Theo Janssen, colorista e herdeiro inesperado de uma das melhores ― ainda que poucas ― lojas de tintas da Inglaterra, estava certo de que não estava destinado à felicidade. Resignado com a própria solidão, acreditava que sua vida seria pincelada apenas em tons azuis.
Mas quando Pasha, um de seus amigos mais antigos, entra em seu escritório com um enorme pacote embrulhado em papel pardo e jornal velho, pedindo para que Theo investigue se há algo de mágico em uma pintura, o colorista não poderia imaginar que seus dias monocromáticos acabariam mais rápido do que pensava.
Retratada como uma mulher em trajes dourados, segurando uma romã rachada ao meio, Prosérpina era um quadro tão belo quanto misterioso. Suas cores vivas pareciam saltar da tela, atiçando o interesse imediato de Theo. Apesar da relutância ― afinal, ele era especialista em tintas, não em magia ― aceita ajudar seu amigo, cativado pela pintura.
No entanto, há mais nessa história do que parece: após um misterioso desaparecimento, Theo se vê metido em uma confusão que pode colocar em risco o furacão de cores que transformou sua vida. Agora, ele precisa desvendar segredos do passado e encarar seus reais sentimentos se quiser salvar a única coisa que fez sentido em anos.
Por Júpiter! Prosérpina é uma obra de arte! Que privilégio foi poder acompanhar essa história semanalmente (avermelhado de ansiedade) e apreciar a escrita da Anna Martino. Adorei as descrições das emoções, sensações, lembranças, personagens, locais entre outros, todas bem sinestésicas. Os personagens também, todos em tons muito vívidos e vibrantes. Na minha percepção, essa história pareceu uma novela das 18hrs, muito gostosinha de acompanhar e aguardar pelo desenrolar das reviravoltas.
Theo herdou meio misteriosamente uma loja de tintas e é muito habilidoso com isso. Quando seu amigo Pasha lhe pede para avaliar se há magia em um quadro, a moça da pintura parece observar Theo de lá, e ela se chama Prosérpina.
Eu já havia lido alguns contos da Anna Martino antes, outros editados por ela na Dame Blanche e estou habituado a ouvi-la no podcast Eis a Questão. Então decididamente já sabia o que esperar quando anunciaram que uma novela dela seria a próxima história seriada da Noveletter. Foram 20 semanas acompanhando este folhetim com ansiedade pelo próximo fascículo.
O mundo concebido pela autora é muito rico e cheio de detalhes. Cada personagem coadjuvante parece esconder uma história complexa e Theo é apenas a escolha de foco da narrativa. O tom é outro grande acerto, um humor sutil que nos deixa com aquele risinho constante no canto dos lábios, mas também grande tensão, seja pelos perigos do plot, seja pela atração física entre alguns personagens. Eu adorei passar esses meses com Theo e Prosérpina e espero ver novas histórias no mesmo universo no futuro.