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Anarquistas, graças a Deus

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Publicado em 1979 e transformado em minissérie da rede Globo em 1984, Anarquistas, graças a Deus é o livro de estréia de Zélia Gattai e seu primeiro grande sucesso.

Filha de anarquistas chegados de Florença, por parte do pai Ernesto, e de católicos originários do Vêneto, da parte da mãe Angelina, a escritora trazia no sangue o calor de seus livros. Trinta e quatro anos depois de se casar com Jorge Amado, a sempre apaixonada Zélia abandona a posição de coadjuvante no mundo literário e experimenta a própria voz para contar a saga de sua família.

É assim que ficamos conhecendo a intrépida aventura dos imigrantes italianos em busca da terra de sonhos, e o percurso interior da pequena Zélia na capital paulista - uma menina para quem a vida, mesmo nos momentos mais adversos ou indecifráveis, nunca perdeu o encanto. A determinação de seu Ernesto e a paixão pelos automóveis, a convivência diária com os irmãos e dona Angelina, os sábios conselhos da babá Maria Negra, as idas ao cinema, ao circo e à escola, as viagens em grupo, o avanço da cidade e da política - nestas crônicas familiares, vida e imaginação se embaralham, tendo como pano de fundo um Brasil que se moderniza sem, contudo, perder a magia.

Exímia contadora de histórias, Zélia as transforma em instrumento privilegiado para o resgate da memória afetiva. Foi Jorge Amado quem, um dia, lendo um conto de qualidade duvidosa que Zélia rascunhava, pescou essa veia documental. Apontou-lhe o caminho e mostrou que ela se alimentava de sua rica ascendência familiar. Surge assim a Zélia memorialista, para quem a literatura provém não tanto da invenção, mas do trato apurado da memória e do desfiar cuidadoso, mas sem melindres, da intimidade.

Em suas mãos, a literatura se torna, mais que confissão, auscultação do mundo. É tendência para o registro e o testemunho, que cimentam não só um estilo quase clínico de observar a existência, mas uma maneira de existir. Pois é da persistência do espanto que Zélia, em resumo, trata. Se Jorge Amado foi uma espécie de biógrafo involuntário do Brasil, Zélia Gattai se afirma como a grande narradora de nossa história sentimental.

318 pages, Kindle Edition

First published January 1, 1979

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About the author

Zélia Gattai

29 books31 followers
Zélia Gattai Amado (São Paulo, 2 de julho de 1916 — Salvador, 17 de maio de 2008) foi uma escritora, fotógrafa e memorialista (como ela mesma preferia denominarse) brasileira, tendo também sido expoente da militância política nacional durante quase toda a sua longa vida, da qual partilhou cinquenta e seis anos casada com o também escritor Jorge Amado, até a morte deste.
Filha dos imigrantes italianos Angelina e Ernesto Gattai, é a caçula de cinco irmãos. Nasceu e morou durante toda a infância na Alameda Santos, 8, Consolação, em São Paulo.
Zélia participava, com a família, do movimento político-operário anarquista que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX. Aos vinte anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luís Carlos, nascido na cidade de São Paulo, em 1942. Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai o conheceu em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, seus originais e o auxiliando no processo de revisão.
Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar.
Viveram em Paris por três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbonne. De 1950 a 1952 a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.
Em 1963 mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estreia, Anarquistas, graças a Deus, ao completar vinte anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.
Anarquistas, graças a Deus foi adaptado para minissérie pela Rede Globo e Um chapéu para viagem foi adaptado para o teatro. Baiana por merecimento, Zélia Gattai recebeu em 1984 o título de Cidadã da Cidade do Salvador.
Na França, recebeu o título de Cidadã de Honra da comuna de Mirabeau (1985) e a Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998). Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986).
A prefeitura de Taperoá, no estado da Bahia, homenageou Zélia Gattai dando o nome da escritora à sua Fundação de Cultura e Turismo, em 2001.
Em 2001 foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, que teve Machado de Assis como primeiro ocupante e José de Alencar como patrono. No mesmo ano, foi eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras. Em 2002, tomou posse nas três. É mãe de Luís Carlos, Paloma e João Jorge. É amiga de personalidades e gente simples. No lançamento do livro 'Jorge Amado: um baiano romântico e sensual, em 2002, em uma livraria de Salvador, estavam pessoas como Antonio Carlos Magalhães, Sossó, Calasans Neto, Auta Rosa, Bruna Lima, Antonio Imbassahy e James Amado, entre outros.
Ao lançar seu primeiro livro, Anarquistas graças a Deus, Zélia Gattai recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária de 1979. No ano seguinte, recebeu o Prêmio da Associação de Imprensa, o Prêmio McKeen e o Troféu Dante Aligh

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Community Reviews

5 stars
430 (46%)
4 stars
332 (35%)
3 stars
129 (13%)
2 stars
35 (3%)
1 star
3 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 75 reviews
Profile Image for Carmo.
727 reviews566 followers
April 25, 2021
"Fico agora pensando o que diria minha mãe, se fosse viva, ao ler estas páginas - ela nos deixou há dez anos e papai há quarenta. Certamente, balançando a cabeça, num suspiro, exclamaria: "Maria Vérgine! Que menina atrevida! O que é que não vão dizer?"

Bahia, Pedra do Sal, Maio de 1979."


Eu digo que é maravilhoso; uma leitura que fiz em permanente estado de encantamento e com o costumeiro sorriso apatetado que me acompanha nestas leituras que me deixam de coração cheio.
Profile Image for Dagio_maya .
1,108 reviews351 followers
May 10, 2021
description

"Anarchici, grazie a Dio” è un mémoir della fotografa brasiliana Zélia Gattai nota anche per aver sposato in seconde nozze lo scrittore Jorge Amado.
Il libro si concentra sull'infanzia e adolescenza trascorse in modo particolare.
La famiglia di appartenenza, infatti, tra le altre cose, fece parte della famosa "Colonia Cecilia" partecipando così all'esperimento della comunità anarchica.
Una fede - quella dell'anarchia- che si fonda s'una visione dell'esistenza come condivisione e collaborazione.

Gattai racconta come la solidarietà non si limitasse ad una cerchia ristretta della, pur estesa, comunità anarchica italiana a San Paolo, ma, al contrario tende a varcarne i confini.
Il titolo suona contraddittorio se pensiamo che tradizionalmente l'anarchico è ateo ed anticlericale ma leggendo queste memorie capiamo che è solo un anticipo di un racconto dove una modalità di vita additata come sovversiva, in realtà, è una concatenazione di compromessi.

Autobiografia che racconta la quotidianità di una famiglia particolare.

Astenersi lettori ancorati all’immagine ottocentesca dell’anarchico con una bomba in mano!
Profile Image for Marta Xambre.
251 reviews29 followers
May 24, 2022
Que miminho de livro... Simpatizei logo com a Zélia nas primeiras frases escritas deste livro. Uma narradora que imprime uma ambiência alegre, leve e uma doce nostalgia.
Descreve episódios muito engraçados e caricatos, envolvendo sempre a sua família, esta que lhe proporcionou momentos de verdadeiro amor, alegria e cumplicidade.
Gostei muito das histórias que foi contando, tratava-se, sem dúvida, de uma família daquelas que apetece dobrar, enfiar no bolso e levar para casa. Que delícia de livro e que família esta... ❤️
Profile Image for Ema.
816 reviews82 followers
July 28, 2017
Não nasci nos inícios do século XX, não sou filha de emigrantes, os meus pais não são anarquistas, logo não tenho com que me identificar com a Zélia e a sua família. Mas adoro ouvir os mais velhos a falar sobre os tempos de antigamente, de quando eram crianças e não tinham nem as responsabilidades nem as rugas de hoje. Este livro não é um romance, não tem um enredo muito elaborado e cativante. É apenas um simples livro de memórias, facto que eu já conhecia ao partir para a leitura. E claro que gostei bastante desta bela jornada pela infância da autora e pelo Brasil dos anos 20. Fez-me lembrar as histórias que a minha tia, que nasceu nos anos 30, me contava quando eu era miúda. Era impossível não gostar de algo que me fez sentir uma criança outra vez.
Profile Image for Gláucia Renata.
1,305 reviews41 followers
September 24, 2014
O livro traz as memórias de infância de Zélia Gattai, numa São Paulo da década de 20, irreconhecível. Neta de imigrantes italianos, a leitura acabou sendo para mim um pouco da história de meus avós, também imigrantes de Nostra Italia. Acabei me apoderando de suas memórias e de suas histórias, tão parecidas com a de tanta gente que contribuiu para a formação cultural de nosso país.
Para quem é um pouco nostálgico, como eu (até para coisas que não vivi) o livro vai se revelar uma deliciosa surpresa. Emocionante, divertido e enternecedor.
Profile Image for Marcelle.
507 reviews8 followers
May 16, 2024
4,5

Na verdade é uma releitura pois li pela primeira vez há anos, quando o ensino médio era conhecido por segundo grau. A releitura, no entanto, permite observar melhor alguns detalhes, como a narrativa da Zélia Gattai, entre memória e ficção. Esse estilo aproxima o leitor do texto, pois parece que a autora está conversando com o leitor. E por mais que os capítulos sejam curtos, há elementos que aparecem na trama e reaparecem quando menos se espera, pegando o leitor desprevenido ao perceber que tem sim um fio condutor.

O livro é uma ótima forma de conhecer São Paulo entre as guerras de 1914 e 1938, mais especificamente no contexto da vida dos imigrantes italianos. Quem é de São Paulo vai reconhecer os locais, quem é de fora e já esteve pela Paulista-Paraíso também, e inclusive é bem choque de realidade perceber que o tempo passa, as pessoas se vão, mas as ruas ficam (por mais que viver na rua paralela à Av Paulista não significa mais a mesma coisa do que há 100 anos).
Profile Image for Felipe Vieira.
784 reviews19 followers
July 25, 2022
4,5

Anarquistas, graças a Deus é simplesmente um deleite. Uma leitura prazerosa e com tanta leveza que não há como achar essas memórias, escritas por Zélia Gattai sobre sua infância, algo enfadonho. Não é. É divertido enxergar o início do século XX pelos olhos de uma criança.

Sem datar e sem ordem cronológica Gattai narra em pequenos capítulos acontecimentos que marcaram a sua infância. Ela fala da vinda da família para o Brasil e como eles se estabeleceram até chegar em São Paulo. A narração pelo viés da pequena Zélia Gattai conta causos envolvendo o pai Enersto, que adorava automobilismo, a mãe Angelina, uma amante da música e da literatura, além das irmãs e irmãos, Wanda, Vera, Remo e Tito. Também com Maria Negra, a empregada, e o avô que moravam com ela em São Paulo. São histórias, em sua maioria, engraçadas, mas também tem momentos tristes e pesados como a morte de uma amiga, o assassinato dos amigos dos pais, a revolução de 24 em São Paulo.

Por sinal, essas memórias de Gattai é certamente um documento histórico bem valioso sobre a cidade de São Paulo e as suas transformações ao longo dos anos no início do século XX. As suas descrições sobre os bairros em que transitava, os acontecimentos que vivia e as mudanças significativas da cidade é um diferencial expressivo dos relatos de Zélia Gattai.

A leitura agradou-me fortemente. Lembrou-me em certas ocasiões o ficcional Éramos Seis de Maria José Dupré, um livro que amo e que se passa em São Paulo. Enfim, é livro maravilhoso e super indico. Com certeza irei ler mais Zélia Gattai.
Profile Image for Lucas Mota.
Author 8 books138 followers
December 20, 2020
NOTA: 4,2

Zélia Gattai revisita nestas páginas as suas memórias de infância e adolescência, quando criada por pais anarquistas. As questões políticas são pouco mencionadas no livro, que prefere se focar no dia a dia da família Gattai e nas pequenas reviravoltas da vida.
Não há uma narrativa definida, trata-se apenas de um livro de memórias costuradas entre si com uma estilo literário simples e quase musical de tão redondo.
Dentre as histórias relembradas pela autora a de maior destaque e repercussão na família é a que envolve um disco quebrado e o grande drama em torno de se descobrir quem foi o culpado do deslize.
Também são marcantes as passagens envolvendo o grande acidente e revolução que assolou o Braz, obrigando uma parte da família e conhecidos a se alojar na casa dos Gattai para fugir dos confrontos.
Também não fica de fora uma pequena passagem onde Zélia ouve pela primeira vez a respeito de um certo autor jovem e proeminente chamado Jorge Amado.
Em Anarquistas, Graças a Deus vemos diversos recortes de uma vida distante que transbordam carinho e nostalgia. Sentimentos estes que compartilhei facilmente durante minha leitura, mesmo não tendo o menor contato com a família Gattai.
Bons livros fazem isto. Nos transportam para realidades diferentes da nossa e nos fazem viver esses pequenos momentos de carinho e nostalgia.
Eu, que nunca vivi em São Paulo, me vi com saudades da época anterior a invasão dos automóveis e até mesmo envolvido do drama de preservação da goiabeira que cresceu em frente a casa dos Gattai.
Se você decidir ler o livro, pode se flagrar com os mesmos sintomas.
Profile Image for Isabela Sperandio.
12 reviews3 followers
February 15, 2017
O Jorge Amado é meu autor favorito e não tinha como não acabar lendo a Zélia. Passei por quase todas as suas obras e deixei Anarquistas por último, porque diziam que era o seu melhor livro (apesar de eu achar que está lado a lado com Um Chapéu e Casa Vermelha). Mas o que importa é que mesmo sendo fã desta autora, Anarquistas, Graças a Deus me surpreendeu, me encheu de ternura com sua narrativa tão sincera e humana e me ensinou muito sobre a vinda das famílias anarquistas da Itália, com o ideal de formar a Colônia Cecilia.
Mas não foi apenas isso. Ler a Zélia foi como sentir minhas avós contando histórias da sua infância no início nos anos 1900. Este livro é uma pérola que nos faz entender a formação das nossas cidades, famílias e comunidades.
Meu coração está cheio de gratidão pelo registro que Zélia Gattai nos deixou.
A Alameda Santos, ao lado da Av. paulista, a apenas 100 anos, era um vilarejo de vizinhos, amigos, companheiros, gente simples e amante da vida e das pessoas.
O que fizemos com nossas cidades? Fui dormir ontem e passei o dia todo pensando nisso. Graças à Zélia e sua história.
Profile Image for Brent Agamã.
63 reviews18 followers
September 3, 2021
Que livro único e maravilhoso, uma delícia de leitura!
É como se fosse O Pequeno Nicolas, mas em São Paulo nas épocas de 1910s e 1920s... misturado ainda com uma riqueza de detalhes de cultura e modos de imigrantes italianos e seus descendentes no nosso país - imigrantes que, aliás, não só são italianos, como também anarquistas! (convictos, mas às vezes hipócritas, por culpa da sociedade certamente...)
Foi um livro muito divertido, cheio de um sentimento nostálgico de infância, que trouxe também temas de nossa história que não levamos em consideração ( a de italianos se ajustando para viver a vida no nosso país). Tudo isso no ponto de vista de uma criança, a própria Zélia!
Conta, e muito, uma pequena parte de nossa rica e misturada história e cultura vira-lata (brasileira). O livro em si também foi bem uma mistureba braba, mas uma mistureba que deu super certo e que, apesar de pouco conhecido, assegurou que o livro definitivamente merecesse um destaque entre os melhores da nossa literatura brasileira!
Nota 10/10 com todo prazer!
Profile Image for Gabriel Franklin.
504 reviews29 followers
June 18, 2021
“O homem” — dizia mamãe — “comanda o seu destino. Eu não quero culpar esse Deus todo-poderoso, se é que ele existe, das misérias e das desgraças do mundo. Infelizmente, tem por aí muitos homens maus, irrecuperáveis, péssimos, entravando o caminho da felicidade.”
Profile Image for Inês Etulain.
77 reviews2 followers
July 14, 2025
sempre soube que me apaixonaria pela Zélia da mesma forma que me apaixonei pelo Jorge, e esse livro confirmou isso desde as primeiras páginas. é tão íntimo e verdadeiro, agradeço infinitamente à Zélia por compartilhar tanto de sua vida com o mundo e nos permitir conhecer essa família a fundo.
Profile Image for Marcos Sobrinho.
300 reviews14 followers
December 11, 2020
Passei alguns anos com o livro na estante e sempre imaginei uma história super pesada, completamente diferente do que é apresentado: um livro de memórias.

Minha nota seria um 3.5 pela história em si, mas aumentei pra 4, só pela escrita da Zélia. Envolvente, divertida, em algumas páginas nos sentimos parte da família. E que família divertida a dos Gattai!
Profile Image for Nara.
709 reviews7 followers
June 30, 2023
"Nunca tivemos medo, nem mesmo pensamos, que um ladrão pudesse invadir nossa casa durante a noite. Não possuímos nada de valor e os gatunos sabiam muito bem escolher suas vítimas. Os ladrões de antigamente eram inteligentes e conscienciosos deixavam os pobres em paz. Dormíamos tranquilos."

A frase se diz de uma casa na Alameda Santos do lado da Av. Paulista parece ser uma frase vinda de outro mundo, um mundo em que a violência era algo distante...
O livro me trouxe essa nostalgia de um tempo distante, saudades de pessoas que nunca vi, ao término do livro o meu coração estava em pedaços de saudades por esses personagens reais que nunca conheci e nem irei conhecer.
E também o sentimento de frustração ao acompanhar a vida de uma criança cheia de acontecimentos e histórias espetaculares, tenho a sensação que nunca vivi nada na minha vida.
Escrita deliciosa, submergi nessa Alameda como se eu mesma tivesse morado lá.
Profile Image for Rafael Aquino.
38 reviews
July 25, 2024
Esperança do Brasil.

O valor histórico desse livro para os filhos e netos de imigrantes italianos que residem na cidade de São Paulo é inestimável.
Profile Image for Anac.
30 reviews
July 3, 2025
no meu caderninho eu escrevi: me lembrou a elena ferrante tanto por essa coisa de menininha italiana antes da primeira guerra e pela narrativa em memórias (e eu me pergunto até onde são memórias). interessante de ver sp tão provinciana assim, avenida sp era so uma ruazinha dos estrangeiros ricos. e finalmente grazie pelos ensinamentos anarquistas zélia, puttana de la madona
Profile Image for Henrique.
21 reviews2 followers
February 3, 2023
Que livro maravilhoso! Neste livro de memórias, Zélia Gattai narra momentos históricos que viveu sob a ótica de uma criança em São Paulo. A descrição é inocente e divertida. E o período é muito importante na história do Brasil. As mudanças e nuances políticas do início do século XX ganham cores nesse relato divertido e cativante. Sensacional!
Profile Image for pibs paiva.
60 reviews
November 12, 2024
alguma coisa acontece no meu coração que só na av paulista e consolação!!!
Profile Image for Giselle.
38 reviews1 follower
October 14, 2020
Com capítulos curtos e muito afeto, Zélia nos conta a história de sua família, misturada à de São Paulo e dos imigrantes italianos do início do século XX. Através dos seus olhos de menina, fala com doçura sobre os costumes da época, a política e a sociedade. Uma história gostosa de acompanhar, que me ensinou sobre diversos assuntos (anarquismo, tenentismo, revolta de 1924...) e me inspirou sensações de nostalgia.
Profile Image for Raquel Pereira.
8 reviews
March 16, 2025
Que viagem no tempo esse livro! Uma delícia passear pela antiga São Paulo do começo do século passado pelo olhar divertido de uma criança, no caso, a Zélia.
Profile Image for Giuliane Souza.
113 reviews3 followers
March 12, 2017
Esse livro me surpreendeu pois não era nada do que eu esperava, eu pensava que iria encontrar temas políticos e chatos porque o via apenas pelo titulo, mas não se trata disso. Aliás está bem longe disso, são as memórias de uma família de imigrantes italianos se instalando na São Paulo do começo do século XX. A narrativa tem um toque nostálgico, talvez por ser contada do ponto de vista de uma criança, também é terna e cheia de coragem. E ver São Paulo dessa forma foi muito diferente eu jamais conseguiria sozinha imaginar a Av.Paulista quando ainda era de barro e por la passavam carroçs e cavalos. Zélia não tem o mesmo tom poético de Jorge Amado, mas sua escrita simples e despretensiosa conquista da mesma forma. Amei
Profile Image for Lhais.
12 reviews1 follower
April 7, 2022
"Mas o imenso charme desta obra está justamente no olhar arguto, a um só tempo ingênuo e malandro, de sua autora: a pequena narradora Zélia. Com a malícia da infância, e sua infinita sabedoria ingênua, acompanhamos o mundo da menina e um pouco mais." (SCHWARCZ, Lília Moritz, no posfácio)
Queria eu, preservar o meu espírito infantil nas suas melhores qualidades desse modo.
Profile Image for Talita Tanscheit.
13 reviews4 followers
September 12, 2017
Não consegui terminar. Achei um livro cansativo de memórias da infância de Zélia Gattai, que não te prende e nem te estimula a continuar lendo. São pequenos casos cotidianos de uma família de classe média baixa em São Paulo na primeira metade do século XX. Talvez alguém de família italiana, ou mais fascinado pela história de São Paulo, tenha mais interesse na leitura. Achei fraco para o público em geral.
Profile Image for Ana Campanha.
160 reviews43 followers
December 29, 2013
I just love a book that tells autobiographic stories from childhood and teen years. This book gave me the same heart-warming feeling that I felt when I read "Minha Vida de Menina", by Helena Morley. I actually learned a lot about the life of italian immigrants during the 20s in São Paulo. A lovely story that I would recommend to anyone!
Profile Image for Walter .
465 reviews6 followers
January 18, 2020
Anarquistas, graças a Deus é um livro de memórias de uma Zélia Gattai já idosa, mas que mantém o espírito de menina em cada uma das páginas. Cheia de alegria, vitalidade e paixão, Zélia rememora os primeiros anos de sua vida através dum olhar ativo que, por muitas ocasiões, dá mais voz ao outro que a si mesma. A imensa experiências narradas aqui correspondem aos membros da família, colocando um foco especial nos pais e irmãos, ainda que apareçam primos, tios, amigos e conhecidos, vizinhos etc. A Zélia criança parece se encaixar quando possível, quando ela é a protagonista de algum dos inúmeros micro-relatos que conforma o memorial.

Parece-me que Anarquistas, graças a Deus é uma obra que só chamará a atenção daqueles que se interessam pela figura de Zélia. Custa-me pensar que alguém, sem conhecer nada de quem ela foi (independentemente por ter sido a eterna companheira sentimental de Jorge Amado ou não), possa ler este livro com gozo. No meu caso, li-o por uma pesquisa acadêmica e preenchi-me de informações da autora antes de sequer abri-lo, então foi muito emocionante ir decifrando, através da pluma da autora paulistana, os empasses autobiográficos que mais tarde fariam parte da Zélia adulta.

No mais, Gattai sabe escrever, é envolvente e conta sua infância para que, assim como ela, o leitor desfrute. Eu desfrutei muito, mesmo que minha leitura fosse a de um acadêmico. Melhor ainda!

Profile Image for Marta Skoober.
182 reviews18 followers
December 31, 2020
Última leitura do ano? Não! Outras tantas correm por aqui.
Mas sigo num ritmo próprio e sem pressão. Algumas leituras exigem reflexão e outras tantas, degustação! E nesse ano atípico remei ao ritmo da maré, que ora é de cheia, ora é de vazante.

Seguir a menina Zélia nessas memórias recheadas de história "e estórias" é uma delícia. Ainda que a fluidez da leitura seja intensamente prejudicada pela quantidade de erros de revisão.

Nesse "Anarquistas Graças a Deus" me deparei com a São Paulo do início do século XX que eu pouco conhecia, com um pouco da história da imigração italiana, misturado a isso dramas pessoais e familiares, brincadeira de criança, e muito sonho para esta nova pátria! Ah! E amizade, muita amizade, e solidariedade!

Confesso que gosto mais de "Chão de Meninos", mas esse também é muito bom de ler.

Grifos:
"os do lado paterno, anarquistas florentinos, para a famosa Colônia Cecília; os do lado materno, católicos vênetos, para substituir os escravos nas plantações de café"

"Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa."

"Preparamos panelões de canjica e arroz- doce, mamãe não queria deixar ninguém em falta."

"Dois livros de doutrina anarquista: de Bakunin e de Kropotkin. Néry Tanfúcio, poeta humorístico— muito da predileção de dona Angelina."

"Entre os cento e cinquenta— talvez um pouco mais— pioneiros que integravam o grupo, havia gente de várias profissões e classes sociais: médicos, engenheiros, artistas, professores, camponeses e operários— em meio a esses últimos, meu avô. Mas havia também outros que conseguiram se infiltrar, alguns criminosos condenados por diversos delitos."
Profile Image for Alexandre Rivaben.
219 reviews2 followers
June 24, 2021
Anarquistas Graças a Deus foi a minha estreia com a Zélia Gatai.

Gosto muito de ser surpreendido quando começo um livro novo. Por esta razão, raramente leio sinopses ou vejo reviews antes da leitura. Com “Anarquistas...” não foi diferente e, confesso, apesar do texto ser conhecidíssimo em nossa literatura, só o que sabia era que tinha sido escrito pela esposa do Jorge Amado e que havia virado série na Globo. Nada mais.

Foi, portanto, uma grata surpresa notar que o livro consiste em referencias biográficas da própria autora a respeito de sua infância no começo do século XX, na São Paulo no início de sua urbanização.

Para quem mora por aqui há 20 anos, e passou boa parte deste tempo nos arredores da Avenida Paulista, foi um deleite imaginar aquela área repleta de cavalos e ruas sem pavimentação.

O texto funciona muito bem como uma série de crônicas a respeito daquela São Paulo charmosa, mas, este aspecto de folhetim me incomodou um pouco, já que não me apeguei ao livro como um todo: cada capítulo parecia, até certo ponto, uma crônica bem isolada e autocontida. O resultado é que a leitura não é tão instigante e não há um suspense ou clímax, apesar de cada capítulo ser divertido por si só.
Profile Image for Guilherme Zeitounlian.
318 reviews11 followers
May 15, 2023
Um livro gostoso de ler, em que Zélia retrata momentos de sua infância na São Paulo de 100 anos atrás (os anos 1920).

Além das narrativas divertidas, cheias de personagens icônicos, foi delicioso ler as descrições de lugares conhecidos e que tanto mudaram: a Avenida Rebouças que era um lamaçal, as pequenas ruas (como a Alameda Santos) próximas à Avenida Paulista, as chácaras que haviam na região de São Caetano, as condições precárias da estrada a Santos – ir de carro era uma aventura! (Já tive a oportunidade de caminhar por um bom trecho desse Caminho do Mar, como meu bisavô fizera em tempos outros). Sem contar os sonhos e ideais – anarquistas! – que aqueciam o coração da gente que veio de fora, para tentar a sorte no Brasil.

As histórias são todas entremeadas com fatos históricos e políticos e tecnológicos: a ascensão do automobilismo, a ditadura de Mussolini na Itália, o vizinho que se tornaria policial do Estado Novo, o advento do cinema falado, e muito mais. Gostei demais do livro, e recomendo a leitura.

Enfim: um livro leve, fácil de ler, que faz você quase se entristecer ao ver que está acabando.

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