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Cartas para minha avó

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Um relato memorialístico pungente e sensível sobre ancestralidade, feminismo e antirracismo na criação de filhos. No mais pessoal e delicado de seus livros, a filósofa Djamila Ribeiro revisita sua infância e adolescência para discutir temas como ancestralidade negra e os desafios de criar filhos numa sociedade racista. O relato se dá na forma de cartas a sua saudosa avó Antônia ? carinhosa e amorosa, conhecedora de ervas curativas e benzedeira muito requisitada. 
A cumplicidade que sempre houve entre avó e neta é o que permite que a autora rememore episódios difíceis, como a perda do pai e da mãe, as agressões que sofreu como mulher negra no Brasil e os desafios para integrar a vida acadêmica. Djamila também fala de relacionamentos amorosos e experiências profissionais, das músicas, das leituras e das amizades que a acompanharam em sua construção pessoal ? e da percepção paulatina de que a memória das lutas e das conquistas das pessoas negras que vieram antes de nós é a força que nos permite seguir adiante.

200 pages, Paperback

First published July 30, 2021

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About the author

Djamila Ribeiro

25 books542 followers
Djamila Taís Ribeiro dos Santos is a Brazilian feminist and academic. She graduated in Philosophy from the Federal University of São Paulo (Unifesp), in 2012, and became a Master in Political Philosophy at the same institution in 2015, with an emphasis on Feminist Theory.

In 2005, she interrupted a degree in Journalism. His main activities are in the themes: Race and Gender Relations and Feminism. He is an online columnist for CartaCapital, Blogueiras Negras and Revista Azmina and has a strong presence in the digital environment, confirmed by his belief in the importance of appropriating the internet as a tool in the militancy of black women, and, according to Djamila, the "hegemonic media "tends to make them invisible.

In May 2016, she was appointed Assistant Secretary for Human Rights and Citizenship in the city of São Paulo during the term of Mayor Fernando Haddad.

He wrote the preface to the book "Women, Race & Class" by the black and feminist philosopher Angela Davis, which until then was an unprecedented work in Brazil and which was translated and released in September 2015. She constantly participates in events, documentaries and other actions involving race and gender debates.

She is the author of works that are a reference in the feminist and anti-racist struggle, such as "Who's Afraid of Black Feminism?" and "Small Anti-Racist Handbook", and "What is a Place of Speech?" and published, together with the author and Phd in Philosophy and Law Silvio Almeida, "What is Structural Racism?". All works originally published in Portuguese.

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Displaying 1 - 30 of 94 reviews
Profile Image for Ensaio Sobre o Desassossego.
428 reviews217 followers
June 18, 2024
"Eu jamais esqueceria meus amores primeiros, mas era preciso uma canção cantada com ternura para me lembrar que eles precisam ser eternizados sem dor em demasia. Como essa dor será carregada para sempre, ela não pode nos fazer afundar e esquecer as memórias felizes." 💭

Este é um livro de não-ficção, um livro de memórias, em que a autora revisita lugares e memórias da sua infância, adolescência e início da vida adulta. É um retrato de uma miúda negra que cresceu no meio do racismo. E ao mesmo tempo cresceu rodeada de amor e numa família de mulheres fortes e lutadoras.

Nas cartas para a avó, Djamila aborda temas tão variados como o luto, racismo, casamento, maternidade, as expectativas dos outros, a importância de quebrar correntes impostas pela sociedade, a violência e a brutalidade para se "preparar para o mundo" e a importância da representatividade.

Haveria muitas coisas para escrever sobre este livro, mas ainda me faltam as palavras. Tocou-me muito e emocionei-me algumas vezes.

A capacidade da Djamila de auto-análise é extraordinária e dei por mim a ler alguns textos a pensar "isto parece fácil, mas tenta tu, Sofia, tenta tu escrever sobre a tua vida e as tuas memórias e vês o quão difícil é".

Fiquei fascinada com a capacidade de reflexão de Djamila, com a beleza e crueza das palavras, sublinhei muito muito este livro e fiquei fã da escrita e da própria Djamila Ribeiro.

É o retrato do que é ser mulher, do que é ser uma mulher negra, a perspectiva de uma mulher negra numa sociedade racista e machista.

É um livro poderoso, tão triste e comovente e tão belo.

"Eu repudiava fortemente quando as pessoas diziam: «Djamila não tem mãe, não tem avó», porque eu tenho, sim, elas só não estão mais nesse plano. Dizer que eu não tenho avó é negar a sua influência na minha vida, o amor que me protegeu e curou, é negar parte de mim." 🥺❤️
Profile Image for Beatriz Farah.
62 reviews6 followers
October 28, 2021
que livro forte e impactante! quanto mais eu leio sobre djamila, mais eu a admiro.

achei essa passagem especialmente emocionante:

"Eu repudiava fortemente quando as pessoas diziam 'Djamila não tem mãe, não tem avó', porque eu tenho, sim, elas só não estão mais nesse plano. Dizer que eu não tenho avó é negar a sua influência na minha vida, o amor que me protegeu e curou, é negar parte de mim.
Há uma enorme diferença entre acostumar-se e aceitar. Passei a aceitar sua ausência física e carregar sua força, e falo de você com lágrimas de alegria e gratidão pela oportunidade do encontro, mas nunca me acostumei com sua ausência."

Profile Image for Ana Catarina Jesus.
49 reviews26 followers
February 5, 2025
Livro maravilhoso e escritora magnífica ♥️

“Essa imagem da mulher negra forte é muito cruel. As pessoas se esquecem de que não somos naturalmente fortes. Precisamos ser porque o Estado é omisso e violento. Restituir a humanidade também é assumir fragilidades e dores próprias da condição humana. Somos subalternizadas ou somos deusas. E pergunto: quando seremos humanas?”

“Uma vez, minha mãe me disse que saiu de uma escravidão para entrar em outra, referindo-se ao favor de ter deixado o trabalho de empregada doméstica em São Paulo para casar e se tornar dona de casa. Essa frase é de um profundidade perturbadora.”

“Bifurcação existem e a hora do adeus também, e impedir as lágrimas é arrogância. Porque há dias tristes, aceno para a vida. Há dias tristes para que eu me lembre que a felicidade vem de mim, há dias tristes para que eu aprenda a valorizar minha alegria. Não há de se brigar com os tristes e nem fugir deles. Há de se aceitar que a vida também é feita de dias tristes.
Eu não me afundo na amargura, pois tive uma avó que ensinou que chá de boldo também cura.”

🫶
Profile Image for Ana Marinho.
602 reviews31 followers
December 26, 2022
Que livro lindíssimo. Uma autobiografia saudosista em que a autora vai contando à sua avó como foi a sua vida desde que ela partiu. Emocionou-me imenso e identifiquei-me bastante com esta necessidade da Djamila de escrever estas cartas. Uma ode de amor que me fez recordar a minha infância e as minhas avós.
Profile Image for Natasha Schiebel brotto.
70 reviews8 followers
February 27, 2022
Que livro lindo. Ao mesmo tempo em que tem uma delicadeza singular (“culpa”, acredito eu, do formato - cartas para a avó), é superforte - como Djamila sempre é.

Amei conhecer melhor a história dessa mulher que admiro tanto!
Profile Image for Carolina.
114 reviews2 followers
September 10, 2023
Numa sentada eu li com olhos marejados praticamente o tempo todo, chorei de soluçar em algumas partes. Foi o livro que mais gostei de ter lido esse ano, que linda escrita, que lindo o amor impregnado em cada palavra dele; certa vez uma amiga disse que o amor pela avó tinha sido o mais puro que ela experimentara, concordei mais ainda depois de ler esse livro. Senti saudades da minha avó, quero dar esse livro de presente pra minha mãe e voltar a escrever cartas pras pessoas que amo e que ainda estão vivas. Que presente essa leitura.
Profile Image for Sofía.
23 reviews
January 13, 2024
Un libro increíble, en todos los sentidos. Tiene una delicadeza linda y reconfortante, pero al mismo tiempo es pura fuerza y emoción. Tuve que detener la lectura en varios momentos para llorar -a veces un segundo, a veces minutos enteros-, porque las palabras y recuerdos de Djamila realmente conmueven y hacen imposible que las lágrimas no lleguen.
Lo recomiendo muchísimo. Amé cada momento de la lectura y me ayudó a reflexionar sobre muchos temas (familia, feminismo, relaciones, decisiones de vida, religión, racismo, etc.). Maravilloso como lo es Djamila Ribeiro.

Nota: 5 estrellas.
Profile Image for Tayná .
158 reviews6 followers
October 25, 2022
Leitura fenomenal! Djamila tece histórias carregadas de ancestralidade, de feminismo negro, do local que a mulher ocupa na sociedade, entre tantos outros. Narrativa sincera e simples, mas muito comovente.
Profile Image for Ana Sofia.
22 reviews
December 30, 2024
Eu repudiava fortemente quando as pessoas diziam «Djamila não tem mãe, não tem avó», porque eu tenho, sim, elas só não estão mais nesse plano. Dizer que não tenho avó é negar a sua influência na minha vida, o amor que me protegeu e curou, é negar parte de mim.
Profile Image for Rociog.
59 reviews2 followers
September 13, 2025
Muy conmovedor, especial para una lloradita y a seguir.
Profile Image for Alessia.
16 reviews
November 17, 2024
Questa raccolta di lettere, molto intime e toccanti, ha uno scopo ben preciso: la filosofa Djamila Ribeiro vuole mostrare quanto le vicende personali siano intrise di significato politico, e quante, fra le azioni della quotidianità, siano portatrici di carica rivoluzionaria emancipatrice, sia sul piano della questione femminile che del razzismo. L'autrice ha una forte capacità di far immedesimare chi legge nei suoi racconti, volti a illustrare il rapporto che intercorre tra lei e le donne più importanti della sua vita: la nonna e la madre. Voglio riportare qui di seguito uno dei tanti passi che ho reputato molto importanti: "Questa immagine della donna nera forte è molto crudele. Le persone si dimenticano che non siamo naturalmente forti. Dobbiamo esserlo perché lo Stato e le iniziative private sono negligenti e violente. Restituire umanità significa anche assumere fragilità e dolori propri della condizione umana. Siamo rese subalterne o siamo dee. Io chiedo: quando saremo umane?" (p. 110)
Profile Image for Mila.
178 reviews5 followers
November 3, 2022
cara, que experiência. eu tenho um fraco sobre narrativas que tratem sobre relações com avós e esse não foi diferente. através das cartas para a avó, djamila vai contanto pra gente sobre a sua vida. e cara, que potência. sabe aquelas conversas que a gente tem que parece que a sua alma tá encontrando com a alma da outra pessoa? a última vez que eu senti tanta cumplicidade foi quando encontrei meu amigo/irmão, pois é. muito das vivências da djamila eu vivi, acredito que, no meu caso, foi mais por ser uma criança/mulher gorda do que uma criança/mulher negra (apesar de eu ser). me identifiquei em tantos cenários, tantos momentos... não tenho palavras. foi um abraço em forma de livro.
que livro lindo. que história!
conheçam a djamila, vale a pena ♡
Profile Image for Raquel Bello  Vázquez.
101 reviews1 follower
December 31, 2023
A filósofa Djamila Ribeiro une-se a uma longa tradição literária de escrita de cartas mais como uma formulação literária a partir do gênero epistolar do que como uma real coleção de missivas. Mas se, historicamente, este gênero de ensaio epistolar costuma adotar como destinatário um filho ou discípulo, Ribeiro subverte a tradição endereçando os seus textos não à sua filha, mas à sua falecida avó.

Se na tradição os conselhos dirigidos a uma pessoa mais jovem justificam o comentário social, político e cultural da contemporaneidade, aqui o formato serve para esboçar uma autobiografia ou, melhor, uma trajetória pessoal. Assistimos nas páginas do livro à recoleção de momentos mercantes na vida de Djamila Ribeiro, que ela relata à avó, que não teria podido assistir a eles em vida.

Como é esperável num texto da autora, reflexões sobre o racismo e o sexismo que marcaram a sua vida pessoal, acadêmica e profissional estão presentes em lugar destacado, ao lado de pensamentos mais íntimos sobre sexualidade, relacionamentos, maternidade, etc.

Trata-se de uma leitura fundamental por entender a posição de Djamila Ribeiro como intelectual e ativista, embora eu tenha sentido falta de mais presença das linguagens poética e filosófica que a autora também pratica e domina, resultando, por vezes, em texto excessivamente nu e factual.
Profile Image for Luciana Betenson.
272 reviews2 followers
March 11, 2024
Nas cartas para sua avó, que foi uma figura muito importante na sua formação e que morreu quando ela tinha 13 anos, a Djamila vai contando para a avó experiências da vida dela, da infância e adolescência vividas em um contexto de racismo, mas sempre com as figuras fortes do pai, da mãe, da própria avó e outros familiares; e depois da vida adulta, da militância, do casamento, da maternidade e da redescoberta dos estudos, das conquistas profissionais e da religião. Ainda que não estejamos todas na sua pele ou no seu lugar de fala, não há como não se emocionar e se identificar com muitas das questões e experiências de crescer mulher no Brasil e, no meu caso, de ter tido uma avó como a dela. Livro lindo.
Profile Image for Nathalie Gonçalves.
165 reviews39 followers
June 14, 2024
“Foram raras as vezes em que ofereciam ajuda para minha mãe. Ela era vista como uma mulher forte que dava conta de tudo, mas foram muitas as vezes em que a vi chorar escondido ou disfarçar as lágrimas enquanto lavava roupas no tanque. “Desculpe qualquer coisa”, ela se despedia assim das mulheres do chá. Sempre se desculpando por tudo, nunca se sentindo plena e completa. Mesmo tendo oferecido um banquete, seu sentimento era de falta, escassez, incompletude.”

um excelente livro paradidático, deve-se dizer. uma autobiografia linda e importante. só queria que a autora tivesse uma marca, uma linguagem mais expressiva.

Profile Image for Ana Mendes.
72 reviews2 followers
Read
September 24, 2025
"A gente sabe, vó, que na nossa família as mulheres já fizeram jarras inteiras de limonada com só meio limão - como aquele dito popular de colocar mais água no feijão. Nosso povo inventou a feijoada com restos de porco e a transformou no prato mais conhecido do país, numa espécie de milagre da multiplicação." p.12
Profile Image for Joana Matos.
19 reviews3 followers
November 18, 2025
Que livro lindo. Tanto amor nas palavras de Djamila Ribeira para a sua avó Antónia. E quanta luta e violência desnecessárias, tanto de racismo como de misoginia. Temos de lutar todos por um mundo melhor, a Djamila fez muito bem em deixar de ter medo da vida e entrar nessa luta, e por isso, estou lhe eternamente agradecida.
Profile Image for Nicole Sampaio.
61 reviews1 follower
March 14, 2025
Primeiro livro que eu leio da Djamila. Achei incrível. Muito emocionante ouvir a história dela.
Profile Image for Maria Giulia.
10 reviews
February 22, 2025
Gente q livro fantastico
Em muitos momentos me fez pensar sobre minha própria família e as injustiças q percebo no mundo, contente com o fato de ter mais gente que percebe e luta contra os estereótipos femininos e raciais e das injustiças que tantas pessoas passam diariamente. Ao mesmo tempo, tem a parte que reflete sobre a espiritualidade da autora que me lembra outras partes da minha vida, e me da curiosidade de explorar esse lado meu (ainda um mapa mais misterioso da minha pessoa). Ele serve de inspiração e muito conforto para algumas pessoas q conheço
83 reviews
October 15, 2023
Lindas reflexões sobre as escolhas feministas de Djamila e seus impactos na sua filha e lindas também as reflexões sobre aquilo que ela ainda gostaria de falar com a avó vs tudo aquilo que mostra a presença da avó para ela. Adorei a leitura, os capítulos curtinhos fazem a gente devorar o livro
Profile Image for Letícia Angelo.
5 reviews
January 6, 2022
Emocionante. Djamila gigante!
“Antes de fazer uma aliança entre nós mulheres, a gente aprende a se ressentir uma das outras, sem cogitar que os homens têm responsabilidade por suas omissões…
Aqui eu quero cortar as correntes que nos unem pela culpa. Cada uma fez o que sabia fazer. Cada uma fez o que foi possível”
19 reviews
November 17, 2021
Encontrar olhares cúmplices ao longo da vida é muito raro. Quando encontramos sabemos a responsabilidade de cuidar dessa pessoa que nos olha de volta com tanta ternura e afeto.
É o pouco que é muito - não precisa ser dito, as vezes só precisa ser lembrado, sonhado ou sentido.

Cartas para minha avó é esse sonho-mensagem. Em cada carta consegui pensar em Djamila escrevendo isso tendo em mente sua avó, Antônia. E também consegui pensar em como dona Antônia esteve presente em cada uma dessas situações: aquelas que foram narradas depois de sua partida deste plano, a situação de escrita de cada uma delas em frente ao computador, enquanto Djamila puxava a memória para dar vida ao livro; enfim, cada momento e detalhe de dar vida à uma história (na verdade, tantas).
Essa leitura me acompanhou no momento em que eu estou no segundo ano do curso de ciências sociais, sentada no ônibus indo e voltando do meu estágio em São Paulo - a cidade que eu sempre quis morar e trabalhar em um desses prédios espelhados é bem altos. A jovem sonhadora que deseja tanto dar sentido ao próprio destino - acho que Djamila tem muito disso.
Djamila e tantas outras jovens que desejam, sonham, planejam e querem vivenciar cada uma de suas realizações. Queremos ver as coisas acontecerem.
E elas acontecem;
Profile Image for Flávia.
4 reviews2 followers
January 29, 2022
Achei que tinha morrido de tanto chorar, mas surpreendentemente sigo viva.
Obrigada Djamila, que coisa mais linda.
Profile Image for Cátia.
75 reviews29 followers
November 23, 2025
In this book Djamila Ribeiro pays a sort of homage to two of the most important women of her life, her mother and grandmother. In these letters, even though directed to her grandmother, she takes us through her childhood, her school days and the bullying she went through as a black child/ young women and how life was when she lived with her parents and siblings. In many ways she writes about her parents relationship and the relationship she had with her mother. The opportunities that were not even thought for her grandmother and mother and the inevitable course of their lives that ended as only housewifes, wifes and mothers. She's incredibly proud of them, as she should be, they raised her to be the women she is today, the one that was able to break the cycle even though she wished they were able to follow their dreams.

She now understands many of the harsh decisions her mother made to keep her safe and Djamila did the best she could through her mother's illness and after her death, through her father's illness as well, she was able to put his past doings behind her and be there for him. Many were her difficulties and fears through out her life and when she got pregnant at 24 she was afraid, there's this whole human being to be responsible for and does that mean she'll have to put her life on hold to take care of her child? She was able to have a good support system, even when she decided to pursue her academic studies and had to leave her job. She was also plagued by comments that criticised her leaving her daughter to go to university even there she was confronted by her classmates, mostly men who thought she did not belong there, but she prevailed, even when in doubt she was able to succeed, almost surprising herself, as if she thought she wouldn't be able to do it.

There are no proper words I could use to describe her experiences as she portraits them to us, or to her grandmother in this case. Just that, to the people that have read it, this is a book that shows to some situations that they might recognised themselves in and to others, hopefully, will give them knowledge of lifes that are different and sometimes made difficult by those that are privileged or by preconceived and expected notions, in this case, of a black woman. I feel like this is a book that creates understanding and empathy.
Profile Image for livros_e_palavras.
38 reviews9 followers
August 22, 2024
«Cartas para minha avó», Djamila Ribeiro

Quão irónico, e até injusto, é faltarem palavras para falar sobre aqueles livros que mais as merecem? Gostaria de fazer um altar a esta magnífica obra e, embora tenha a certeza de que não farei jus, preciso de tentar expressar o que representou para mim, o quanto me abanou e mexeu comigo.

A avó de Djamila Ribeiro faleceu quando esta ainda era adolescente, no entanto, a sua presença nunca desapareceu. Neste livro, a autora tem a generosidade de partilhar com os leitores várias cartas que escreveu para a avó, dando-lhe conta dos aspetos mais importantes da sua vida e da pessoa que se tornou.

Inevitavelmente, são abordados inúmeros assuntos, como o perdão, o racismo, o feminismo, as desigualdades sociais, a importância da representatividade, e as dificuldades das relações familiares. Somos confrontados com verdades incómodas e dolorosas que nos obrigam a refletir.

A escrita, tocante e bonita, juntamente com a sinceridade e a vulnerabilidade desarmantes da autora, deixaram-me sem fôlego, conqusitaram-me imediatamente.

Uma obra difícil de esquecer e de definir, pois há tanto de triste como de belo, há tantas lágrimas e injustiças como esperança e aconchego. Há solidão e dor, alegria, amor e superação. É um livro necessário, dos mais humanos que já li – exatamente o que eu procuro na literatura.

Acima de tudo, as cartas são uma ode às mulheres da família de Djamila, enaltecidas pela sua força e compreendidas nas suas dores mais profundas. Foi este olhar que permitiu quebrar ciclos de violência, reforçar a união feminina e deixar a ancestralidade orgulhosa.

Sem dúvida um favorito do ano e da vida, que passarei a recomendar a toda a gente. Tenho a certeza de que vai acompanhar-me durante muito tempo. ❤️
Profile Image for Maria.
51 reviews1 follower
September 19, 2024
um livro bonito que retrata a vida com tudo o que ela tem de bom e de mau, mas de uma forma tranquila, sem mágoa e com a ideia de que tudo faz parte do percurso.

"Preparar para a vida quando se trata de uma criança negra, é ser brutalizada o bastante para a aprender a lidar com a brutalidade do mundo. é um ciclo que se propaga impedindo a gente de ser, comente ser."

"Hoje penso se a minha mãe realmente se apaixonou à primeira vista ou se ela se entregou ao primeiro olhar que se mostrou cumplice, aos primeiros ouvidos que a escutaram, às primeiras mãos consoladoras, aos primeiros abraços que a afagaram - e chamou isso de amor."

"Em um dado momento, a mais velha encontrará a mais nova. A mais nova precisa da mais velha porque a ultima pavimentou os caminhos que permitiram a existência da mais nova. E a mais velha também precisa da mais nova para continuar existindo. Não há fragmentos soltos, há continuidade e permanência."

"E há aquelas que são incompreendidas quando ousam se separar de homens bons. «Pelo menos ele é um home bom», «pelo menos é um bom pai», «pelo menos ele não bebe até cair, como se essas qualidades não fossem obrigações de uma pessoa minimamente decente. O parâmetro é tão baixo que quase me senti culpada por exercer o meu direito de seguir a minha vida. É triste observar que, para mulheres como eu, muitas vezes o casamento é viso como um prémio, e abdicar dele pode ser encarado como desfaçatez. Foi triste observar que para as mulheres, sobretudo negras, o amor pode ser nivelado sempre por menos."
Profile Image for Andrezza Guanabara.
43 reviews
August 5, 2025
Cartas para a minha avó foi um mergulho profundo, não só na história da Djamila, mas na minha própria. (Obviamente cada um tem seus diferenciais e particularidades).
Eu li chorando. Revivendo. Sentindo.

Lembrei da minha vó.
Do jeito como ela cuidava dos meus cabelos com tanto carinho, quase como um ritual de proteção.
Das preocupações com o meu futuro, com o que eu ia vestir, com como o mundo ia me enxergar.
Das tentativas dela de me blindar de um mundo que, muitas vezes, não tem piedade das nossas, do racismo escancarado, mas também daquele que se esconde atrás de “brincadeiras” e “comentários”.
Ela via. Ela sabia. E me defendia.

É isso que me atravessa tanto nesse livro: pra mulher negra, nenhuma experiência é única.
A gente se reconhece.
Na dor. Na força.
Assim como Djamila, eu também me encontrei no estudo, na leitura e na palavra.
Não foi por acaso, foi herança!
Venho de uma linhagem de mulheres que não tiveram tempo de sonhar por si, mas sonharam por mim.
Que se esforçaram pra que eu me formasse.
E aqui estou.

Como diria Conceição Evaristo, com toda a sabedoria que cabe numa frase:
“A escrevivência não se dá fora do corpo. Nossos textos carregam marcas de sangue, marcas de dor e marcas de prazer.”

Esse livro é mais que um livro.
É espelho.
É cura.
É ancestralidade.

Obrigada, Djamila. Que presente. Lindo, lindo, lindo.
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