Diana está terminando o curso de história na USP e mal vê a hora de deixar para trás a rotina cansativa entre Guarulhos, a cidade onde mora, e São Paulo, onde estuda, trabalha e encontra os amigos.
Desde jovem, a universitária testemunha fenômenos peculiares que só ela enxerga: breves aparições de uma névoa colorida, próximas a determinadas árvores. Certa noite, diante do quiosque de salgados da faculdade, ela vê uma ocorrência e percebe que não foi a única a presenciar o estranho fenômeno.
Quando seus amigos mais próximos revelam segredos que jamais poderia imaginar, Diana descobre que suas visões fazem parte de um ecossistema complexo, alvo de conspirações e jogos de interesse. Agora, ela terá de lutar para proteger espécies ameaçadas – e garantir a segurança daqueles que ama.
Carol Chiovatto nasceu em 1989 em Niterói - RJ, mas mora em São Paulo desde os quatro meses de idade. Escritora e tradutora, é doutora em Letras com pesquisa sobre a imagem da bruxa enquanto estereótipo do feminino transgressor em seu doutorado (USP/FAPESP). Integrante do grupo de pesquisa Nós do Insólito (UERJ). Seu romance de estreia, a fantasia urbana PORÉM BRUXA (AVEC, 2019) venceu o Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, e sua novela space opera SENCIENTE NÍVEL 5 foi finalista do Prêmio Jabuti 2021.
O novo livro de Carol Chiovatto é fenomenal. Com uma narrativa instigante, fluida e mágica, "Árvore inexplicável" me surpreendeu ao debater temas como o poder da educação, a necessidade de investimento na ciência brasileira, a inteligência animal e o respeito pelo meio ambiente. É facilmente uma das minhas melhores leituras do ano!
A sinopse é vaga — e é bom que seja assim, porque quanto mais descobrimos o que está em jogo, mais complexo o livro fica. A primeira parte se lê quase como uma ficção contemporânea, acompanhamos a vida atarefada de Diana e o círculo de amizade dela. Na segunda parte, descobrimos as particularidades de todo o mistério que o livro traz desde o capítulo um. E na terceira e última, é dedo no c* e gritaria!!!
Já era fã da autora pelos ótimos "Porém bruxa" e "Senciente nível 5", mas "Árvore inexplicável" me conquistou de um jeito diferente. Não acho que o livro é perfeito do começo até o fim, mas ele é inovador e interessante o bastante para que as discussões sobre fauna, flora e educação me conquistassem ao ponto de mais nada importar. É visível como os assuntos são importantes para a Carol, e não tem nada melhor do que ler uma pessoa defendendo apaixonadamente aquilo em que acredita.
Me apeguei aos personagens de cara, fiquei maluco para conhecer a tal árvore inexplicável em São Paulo, senti o coração bater forte durante as cenas de ação e sai da leitura interessado em ler alguns títulos de não ficção que conversam com o tema do livro.
Espero que esse livro seja um sucesso e ganhe muitos prêmios, porque ele merece toda a atenção! Recomendo DEMAIS (inclusive já quero reler agora).
Faz muito tempo que um livro não me empolgava tanto a ponto de ficar lendo até às 3 da manhã e só não virar a noite lendo por não conseguir mais manter os olhos abertos. A escrita da Carol Chiovatto é uma delícia, super fluída e os pontos de tensão te fazem querer não parar e ler mais e mais até o final do livro.
É sempre revigorante ler uma fantasia que se passa em um contexto próximo de nós. Mesmo não morando em São Paulo, e conhecendo pouco a cidade, as referências culturais e sócio-políticas conversam com todo o país e criam uma sensação de proximidade e de pertencimento com a história.
Enquanto em Porém Bruxa Carol Chiovatto usava das diversas religiões para criar seu mito de fantasia urbana, em Árvore Inexplicável a fantasia se faz a partir de fenômenos da natureza e de pessoas com o "dom" de ver esse mundo mágico invisível aos olhos da maioria, e outros truques mais (para evitar spoiler).
No quesito ação ele é um parente mais próximo de Senciente Nível 5, com perseguições, grandes fugas e enfrentamentos de mocinhos vs vilões intercalados com momentos de diálogo e calmaria. Em comum com as duas obras anteriores está o uso das dinâmicas de grandes grupos de amigos para contar a história (é mais Guardiões da Galáxia do que Homem de Ferro 1, para usar um referencial Marvel). Dessa vez um grupo bem grande, incluindo familiares.
Sobre o público-alvo, no meu ponto de vista Árvore Inexplicável parece alcançar um público mais jovem do que os anteriores, diria que leitores a partir dos 15 anos, pelo menos pessoas de 15 anos sem pais que achariam um escândalo uma cena de sexo (que é bem comportada, vai). Nesse ponto, o livro pode ajudar pessoas que ainda estão decidindo o que cursar na faculdade e aproximá-las de temas ambientais importantes.
Trazendo uma miríade de temas atuais misturados a elementos fantásticos, Carol Chiovatto consegue, em Árvore Inexplicável, uma obra completa. O que começa com uma amizade na faculdade se desdobra em várias pequenas partes, de todos os personagens. Dá pra ver claramente que cada aspecto ali foi muito bem pensado e muito bem desenvolvido.
A Diana é muito gente como a gente, até o final. O livro se passa durante a pandemia de 2020, o que é um pouco duro, mas a autora não se alonga demasiadamente no assunto. A Mayara e toda sua sensibilidade é minha personagem preferida.
"não se faz mudança sozinha, nem do dia para a noite. dez anos de progresso não faziam tão bem quanto dois de retrocesso faziam mal. então, vamos lá dar murro em ponto de faca. não existe outro modo de ser brasileiro, eu acho".
fiquei fisgado do início ao fim. uma das melhores leituras do ano e não estou nada surpreso com isso. esperando ansiosamente pelos próximos livros da Carol!
Acho que consegui ler tudo o que Carol Chiovatto publicou de ficção em português (até hoje, 03/01/2923), então posso dizer que esta aqui é a melhor obra dela.
Muitos defeitos que me irritaram nos outros livros estavam diminuídos ou ausentes aqui. Então é um prognóstico positivo? Só saberemos ao ler o próximo livro da Carol haha.
Mas vamos lá: a estrutura dessa história é um pouco mais simples que as das outras. Dessa vez não é uma fantasia urbana com estrutura de policial (ou thriller) tipo o que pareceu ser Porém Bruxa, nem uma space opera de tretas palacianas e política como pareceu ser Sensciente Nível 5. É a fantasia urbana do tipo "descobri uma coisa paranormal, quis saber mais sobre isso porque eu tô envolvida de alguma forma, mas agora o bicho pegou e minha vida corre perigo". Então ficou divertido!
Inclusive, tem o (talveZ) bom e velho "esse carinha aqui que vai ser meu namorado é sobrenatural, né? Puta merda, é sim!". Isso me lembrou muito histórias como Crepúsculo e qualquer coisa da Cassandra Clare (mas acho que o que encaixa mais seria aquela série da "Cidade de Ossos"). Só que aqui não temos vampiros ou lobisomens. Talvez sejam "fadas" kkkkkk mas enfim, as paradas loucas que a galera faz é algo que eles nem entendem, não tem um nome pra isso, e é tratado mais como "é um fenômeno da natureza que a gente ainda não entende".
Antes de ir para comentários mais específicos onde citarei spoilers, à vontade, vamos aos pontos:
- Na maior parte da história, a Carol conseguiu balancear bem a narração direta e indireta. Mais lá para o final é que começou a colocar narração indireta em momentos importantes, o que atrapalhava não só o ritmo da leitura, mas a compreensão também. Fica muito fácil se perder com parágrafos gigantescos de "aconteceu isso, e depois aquilo, e então aquilo outro". (parágrafos gigantescos MESMO). Para ser mais específico, isso aconteceu muito com o pov da Mayara. Eu odeii o pov da Mayara.
- A maior parte do livro é pov da Diana (tanto que, em meu Notion, eu a marquei como única protagonista), porém, em momentos em que era oportuno mostrar o que estava acontecendo em outro lugar em que a Diana não estava, a Carol trocava o pov para outros personagens. Eu não gosto muito desse recurso quando a narração é em primeira pessoa, fica meio "desigual" ter personagens secundários narradores se intrometendo no meio. Mas não tem nenhuma regra que proíba, né? Acho meio trapaceado, inclusive, aquele capítulo só de transcrição da conversa entreouvida do Tadashi, mas... O James Wood acha escrever em primeira pessoa uma trapaça e eu disse: "Trapaça é meus zói" KKKKKKKKK então vou admitir que isso é incômodo mais que pessoal (já que todas as minhas impressões são pessoais). ENFIM... O que mais me incomodou nisso foi que não teve mudança de voz de personagem ao trocar o pov. A narração continua no mesmo estilo, na mesma voz, não importando se estamos lendo pov da Diana ou Tiago. Sendo narração em primeira pessoa, eu acredito ser muito importante explorar a voz dos PERSONAGENS na narração. Isso só foi feito de um jeito meia-boca no pov da Mayara, mas ficou ruim pra caramba. Era melhor a outra voz genérica dos outros personagens. Os capítulos da Mayara foram tão sofríveis que dou graças a Deus por serem pouqúissimos.
- O suspense do começo em torno das ocorrências que a Diana enxerga ficou muito bem construído (menos o motivo dele, que aí eu comento na área de spoilers) Finalmente, hein! Era isso que faltava em "Porém, Bruxa".
= As reações dos personagens frente aos acontecimentos foram muito humanas. Eu AMEI isso! Espero que faça mais nos próximos livros.
- O tratamento da pandemia do COVID-19 deu um tempero de cenário muito bom para a história. Me surpreendeu nessa, de verdade! (a história se passa em 2020)
- A maioria das cenas de ação desse livro ficaram ótimas e emocionantes! Caramba! Eu achei todas as cenas de ação de todas as outras histórias um saco, mas só a minoria destas cenas ficaram ruins aqui. A maioria conseguiu ser envolvente, apesar da linguagem formalzona quebrar o clima constantemente (Falarei disso logo, logo)
- Ainda falando sobre a narração, eu achei o registro de linguagem para esta história muito inadequado. Era técnico demais, palavras muito "difíceis". Às vezes acontecia um lapso e os personagens voltavam a falar igual pessoas normais deste século, mas na maior parte do tempo, parecia um artigo da Wikipédia (ou algo formal nesse nível). Exemplos: o normal, o mais coloquial, é a construção "Será que vai acontecer tal coisa?". Mas aí a história preferia narrar com "Acaso aconteceria tal coisa?". Também tem uns formalismos gramaticais que soam muito forçados numa narração de personagem. Tipo, eu sei que o certo é não começar uma frase com um pronome oblíquo, mas ninguém usa tanta ênclise assim no dia-a-dia. E, pelo amor de Deus, quem fala "idiossincrasias" no cotidiano? Eu levei uns três anos para internalizar o significado desta palavra na faculdade. E, às vezes, parecia que a narração da personagem se confundia um pouco com a narração onisciente. Sério, por mais que a Diana fosse amiga de medvetsons (médicos veterinários) e biólogos, é estranho o quanto de explicação certinha e técnica ela dá em sua narração. Faria sentido com algumas construções do tipo, "Segundo o que Mayara me contou", mas isso aparecia uma vez ou outra. Na maioria das vezes, parecia que a Diana, enquanto narradora, SABIA daquilo. Mas não faz sentido ela saber!
- Não sei se o fenômeno "pessoa com cromossomo XY nasceu com vagina" seria chamado de "falha" por um geneticista deste século (que não fosse conservador escroto).
- As reações da Mayara enquanto evangélica não ficaram muito bem construídas. Falo especificamente daquela cena lá com a Rosa. Ela não tem problema com nada que a agenda ultraconservadora persegue e não parece ter problemas em conciliar sua crença com a tese darwinista, porém... Aquela cena lá da Rosa ela crentou de um jeito muito esquisito! Parecia que quando a religiosidade dela vinha à tona, o cérebro derretia. Sério, eu gosto muito mais da Mayara quando não estou lendo o pov dela. Gostaria de apagar o pov dela deste livro AAAAAAA
- O vilão foi cartunesco demais ainda.
Então é isso. Até que consegui me divertir de verdade dessa vez. Mas... Ainda temos alguns velhos defeitos que enchem muito o saco e me impedem de dar uma nota maior para esta experiência de leitura.
Mais um livro arrebatador da Carol! A escrita dela é super fluida e a história trás algo tão novo e curioso que passar as páginas é uma necessidade. Adoro como a realidade brasileira e a magia se encontram e como a gente consegue se ver espelhado nas relações dos personagens.
Como de costume, a Carol entregou tudo e mais um pouco em A Árvore Inexplicável. Tem fantasia, romance, ação e os personagens mais preciosos do mundo todo, sempre com uma escrita impecável e diálogos cheios de humor (e uma boa dose de sarcasmo). É um livro dos nossos tempos para os nossos tempos, e eu mal posso esperar pra ver todo mundo virar fã de certos bichinhos…
Enquanto lia tinha planejado um monte de coisas pra escrever aqui quando terminasse. Agora, no meio da euforia da história e das primeiras pontadas da saudade dos personagens, esqueci da metade. Vou dar meu melhor.
Mais uma vez, a Carol fez tudo!!!! Não sei como, mas ela se supera toda vez. Eu achava que Porém Bruxa reinaria supremo no meu coração pra sempre, mas no meio de Árvore Inexplicável eu já tinha noção de que segurava algo absurdamente especial em mãos, que se tornaria um favorito de todos os tempos. Dito e feito. Senti tudo junto com os personagens. O cansaço, o amor, a atração, a curiosidade, o medo, a raiva, o desespero e o alívio. Todos eles tinham tanta cor. Poucas vezes senti que dava tchau pra um amigo enquanto fechava um livro ao terminar, e essa foi uma delas. Tentei ler o mais devagar que pude, pra durar mais, e a história inteira foi totalmente cativante desde o início. Tô apaixonada pela Diana e todos os amigos dela, pelo senso de comunidade. É uma história sobre a necessidade de se confiar uns nos outros. Sobre os benefícios de se estar junto, da união em tempos impossíveis, os desafios do amor e da vontade de proteger. Muitas coisas, todas lindas.
Bom demais existir e ser brasileira e poder ler o que a Carol escreve. Um dia vou querer dar um abração nela pra agradecer.
fazia tempo que eu não ficava TÃO investido em um livro! comecei e terminei a leitura hoje mesmo. narrativa fluída e envolvente, mistério instigante, cenas de tirar o fôlego, elementos sobrenaturais? extraordinários? super interessantes (e com muito potencial de expansão) e personagens diversos muito bem construídos e desenvolvidos (a diana é muito gente como a gente, amei). além disso tudo, o livro também aborda várias temáticas importantes sobre meio-ambiente, política e outras questões sociais.
(pra lembrete próprio: tem um diálogo sobre a inteligência animal que achei interessantíssimo e expandiu minha visão sobre essa questão; e aquela passagem sobre a alma dos animais também me pegou)
Amei dms!!! Pela segunda vez, fiquei fissurado num livro da Carol: só largava quando não dava mais pra continuar a leitura. Enfim, agora preciso ler o mais famoso, Porém Bruxa. Embora já tenha o ebook, vou esperar o lançamento da nova edição pela Suma. LEIAM CAROL CHIOVATTO!!!
Da familiaridade com São Paulo às cenas de aventura fantásticas, Carol consegue nos envolver com cada personagem, cada plot e cada ponto de virada. Fazia tempo que não lia algo que me prendesse tanto quando porém árv... Digo, Árvore Inexplicável. A autora já tinha se tornado minha favorita com Porém Bruxa, agora já duvido que esse posto será tomado por outra pessoa tão cedo. Obrigada por dividir sua escrita conosco, Carol 💜
Dia desses eu estava conversando com algumas amigas sobre uma sensação estranha que me acomete durante o crepúsculo, período no qual eu fico estranhamente nostálgica. Mas não uma nostalgia do que eu vivi; é um tipo diferente de saudade amargurada. Porque, nesses momentos, eu fico ressentida com a realidade — queria poder vivenciar muitas outras vidas.
Pois bem: falei sobre isso com duas das minhas companheiras de leitura, e elas prontamente disseram que, bom, a literatura faz isso. E de fato. Só que fazia um bom tempo que uma narrativa não me transportava desse jeito… Até que “A árvore inexplicável”, cerca de um mês depois, o fez!
Talvez pela ambientação paulistana, cidade em que moro há tantos anos, talvez pelos personagens diversos e cativantes — imagina, uma mulher LGBTQIAP+, criada numa família evangélica, ver pinceladas de si ali —, mas principalmente por nos apresentar uma nova face, fantástica, furta-cor, de uma realidade cotidiana. A fauna e flora não como meros coadjuvantes, mas como parte integrante. Temas que devem ser endereçados com urgência, como o desmatamento e o descaso governamental, cunhados na corrupção. Conhecimentos que antes não faziam nem cócegas no meu cérebro — e hoje despertam uma puta curiosidade, fazendo-me até mesmo cogitar ler Frans de Waal (o que?!). E um estilo fluido, gostoso, que faz o olho arder de tentar ficar acordado às 4 da manhã.
A review ficou longa, mas é porque “A árvore inexplicável” faz mesmo algo fantástico: traz um brilho diferente, que não é exatamente dessa dimensão, para aqueles momentos em que a gente queria poder viver mais de uma vida.
Árvore Inexplicável é um livro com a cara dos anos 20, um produto do nosso tempo. O livro se passa no começo da pandemia, lida com questões ambientais, problemas de saúde mental e aceitação, temas que encontramos facilmente em jornais, mas tudo está muito bem integrado na trama. A Carol conecta tudo muito bem, não dá impressão de ser forçado, trama e temática se unem de forma tão natural que quem desconhece o processo de escrita pode se enganar achando que é fácil. Dá pra reconhecer amadurecimento no estilo da Carol, provando que o que é excelente pode melhorar. A Carol descreve cenas de ação com muita clareza, o leitor se transpõe pra cena com facilidade, e quem entende de processo de escrita ou já leu muitos livros sabe que esse convencimento é bem difícil de se acertar.
Outro ponto positivo são os personagens, suas interações, como eles lidam com o mundo ao redor. A Diana, por exemplo, reagindo ao que acontece, não apenas ao mágico mas também passando sufoco no ônibus, tendo dificuldades financeiras, a reação a certas descobertas, lidando com o início da pandemia, dado aulas online, parece tão real que poderia ser uma amiga minha. E quem leu Porém Bruxa e gostou de como a Carol desenvolve personagens LGBTQIA+ sem parecer um guia turístico apontando "Aqui temos um personagem LGBTQIA+", aqui tem mais.
Quem leu Porém Bruxa e gostou do casal vai fazer a festa aqui porque o casal não é "slow burn", mas tem muitos conflitos e falhas de comunicação que fazem sentido no contexto da história e que deixam o leitor que curte romance bem envolvido com essa parte da trama. O Miguel não é Victor, mas gostei dele ter falhas e erros e reconhecer. Além do romance, Árvore Inexplicável tem uma família mesmo, mas tem o clima de família encontrada também. Tem algumas partes que parece que tem personagem demais, mas isso de certa forma contribui pra retratar como o isolamento durante a pandemia afetou muitas pessoas. E mesmo o livro tendo um final satisfatório, dá vontade de continuar lendo sobre esses personagens. Comecei a leitura no fim da tarde de ontem, e só consegui parar quase 2 da manhã, quando terminei.
Comprei o livro na pré-venda, mas quando vi a possibilidade de solicitar uma versão antecipada no NetGalley, fiz o pedido e a Suma me enviou. Agradeço o envio, e deixo claro que essa resenha contém minha opinião independente.
Tô aqui, tentando colocar as ideias em ordem enquanto me preparo pra falar desse livro.
Acho que devo começar agradecendo a Suma por me enviar o ebook pra ser lido antecipadamente. Vocês me pouparam de pelo menos um mês de ansiedade, até que minha cópia da pré venda chegue até aqui.
Quem me segue lá no Instagram sabe como eu adoro os livros da Carol e que eu já reli Porém bruxa e eu não perco a oportunidade de falar dele e de Senciente sempre que posso.
E esse aqui vai entrar pro time e eu vou falar muito dele pelos próximos meses, já posso adiantar isso.
A Carol tem um jeito empolgante de escrever e mesmo este livro sendo diferente dos anteriores a gente consegue identificar sua voz.
Não vou escrever muito mais nessa não resenha, apenas listar alguns pontos pra aguçar a curiosidade.
1. As cenas de ação são incríveis. Sabe aquelas de filme que você prende a respiração e só solta no final? Esse livro tem várias!
2. As relações entre irmãos. Esse livro tem várias e todas diferentes e uma delícia de ler. Ninguém escreve uma briga entre irmãos como a Carol.
3. Personagens queer estão sempre presente nos livros da Carol, mas a maneira que ela inseriu esses personagens nesse livro são outro nível! Vocês só vão entender lendo!
Eu não posso deixar de terminar dizendo que comprem e leiam Árvore inexplicável.
Thank you Netgalley and the publisher for providing me with a copy of this book for review, all opinions are my own*
Eu não imaginava que ia gostar tanta ass desse livro mas tô muito feliz que fui surpreendida positivamente. Essa é uma história que vai te conquistando aos poucos,acho que o fato dela se passar no Brasil e ter tanto da cultura e do cotidiano brasileiro nela fez com que eu gostasse ainda mais da história. A história em si é maravilhosa, eu amei a mistura de ciências com meio ambiente e ao mesmo tempo política. Acho que a autora fez um trabalho incrível construindo essa história. Eu tive uma ótima experiência de leitura, foi uma leitura até rápida de tanto que a história ia me envolvendo, no final eu não consegui parar de ler pois só queira saber como ia acabar. Pra mim esse é um livro muito bem feito e eu super recomendo.
Pra mim, só não foi 5 estrelas porque descobri um plot BEM relevante pra história antes dele acontecer...
De qualquer maneira, obrigada Carol, por retratar de maneira tão fiel como foi conviver com a COVID-19 no Brasil em 2020/2021 e por abordar a rotina e as dificuldades de se trabalhar com pesquisa na pós-graduação por aqui ☺️ A pesquisa - assim como a escrita - muitas vezes é solitária, mas a publicação de um livro assim como a divulgação científica não são.
As cenas de ação/perseguição foram muito bem escritas, o que contribuiu para eu devorar alguns capítulos.
Me sinto orgulhosa em ler um livro nacional tão brasileiro e bem escrito!
A Carol com esse livro mostrou (mais uma vez) por que é uma das maiores autoras brasileiras contemporânea. Uma história impecável, que prende a atenção e faz a gente querer mais e mais... e o fator mais importante: A brasilidade. Esse livro inspira e transpira Brasil. E em um cenário literário onde autores copiam com tanta facilidade fórmulas e formatos estadunidenses e de língua inglesa em geral, é um alento ler um livro que trás o ser e o gênio brasileiro em todos os poros da sua existência. A Carol, que já sabe o quanto eu a admiro e amo o seu trabalho, o meu mais entusiasta obrigado. Obrigada por uma obra tão incrível e tão completa. Estou ansiosa por tudo o que ainda vem por aí!
Queria dar 10 estrelas mas como não é possível fico nas 5 mesmo, que livro incrível!! Criei um carinho imenso pelos personagens, me identifiquei com o período da vida que os personagens estão passando e sem falar nos temas de desmatamento e atividades antrópicas que danificam a natureza e como um cientista ambiental claro que também me identifiquei, sem falar na magia, romance, ação, suspense meu Deus esse livro tem tudo e mais um pouco, queria apagar da memória só pelo prazer de ler de novo pela primeira vez 💚
É tão bom ler um livro de fantasia que se passa numa cidade onde eu morei tanto tempo. É tão bom ler um livro que exalta a ciência e o estudo científico, que valoriza pessoas de crenças diversas, que valoriza e respeita culturas, que inclui pessoas e famílias. E tudo isso com sutileza, cuidado e delicadeza.
Árvore Inexplicável é fascinanete porque a escrita da Carol é assim, fascinante, envolvente, feroz e avassladora.
Escutei a versão do audiobook, que tem uma narração muito boa e me envolveu do início ao fim. Este é o primeiro livro da Carol Chiovatto que tive contato e agora tenho muita vontade de conhecer os outros.
Nos últimos anos a preocupação com o meio ambiente tem se tornado cada vez maior. Encontrar soluções para problemas como o avanço do espaço urbano, a exploração científica ilegal de espécies em perigo de extinção e os investimentos em projetos de laboratórios clandestinos são pautas importantes e que merecem a devida atenção. Carol Chiovatto nos traz vários desses temas importantes em uma trama que tem muitos dos elementos de fantasia urbana que ela tanto gosta (e que a tornaram conhecida no romance Porém Bruxa). O resultado é um livro divertido, repleto de mistérios e emoções vividos pela sua protagonista em mais de trezentas páginas. A edição da Suma está muito bonita com uma aplicação de verniz no título, uma capa lindíssima e uma diagramação bem gostosa. Dá uma boa valorizada no trabalho da Carol, além de oferecer aquela primeira impressão chamativa em que o leitor certamente vai pelo menos dar uma chance para ler a sinopse da história. O resto é com a escrita da Carol que é fantástica e tenho certeza que os leitores não vão se arrepender em dar uma oportunidade para a autora.
Acompanhamos a vida de Diana, uma jovem estudante de História que precisa lidar com o fato de que desde pequena enxerga coisas que outras pessoas não consegue. Teias coloridas, estranhas névoas, animais de cores bizarras... Ela já compartilhou isso com sua irmã e uma outra amiga, a Mayara, mas ninguém parece ser capaz de ver aquilo que a atormenta. E nos últimos tempos os fenômenos tem se tornado cada vez mais frequentes. Enquanto ela lida com tudo isso, Diana acaba conhecendo Miguel, irmão de seu amigo Tiago, com quem já passou vários momentos bacanas nesses anos de universidade. Miguel a atrai com seu jeito mais quieto, porém educado e Diana parece finalmente que vai conseguir ter um relacionamento saudável após sair de um que a manteve chateada por alguns anos. O fim do seu período universitário também a preocupa já que ela precisa pensar o que vai fazer de sua vida enquanto pensa que perderá alguns de seus amigos para a vida. Todo esse drama do fim da adolescência vai ficar mais e mais bizarro quando suas visões a colocam no meio de uma trama que envolve segredos escondidos dos olhos do mundo.
Árvore Inexplicável é o segundo romance que leio da Carol (o primeiro foi Senciente Nível 5) e aqui dá para perceber o quanto a autora foi aprimorando sua habilidade como escritora. Algo que fica bem claro no trabalho dela é o seu apreço pelo desenvolvimento de personagens os mais verossímeis possíveis. Por mais que a ambientação seja fantasiosa ou se passa em um futuro espacial, os personagens da autora possuem características claramente definidas. Ela não se preocupa em usar alguns capítulos para nos mostrar quem o personagem é, quais suas motivações, suas virtudes e defeitos e suas vozes únicas. O emprego de uma narrativa em primeira pessoa ajuda o leitor a entender estes personagens. Enxergamos o mundo através de seus olhos, compreendemos seus sentimentos. O livro começa bastante focado em Diana e ela é a voz que nos guia por uma São Paulo movimentada que de repente se vê afetada pelo surto de covid-19 e tem sua realidade completamente alterada. Mas, mais à frente na narrativa, os capítulos se alternam com outros personagens da história. O que me chamou a atenção é em como os capítulos desses personagens são diferentes entre si, possuindo vozes que ora podem ser mais descritivas, ora mais passionais. Até porque os personagens que narram não são os mesmos. Por essa razão é lógico pensar que a própria forma como esses personagens narram em primeira pessoa sejam diferentes. Só que, por incrível que pareça, isso não é algo comum. O que a Carol fez é algo muito bom.
A narrativa começa enfocando as dúvidas e questionamentos de Diana acerca de sua condição. Carol faz um bom trabalho mostrando o quanto a personagem está dividida acerca disso. A ideia não é mostrá-la como alguém com super-poderes, mas uma garota querendo viver sua vida. Suas dúvidas são legítimas porque isso afeta a sua vida. O pior de tudo: ela não tem com quem conversar a respeito. Mais tarde, Diana vai interpretar isso como sendo um preconceito de sua parte, mas não vejo assim. Qualquer um no lugar dela reagiria da mesma forma. Como não pensar que essa peculiaridade não fosse algo de sua mente, que poderia esconder algum transtorno ou outra condição. A ausência de alguém para compartilhar isso é terrível e enlouquecedora. O receio de ser taxada por seus iguais como indigna de confiança, o bullying, os pequenos comentários. Carol consegue transmitir com perfeição esse dilema da personagem. Fiquei em cima do muro em relação ao tempo que esse momento da história leva. Por um lado achei certo e necessário para construir esse contexto de dúvida na protagonista. Até mesmo colocá-la como uma pessoa sociável ao mesmo tempo em que se preocupa com como as pessoas irão passar a vê-la se ela contar o que tem. Por outro lado, achei que a autora levou tempo demais nisso, podendo afastar um leitor mais impaciente. Em alguns capítulos, pouco ou nada acontece para avançar a trama o que poderia ter prejudicado no longo prazo. Como disse, fiquei em cima do muro em relação a isso, mas só a dúvida já me fez repensar o todo.
Se disse que a Carol trabalha bem as vozes dos personagens, o mesmo posso dizer dos diálogos. Só posso aplaudir de pé a maneira como a autora faz para tornar os seus diálogos reais. Eles não são encenados ou robóticos como acontecem em alguns romances. Já li romances de fantasia em que os personagens parecem estar declamando um texto. Já aqui isso não é o caso. Eles soam naturais e qualquer pessoa poderia estar conversando dessa forma na rua. A autora também não se perde em estereotipar os diálogos, forçando gírias ou empregando regionalismos desnecessários. Os personagens falam como pessoas que moram em São Paulo. Não apenas isso, como não há exagero no seu emprego. Quando não há necessidade de usar um travessão para afirmar ou negar alguma coisa, ela simplesmente descreve a cena. Sem mais nem menos. Carol também não emprega info dumping; as informações são oferecidas ao leitor aos poucos, com um crescendo que impacta nos mistérios da trama. Nada de entregar todas as informações de uma só vez como se fosse um mistério da Agatha Christie. Tudo com calma e paciência.
Os capítulos são bem curtinhos, o que oferece uma enorme velocidade à trama. Mas, não subestimem o que está sendo apresentado a vocês. Os mistérios são entregues aos poucos, seja nas falas ou nas reações dos personagens. Como se trata de uma narrativa em primeira pessoa, acompanhamos tudo ao lado deles. Podemos até ter nossas desconfianças, mas se o personagem não percebe algo, nós não iremos perceber também. A narrativa possui uma construção em três atos, sendo que a narrativa vai se tornando mais e mais complexa e envolvente a cada virada de página. Quando cheguei à terceira parte, lembro que devorei mais de cem páginas de uma só vez. A curiosidade me matava para saber o que aconteceria a seguir. Carol sabe deixar bons ganchos narrativos que fazem com que fiquemos com aquela pulga atrás da orelha. Sabe aquela situação de "vou ler mais um capítulo só para ver o que acontece"? Isso se repete bastante. A história tem um bom tamanho, mas, como me referi mais acima, talvez eu cortasse um pouco da história para que ela ficasse perfeita. Mas, é uma visão minha e mesmo eu fiquei em dúvida quanto a isso.
O contexto em que a história se passa é no começo da pandemia de covid-19 no Brasil entre os meses de fevereiro e de julho. Quando as informações eram escassas e as mudanças pelas quais passamos foram drásticas. Os personagens revelam todo o receio e o desconhecimento sobre uma doença inexplicável, sem querer usar o trocadilho. Também vivíamos sob um governo negacionista que era um solo fértil para o que acontecia durante a narrativa. Carol conseguiu reproduzir bem os medos e anseios desses período. Porém, preciso pontuar a respeito de algumas referências que ela faz durante a história. Certas referências são muito específicas como o desgoverno que vivíamos e outras informações pequenas e sutis que só serão lembradas no futuro por quem viveu intensamente esse período. Faltou explicar determinadas situações o que pode prejudicar o livro daqui a alguns anos. Referências só são boas ou intrigantes quando entendemos mais ou menos ao que elas se referem. Do contrário soam apenas estranhas.
Adoro os personagens e depois que terminei a história, percebi o quanto eles vão me fazer falta. Gostei da gentileza do Tiago e seu amor incondicional por Yoko. Da linda relação entre irmãs de Nati e Diana e o quanto isso me fez pensar que eu adoraria ter tido um irmão ou uma irmã e o quanto gostaria que fosse como a Nati. Do jeito controlador de Miguel ao mesmo tempo em que ele se sente desconfortável com seus sentimentos. Da doce Mayara e seu amor por cuidar dos animais. Tudo isso e muito mais está presente nesses personagens que formam um núcleo intenso onde as relações se desenvolvem no contato íntimo com eles no dia a dia. Vamos conhecendo pedaços de cada um deles aos poucos até montarmos um quebra-cabeças. Em alguns momentos vamos duvidar de cada um deles, graças às suas inseguranças e aos momentos tensos acontecendo na narrativa. Um segredo precisa ser mantido, mas a que custo? Mesmo que tenhamos todas as melhores intenções do mundo, não podemos deixar alguém que amamos de fora de algo que pode afetar a sua vida. A reação que acontece no desenrolar da história é natural porque um laço de confiança foi rompido (curiosamente isso volta a acontecer lá no final da terceira parte). Recuperar a confiança perdida leva tempo, pode nunca acontecer e sempre modifica nossos sentimentos. Para o bem ou para o mal.
Árvore Inexplicável é uma boa leitura para quem está buscando ler algo que fale sobre meio ambiente e a proteção da fauna e da flora. Tudo com aquelas pitadinhas saborosas de magia que são tão características dos romances da autora. Com uma trama envolvente que, apesar de demorar a pegar, nos leva a um mundo de segredos que precisam protegidos, de relações que estão para amadurecer como belas árvores e de uma personagem que precisa se aceitar assim como ela é. Afinal quantos de nós já não passaram por uma situação em que nossos medos acabam custando o melhor de nós mesmos.
a expectativa tava alta pra esse e foi correspondida!! me envolvi demais na história e me prendeu de um jeito que não queria fazer mais nada além de ler ele, a edição física é a coisa mais linda do mundo