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Um Lugar do Caralho

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“Eu preciso encontrar um lugar legal pra mim dançar… e me escabelar… tem que ter um som legal, tem que ter gente legal… e ter cerveja barata!"

Assim começa a canção eternizada na voz de Flávio Basso, o Júpiter Maçã, no disco A Sétima Efervescência. A música fala da jornada atrás de um lugar mítico e utópico, o lugar perfeito que toda pessoa em busca de liberdade e boemia procura a cada vez que sai à noite. A busca, em resumo – como diz a expressão que também dá título à música e a este quadrinho –, por Um Lugar do Caralho.
Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, por muito tempo esse lugar existiu e se chamava Boate do DCE. É para lá que Mica e Lia convidam Carlo e Daniel, e é lá que os quatro amigos vão viver alguns dos melhores momentos da vida enquanto experienciam a transição para o mundo adulto, a passagem pela universidade e a busca por um sentido nas escolhas feitas por cada um.
Assim eram as sextas-feiras da Boate do DCE, e agora você vai poder relembrar esse tempo ou conhecer um pouquinho desse lugar que marcou várias e várias gerações de jovens, ao som de muitas trilhas sonoras.
Essa é uma história sobre amizades, descobertas e paixões. Uma história com som legal, gente legal e cerveja barata!

128 pages, Hardcover

Published January 1, 2022

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Displaying 1 - 3 of 3 reviews
Profile Image for Guilherme Smee.
Author 27 books189 followers
August 7, 2024
Tive a honra e o prazer de poder dar uns pitacos e dar uma resmungada sobre o primeiro tratamento do roteiro de Um Lugar do Caralho, do amigo Thiago Krening. Essa história é especial para ele porque se passa em grande parte na boate do DCE da Universidade Federal de Santa Maria, um local onde conheceu sua esposa Letícia (os dois até aparecem num canto da página da história). Mas a história não é sobre eles dois, mas sobre todo o clima que aquele lugar, que tinha até uma "catacumba" proporcionava para seus convivas. Para isso, Thiago incorpora as músicas ao cenário da boate, como se fosse algo orgânico, corporal daquela construção. Entre as músicas, aquela que dá o título deste álbum, Um Lugar do Caralho, de Júpiter Apple Maçã. É a visceralidade da boate em contraste à ingenuidade dos personagens lidando com seus primeiros relacionamentos adultos e complicações dessa fase da vida que faz com que todos nós, que já fomos jovens inconsequentes, nos identifiquemos com esse tipo de espaço e com esse povo universitário festeiro e que ainda não tem eira nem beira para sua existência.
Profile Image for Mateus Braz.
73 reviews5 followers
September 12, 2025
Hoje, um dos meus alunos pré-adolescentes me perguntou: "Será que tem um jeito de voltar no tempo?"
Outro aluno questionou: "Era tão bom assim na outra escola? São Paulo é mais legal?"

Pensei por alguns segundos. Quando eles iam embora respondi: "O importante é aproveitar o máximo onde você tá."

Em outro lugar, em outro tempo, existe um lugar do caralho. Onde a cerveja é barata e todos sabem o seu nome. Lembrei do meu tempo em Santa Maria, do que vivi nos poucos meses que passei lá. Já não lembro mais de todos os dias. Viraram uma massa amorfa conforme o presente se torna prioridade. Mesmo assim, acho que tudo tá aqui dentro, em algum lugar. Agora estou aqui, mas já estive lá. Fui feliz lá, sou feliz aqui.

Na conversa com os alunos, um deles disse: "É a falta dos amigos né?" É clichê, mas são eles fazem um lugar ser do caralho. Quando cheguei em Santa Maria fiz questão de fazer amigos rápido, mesmo lutando contra minha timidez paralisante.

Não tem como viajar no tempo, e nem sempre dá pra viajar no espaço. Vale a pena tentar dizer sim à vida. Existe um lugar do caralho, bem, deve existir.
Profile Image for Marcelo Soares.
Author 2 books14 followers
September 11, 2022
Ah, a nostalgia da juventude.
Todo mundo já esteve num lugar do caralho; aquele boteco fumacento, aquela boate fedida com um rockzinho sujo no último volume, aquela garrafa de cerveja gelada com um logotipo meio estranho, aquele primeiro sorriso que quebrou teu coração, aquele fim de mês sem boletos, aquela clássica caminhada pela cidade durante a madrugada entre um fim de festa e um xis coração salvador, aquele estágio que pagava mal, mas pagava o suficiente para beber no final de semana.
Acho que todo mundo teve essa fase. Aquela fase em que a gente não é bem gente, o fim da adolescência e o início da vida adulta. Aquela fase em que tudo é intenso, em que tudo é para sempre - do terceirão para a vida. Aquela fase em que sempre tinha uma festa, um show, um churrasco de emergência - lembro de um churrasco com um carrinho de supermercado de Blue Labbat, a pior cerveja que já tomei na vida, e dois quilos de salsichão para 30 pessoas, há rumores que chegou a 200, ninguém se lembra mais. Aquela fase de encontros, reencontros e despedidas.
Essa fase termina, eventualmente. A vida adulta começa aos poucos, uma prestação aqui, outra ali, péssimas ideias, responsabilidades, compromissos, mas o mais difícil da vida adulta é aprender a se despedir.
Talvez por isso a nostalgia seja tão atraente, viver de novo aquele sorriso de canto de boca, enquanto tocava Again do Lenny Kravitz; aquele beijo embaixo da marquise de um prédio aleatório da Cidade Baixa numa noite de chuva; aquela nuvem de fumaça de cigarro, cheiro de cerveja que até hoje infesta uma velha camiseta dos Ramones meio escondida no fundo do armário, aquela camiseta que ela usava quando dormia na tua casa, quando teus pais iam para a praia. Tudo isso parece muito melhor que passar o dia copiando e colando PROCVs numa planilha qualquer.
A história do Thiago Krenning capta tudo isso com uma sacada genial, letras de músicas espalhadas pelos quadrinhos, dá pra ouvir a música em cada quadro. O desenho fofinho meio mangá, meio turma da Mônica funciona, não é bem a minha praia, mas funciona. A história tem um final feliz demais pro meu gosto também, mas eu troquei meu coração por um Mega Drive, dois controles e um cartucho do Altered Beast na juventude, então não sou parâmetro.
E a juventude? E a nostalgia? Bobagem, era uma merda mesmo, eu tava lá.
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