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752 pages, Hardcover
First published January 1, 1614
Do que passei om minha mocidade n'este reino ate que me embarquei para a índia.
Quando ás vezes ponho diante dos olhos os muitos e grandes trabalhos e infortunios que por mim passárão, começados no principio da minha primeira idade, e continuados pela maior parte e melhor tempo da minha vida, acho que com muita razão me posso queixar da ventura, que parece que tomou por particular tenção e empreza sua perseguir-me e maltratar-me, como se isso lhe houvera de ser materia de grande nome e de grande gloria; porque vejo que, não contente de me pôr na minha patria, logo no começo da minha mocidade, em tal estado que n'ella vivi sempre em miserias e em pobreza, e não sem alguns sobresaltos e perigos da vida, me quiz tambem levar ás partes da índia, onde, em lugar do remedio que eu ia buscar a ellas, me forão crescendo com a idade os trabalhos e os perigos. Mas por outra parte, quando vejo que do meio de todos estes perigos c trabalhos me quiz Deos tirar sempre em salvo, e pôr-me em seguro, acho que não tenho tanta razão de me queixar por todos os males passados, quanta de lhe dar graças por este só bem presente; pois me quiz conservar a vida, para que eu pudesse fazer esta rude e tosca escriptura, que por herança deixo a meus filhos (porque só para elles é minha tenção escrevêl-a), para que clles vejão n'ella estes meus trabalhos e perigos da vida, que passei no discurso de vinte e um annos, em que fui treze vezes captivo, e dezesete vendido, nas partes da índia, Ethiopia, Arabia feliz, China, 'fartaria, Macassar, Samatra, c outras muitas provincias d'aquelle oriental archipelago, dos confms da Asia, a que os escriptores chins, siames, gueos, elequios, nomêão nas suas geographias por pestana do mundo, como ao diante espero tratar muito particular e muito diffusamente; e d'aqui por uma parte tomem os homens motivo de se não desanimarem com os trabalhos da vida para deixarem de fazer o que devem, porque n3o ha nenhuns, por grandes que sejão, com que não possa a natureza humana, ajudada do favor divino, e por outra me ajudem a dar graças ao Senhor omnipotente, por usar comigo da sua infinita misericordia, apezar de todos meuspeccados, porque eu entendo e confesso quê d'elles me nascêrão todos os males que por mim passárão, e d'ella as forças e o animo para os poder passar, e escapar d'elles com vida.
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Вы все, паладины Зеленого Храма, Над пасмурным морем следившие румб, Гонзальво и Кук, Лаперуз и де-Гама, Мечтатель и царь, генуэзец Колумб! Ганнон Карфагенянин, князь
Cенегамбий, Синдбад-Мореход и могучий Улисс, О ваших победах гремят в дифирамбе
Седые валы, набегая на мыс! А вы, королевские псы, флибустьеры, Хранившие золото в темном порту, Скитальцы арабы, искатели веры И первые люди на первом плоту!
И все, кто дерзает, кто хочет, кто ищет, Кому опостылели страны отцов, Кто дерзко хохочет, насмешливо свищет, Внимая заветам седых мудрецов! Как странно, как сладко входить в ваши грезы, Заветные ваши шептать имена, И вдруг догадаться, какие наркозы Когда-то рождала для вас глубина! И кажется — в мире, как прежде, есть страны, Куда не ступала людская нога, Где в солнечных рощах живут великаны И светят в прозрачной воде жемчуга.
С деревьев стекают душистые смолы, Узорные листья лепечут: «Скорей, Здесь реют червонного золота пчелы, Здесь розы краснее, чем пурпур царей!» И карлики с птицами спорят за гнезда, И нежен у девушек профиль лица… Как будто не все пересчитаны звезды, Как будто наш мир не открыт до конца!