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A Última Lua de Homem Grande

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Com uma vida cheia, mas apenas 49 anos e tanto por fazer, Amílcar Cabral regressa a casa certa noite para encontrar a morte à sua espera. Sem poder fugir aos tiros, cai junto do automóvel e, observando a Lua Cheia, reconstitui, em prodigiosas regressões e bastas reminiscências, todos os passos da sua vida pública e privada para compreender quem o terá assassinado e porquê, desvendando afinal a si mesmo o mistério que permanece até hoje.
Usando a terceira pessoa num original e inusitado monólogo, aquele a quem os seus chamavam «Homem Grande» revisita a infância, a relação com a mãe, a vida de estudante, os amores, as traições, o sonho da independência para as suas duas pátrias – Guiné e Cabo Verde – e põe a nu o absurdo de uma guerra, os meandros dos interesses internacionais e os desmandos do poder em África.
Finalista do Prémio LeYa em 2021, A Última Lua de Homem Grande é um romance notável com impacto mundial, que envolve a um tempo líderes de mais de vinte países – do Papa às grandes figuras do século xx – e homens e mulheres comuns, quantas vezes anónimos, de todo o mundo.

264 pages, Paperback

First published May 1, 2022

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About the author

Mário Lúcio Sousa

7 books16 followers
Mário Lúcio Sousa (Lúcio Matias de Sousa Mendes) nasceu no Tarrafal, ilha de Santiago, Cabo Verde, em 1964. Licenciado em Direito pela Universidade de Havana, foi deputado ao Parlamento Cabo-Verdiano e embaixador cultural do seu país antes de se tornar Ministro da Cultura, cargo que desempenhou de 2011 a 2016. Condecorado com a Ordem do Vulcão, ao lado de Cesária Évora, foi o artista mais jovem de sempre a receber tal distinção no seu país. É autor das seguintes obras: Nascimento de Um Mundo (poesia, 1990); Sob os Signos da Luz (poesia, 1992); Para Nunca Mais Falarmos de Amor (poesia, 1999); Os Trinta Dias do Homem mais Pobre do Mundo (ficção, 2000), prémio do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa; Vidas Paralelas (ficção, 2003); Saloon (teatro, 2004); Teatro (coletânea, 2008); O Novíssimo Testamento (romance, 2010), Prémio Literário Carlos de Oliveira; Biografia do Língua (romance, 2015), Prémio PEN Clube Português de Narrativa e Prémio Literário Miguel Torga.

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Displaying 1 - 5 of 5 reviews
Profile Image for Ines.
189 reviews11 followers
September 28, 2024
4,5 ⭐️

A escrita de Mário Lúcio Sousa é deliciosa, não tenho outro adjetivo para a qualificar.

Conhecer a vida de Amílcar Cabral é entrar dentro de um homem que sonhou a liberdade, cresceu na luta mas nunca abdicou dos seus princípios.

Maravilhoso.
Profile Image for Joaquim Margarido.
299 reviews39 followers
January 19, 2023
Quem foi Amílcar Cabral? Faço a pergunta numa roda de amigos e a resposta vem com um encolher de ombros envergonhado, as palavras “guerra do ultramar”, “movimentos independentistas” ou “dirigente político” a aflorarem timidamente. Talvez a nova geração saiba mais sobre Amílcar Cabral do que as duas ou três anteriores, assim o espero. Muitos de nós, os que nascemos antes do 25 de Abril, vimos sempre ser-nos vedado o acesso aos dois lados de uma história absurda, infinitamente triste, um erro, um crime. É, pois, com grande surpresa minha, que, no abraço deste “romance historiado”, desta “história romanceada”, me é dada a conhecer a pessoa de Amílcar Cabral, do momento em que nasceu até à sua morte, aos 48 anos, na Guiné-Conacri, assassinado por aqueles que lhe eram mais próximos. “A Última Lua de Homem Grande” fala-nos do menino e sua mãe, do jovem e suas paixões, do homem e sua luta. Dos seus estudos de Agronomia em Lisboa e do que era ser negro no meio académico de então, do seu envolvimento nas acções oposicionistas ao regime e no movimento da negritude de Léopold Senghor, da sua participação na fundação do PAIGC e na luta armada pela auto-determinação e independência dos dois países, das lutas internas no Partido, da eterna rivalidade entre guineense e cabo-verdianos, da contestação à liderança de “Homi Garande”, enfim, do acto traiçoeiro que redundou no seu assassinato.

A morte do dirigente num dia 20, número “inacreditável, cabalístico”, serve de ponto de partida a um monólogo contado, de forma original, na terceira pessoa. A opção de Mário Lúcio Sousa por esta linha narrativa revela-se de uma enorme coerência, visto Amílcar Cabral, no seu dia a dia, referir-se geralmente a “ele” quando falava de si, colocando os seus pontos de vista exteriormente à sua pessoa, como se em constante escrutínio de si mesmo. De resto, a coerência e consistência desta abordagem à vida e obra de Amílcar Cabral mostram-se fortemente consolidadas na verdade dos factos, datas, nomes, lembranças, acontecimentos e seus conteúdos, na forma como ocorreram e se encontram bem documentados. Ao autor coube a tarefa de organizar o material recolhido, estabelecer uma ordem literária, harmonizá-lo sob a forma de romance. “A Última Lua de Homem Grande” resulta num livro belíssimo, com um cunho biográfico fortemente impresso nas suas páginas, mas com o perfume da ficção a suavizar a leitura, a facilitar a aproximação do leitor à História, sem que daí resulte qualquer diminuição da sua força e interesse.

A par da importância e significado de uma obra que nos abre a vida e o mundo daquele que, segundo o BBC History Magazine, emergiu do tempo como o segundo maior líder da História, há no livro uma dinâmica narrativa que merece ser igualmente valorizada. A história de Amílcar Cabral é contada num arco de tempo muito curto, tornado longo pelas sucessivas regressões que acompanham os passos de uma vida, na esfera pública como na privada. Este artifício permite acompanhar pausadamente uma existência que corre como se de uma vertigem se tratasse, o “filme” de uma vida passado em revista agora que o fim se aproxima de forma inexorável. Mário Lúcio Sousa revela-se igualmente exímio na construção de um verdadeiro puzzle, enriquecendo-o com o uso parcimonioso do crioulo e a exploração das possibilidades que a língua portuguesa oferece, mediante uma apropriação espirituosa e imaginativa de palavras e expressões de uso corrente, transformadas em novos ditos de forte conotação política, de “a bando dados” (“abandonados”) a “os disses e os dentes” (“dissidentes”). Finalista do Prémio LeYa em 2021, “A Última Lua de Homem Grande” é um livro surpreendente, extraordinariamente bem escrito e talhado para que ninguém fique indiferente perante a generosidade, verdade e alcance da sua escrita.
421 reviews14 followers
June 15, 2022
Escreve o Autor nos agradecimentos finais de “um romance historiado e uma história romanceada” com o objectivo de caracterizar a natureza deste texto magnífico. Certíssimo: a base, o alicerce, o cimento deste romance é a História; a estória, melhor, as estórias essas são o mimo, a surpresa, o afago, o laçarote que lhe dão a cor e a forma final - afinal, é de Literatura que falamos quando abordamos um livro como este. Um dos dois de que mais dos 91 que já li este ano. Brilhante e esmagador.
Profile Image for Cayto.
11 reviews
January 28, 2024
Todas as figuras emblemáticas merecem um livro destes, em que, segundo o autor, a literatura harmoniza os factos.
Displaying 1 - 5 of 5 reviews

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