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Economia Brasileira Contemporânea
Este livro apresenta uma análise em perspectiva histórica dos elementos que, segundo o autor, fundamentaram a formação do Brasil contemporâneo. Mostra como o desenvolvimento econômico e social brasileiro alternou fases de avanço e estagnação de acordo com condicionantes políticos, institucionais, políticas públicas, 'booms' e crises internacionais desde o Pós-Guerra.
432 pages, Paperback
First published January 1, 2005
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Displaying 1 - 7 of 7 reviews
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March 9, 2010I need very of this book
July 19, 2020
“De 15 em 15 anos, o Brasil esquece o que aconteceu nos últimos 15 anos”
Essa frase, do cronista Ivan Lessa, descreve muito bem a história econômica do Brasil, resumida extremamente bem nesse livro, que aborda o período entre a queda do Estado Novo até a iminência do processo de impeachment de Dilma Rousseff (1945 – 2015). Fazendo jus a frase, os movimentos da política econômica brasileira se sucedem em ritmo quase previsível: choque externo agudiza desequilíbrio que vinha sendo construindo ao longo de vários anos e demanda ajuste severo, com alto custo social, aos quais raramente o governo (ou as instituições políticas) sobrevivem. A isso se segue uma melhora dos fundamentos, com inflação e déficit fiscal cadentes, além de ajuste nas contas externas, algumas vezes seguido por condições internacionais mais favoráveis. Visto a melhora, lenta mas paulatinamente, a prudência começa a dar lugar ao voluntarismo e começam a se construir os desequilíbrios da próxima crise.
Os quatro autores se dividem na tarefa de narrar, com bom equilíbrio entre síntese e detalhe, a gênese de cada um desses ajustes e crises e, na minha opinião, constroem um texto mais coeso e fluido que A Ordem do Progresso, clássico do tema, apesar de uma visão mais superficial dos períodos que abordam. Um mérito do livro é a exposição das diferentes interpretações sobre as crises, as formas de superá-las e a visão de desenvolvimento dos diferentes campos políticos e teóricos em cada momento-chave da política econômica nacional. Em especial, destaco os capítulos sobre as reformas monetárias dos anos 80 e 90 (Cruzado, Verão, etc, até o Real), que resumem com grande qualidade os debates complexos ao redor do tema. Apesar dos autores terem o benefício de serem “posdictors”, ou seja, terem visto como os eventos se desenrolaram e o que deu certo ou não para traçarem a narrativa, trazer os diferentes argumentos considerados na época reforça a qualidade da argumentação e expõe a dificuldade de se tomar decisões de impacto tão abrangente nos momentos de crise mais severa.
A terceira edição inclui mais cinco anos a narrativa, terminando em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e expande partes de alguns capítulos. O material novo ajuda na compreensão do que deu errado no passado recente mas, até pelo tempo em que se desenrolou até a composição do livro, carece do perfil mais balanceado dos outros capítulos.
Lendo esta edição, e talvez com o benefício de ser mais velho e estar mais “distante” dos fatos desde quando li a segunda edição na graduação, reforçou a minha percepção de excepcionalidade no mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Certamente esse teve limitações, especialmente em relação a condução da política fiscal e privatizações, que tiveram resultados mistos versus o que o governo se propunha. No entanto, é notável que FHC tenha sido o único presidente que conseguiu combinar com sucesso apoio popular, governabilidade, expansão de programas sociais, ajuste fiscal e monetário além reformas estruturais que, entre outras coisas, encerraram um período de mais de cinquenta anos em que a economia brasileira conviveu com inflação de dois dígitos ou mais. Em todos os outros momentos narrados no livro, um ou mais desses aspectos nunca conviveram. Em especial, o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), talvez o ajuste mais profundo e abrangente da economia brasileira fora o Plano Real, teve sua viabilidade extremamente questionada e, especula-se, só deu certo a custa da democracia, ao ser implementado à medida que o governo militar se recrudescia.
Aos interessados sobre o tema, o livro conta com extensa bibliografia e sugestões de leituras adicionais. Entre os que se propõe a fazer um resumo similar, eu recomendo o já mencionado A Ordem do Progresso, que estende o período de análise para a Primeira República (1889) e faz uma análise mais profunda (mas também mais técnica e menos acessível ao leitor não familiarizado com os jargões da área) do período em questão.
Essa frase, do cronista Ivan Lessa, descreve muito bem a história econômica do Brasil, resumida extremamente bem nesse livro, que aborda o período entre a queda do Estado Novo até a iminência do processo de impeachment de Dilma Rousseff (1945 – 2015). Fazendo jus a frase, os movimentos da política econômica brasileira se sucedem em ritmo quase previsível: choque externo agudiza desequilíbrio que vinha sendo construindo ao longo de vários anos e demanda ajuste severo, com alto custo social, aos quais raramente o governo (ou as instituições políticas) sobrevivem. A isso se segue uma melhora dos fundamentos, com inflação e déficit fiscal cadentes, além de ajuste nas contas externas, algumas vezes seguido por condições internacionais mais favoráveis. Visto a melhora, lenta mas paulatinamente, a prudência começa a dar lugar ao voluntarismo e começam a se construir os desequilíbrios da próxima crise.
Os quatro autores se dividem na tarefa de narrar, com bom equilíbrio entre síntese e detalhe, a gênese de cada um desses ajustes e crises e, na minha opinião, constroem um texto mais coeso e fluido que A Ordem do Progresso, clássico do tema, apesar de uma visão mais superficial dos períodos que abordam. Um mérito do livro é a exposição das diferentes interpretações sobre as crises, as formas de superá-las e a visão de desenvolvimento dos diferentes campos políticos e teóricos em cada momento-chave da política econômica nacional. Em especial, destaco os capítulos sobre as reformas monetárias dos anos 80 e 90 (Cruzado, Verão, etc, até o Real), que resumem com grande qualidade os debates complexos ao redor do tema. Apesar dos autores terem o benefício de serem “posdictors”, ou seja, terem visto como os eventos se desenrolaram e o que deu certo ou não para traçarem a narrativa, trazer os diferentes argumentos considerados na época reforça a qualidade da argumentação e expõe a dificuldade de se tomar decisões de impacto tão abrangente nos momentos de crise mais severa.
A terceira edição inclui mais cinco anos a narrativa, terminando em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e expande partes de alguns capítulos. O material novo ajuda na compreensão do que deu errado no passado recente mas, até pelo tempo em que se desenrolou até a composição do livro, carece do perfil mais balanceado dos outros capítulos.
Lendo esta edição, e talvez com o benefício de ser mais velho e estar mais “distante” dos fatos desde quando li a segunda edição na graduação, reforçou a minha percepção de excepcionalidade no mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Certamente esse teve limitações, especialmente em relação a condução da política fiscal e privatizações, que tiveram resultados mistos versus o que o governo se propunha. No entanto, é notável que FHC tenha sido o único presidente que conseguiu combinar com sucesso apoio popular, governabilidade, expansão de programas sociais, ajuste fiscal e monetário além reformas estruturais que, entre outras coisas, encerraram um período de mais de cinquenta anos em que a economia brasileira conviveu com inflação de dois dígitos ou mais. Em todos os outros momentos narrados no livro, um ou mais desses aspectos nunca conviveram. Em especial, o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), talvez o ajuste mais profundo e abrangente da economia brasileira fora o Plano Real, teve sua viabilidade extremamente questionada e, especula-se, só deu certo a custa da democracia, ao ser implementado à medida que o governo militar se recrudescia.
Aos interessados sobre o tema, o livro conta com extensa bibliografia e sugestões de leituras adicionais. Entre os que se propõe a fazer um resumo similar, eu recomendo o já mencionado A Ordem do Progresso, que estende o período de análise para a Primeira República (1889) e faz uma análise mais profunda (mas também mais técnica e menos acessível ao leitor não familiarizado com os jargões da área) do período em questão.
August 9, 2023
Li partes desse livro, inclusive de edições diferentes, em momentos distintos. Acessível ao público em geral. Resumido e objetivo.
November 17, 2025
Livro da bibliografia de HEB. Incrível. O Heleno tem ótimas recomendações. Leio tudo que ele manda
January 30, 2021
Coletânea de textos que descrevem a evolução da economia brasileira de 1945 a 2004. Além disso traz 7 textos abordando grandes temas que preocupam os formuladores de políticas públicas. Livro com mais de 60 tabelas e gráficos sobre a economia brasileira e textos de ótima qualidade.
December 11, 2025
Para mim, trata-se da melhor introdução à história econômica do Brasil.
October 24, 2016
Specially for those who are studying for the diplomatic career, the handbook (manual) released by Fundação Alexandre Gusmão, FUNAG, early 2016, on general Economics, is much more thorough in content and didactics -- and it also comprises Brazilian economics history since 1532. Giambiagi's lacks in some of these aspects and sometimes the language is not very clear, although it's a good reading.
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