialismus und ihre jeweilige Haltung zu Architektur.
Wer Bock auf sowas hat, ist mit diesem Buch gut beraten. An einigen Stellen wirkt es allerdings ein bisschen wie sehr gehobenes Geschwafel. Insbesondere wenn es darum geht, einen Wortwitz zu Beton (concrete) und der Abstraktion der Arbeit zu erklären. Trotzdem bereue ich nicht, mit diesem Buch Zeit verbracht zu haben.
Hormigón, de Anselm Jappe, propón unha lectura marxista do material máis omnipresente da modernidade: o formigón como símbolo e consecuencia da lóxica capitalista. A obra destaca pola súa ambición teórica e pola capacidade de vincular arquitectura, economía e ecoloxía nun mesmo discurso crítico.
Pero esa mesma amplitude converte o ensaio nun texto denso, repetitivo e, en ocasións, máis retórico ca analítico.
A falta de profundidade técnica e o ton excesivamente transversal, pretendendo tocar sempre todos os paus á vez, fan que a argumentación perda forza a medida que avanza, reducindo un tema fascinante a un exercicio de denuncia algo monótono.
Gustaravos se buscades unha reflexión filosófica e ideolóxica sobre o mundo construído, máis ca unha análise concreta e rigorosa.
L'ouvrage est intéressant mais honnêtement très dommage qu'autant d'arguments soient introduits sans jamais être approfondis au détriment d'une critique acerbe sur l'esthétique. Les promesses écrites en introduction de l'ouvrage ne sont pas tenues, ce qui est très regrettable car les thématiques abordées sont passionnantes.
Livro interessante mas reacionário. Não apresenta soluções embora sintetize com clareza o diagnóstico ao problema do uso de um material como o betão na sociedade capitalista.
Didáctico ensayo sobre el hormigón, que el autor utiliza como alegoría de muchas más cosas. Muy divertido cuando pone a parir a Le Corbusier, ofrece análisis sociológicos lúcidos acerca de cómo el espacio que ocupamos (y el material del mismo) condiciona nuestra vida.