Para muita gente, ler um livro de psicanálise pode significar um processo árduo e penoso que exige bastante esforço, dedicação, tempo e investimento. Sem contar a demanda de conhecimento prévio que algumas obras pressupõem ao citar passagens de trezentos mil autores que jamais ouvimos falar na vida. O indivíduo de hoje mal consegue arranjar tempo para conciliar trabalho, descanso e estudos, quem dirá então ter acesso a essa rede de conhecimentos.
Agora imagine como seria sentar em uma mesa de bar com Freud, Melaine Klein, Winnicott, Lacan e outros grandes nomes da psicanálise para uma conversa acessível e instigante sobre narcisismo,traumas, desamparo, síndrome do impostor, complexo de Édipo, superego, amor, dentre outros temas.
Em Psicanálise de boteco, assim como em seu podcast de sucesso, o psicanalista Alexandre Patrício de Almeida nos conduz a uma conversa sincera, bem humorada, repleta de reflexões psicanalíticas sobre o cotidiano. Como escreve, a psicanálise não nos cura de nossos sofrimentos – nem se propõe a isso –, mas nos coloca diante deles, reassegurando a nossa capacidade de responsabilização e de alcançar a maturidade.
Primeiro audiolivro que escutei. A experiência foi interessante e me ensinou bastante, mas em alguns momentos fiquei muito perdida. Achei que o autor foi um pouco prolixo em alguns pontos e misturou alguns temas (como a relação autor-escrita no capítulo sobre amor) e alguns outros temas foram tratados de forma muito rápida. Enfim, valeu muito a experiência. Foi muito incrível conhecer mais da psicanálise.
Impressionante a capacidade do Alexandre de saber colocar teorias tão complexas ao nosso alcance. Eu tinha muito, mas MUITO preconceito contra a psicanálise, até encontrar, por um acaso que já nem lembro, o podcast dele. E com ele mergulhei num mundo fascinante do subconsciente. Comecei a ler outros autores, escutar mais podcasts sobre o assunto, e aí ele lança esta PÉROLA. O livro é leve apesar de tocar em assuntos profundos e complexos. Cheios de exemplos, conexões com a cultura de hoje e detalhes que ajudam a ilustrar todas essas teorias que antes me pareciam devaneios de seus autores. Obrigada Alexandre! Um dia ainda vou pegar uma dedicatória sua num livro físico. Até lá, muito sucesso e POR FAVOR continue!
O título sugere um papo no bar.. mas assume uma certa bagagem freudiana. Não acho que seja um livro fácil e muito menos para iniciação em psicanálise. No entanto, dado que a bagagem do leitor existe e de que ele esteja disposto a pesquisar sobre o que não entender, o livro é muito bom. Aprendi muito sobre conceitos que eu achava que sabia (Ex: Narcisismo) e muito sobre teorias/autores que eu não sabia quase nada (Ex: Melaine Klein e Winnicott).
O livro se propõe a ser como uma conversa no bar, mas achei a leitura complexa. As coisas que entendi sinto que entendi apenas porque já havia tido contato anterior com as ideias de Freud e Lacan.
Recebi a indicação desta leitura com a promessa de "uma abordagem mais leve de psicanálise". Não acredito que seja o caso, porém, isso é de longe o menor dos problemas. Leve ou não, que espécie de psicanálise é essa que o autor quer passar? Citar Freud, Lacan, Klein ou Winnicott não significa necessariamente falar de psicanálise. Ela, na verdade, parece ser usada somente à medida que tampona os buracos da sua visão de mundo. Em momentos em que ele poderia se fazer valer bem mais da teoria, como na análise do filme "A filha perdida", ele escolhe a via da "crítica ao sistema" — o que poderia ser feito à vontade, contanto que não suprimisse o espaço da psicanálise em uma assim dita "reflexão psicanalítica". Talvez funcione para algumas pessoas, para despertar algum interesse inicial sobre a psicanálise (sendo bastante condescendente), mas não recomendaria para estudantes da área, não sem alertar: tenha senso crítico sobre a leitura e não troque a banalidade do boteco pelo material original, não ignore a fonte achando que já está tudo mastigado aqui.
“A prática psicanalítica, no entanto, segue na contramão desse ritmo desenfreado e sugere uma escuta legítima e sincera daquilo que ignoramos em nós e nos outros. Ela é uma ‘viagem que tem a angústia como ponto de partida e a descoberta de sua origem como destino final. Um caminho que, sem outra bússola além da palavra, dois aventureiros percorrem juntos, tendo por motores o desejo de saber e a paixão’”. A psicologia pode ser psicanálise, mas a psicanálise pode não ser só psicologia. Essa é a proposta do livro, trazer a tão desafiadora teoria psicanalítica ao nível da prosa do butiquim. Acho que isso nunca vai ser possível, porque sim, ela é desafiadora, para aqueles que analisam e também para os que são analisados. Não tem manual, não tem regra. Mas Alexandre nos tranquiliza, pois mesmo com a sensação de que não compreendemos tudo, uma hora as coisas se encaixam e os pequenos rastros de entendimento vão se juntando e, dessa forma (associativa), é criado um sentido maior. Assim como a prática psicanalítica. E que viagem interessante por Freud, Lacan, Klein, Ferenczi, Bion, Winnicott… Por que Psicanálise também não é só Freud. Ela se transforma com o tempo, com a sociedade, com novas palavras e novos seres pensantes donos de seu desejo de construir mais psicanálise e transmitir esse conhecimento para o mundo.
Sempre tive curiosidade de aprender mais sobre psicanálise. Muito disso por influência da minha mãe, uma psicóloga não praticante que sempre fez questão de conversar comigo sobre o tema. Por isso, eu já conhecia algumas expressões e conceitos, mas busquei neste livro uma forma de ir além.
Acho que o título do livro, e a promessa do autor na introdução, acabam levando o leitor mais leigo a se frustrar. Não é um livro para quem tem a psicanálise como página em branco. Pelo contrário, há muitos termos técnicos, e o jogo nele é jogado mais para quem já sabe as regras do que para quem chegou pela primeira vez. Veja bem, não é um livro ruim. Mas não é uma "conversa de boteco", mas sim um seminário universitário com linguagem um pouco mais simples.
Além disso, senti falta do autor relacionar os conceitos com o mundo além da simples citação de músicas e poemas. Falar de política, sociedade e filosofia, por exemplo, são fundamentais para a construção crítica de um psicoterapeuta. O autor tem consciência disso (o que é louvável), mas faltou correlacionar o livro um pouco mais com o mundo ao redor.
Enfim, se você gosta do tema e quer aprender mais sobre, só se arrisque nele se estiver com coragem de uma leitura um pouco mais densa.
5/10 ‘’Psicanálise de boteco: O inconsciente na vida cotidiana’’ escrito por Alexandre Patricio de Almeida é, em resumo, uma nova forma de abordagem do tema tão vasto da psicanalise. Possui as boas intenções de democratizar o conhecimento se utilizando de uma linguagem coloquial e simples na maioria de sua escrita, virando um porta de entrada de jovens e um público carente dessas informações em um mundo ferido psicologicamente, porém, justamente nesse ponto que se cai em uma difícil e fina linha tênue entre simplificar o dificultoso para o iniciante entender e debochar do assunto proposto. Penso que se melhor revisionado em sua versão final e testado com um público também experiente no assunto poderia ter um sucesso ainda maior. O livro cai na decadência ao se utilizar de termos coloquiais e informais em sua didática e troca de informações. Em minha conclusão o que mais se salva é a última parte, que tem um teor mais sério e histórico cientifico com a ideia psicanalítica. Não recomendo a leitura a iniciantes, mas recomendo para já avançados no tema para uma perspectiva (que foi conduzida de forma errada e trabalhada da pior forma possível) nova entre tantos modelos antigos.
Alexandre faz um ótimo trabalho ao expandir alguns dos temas tratados em episódios do podcast, como a discussão do narcisismo, a síndrome do impostor e as divagações sobre o amor através das lentes da psicanálise.
Alguns podem até achar que os conceitos freudianos são ultrapassados, mas o que temos aqui é uma discussão muito atual, que coloca em xeque inclusive as posições do mestre de Viena. E é algo que fica ainda melhor quando o autor, através das lentes de discernimento e pautas de inclusão, ajuda a compreender de outras formas essas tantas vozes psicanalíticas que atravessaram o século XX, revisitando os conceitos fundamentais dessa disciplina.
A versão em audiolivro está um primor, com a narração de Léo Senna, clara e precisa, que enaltecem ainda mais os insights da obra. Aprecie com moderação!
Pelo titulo e pela proposta do livro, pensei que a leitura seria um pouco mais para “leigos” e não foi…em alguns momentos me senti um pouco perdida (o que de acordo com o autor é normal) e acho que isso tudo prejudicou a minha compreensão de alguns temas.
Achei que sim, aprendi algumas coisas, mas achei que eu aprenderia mais a base da psicanálise e sinto que eu aproveitaria mais o livro se já tivesse uma base. Por vezes achei a escrita um pouco prolixa…poderia ser mais objetiva.
Não acho que seja um livro ruim, de verdade! Só acho que ele não cumpre o que promete.
Incrível. Sensível, poético, amoroso, mas sem passar mano pras nossas neuroses. Psicanálise mudou minha vida. Uma boa introdução para que ja é analisando. A escrita do Alexandre é um pouco academicista, então recomendo pra alguém que já tenha lido algo a respeito. Digamos que é um boteco mais chique? Mas que com toda certeza eu voltaria novamente. Obrigado meu querido.
Que leitura deliciosa e acessível. claro que é preciso ter uma noção da psicanálise, mas o autor aborda os temas densos de maneira muito fluída! De fato, muita coisa fez mais sentido da teoria psicanalítica depois dessa leitura!
No momento em que o questionamento "por que a psicanálise deve ser ensinada nos cursos de psicologia" foi respondida com uma citação de Freud de 1914, literalmente o fundador do movimento e a mais de 100 anos atrás, uma desconfiança sobre a superficialidade do raciocínio.
quem dera que ler psicanálise fosse tão fácil assim. gostei dos conteúdos, a linguagem me ajudou em alguns conceitos que bons semestres de psicanálise não tinham sido fixados rs. fiquei muito interessada em acompanhar mais o podcast!
Muito bom. Com uma linguagem simples e objetiva Alexandre passa por várias teorias psicanalíticas nos apresentando sias elaborações de forma clara e produtiva. Vale a pena ler!