Uma mulher misteriosa é perseguida na Índia. Maria Flor tenta ajudá-la, mas ambas são raptadas. Tomás Noronha inicia buscas para as resgatar e irá contar com um ajudante inesperado. Um agente secreto americano.
No cativeiro, a mulher de Tomás consegue esconder uma mensagem críptica: , o estranho símbolo de uma velha profecia bíblica. Madina nasce numa província remota da China e filia-se no Partido.
Apaixona-se por um professor e prepara-se para um futuro radioso. Mas, sem saber como, vê-se obrigada a confessar crimes que nunca cometeu. Qual é a relação entre o rapto de Maria Flor e a antiga profecia? Porque está a CIA tão interessada no caso? E qual o terrível segredo que a mulher misteriosa tem para revelar?
Será a China mais perigosa do que a Rússia? Inspirado em factos reais, José Rodrigues dos Santos transporta-nos ao coração da geopolítica e mostra a grande ameaça que o Ocidente hoje enfrenta. A Mulher do Dragão Vermelho traz-nos o escritor favorito dos portugueses com todo o seu talento.
Escrita a um ritmo frenético, esta é uma aventura empolgante que nos vai abalar e obrigar a refletir sobre o mundo em que vivemos e os perigos que nos ameaçam.
José Rodrigues dos Santos is the bestselling novelist in Portugal. He is the author of five essays and eight novels, including Portuguese blockbusters Codex 632, which sold 192 000 copies, The Einstein Enigma, 178 000 copies, The Seventh Seal, 190 000 copies, and The Wrath of God, 176 000 copies. His overall sales are above one million books, astonishing figures considering Portugal’s tiny market.
José’s fiction is published or is about to be published in 17 languages. His novel The Wrath of God won the 2009 Porto Literary Club Award and his other novel Codex 632 was longlisted for the 2010 IMPAC Dublin Literary Award.
His first novel, The Island of Darkness, is in the process of being adapted for cinema by one of Portugal’s leading film directors, Leonel Vieira.
José is also a journalist and a university lecturer. He works for Portuguese public television, where he presents RTP’s Evening News. As a reporter he has covered wars around the globe, including Angola, East Timor, South Africa, the Israeli-Palestinian conflict, Iraq, Bosnia, Serbia, Lebanon and Georgia. He has been awarded three times by CNN for his reporting and twice by the Portuguese Press Club.
José teaches journalism at Lisbon’s New University and has a Ph. D. on war reporting.
Uma leitura que tem tanto de envolvente como de perturbadora, no sentido de retratar um cenário tão assustadoramente real e que acontece em pleno século XXI.
Campos de concentração, escravatura, invasão de privacidade, esterilização forçada e opressão da liberdade individual que conduz a um extermínio de uma das minorias étnicas presentes na China: os Uigures.
São expostos os maiores desígnios e vontades do Partido Comunista Chinês e os seus planos para uma “neutralização da Europa”, assente em princípios fundamentais que remontam aos tempos da Guerra Civil Chinesa e que têm sempre por base a dissimulação, como Sun Tzu escreveu.
É retratada a busca do Partido em tornar-se o ‘ba’, derrotando o Ocidente e assumindo-se como a maior superpotência mundial.
Com este cenário como pano de fundo, a história da personagem principal é baseada nas vidas de Sayragul Sauytbay e Gulbahar Haitiwaji, mulheres uigures que sofreram na pele os terrores dos campos de concentração chineses.
Este é um dos livros mais chocantes que já li! Uma narrativa que disseca o partido comunista chinês e denuncia as atrocidades e injustiças por ele cometidas. Revela-nos verdades assustadoras!!
É senso comum que a China é um país autocrata, que reprime e censura, mas não fazia ideia da dimensão do seu domínio sobre a população e o mundo.
O autor foi alternando entre capítulos protagonizados pelo seu herói, Tomás Noronha, em que são abordadas teorias expansionistas da China e as suas relações com o mundo exterior, e capítulos em que nos conta a história de vida de Madina.
Madina, é uma cidadã uigure, e a verdadeira protagonista deste livro, é ela que lhe dá a alma. Através dos seus olhos apercebemos do que acontece dentro do seu país. A perseguição às minorias étnicas, os campos de concentração, os projetos família, a vigilância constante… é tão duro ler estas páginas, tão difícil de acreditar que tudo é real. Madina é uma personagem incrível, muito rica e imensamente bem construída. Tenho a certeza que vão adorar conhecê-la, tanto quanto eu.
Tive pena de não ter a perspectiva de um chinês Han. Também eles sofrem a opressão do governo e seria interessante ter o seu ponto de vista.
É muito importante estarmos informados sobre o que se passa no mundo, termos a real percepção do que está a acontecer. Com a guerra na Ucrânia, o Ocidente abriu um pouco os olhos para o perigo dos regimes totalitários, mas talvez ainda não seja o suficiente.
Por isso destaco a importância deste livro, onde através da ficção, o José consegue transmitir conhecimentos de uma forma simples e fluída, como já o faz em diversas outras obras. Leiam e informem-se, só através da sabedoria conseguimos garantir a liberdade.
4,5 ⭐️ A nao perder! Esta obra centra-se no Partido Comunista Chinês (não confundir com a China e os chineses) e na sua atual política de erradicação de raças não puras. Neste caso somos guiados por uma uigure. Existem outros assuntos muito graves que são abordados e que merecem a curiosidade do leitor.
Ce livre est tout simplement parfaitement écrit (comme tous les livres Dos Santos), effrayant par la véracité de ses propos et très très émouvant. J'étais loin d imaginer ce qui se passait en Chine.. Il a totalement changé l image que je me faisais de ce pays. Je trouve qu'il est impératif de le lire. Cela devrait même être un devoir. Un grand bravo pour l auteur pour son travail de recherche, son courage et évidemment sa plume.
4.5 ✨ Este livro é extremamente violento e difícil de digerir. Admito que tive de parar algumas vezes porque não estava a ter estofo para o que estava a ler. Mais uma vez José Rodrigues Dos Santos surpreendeu com a sua escrita fluída, informada e tão viciante. Acho que o mais assustador neste livro é chegar ao último capítulo onde ele demonstra toda a pesquisa que fez para este romance e nos apercebemos que tudo o que acabámos de ler é real. É chocante como o ocidente sabe o que se passa na China devido ao Partido Comunista Chinês e simplesmente aceita isso sem fazer nada. Acho que este tipo de livros são um grande abre-olhos, para pessoas como eu, que até se acham informadas pelo plano geral do mundo, perceberem que no fundo só sabem o que dá nas notícias e sai nos jornais e não pelo que é censurado mas é realmente mais grave e preocupante. A história de Madina é totalmente de partir o coração, e apegamos-nos a esta personagem de uma forma inexplicável. Aconselho muito, daria 5 estrelas sólidas a este livro mas vou deixar-me pelas 4.5 porque acho que há situações muito gráficas e violentas que podem ser difíceis de digerir se não tivermos estômago suficiente para elas.
2,7* tenho alguma curiosidade em saber o que um certo (ex-)professor meu da faculdade de letras teria a dizer sobre este livro. Até tenho vontade de lhe enviar um e-mail, mas tenho quase a certeza que ele me mandava ir dar uma volta assim que mencionasse o nome do autor. 😂😂
O tema deste novo romance de JRS é o do papel do Partido Comunista da China no controlo do povo chinês, particularmente das minorias, neste caso, das Uigures. Mas não só: também o plano que o PCC tem para um mundo mais “próspero”. Não parte JRS de palpites, mas antes de uma extensa bibliografia que ele tem o cuidado de mencionar no final do livro, por isso a ter em conta… mesmo muito em conta! A narrativa acontece em dois tempos, um, o de uma moça uigure, a Madina. Nascida ainda de acordo com as tradições do seu povo, vai assistindo à “invasão” dos Han até ser ela própria protagonista de toda a repressão que sobre o seu povo acontece. Por outro lado, o nosso herói, o Prof. Tomás de Noronha é chamado à estória porque a mulher foi raptada e ele vai em seu socorro. Aqui encontra operacionais da CIA e do exército americano que lhe vão dando informações da estratégia do PCC no plano internacional, começando com a “Nova Rota da Seda” e acabando com a estratégia geral para acabar os “100 anos de vergonha” que levará o PCC a tornar-se a potência dominante cerca de 2049 (os 100 anos após ter tomado o poder na China) Muito interessante por tudo o que revela, por isso, um 5 para o conteúdo. Mas apenas um 3 para a forma. Acho ridículo o Noronha assaltar uma ilha chinesa, sendo a primeira vez que salta de para quedas e usa uma metralhadora! Daí resulta a minha classificação de 4.
Maravilha! Triste realidade, mas haja quem denuncie e abra os olhos adormecidos de quem não quer ver. Em última análise, os governos e os países do mundo que se dizem democráticos e que valorizam os direitos de ser humano: sejam sérios e tenham vergonha. Não queiram repetir a História e ficarem recordados como uns vendidos sem caráter. Obrigado, JRS, por mais este. P.S. Já sabe que não vai ser convidado para visitar a Grande Muralha da China, mas também não perde nada de especial. Um abraço.
Esta série do Tomás de Noronha é o meu guilty pleasure. É mais guilty que pleasure uma vez que o último lido em 2017 foi o Vaticanum, e não foi bom.
Continuo a detestar a Maria Flor – aliás, esperei que morresse #sqn - , e agora junto-lhe esta mistura de 007 + Rambo + Terminator do Tomás de Noronha.
Acho que o livro é fantástico, amei a história e a forma como ele divide os capítulos dos livro é fantástica porém as vezes e basteaste repetitivo mas sinto q seja apenas para reforçar a ideia que é também força da nas personagens do livro
Creio que foi o livro que menos gostei do José Rodrigues dos Santos, a sua escrita é acessível, as suas histórias são lineares, mas nesta senti que a personagem principal foi completamente secundária e pouco ou nada contribuiu. Ter duas storylines em paralelo, entre capítulos, acho que foi uma má escolha. Sobre o tema do livro, fascinante sempre a capacidade do José em apresentar factos de forma interessante e mostrar que são argumentos baseados em casos reais. É assustador o que se passa na China, em qualquer regime comunista, e toda a minha empatia com o povo chinês que infelizmente são vítimas do Partido em pleno século XXI.
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Lire, c'est changer sa vision du monde. Cette fiction inspirée de faits réels m'a ouvert les yeux sur le Parti communiste chinois et ses intentions terrifiantes. Véritable dystopie en temps réel, il est impératif d'en faire la lecture.
Aviso: O livro fala de assuntos como canibalismo, violacao e trafico humano e de orgaos. Se algum destes temas deixa alguém desconfortavel, é um livro a evitar.
Mais uma aventura de Tomás Noronha. Acompanho as suas aventuras desde o Códex 632 e tenho a dizer que a história oferece sempre bastante informacao jornalistica, pelo que são óptimos livros para aprender. Este não foi diferente, centrando-se agora na China e no Partido. A razão de não dar 5 estrelas prende-se em dois pontos: a) Tomás Noronha está menos "James Bond"; b) Maria Flor é uma personagem que nada acrescenta a historia
O facto de Tomás estar mais calmo vejo como uma evolucao natural da sua idade. Depois de tantas aventuras é fácil perceber que se sinta cansado. No entanto porque é que també existe um declinio intelectual? Antes era a personagem que tudo (ou quase tudo) sabia, aberto a diferentes opinioes mas sobretudo não era ingénuo. Agora parece um adulto jovem inocente que acabou de descobrir que o mundo é duro. É uma mudanca que se nota bastante ate pela falta de tempo de antena que tem. Quanto á sua esposa, Maria Flor, é uma personagem que exemplifica bem o tipo de pessoa egoista e que tudo é um problema para ela. Esta é a razao principal de dar a pontuacao que dei. Nas aventuras passadas ja se revelou uma pessoa que tudo para ela é um problema se nao for 100% o que estava a espera mas aqui (e dai marcar isto como spoiler) depois do marido atravessar o mundo inteiro a procura dela, enfrentar o exercito chines, fazer paraquedismo e abater soldados (esta ultima contra os seus principios morais) para salvar a sua amada, eis que ela quer "ficar sozinha" e "tu nao es maturo emocionalmente porque nao queres filhos apesar de viveres com trauma do que aconteceu durante o Codéx 632"... personagem misquinha e sem valor. Nem ajuda Tomás a crescer enquanto pessoa porque nada acrescenta a sua vida. Fico feliz que saia de cena. So o objectivo da personagem é este então esta cumprido. O seu tempo de antena é directamente proporcional ao que acrescenta á história: nada. O resto do livro é interessante e polémico, tal como esperava deste grande autor.
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“A Mulher do Dragão Vermelho” é um título que, sem ler a respectiva sinopse, pode levar-nos a pensar que estamos perante um livro relacionado com fantasia ou perante um livro que nos vai contar uma história de aventuras samurais algures no oriente. Mas não é nada disso que se trata.
O livro fala-nos essencialmente da evolução do Partido Comunista Chinês (PCC), nomeadamente a sua relação com o mundo exterior, as suas atitudes e ideologias, e sobretudo as suas atrocidades para com etnias que embora parte delas com origens noutros países vizinhos, também têm alguma expressão (entende-se por expressão existência) na China.
Como é o primeiro livro que leio do autor (apelidado por alguns de “o Dan Brown português” … alcunha que, a julgar pelos títulos e temáticas dos seus livros, não é de estranhar) não me vou pronunciar sobre a personagem de Tomás Noronha que, pelo que sei, faz parte de outros livros do autor e é uma personagem recorrente nas suas estórias. O papel desempenhado pela personagem neste livro é suficiente para ter uma breve ideia das suas características, sendo, nesse caso, um historiador que se vê envolvido numa missão de resgate/salvamento de sua esposa e da personagem central do livro, Madina (que é a personagem com maior densidade ao longo do livro).
O livro está estruturado de forma a apresentar-nos duas linhas temporais diferentes que depois acabam, de certa forma, por se cruzar.
Por um lado, acompanhamos o desenrolar da história no tempo presente (presente do livro, mas que também pode ser o presente actual, 2023), que nesse caso está relacionado com a fuga, a captura, e o possível salvamento da mulher misteriosa que, juntamente com a esposa de Tomás Noronha (Maria Flor), é raptada logo no início do livro (não se trata de um spoiler) porque detém algo que o PCC não quer que seja dado a conhecer ao mundo. Passo a referir essa linha temporal como Narrativa 1.
Por outro lado vamos acompanhar as diferentes fases da vida da personagem Madina, uma chinesa de etnia Uigur (a uma das etnias oficialmente reconhecidas pela China, mas consideradas como se fossem chineses de “segunda categoria”, conforme acontece com imensas outras etnias), de forma a percebermos a sua constante evolução e de que forma as suas escolhas ou circunstâncias a conduzem a fazer parte do PCC e se isso será suficiente para a fazer escapar das atrocidades a que estão sujeitos os cidadãos chineses dessas etnias. Essa pode ser a Narrativa 2.
Essa alternância temporal faz com que o livro mantenha um bom ritmo narrativo, conseguindo, na grande maioria dos capítulos, criar o suspense necessário para continuarmos a querer saber o que vem logo a seguir naquela linha narrativa. Pode haver a tendência a querer ler o livro seguindo as narrativas de forma independente (ler uma toda seguida e depois a outra), mas certamente fará mais sentido ler da forma como o livro as apresenta, já que as narrativas acabam por se complementar, pois em diversas situações as personagens da narrativa 1 vão abordando temas ou assuntos directamente relacionados com o que estamos a acompanhar ou a descobrir na narrativa 2, fazendo com que possamos os perceber melhor o que se está a passar nessa narrativa 2, como se estivesse a criar um contexto para aquelas coisas que se estão a passar e aquilo que podemos esperar que aconteça em breve. Na narrativa 2 vamos testemunhar as coisas quase em primeira pessoa. E digo quase porque as situações descritas, e a forma como a história é contada, está muito bem conseguida e construída. Mas felizmente estamos fora do livro, e não estamos a sentir na pele as consequências das acções de descriminação de que foram alvo (e ainda são) as diversas etnias consideradas inferiores. Em algumas situações são feitas algumas alusões ao genocídio e atrocidades nazis aquando da Segunda Guerra Mundial, já que essas acções acabam, de certa forma, por se repetir aqui, embora com algumas variações, atingindo também dimensões precoupantes e que nos fazem refletir quando delas ouvimos falar ou, nesse caso, lemos acerca delas. Deste modo posso adiantar que no livro serão abordados temas relacionados com campos de concentração, escravatura, restrições a todos os níveis que fazem com que, mesmo aqueles (pertencentes às tais etnias inferiores) que ainda estão a viver fora dos campos de concentração, não deixem de estar a viver numa prisão, pois mesmo fora da “prisão oficial” e do trabalho forçado (em regime de escravatura), a que estão sujeitos aqueles que estão dentro dos referidos campos de concentração, não deixam de também estarem sujeitos a outras heresias e experiências sociais que, quando as lemos aqui no livro, pensamos que estamos perante o desenrolar da criatividade e da imaginação do autor, quando na realidade (tal como é explicado e justificado no final do livro) as coisas descritas no livro baseiam-se em relatos reais. Coisas tão banais e que para nós, que estamos habituados à nossa liberdade “minimamente” condicionada (digo minimamente porque comparando com os exemplos de restrições presentes no livro não nos podemos queixar) nos soam a ridículo (como por exemplo ter o WhatsApp instalado no telemóvel, ver sites que possam sugerir acesso a informações de outros país e que estão fora do âmbito daquilo que o PCC apregoa ou defende como sendo o correcto, falar com familiares que estão fora da China, ter a moradia com paredes pintadas de cores que não sejam as do Partido, etc).
Os assuntos abordados referem-se a situações ou acontecimento acerca dos quais eventualmente já ouvimos falar, por já terem passado nas notícias, mas alguns deles são assuntos que, na maioria das vezes, acabam por ser “descartados” pela grande maioria de nós, já que estão durante algumas horas ou alguns dias a ter atenção dos media, com “mais tempo de antena”, mas depois vem outro assunto supostamente mais relevante que lhe “rouba o protagonismo”, e assim já temos outro assunto para assistir e para talvez pensar, fazendo com que o outro assunto se desvaneça na memória e seja “um problema dos outros lá longe”. Desta forma, este livro não deixa de ser uma chamada de atenção para uma realidade que acontece supostamente “longe de nós”, que consideramos que não nos afecta directamente ou de forma significativa, pois não interfere na nossa rotina do dia-a-dia. Mas já vimos recentemente que afinal de contas não é bem assim que as coisas funcionam (sim, refiro-me à pandemia, que nesse caso é apenas mencionada de forma fugaz no livro) e que se calhar, um dia acordamos, e as coisas já não são o que eram. Mas entretanto resta-nos ir aproveitando a nossa suposta normalidade e ir lidando com os nossos problemas que assumem a dimensão e importância directamente proporcional à realidade diária de cada um de nós, não fosse, no fim de contas, tudo muito relativo e subjectivo.
Voltando ao livro, este, no seu todo, e não querendo estar a repetir-me, acaba por ser uma tentativa de chamada de atenção para as possíveis verdadeiras intenções do PCC a médio ou longo prazo (esse longo prazo também é relativo) em relação ao Ocidente, passando como é óbvio pela Europa. Essas referidas intenções prendem-se também com o objectivo de dominação e expansão dos seus ideais ou ideologias, e do seu domínio através das mais diversas formas possíveis, quer sejam no âmbito financeiro, tecnológico, militar, territorial, ou outro.
Se por um lado já nos apercebemos que a tecnologia permite-nos estar todos interligados e ter a vida mais facilitada nos mais diversos aspectos, garantindo assim uma suposta maior comodidade/conforto, facilidade de acesso à informação, mais ferramentas para a vida profissional e pessoal, por outro lado também estamos aos poucos a aperceber-nos das suas mais diversas consequências, quer sejam a nível de saúde, quer sejam a nível da nossa verdadeira liberdade.
Mas chega de divagar, tudo isto para dizer que vale a pena ler o livro, pois trata-se de um livro interessante, que cumpre muito bem a sua função de informar e entreter (aqui o destaque não vai para as “cenas de acção” propriamente ditas, embora essas ajudem a complementar as histórias e a dar algum dinamismo ao longo do livro). Ainda assim, não duvido que haja quem o vá ler e pensar que o conteúdo do mesmo possa soar a teorias da conspiração por parte do autor. Para quem seja dessa opinião, ou leia este livro sob essa perspectiva, creio que, na mesma, não ficará desapontado com a sua leitura!
O único ponto que posso considerar como eventualmente negativo (ou menos positivo) é o facto de por vezes o autor se tornar repetitivo em relação a algumas ideias/opiniões/constatações que ele pretende transmitir, já que por vezes personagens diferentes, ou até a mesma personagem, falam dos mesmos tópicos ou assuntos, apresentando quase o mesmo discurso ou diálogo, não acrescentado assim grande conteúdo novo àquilo que já havia sido dito, como se o facto de a mesma coisa ser dita várias vezes fosse a forma que autor encontrou para fazer com que o leitor retenha efectivamente aquela ideia que ele pretende transmitir.
É verdade que é importante dar ênfase a determinadas coisas que queremos que não passem despercebidas e que se tornem um ponto central, mas há outras formas de o fazer sem ser repeti-las.
Por vezes menos é mais!
Deixo aqui uma breve entrevista ao autor em que ele tem oportunidade de falar um pouco acerca do livro. Escolhi essa entrevista por ser relativamente curta e não ter, a meu ver, spoilers.
Je mettrais un 4,5 ⭐️. Parfois un peu longue, cette histoire basée sur des faits réels a suscité en moi plusieurs émotions dont la colère et le dégoût envers le Parti communiste chinois. Les chapitres portant sur la vie de Madina m'ont ouvert les yeux sur ce que des millions de personnes vivent là-bas. L'auteur, qui est aussi journaliste, fait un bon résumé de ses recherches à la fin du roman qui nous aident à comprendre la vie des minorités ethniques en Chine. C'était le premier roman de cet auteur que je lisais et ce n'est sûrement pas le dernier.
Nem sabia o que me esperava quando iniciei este livro, oferecido no meu aniversário. Foi a minha estreia em José Rodrigues dos Santos, e que estreia!
O conteúdo deixou-me a reflectir na sorte que tenho em viver num país como Portugal, onde damos a liberdade como garantida, como sendo a coisa mais óbvia do mundo. Senti revolta, raiva, incredulidade e outras sensações mais enquanto seguia a vida de Madina.
Só posso aconselhar a que leiam e tirem as vossas próprias conclusões.
Fiction basée sur des faits réels inconcevables au 21e siècle. La superposition entre « le passé » et l’actuel rend la lecture rapide (heureusement les chapitres sont courts alors on ne perd jamais le fil). Un intérêt pour la géopolitique est un + pour apprécier, mais pas must. Il suffit d’avoir un intérêt pour la condition humaine afin d’y trouver son compte. Spoiler alert: le Parti n’a rien à envier à Orwell.
Une lecture troublante, dérangeante mais nécessaire qui mets en lumière les agissements du parti communiste Chinois, tant au niveau national qu’international ainsi que les traitements inhumains dignes de l’allemagne nazie réservés à la minorité Ouïghoure. À lire absolument.
Un livre aussi courageux que déchirant, qui expose la réalité brutale du régime chinois et la persécution systématique des minorités ouïghoures et kazakhes. Surveillance permanente, camps de concentration, travail forcé — un quotidien d’oppression vécu par des millions de personnes. Mais le plus glaçant, c’est le silence complice de nombreux États, y compris certains pays musulmans, qui vont parfois jusqu’à extrader les victimes vers leurs bourreaux. Un livre nécessaire, qui dérange et fait réfléchir. Un cri d’alerte moral face à une tragédie encore trop ignorée.
Encore une fois, J.R. Dos Santos réussit un tour de force : mêler le suspense d’un thriller à un engagement humaniste profond! Après *Le Magicien d’Auschwitz* et *Le Manuscrit de Birkenau*, qui exploraient le malheur des Juifs pendant la Seconde Guerre mondiale, il élargit ici son regard aux persécutions contemporaines. Même tension, même justesse, même volonté de réveiller les consciences. Une lecture marquante, bouleversante et indispensable.
José Rodrigues dos Santos delivers in The Woman of the Red Dragon a narrative that combines geopolitics, mystery, and action. The book stands out for its informative content about China, addressing topics such as the repression of Uyghur minorities, the Belt and Road Initiative, and the expansionist plans of the Chinese Communist Party. These elements are well-researched and enrich the reading experience by offering an educational and unsettling perspective on China’s totalitarian regime. Madina’s story, a young Uyghur woman, is the highlight of the book. Her journey is captivating and emotionally powerful, providing a deep insight into the atrocities faced by minorities in China. In contrast, the plot involving Tomás Noronha, while action-packed, becomes repetitive and predictable. The protagonist seems forced into situations that stretch credibility, such as performing secret agent-like feats without any real preparation. Another weak point is the character Maria Flor, whose attempt to write an enigmatic note during her kidnapping feels clumsy and out of context. This scene undermines the seriousness of the narrative and exemplifies frequent criticisms of Rodrigues dos Santos’ books: artificial dialogue and implausible situations. Nevertheless, The Woman of the Red Dragon is an interesting read for those who enjoy thrillers with relevant historical and political backgrounds.
Primeiro livro que leio do José Rodrigues dos Santos. Não gostei da escrita do autor, achei muito forçada, os diálogos muito impessoais e em certos momentos com frases que pareciam construídas em brasileiro. Em relação ao tema do livro, gostei muito e sem dúvida que nos deixa desconfortáveis e a refletir sobre assuntos de extrema importância. Por outro lado, os capítulos do Tomás Noronha são uma verdadeira seca. Impessoais, sem grande coisa a acontecer e um depósito de teoria. Gostei muito dos capítulos e da história da Madina , mas o livro é muito repetitivo, por vezes é só um debitar de matéria e a escrita deixa muito a desejar. O livro acabou por ser uma experiência positiva, mas muito por o ter lido em conjunto com uma amiga. Se não fosse assim, acredito que tinha sido uma experiência muito mais penosa.