Clarissa

by Erico Verissimo

Clarissa vem de uma cidadezinha do interior para estudar na capital, Porto Alegre, onde mora na pensão de tia Eufrasina. Acompanhando o olhar da jovem alegre e otimista, Erico Verissimo narra o despertar da consciência do mundo em uma adolescente. 'Clarissa' retrata o cotidiano numa pensão familiar na Porto Alegre da década de 30 e, ao mesmo tempo, as convulsões do Brasil e do mundo naquele período.

Genres: Fiction, Classics, Romance, Brazil, 20th Century, Literature, Drama

173 pages, Mass Market Paperback

First published January 1, 1933

About the author

Erico Verissimo (December 17, 1905 - November 28, 1975) is an important Brazilian writer, who was born in Rio Grande do Sul. His father, Sebastião Veríssimo da Fonseca, heir of a rich family in Cruz Alta, Rio Grande do Sul, met financial ruin during his son's youth. Veríssimo worked in a pharmacy before obtaining a job at Editora Globo, a book publisher, where he translated and released works of writers like Aldous Huxley. During the Second World War, he went to the United States. This period of his life was recorded in some of his books, including: Gato Preto em Campo de Neve ("Black Cat in a Snow Field"), A Volta do Gato Preto ("The Return of the Black Cat"), and História da Literatura Brasileira ("History of Brazilian Literature"), which contains some of his lectures at UCLA. His epic O Tempo e o Vento ("The Time and the Wind'") became one of the great masterpieces of the Brazilian novel, alongside Os Sertões by Euclides da Cunha, and Grande Sertão: Veredas by Guimarães Rosa.
Four of Veríssimo's works, Time and the Wind, Night, Mexico, and His Excellency, the Ambassador, were translated into the English language by Linton Lomas Barrett.
He was the father of another famous writer of Rio Grande do Sul, Luis Fernando Veríssimo.

Reviews

[Owlseyes · Rating 4 out of 5]

While Mussolini delivers a speech up there in Europe, a modest inn in Brazil shows the life of several characters, intersecting their lives daily… and above them all, center stage: a teen girl called Clarissa, almost 14. Her parents live in the inner Brazil, so she’s staying with uncle Couto and aunt Eufrasina, the owners of the inn, in Porto Alegre.



The book is the description of this daily routine of these several characters. The saddest of them all: pianist Amaro, taking a dreamy life, because he wanted to become a composer and a poet, but he’s stuck in a bank job, it’s been 10 years.

Levinky the old Jew defending his breed,…under the attacks of Belmira: “you killed Jesus!”. Sad too (in the eyes of Clarissa) protestant Gemaliel, working in a Pharmacy. Major Pombo. Cocky Nestor, with a little moustache like actor Ronald Colman. Dudu the blond, whose father named her after “an angel soul on a fairy body”. The sick boy called Tonico, to whom Clarissa tells stories. Uncle Couto, having a hard time finding a job. Aunt Eufrasina wishing some rooms to be occupied.

Clarissa knows that when 14 she has the permission from her parents she can use high heel shoes. Meanwhile, pages report on her growth changes, her dreams, her cogitations over the mirror; her clandestine readings: “A que morreu de amor” [The one who died of love].

Amaro keeps cordial to everyone, though silently suffering. As a child he wanted to become a sailor man or a train driver. Clarissa, however, sheds some light on his existence. If only Amaro smiled.

A colorful reading of a teen girl's mind.
Great painting.

[Monique · Rating 5 out of 5]

Unfortunately there is no way to make a review of this book in another language than Portuguese . There are words that describe certain feelings that only the Portuguese language has the ability to express ...

Clarissa é um poema... Uma leitura tranquila, bela; daquelas que dá vontade de se transportar para dentro das páginas.
Impossível tentar fazer um "review" porque não haveria como descrever sensações narradas em Clarissa em qualquer outro idioma que não fosse o Português.
A beleza das palavras cuidadosamente colocadas por Érico Veríssimo fazem toda diferença no emocional do leitor.
O dia a dia de Clarissa na pensão de sua tia, os personagens e suas características, os sonhos... Tudo cuidadosamente caracterizado nos faz visualizar uma obra impressionista.
Os problemas cotidianos e atemporais como dilemas, tristeza, alegrias e perdas estão presentes e detalhados da forma mais profunda.
Um presente de Érico Veríssimo para a literatura.

[Isabel · Rating 4 out of 5]

P. 55- "As flores na sombra parecem dormir. Por entre a relva grilos cricrilam. Um vento fresco e manso bole nos arbustos, agita os talos, as folhas e as corolas. Clarissa olha para o céu estrelado. Será este o mesmo vento que faz tremer, que quase apaga o fogo das estrelas? Os poetas falam nas estrelas pequeninas. Pequeninas? Pois sim... Enormes, imensas, muito maiores que a Terra. Os livros explicam. As estrelas são mundos."

P. 82- "Por que será - pensa Clarissa - que a gente às vezes amanhece assim triste, olhos pesados, uma vontade inexplicável de chorar, de abraçar alguém que nos possa passar a mão de leve pelos cabelos?"

P. 97- "Clarissa mergulha a cabeça nos travesseiros e chora, chora porque as coisas más acontecem não só nos romances mas também na vida..."

P. 102- "Clarissa é música e é poesia, menina e moça - olhos abertos para o mistério da vida, alma que amanhece"

[Tiago · Rating 4 out of 5]

Este é o primeiro romance de Érico Veríssimo e conta a história de Clarissa, uma menina de 13 anos do interior do Rio Grande do Sul, que vai morar em Porto Alegre, na pensão da sua tia Eufrasina do seu tio Couto durante o ano letivo. O livro narra basicamente o dia-a-dia da pensão e dos seus hóspedes vistos pelos olhos da jovem Clarissa. Conhecemos personagens como o melancólico Amaro, um bancário que sonha em ser pianista, dona Ondina, casada com o caixeiro viajante Barata, o judeu Levinsky, o major Pombo, a vizinha Dona Tatá e seu filho doente Tonico, dentre outros. O livro se passa nos anos 30 e conhecemos um pouco a respeito da vida no Brasil naquela época através das conversas durante a hora das refeições.

A escrita de Érico Veríssimo é muito boa (as vezes abusando um pouco da linguagem poética, como o próprio autor confessa no prefácio) e cativa o leitor. As reflexões e diálogos internos de Clarissa entremeadas no meio da história estão muito bem escritos. O desenvolvimento da personagem, uma menina de 13 anos as vésperas de completar 14, captura muito bem aquela linha tênue entre criança e moça. A mesma menina que brinca no pátio é a 'quase moça' que começa a pensar nos rapazes, tem o sonho de usar um sapato de salto no seu aniversário e tem admiração pelas amigas que já têm namorados.

Clarissa ainda aparece em outras obras do autor: 'Caminhos Cruzados', 'Música ao Longe' e 'Um Lugar ao Sol', que fazem parte da primeira fase da carreira do autor, conhecida como o ciclo de Porto Alegre. Leitura recomendada.

[Lara · Rating 3 out of 5]

Embora eu saiba que provavelmente era comum na época em que o livro foi publicado (1933), ainda me causou certo estranhamento que o Amaro estivesse alimentando um amor por uma menina de 14 anos, quase metade da sua idade. No entanto, gostei do modo como a coisa foi exposta, de um jeito não sexualizado, com as comunicações entre eles sendo feitas pelas músicas de Amaro e o peixinho de Clarissa. Quando postei no instagram que estava lendo esse livro, várias pessoas vieram me dizer suas histórias pessoais com ele, uma tem o nome de Clarissa por causa do livro, o avô de outra amiga deu de presente esse livro pra avó quando começaram a namorar... Me parece o tipo de livro que seria mesmo uma leitura "pra família toda", e isso teria me incomodado se a escrita do Érico Veríssimo não fosse tão maravilhosa. Amaro tem uma melancolia profunda que eu sempre gostei de ler, e a Clarissa é um pouco idealizada como menina de 14 anos, bobinha demais, muito inocente. Suponho que eles representem opostos. Amaro vê em Clarissa ao mesmo tempo a vitalidade e a inocência da juventude, e o seu próprio potencial perdido. É uma história bonita.

[Clarissa Campos · Rating 5 out of 5]

Um dos meus livros favoritos da vida e a razão de minha mãe ter me dado o mesmo nome. Tenho um carinho muito especial por ele. Um livro simples, sobre cotidiano, pensamentos e dilemas de uma menina. Apaixonante pela sua simplicidade. Hoje em dia livros em séries fazem muito sucesso como Harry Potter, jogos vorazes, entre tantos outros, mas há muito tempo Erico Veríssimo já havia feito esta série que começa com Clarissa e continua com outros títulos. Uma pena que poucas pessoas no Brasil a conheçam.

[Jose Santos · Rating 4 out of 5]

Uma belíssima leitura onde nos é apresentada a personagem-título, uma menina de 14 anos cheia de dúvidas e as normais ansiedades que acompanham o crescimento.
Um ano na vida desta menina que vive com os tios na cidade para "ser educada".
Os seus dias são passados com um elenco diverso de personagens, os tios, os criados, os hospedes da pensão, as amigas, a vizinha e o filho pobres, a família rica da vizinhança. Todos têm algo a acrescentar ou a despertar a curiosidade de Clarissa que vive no seu mundo, entre a realidade e a sua imaginação.
A minha primeira obra de Erico Verissimo, que me deixou com vontade de conhecer mais deste autor brasileiro.

[Sabrina Inserra · Rating 3 out of 5]

3,5

[Gabriel Agostini · Rating 4 out of 5]

I had read Clarrisa, Érico Veríssimo’s first novel, back when I was 15 and I remember enjoying but finding it lacking in terms of plot. It wasn’t until O Tempo e o Vento and Caminhos Cruzados that I really liked him. I do still think that it lacks a bit in plot (hence this wasn’t a 5-star book). Now I realized that there’s maybe a deceiving element in Clarissa which I’m only able to grasp after Caminhos Cruzados, which is how well the novel plays into the themes and threads of the authors “Porto Alegre cycle”.

I think many would argue this is a coming of age novel. It is, sure. It shows the 13-year-old girl from the countryside beginning to understand reality and questioning society. Érico as always paints scenes very beautifully, and draws attention to inequalities and corruptions of life which—although obvious to other adults in the novel and to the reader—Clarissa ignores or pointlessly but naturally defies. Her coming of age in part also comes through stories: fairytales she is told and imagines herself into, the backstories and mysteries of her neighbors that she tries to piece together, and the stories friends and grownups tell her about their former lives. As the novel progresses, the latter two become more interesting to the girl than the former. This coming of age, I believe, is also a coming of age for Érico Veríssimo himself as a writer.

When I first read this book—and being somewhat aware that Érico Veríssimo was fond of inserting himself into his work—I imagine that the author was represented by Amaro. Bitter middle aged man, observant but kind, quiet, devoted to the arts. Now, I believe Clarissa is the closest to an alter-ego of Érico Veríssimo that this novel has. This was clear to me on a scene she wanted to “tell stories” to her sicken neighbor. The neighbor boy told her he was bored of fairytales, and Clarissa, unaware of other stories, decides to tell him a war story which another guest at Tia Eufrasina’s inn had told her. The theme of favoring “stories of regular people, of day to day injustice” is central to the Porto Alegre novels: Professor Clarimundo in Caminhos Cruzados for example, or even Vascos return from the Spanish war in Saga represent the narrativity in day-to-day. The awakening to this narrativity is the true coming of age I now read in Clarissa.

In the preface of my edition, Érico wrote that this novel came to him as he saw a school girl passing by and realized “maybe it was his time to be done of Puppets [Fantoches] and write about regular life”. I will shortly be reading Fantoches, but the authors only short story book (and his first work) is certainly akin to Clarissas fairytales. But Clarissa still receives, at the end of the novel, a “Tales of Grimm” book as a birthday gift. Maybe some sort of imagination and “puppet-ness” shall remain present in Érico’s work.

[Gabriela Berwanger · Rating 5 out of 5]

Inocente. Doce. Lindo. Recomendo pra quem gosta de uma leitura curta, fácil e de narração bem descritiva, a qual no caso acalma a mente no final de cada capítulo.

[Catarina Rocha · Rating 1 out of 5]

livro esquisitissimo o cara adulto se apaixona por uma criança o.O

[laura · Rating 5 out of 5]

“Vontade de ficar deitada nestes canteiros, sentindo nas pernas e nos braços a umidade fresca que a noite deixou na relva. Os passarinhos cantam, invisíveis entre os ramos. O chão está juncado de flores roxas pisadas. Um perfume adocicado anda no ar.
O primeiro governador-geral do Brasil foi Tomé de Souza. Mas se tivesse sido o Major Nico Pombo, por acaso o Sol deixaria de brilhar como agora? Existe um cabo que se chama Finisterra. Mas se não existisse, os jacarandás não estariam floridos do mesmo jeito?”

“[…] E no entanto ele sofre em silêncio. Quanta ternura recalcada, quanto gesto de carícia e de complacência corre no gelo do silêncio e da imobilidade. Ele olha para todas as criaturas e para todas as coisas com uma profunda simpatia, mas com uma simpatia que jamais se transforma em gestos ou palavras. Às vezes tem uma vontade inenarrável de sorrir para toda a gente que o cerca, de revelar toda a sua cordialidade e toda a sua compreensão numa frase, num sorriso, num ato... Mas o espírito de análise intervém, destruidor, disseca todas as idéias, e mata o gesto... Fica ecoando no ar a pergunta que os lábios não fizeram, mas que a mente não cansa de formular: Para quê? E depois, mais forte que tudo a sua timidez...
E assim ele passa pela vida em silêncio, de olhos baixos, sem olhar nem sorrir para ninguém.”

“— Vida de minha vida!
— Amor meu, luz dos meus olhos!
— Os teus olhos são dois lagos encantados onde o céu se mira como num espelho!”

“[…] com seus olhos verdes como salgueiros mergulhadas nos olhos escuros do namorado.”

“Se eu fosse rico a esta hora estava gozando a brisa do mar, no Cassino…”

“Menina, tu nunca poderias compreender. Nem tu nem ninguém sabe quanta ternura há em mim. Eu hei de ser sempre para vocês todos o seu Amaro melancólico e taciturno, o seu Amaro que trabalha num banco e faz música nas horas vagas, o seu Amaro que vai ler os seus livros na sombra dos plátanos, o seu Amaro que não sabe fazer um gesto de amizade nem de acolhimento. Vocês nunca compreenderão. E tu, menina, não podes compreender também também a alegria íntima que me dás. Porque és poesia, és música, és... nem sei o que és... Tudo isto se pode sentir, tudo isto se pode pensar. Mas nada disto se pode dizer. Seria piegas, seria idiota, como seria idiota também dizer que eu te amo.”

“ — Sou infeliz — pensa Clarissa. — Ninguém gosta de mim. Não tenho amigos. Não tenho nada…
Derrama em torno um olhar longo de ternura. […]”

[Leticia Morais · Rating 4 out of 5]

Clarissa é um livro simples e singelo: o autor sabe nos colocar na mente dos personagens, nos pensamentos da menina moça que dá nome a essa bela história de crescimento e emoção.
As sensações que esse livro transmite são indescritíveis. Cada pessoa aqui presente possuí uma personalidade distinta e extraordinária. A narrativa encantadora consegue nos aproximar dos sonhos e sentimentos de uma garota que almeja crescer; e a sua juventude sendo almejada por um músico que enxerga em Clarissa tudo aquilo que ele poderia ter feito, mas não fez.
Esse fato é, na minha opinião, a parte mais marcante dos acontecimentos ocorrentes. Amaro representa todas as decepções e frustrações na alma de um artista que teve que se conformar com esse mundo insensível e indiferente. Ele não consegue se contentar com sua vida banal, sem novidades. Porém, Clarissa logo chega e o lembra de sua mocidade perdida; ela espalha a esperança do porvir, é alma que amanhece. Ela traz o poder da mudança dentro de si, e aviva no espírito de Amaro a chama do jovem frescor primaveril.
Enfim, foi uma leitura fascinante e a escrita de Verissimo conseguiu me surpreender a cada instante. Ele é capaz de retratar mínimos detalhes de maneira poética e sentimental. Parece até que estou observando uma pintura enquanto leio suas palavras, pois exprime uma linguagem específica e cheia de pormenores.
Espero ler mais aventuras de Clarissa e dos moradores da pensão de D.Zina em breve!

[Guillermo · Rating 2 out of 5]

Una chica de 14 años inocente por completo empieza a notar que sus hormonas le dicen algo. Y esto es todo. Un relato de una época que no volverá.

[Júlia Cardoso · Rating 3 out of 5]

Acho que tive muitas expectativas e só um pouquinho delas foram alcançadas.

Escolhi este livro para me acompanhar em minhas idas e voltas da faculdade e por conta de seu conteúdo leve e rotineiro, deu muito certo. Apesar das poucas páginas, não é uma obra para se devorar de uma vez e há poucos capítulos com um cliffhanger forte o bastante para te deixar absorto.

Acho que para um livro de época, para se entender um período da história do Brasil, é muito bom. Mas não envelheceu muito bem. Sua linguagem e sua cultura é muito distinta da atual e por isso mesmo deve-se ter em conta o contexto histórico. Os capítulos finais utilizados para explicar esta época é muito importante. A narração, por sua vez, continua interessante.

Falando em final, ele é... Mediano. Talvez realista demais. Me estressa um pouco. Mas essa é a ideia do livro. Bruh.

Apesar de seus defeitos, meu personagem preferido é o Amaro. Ele tem ótimas camadas e sua depressão é perceptível. Sensível. Tocante. Prefiro ele do que Clarissa, apesar da garota poder nos apresentar mais do universo do que Amaro, enfurnado em seu quarto.

Recomendo desde que tenha curiosidade para conhecer um Porto Alegre da década de 30 e facetas estereotipadas deste contexto. É isso aí, pe-pe-pe-pessoal.

[mel ♡ · Rating 4 out of 5]

À procura de um livro para passar o tempo, Clarissa por Erico Verissimo é simplesmente a opção perfeita. Apesar da história não ter um "plot" ou uma história definitiva, apenas narrando o dia-a-dia de uma adolescente humilde em Porto Alegre, o modo de escrever do autor realmente surpreende. É muito gostoso ler um livro quase que poético, refletindo a mente de uma garota de 13 anos com suas preocupações e seus interesses. Ao meu ver, é possível também fazer uma análise mais aprofundada dos personagens e as passagens, mas pode ser lidado como uma obra superficial para entretenimento. Além do mais, adoro como Erico Verissimo mostra a realidade de uma cidade brasileira não muito grande e sua dinâmica, principalmente para aqueles que transitaram da fazenda ou não vivem nas melhores condições. Meu único porém seria em algumas partes do livro, que podem ser um pouco racistas ou, no caso de Amaro, levemente pertubadoras para uma mulher. O importante é lembrar que essa obra pertence à época de 1930, por isso tive que relevar esses detalhes enquanto lia. No total, eu super recomendo para quem quer um livro curto e simples!

[Giuliano Verardi · Rating 3 out of 5]

Faço das palavras de Strepsíades as minhas:

"SÓCRATES: (...)Você está dormindo?
STREPSIADES: Não, não estou.
SÓCRATES: Você está sentindo alguma coisa?
STREPSIADES: Não… Nadinha…"

Foi um livro interessante de ler e que não se tornou cansativo em nenhum momento, consegui ler 140 páginas de forma praticamente contínua durante uma viagem, interrompidas apenas por algumas pausas de 30~60 minutos. As últimas 30 foram lidas um dia depois de uma vez.
Mas em relação a história, nada realmente relevante aconteceu. Focado num curto período de tempo da vida de Clarissa e com alguns capítulos dedicados ao músico Amaro.
Em resumo, um livro calmo. Qualquer resumo na internet já basta.

[manu · Rating 4 out of 5]

"Por que será - pensa Clarissa - que a gente às vezes amanhece assim triste, olhos pesados, uma vontade inexplicável de chorar, de abraçar alguém que nos possa passar a mão de leve pelos cabelos?”

esse ano já li dois livros do erico, bem distintos um do outro, e me surpreendo com a versatilidade da escrita dele.
achei interessante o ponto de vista de uma menina de 13 anos que mora no interior do rio grande do sul e vem passar um tempo na pousada da tia, na capital.
a clarissa é uma personagem muito doce, adorei também a amiga dudu (que é menos ingênua e mais sapeca que a protagonista). foi uma leitura muito confortável!

[Patricia H · Rating 4 out of 5]

Erico Verissimo escreve visualmente. São descrições da paisagem e da luz são muito belissima.
Ele também descreve muito bem os pensamentos da Clarissa, uma menina de 14 anos, querando estar uma mulher. Os dialogos entre os pessoas na casa de hóspedes da tia de Clarissa, são engraçados, mas também emocionantes.
Um livro lindo e facíl à ler por alunos de Português. O escritor usa um vocabulário rico.

[clarice · Rating 3 out of 5]

não é um Ana Terra, mas acredito que valeu a leitura. é interessante ler o ponto de vista de uma criança tão inocente, ver o mundo pelos olhos da Clarissa foi uma boa experiência, apesar dela ser extremamente ingênua e infantil. acho que o interesse de Amaro na menina pareça meio esquisito e até mesmo pervertido, mas acho que ele se interessava mais pela inocência dela, a forma leve que ela levava a vida, acredito que ele tenha inveja disso. mesmo assim, não deixa de ser desconfortável em alguns momentos. pelo menos a Clarissa encontrou outro príncipe encantado.

[Enzo Goulart · Rating 3 out of 5]

Me arrastei lendo esse. Muito embora a métrica com que Érico escreve sempre me cativa, essa história não me prendeu. Me disseram que a continuação me será mais agradável, acho que mês que vem vou ler ela.

[Ana Beatriz · Rating 5 out of 5]

sou suspeita pra falar de livros que têm crianças como protagonistas. é lindo ver desabrochar no jardim da ficção (e fora dela) coisas e comportamentos tão puros e irreverentes. esse livro foi meu primeiro contato com o autor e eu amei.

[Laura Lícia · Rating 4 out of 5]

Delicado, inocente. A passagem da infância para adolescência de Clarissa, contada de forma poética por Érico Veríssimo

[Aliene · Rating 4 out of 5]

A história é uma delícia de ler. Você vai entrando na mente infantil/adolescente de Clarissa e vai se animando com ela, se entristecendo com ela, sonhando e acordando com ela.

[lin · Rating 3 out of 5]

meio racista né querido

[Henrique Fendrich · Rating 5 out of 5]

Impressionante como a escrita do Erico é simples, doce e envolvente. Esse é um daqueles livros que li há muitos anos, mas dos quais ainda guardo com carinho a memória da leitura.

[André Felipe Pertussatti · Rating 3 out of 5]

2.5

[Danilo De · Rating 1 out of 5]

É horrível. A história acontece devagar até demais, e sem contar que é entediante. Exemplo: “Passa uma borboleta na frente dela” vão ser 5 páginas para descrever isso. É muita lerdeza.

[Oceane Montanea · Rating 5 out of 5]

ESCRITO EM 2010

Clarissa é o que é. Não tem nada demais, não tem grandes lances de mistério ou de surpresa, não tem histerias amorosas, nem brigas heróicas, mas tem a narrativa de Veríssimo, que mesmo sem tudo isso conseguiu fazer com que o livro se tornasse belo. A história é o cotidiano, os pensamentos e dilemas de uma pré-adolescente, com aquilo que nós todos sabemos: escola, família, poucos amigos, confusões, perguntas, enfim...
Cada momento do livro transcorre sem muito alvoroço, tranquilamente, como nossas próprias vidas. A diferença é que em nossas vidas, nem sempre captamos a beleza de cada coisa. Levamos tudo no prático, com muita rapidez, muita pressa, pouca análise. "Clarissa" tem tudo isso que nos falta. Tem beleza nos detalhes do dia-a-dia, tem calma, tem concentração, e enxerga um mundo que nos é tão corriqueiro, mas que muitas vezes não conseguimos ver (leia-se "sentir" no sentido mais amplo da palavra).
No livro há também Amaro. Um cara silencioso, que vive só com sua música, suas paixões quietas, e que intriga Clarissa. Grande parte das sensações do livro nos são passadas através de seus olhos. É como se Clarissa fosse todo o fôlego da juventude, toda a vida e os planos, e Amaro fosse o retrato daquilo que se frustrou. Um homem, que em sua juventude, assim como Clarissa, sonhou e esperou tudo o que o mundo podia lhe dar, e agora se depara com um nada, com a falta de movimento.
Vai um trecho do livro que retrata esse sentimento:

"Amaro fica olhando para fora, através das janelas por onde a luz do meio-dia escorre. O seu corpo está aqui na sala de refeições da pensão de D. Eufrasina Couto. Mas o pensamento voou para longe. Uma vez há muitos, muitos anos, um menino olhou a vida com olhos interrogadores. Tudo era mistério em torno dele. Era numa casa grande. O arvoredo que a cercava amanhecia sempre cheio de cantos de pássaros. O mundo não terminava ali no fim daquela rua quieta, que tinha um cego que tocava concertina, um cachorro sem dono que se refestelava ao sol, um português que pelas tardinhas se sentava à frente de sua casa e desejava boa tarde a toda a gente. Não. O mundo ia além. Além do horizonte havia mais terras, e campos, e montanhas, e cidades, e rios e mares sem fim. Dava na gente vontade de correr mundo, andar nos trens que atravessavam as terras, nos vapores que cortam os mares. Andar... Nos olhos do menino havia uma saudade impossível, a saudade de uma terra nunca vista. Um dia- quem sabe?- um dia um vento bom ou mau passa e leva a gente. Um dia...
-Amaro, meu filho, que é que você quer ser?
-Marinheiro. Pra viajar. Ou maquinista pra viajar também.
Mamãe sorria e continuava a bordar. Tinha uns olhos bons e um jeito todo especial de olhar para os outros. Papai falava grosso. Tinha bigodões retorcidos e uma enorme medalha de ouro presa à corrente do relógio. -Meu filho, um homem precisa fazer força para triunfar. Só os fracos é que se abatem diante da vida.
Papai dizia isto sempre, com a testa franzida, sacudindo a mão fechada no ar; e a medalha grande dançava contra o colete escuro.
Lutar... Amaro sentia arrepios. Lutar. Luta era sangue. Lutar era ferir e ser ferido. Homens que vencem e são vencidos. Mas que é o triunfo, que significa vencer? Não seria melhor ficar sempre e sempre ali, junto da mãe, na cidade natal, na rua humilde onde havia um cego que tocava concertina, um cachorro sem dono que se refestelava ao sol e um vendeiro português que pelas tardinhas...
-Posso trazer o almoço, seu Amaro?
Na sua frente, Belmira sorri com dentes alvíssimos. Amaro sacode a cabeça afirmativamente.
-Pode.
Enfim... Eram recordações boas. Tudo aquilo tinha ficado muito longe no passado. Verdade é que a gente nunca esquece a infância. Pieguices? Mas, que é que a vida pode nos oferecer de melhor, de mais puro?..."

[Priscilla · Rating 3 out of 5]

Clarissa foi o primeiro romance publicado por Veríssimo e é uma obra suave, inocente pela própria protagonista e pelo estilo ainda em formação do autor.

A protagonista apresenta o ponto de vista para o leitor em que já há uma certa malícia, mas sobretudo, pena. Seu mundo é rodeado de crianças e adultos que sofrem por seus próprios atos, como o pianista amaro, ou que são acometidos por mazelas, como o jovem Tonico.

Embora seja uma obra ofertada em sua grande maioria a crianças e adolescentes, há uma exposição a certos fatores sociais que precisam ser observados, como por exemplo a admiração de Amaro pela adolescente que em alguns momentos é comparada a uma ninfeta - uma óbvia alusão a pedofilia que passa pela sociedade brasileira atual como um gosto por "novinhas".

Recomendo.