Para Que Fique Bem Escurecido conta a história da Kadijatou. Para os conhecidos Kadija. Uma mulher negra e guineense que nasceu e viveu toda a sua vida em solo europeu. É um conto de autoficção com espaço suficiente para esmiuçar algumas das questões que só nós, mulheres negras em países maioritariamente brancos entendemos: a dismorfia corporal, as microagressões, o colorismo, a hipersexualização e a dessexualização.
Mas não se enganem, este não é um livro onde apenas se expõem dores e violências. São cartas de amor para todas as meninas que assim como a Kadi precisam voltar para casa para entender o tamanho da sua potência.
Um livro que lindo que relata a realidade que é ser mulher, negra e crescer na Europa, principalmente em Portugal. Uma linda de história de amor e desconstrução.
TW: Racismo, Bullying; Referência a Abusos Sexuais
Um livro extremamente necessário, que é tanto uma denúncia, como uma carta de amor: próprio e a todas as mulheres negras. Através da protagonista Kadi, Sandra Baldé explora questões como a tentativa de aprovação, a vulnerabilidade, a segregação, o feminismo branco, a representatividade, o ativismo e a identidade que vai sofrendo metamorfoses ao longo do tempo e das circunstâncias - mas há muito mais dentro das suas palavras; dentro das entrelinhas de uma realidade que continua condicionada pela sociedade. É um relato bastante honesto, que nos transporta para problemas raciais e feridas sociais e que impulsiona a empatia. Esta obra nasceu de um sonho. E, por ser um manifesto tão pertinente, permitirá que outras mulheres ergam a sua voz.
Um livro que desconstrói e educa. Um livro sobre força interior e amor próprio.
“Pode ser muito difícil construir amor próprio se as coisas não forem ditas, se ela não estiver rodeada de pessoas que se pareçam com ela e que tenham orgulho em ser quem são. E pior do que a ausência de frases e atitudes que fortalecem e empoderam é a presença daquelas que destroem com o passar dos (d)anos. Sejamos melhores para as nossas crianças. Frases de afirmação têm poder”
Não posso dizer que sei o que é racismo. Conheço o conceito, sim, mas não sei o que sente quem passa por isso. Seria hipócrita se dissesse que sei. No entanto, isso não me impede de querer estar informada sobre o tema, ler sobre o que sente quem vive o racismo, com o intuito de ser melhor pessoa e melhor profissional.
Ganhei este livro num giveaway da @badjuda_literaria e não podia estar mais grata por isso. A Sandra escreve de uma forma muito acessível, mas acima de tudo de uma forma clara e sem tabus. Fala como gente grande de um tema que a sociedade insiste em florear, de maneira que não pareça tão mau aquilo que se passa. Mas é. E cabe a todos nós fazer a nossa parte para mudar isso, fazendo a nossa parte e de acordo com aquilo que nos fizer sentido. Não para ficar bem aos olhos de ninguém, mas para estarmos em paz connosco mesmos.
Obrigada, Sandra, por partilhares com o mundo a tua escrita e a tua experiência. Obrigada, Daniela, por me teres dado acesso a este livro.
Andei atrás deste livros uns bons tempos até que me veio parar as mãos este fim de semana e claro que o comprei. Para um primeiro livro, pequeno, meio auto biográfico de uma pessoa que nao publicou nada antes, senti logo que 15€ era demasiado dinheiro. Mas claro, que o artista faz o preço e ngm me obrigou a comprar! Comecei a ler com demasiadas expectativas, esperava muito mais sou sincera. Mas percebo que iniciar um percurso desire género num pais quê não apoia as minorias e so as silencia, dar este pontapé de saída já foi um grande desafio! É um livro importante. Necessário e ganha ainda mais importancia por ser escrito em português. Não há narrativas deste género escritas em Português, tudo o que consumimos é traduzido e os relatos não nos são próximos. Por serem escritos noutros países, há logo o pensamento que la é diferente e aqui isso não acontece. Sinto que há muito para explorar, senti que todos os textos eram pequenas introduções de algo que podia ser bem maior, mais Trabalhado, mais denso. Falar sobre a própria experiência é complicado e ha traumas claro. Há várias situações que merecem mais reflexoes de forma a também ser tratado o trauma com a escritora. A escrita é terapeutica. Gostei, claro que gostei, acho util mas senti que a mensagem que se quis transmitir ficou muito nas entrelinhas mas é uns escritora com Imenso potencial e garra!
Aguardo para um próximo e espero que não vejam o meu comentário como algo negativo, não o é!! Mas como algo construtivo.
Um livro sobre identidade, sobre este caos que gera a politica de embranquecimento, sobre as consequencias emocionais do racismo estrutural em cada pessoa negra, sobre o sufoco que gera a hegemonia branca e eurocentrica na vida de tantos, asfixiando-os e atirando-os para uma narrativa que nos tenta convencer que existimos nós e eles, os “de bem” e os maus, os civilizados e “aquilo”. Um livro necessário e que, humildemente, acredito que tenha maior impacto quando lido por quem passa delas situações que a protagonista nos descreve, por quem está preso nesta dualidade nacional em Portugal. Um livro que quis oferecer a uma amiga que sem dúvida precisa saber que não está só e que é poderosa, bonita e brilhante! Façam um favor a voces mesmos: leiam-no e diversifiquem a vossa cultura, opinião e sensibilidade. Não contribuam para a hegemonia desta estrutura insana, branca, patriarcal até nas vossas escolhas literárias
Este livro relata factos e experiências racistas na primeira pessoa. Alguns relatos deixaram-me incrédula, pelas situações em si e pela minha ignorância. Mas a verdade é que tantas são as coisas que nos passam ao lado quando estamos num lugar de previlégio.
"Cheguei a clarear a minha pele nas redes sociais e na vida real também."
"O skin bleaching movimenta uma indústria bilionária. Segundo alguns estudos feitos em 2015 e 2019, nos países africanos entre 25% a 95% das mulheres usam produtos para embranquecer a pele."
Gostei do livro, e só não dou 5 estrelas porque acho que deveria ter sido editado por um/a revisor/revisora de textos. Gostei muito da obra, é uma leitura fluida e acaba por denunciar o que muitas de nós vivemos e/ou presenciamos ao longo dos anos.
É sempre tão bom ouvir histórias de empoderamento negro e mais importante sentir que nem sempre estamos sozinhes e que as nossas experiências não são tão singulares quanto achamos 💖💖
Adorei a forma como está escrito! Da perspetiva de uma mulher negra a falar das suas experiências de vida. Ajudou me a perceber um pouco mais sobre o racismo, mas também sobre amor próprio.