Em outubro de 2017, a quadrinista Aimée de Jongh viajou até o campo de refugiados na ilha grega de Lesbos para fazer uma reportagem em quadrinhos sobre as condições lá. Câmeras não eram permitidas, mas papel e lápis, sim. Ela ficou lá ao lado de outros quadrinistas por sete dias. O que capturaram em suas HQs forneceram um estudo único sobre o ambiente e as condições dos refugiados. Pela primeira vez, não só as pessoas, mas suas moradas, seus lugares de descanso e de refeições, foram documentadas. Por meio dos quadrinhos, os leitores praticamente conseguem caminhar pelo campo de refugiados e viver as dificuldades do dia a dia deles. Mas, ainda que documental, a história de 25 páginas de Aimée é uma tocante narrativa que sensibiliza a todos para a situação de quem está a espera de entrar na Europa em busca de uma vida melhor.
Aimée de Jongh (1988) is a comic author, animator and illustrator from the Netherlands, with a large variety of drawing styles. Aimée received her degree in Animation at the Willem de Kooning Academy Rotterdam, KASK Ghent and at the Gobelins Summer School Paris.
She debuted with Snippers, a humorous daily comic series for the Dutch newspaper Metro. Her first graphic novel The Return of the Honey Buzzard won the Prix Saint-Michel and was adapted to film. After this, Aimée decided to focus on graphic novels and animation. Her recent graphic novels are TAXI!, an autobiography about taxi rides, and Blossoms in Autumn, about love after 60, written by the Belgian comic author Zidrou.
In 2017, Aimée made her first graphic journalism work after visiting the refugee camps on Lesbos. This trip resulted in the drawn report Europe's Waiting Room.
Aimée has been involved in the animation industry for several years. She directed and animated the short film Aurora, she created storyboards for Amazon Prime's Undone, and animated a series of music videos for the television show De Wereld Draait Door. Aimée's biggest animation project was Behind the Telescopes, a 71-minute theatrical film with harpist Lavinia Meijer, which she directed and animated.
Aimée has taught various classes about comics, graphic journalism and animation. Currently, Aimée is making two new comic books, which will be released in 2020 and 2021.
This subject deserved far more than the 32 pages given in this book. Nevertheless, the talented Aimée de Jongh manages to provide a vivid and poignant portrait of one of the refugee camps in Greece, which is by no means the worst among them.
Her work serves as a stark reminder of our primitive state as a race. We continue to divide ourselves by nationality, creed, ethnicity, and other distinctions, as if we hold different values, when in truth, we all share the same desires: to live our lives in peace and prosperity.
Sometimes some small gestures can make wonders and I believe this is the case here. These drawings by Aimée de Jongh are both heart-wrenching and on other levels, heart-warming, for we can feel that regardless of the pain and tribulations these refugees have to face on a daily basis, they keep hope for a better tomorrow when life back in their home countries has become impossible on account either of political or religious issues, not to mention those who are threatened on account of their sexualities.
Uma boa obra que traz o retrato real, por meio de quadrinhos, acerca dos refugiados humanitários e das condições extremas aos quais estão envolvidos, abordando desde os traumas que perduram, até a incerteza do futuro.
A holandesa Aimée de Jongh traz um relato real e contundente sobre sua visita a um campo de acampamento de refugiados que fica na ilha de Lesbos, na Grécia. É local que chama de A Sala de Espera da Europa, onde muitos refugiados vindos de países da África e da Ásia menor acabam se instalnado com o intuito de migrarem "para cima da Europa". Aimée conta, em poucas páginas, como foi sua visita ao local, o que pôde depreender sobre a vida das pessoas que moram atrolhadas em contêiners, que passam seus dias a esmo somente esperando um visto ou uma autorização para poderem continuar suas jornadas. Aimée também capta momentos singelos com crianças e adultos. As crianças, entretanto, não podem ser carinhadas para não sofrerem da síndrome do apego, que as deixa dependentes do cuidado e do carinho de outras pessoas. A Sala de Espera da Europa é um quadrinho curto, mas cheio de conteúdo, ótimo para ser usado em aulas sobre a relaidade de migrantes e refugiados.
Primeiro de tudo, "HQ para Todos" foi uma das melhores ideias que vi nos últimos anos envolvendo literatura, de verdade. Espero ler mais da Aimée de Joghn e também as outras HQs que fazem parte da "HQ para Todos". A circulação maior de todas as artes pode ser a única coisa que vai nos manter humanos, então por quê não investirmos nela? - A premissa do livro ser ilustrações feitas de um lugar onde não se podem registros fotográficos e sim apenas papel e lápis, me fascinou demais. O desenho é nada mais que a fotografia que nós mesmos fazemos, e onde podemos representar menos o que é visto e mais o que sentimos. Mas neste caso, Aimeé de Jongh decidiu registrar exatamente o que ela presenciou. Toda a realidade retratada nas páginas não é exatamente a violência que estamos acostumados á observar no conteúdo em redes, mas ainda assim parece nos pegar onde mais dói. Aquele espaço dentro de nós que quer ajudar, que se espanta com outra realidade, e ainda assim nos faz sentir estagnados sem saber como ser útil para essas pessoas que tanto precisam. As pessoas, suas famílias, suas antigas profissões, a falta de afeto presente nas crianças, as condições subumanas, foram retratadas com maestria e carinho pela ilustradora. Uma forma singela mas rica em sentimentos para tão poucas páginas de experiência.
Eu recomendaria esse 100%, é um assunto que talvez nos passe despercebido por conta das realidades diferentes em que todos nós vivemos, e é bom sairmos do comodismo para entender o que se passa ao nosso redor, mesmo que longe. Termino a leitura com o sentimento de tristeza pela Kara Tepe não "existir" mais, assim como a Moira, ainda que superlotada, abrigava muitas pessoas. Mas assim como os refugiados, continua uma esperança de que tudo possa melhorar com o passar do tempo e a atenção devida.
Mudar para viver em sociedades diferentes às quais fomos criados é sempre difícil. Muitas vezes não nos adaptamos a viver em regiões diferentes dentro do nosso próprio país, quanto mais outro país com língua, cultura, traços raciais e regras sociais bem diversas. Pior ainda, como esse pequeno livro retrata, quando somos obrigados a imigrar como refugiados em que não há qualquer forma de planejamento ou recursos financeiros. Famílias separadas, parentes mortos e assim por diante. 'Pior dos mundos'.
O livro não pretende abrir a discussão sobre imigração que é complexa. Até legal. Mas coloca uma responsabilidade sobre os europeus, quando há países mulcumanos (já que deixa claro que são imigrantes de países de maioria dessa religião), como Dubai, Emirados Árabes e assim por diante, nadando em dinheiro e gastando das formas mais irresponsáveis e extravangantes.
Por fim, só destaco, por acaso, acabei tentando ajudar um refugiado de guerra do Afeganistão em 2022 que veio para o Brasil, após intervenção de um colega meu. O meu colega conseguiu visto e deu apoio financeiro e pessoal para que o sujeito recomeçasse a vida no Brasil. Após dois meses, decidiu tentar entrar nos EUA de forma ilegal e assim o fez pela fronteira. Não sei como está a vida dele hoje, mas é estranho que tenha que vir para o 'Ocidente', uma vez que a cultura deles é intransigente em relação ao nosso modo de vida. O fato é que, com base na minha experiência há anos atrás, não concordam, principalmente, e de forma veemente, com a liberdade das mulheres.
A intenção não é expandir a discussão, mas o quadrinhos também poderiam lembrar que a Europa, e o Ocidente em geral, não devem abrir não das conquistas sociais, como liberdade sexual e iguladade de direitos das mulheres dos seus cidadãos, algo inconcebível no país de origem desses imigrantes.
Minha intenção não é gerar polêmica, só lembrar que esses imigrantes mulçumanos na Europa desejam uma sociedade diferente do que está os recebendo agora.
Ao contrário do que possa parecer, não é uma história em quadrinhos, é um quadrinho jornalístico. A autora passou uns dias nos campos de refugiados que existem em uma ilha grega e que recebe refugiados de, aparentemente, todo lugar possível e imaginável e pelos motivos mais variados possíveis. A história é triste? É e não é, o traço suave e leve deixa até meio fofo, as histórias das pessoas que ela encontra são tristes, mas ainda mais triste é nos darmos conta de que, em 2023, ainda existem campos refugiados nessa mesma ilha porque nós continuamos em estado de guerra, de perseguição, de intolerância, de violência. Dois mil e vinte três. Foda, né? Enfim, a leitura vale por apresentar uma nova, triste e distante realidade que só aparece no jornal enquanto a "guerra da vez" está na moda e depois desaparece que nem os refugiados.
A sala de espera da Europa foi um HQ que peguei por acaso na Amazon, pois estava buscando uma história em quadrinho para poder completar um desafio de uma maratona que estou participando. O que não me esperava é ficar emocionada com a história. O quadrinho mostra a realidade de diversos refugiados da Síria, Líbano e outros países na Grécia esperando serem aceitos e poderem ir para Europa consegui reconstruírem a sua vida. A autora mostra de forma simples, mas necessária, como é a vida dessas pessoas nos campos de refugiados, onde alguns têm sorte de cair em um lugar bom, outros acabam caindo em lugares ruins. É um livro tão necessário, imaginando o mundo atualmente, com tantas guerras acontecendo e milhares de pessoas tendo que deixar sua terra natal para poderem se salvar. É triste imaginar que essas pessoas após passarem por momentos traumatizantes em suas vidas, ainda chegam em lugares que se esperam ser ajudados, serem tratados com tanto descaso e largados em qualquer lugar. Foram as tintas páginas mais emocionantes e necessárias que li nos últimos anos.
A editora Conrad inaugura seu selo Hq Para Todos, onde procurará oferecer quadrinhos à preços acessíveis, com o trabalho da Aimée De Jongh sobre o campo de refugiados da ilha grega de Lesbos que ela visitou e, por não poder tirar fotos ou fazer vídeos, só contou com os desenhos para retratar a vida lá.
Lembra bastante a graphic Refugiados da Kate Evans que mostra um campo de refugiados na França. E, claro, o trabalho que o Joe Sacco faz de quadrinhos jornalísticos.
É um bom trabalho curto (de 25 páginas) que tem no final uma atualização da situação do que é retratado de 2017 para 2022.
Peguei essa hq em janeiro e o conhecimento que tinha sobre ela era apenas o que se fala no título. É bem rapidinha, acho até que eu deveria ter prestado mais atenção em tudo.. depois de ter lido no Kindle fui dar uma olhadinha pelo celular para ver as ilustrações e são belíssimas. É uma hq simples (se tratando de história) mas mostra como é a vida dos refugiados na ilha de Lesbos que estão aguardando sua aprovação para ir à Europa… de fato a autora não se aprofundou nos assuntos, apenas relatou o que viu, mas para quem se interessa por assuntos assim é bem interessante pesquisar a fundo.
“A Sala de Espera da Europa” é uma reportagem em quadradinhos, fruto de uma estadia de sete dias de Aimée de Jongh no campo de refugiados Kara Tepe, na ilha de Lesbos, em 2017. Infelizmente, a sobrelotação e as condições insalubres destes acampamentos já não são novidade e viriam a agravar-se nos anos seguintes, mas Kara Tepe, destinado a famílias, idosos e refugiados mais vulneráveis, como deficientes e homossexuais, conseguia ser o menor dos males. Parece-me uma obra útil e informativa, como a literatura também deve ser, mas a tender para o linear e mediano.
Aimée não tem como errar. Apesar dessa ser uma HQ mais jornalística dela, ela não perde seu brilho. Aqui ela conta a situação dos campos de refugiados na Grécia onde ninguém podia entrar com câmeras porem ela pode conhecer e depois se expressar através de seus desenhos. No momento a situação dos refugiados já mudou mas é importante temos uma noção sobre o que está acontecendo, em vista que existem países em guerra e essa situação muda em cada estante. Excelente, pena que é curta.
É bem triste saber que pessoas tenham uma vida tão desumana e que essas pessoas mesmo depois de terem esperado tanto, à chegar ao ponto de perderem a esperança de uma vida digna, sejam obrigadas à voltar aos seus países. Essa HQ é extremamente necessária, ela é o único registro físico da existência destes acampamentos e assim possibilitando que pessoas do mundo todo saibam como foi a vida dos refugiados nesses acampamentos.
Um olhar por Kara Tepe, campo de refugiados em busca de aceitação de ingresso na Europa. Expõe a forma como essas pessoas vivem e suportam a provação, porém, de uma maneira mais lúdica e superficial. Coube bem numa HQ.
Mesmo curta, a reportagem em quadrinho é extremamente eficaz em mostrar um pouco a situação de refugiados, as moradas temporárias e o estado mental dessas pessoas. É difícil ler algo assim e não ficar reflexivo.
É difícil falar que eu gostei dessa leitura, quando é impossível gostar do que essas pessoas passam. É um relato tão triste de uma realidade tão distante da minha! Os quadrinhos retratam muito bem, ela conseguiu passar muitos detalhes em poucas páginas mas ah, é de partir o coração.
Que novel graciosa! Aimée conseguiu com leveza falar sobre um tema tão complexo, informando e prendendo a atenção até o fim. Uma experiência literária que combine arte, jornalismo e reflexão sobre a condição humana.
Olha... 30 páginas foram o suficiente pra eu ficar pensativo por muito tempo a respeito dessa hq aqui.
A história dos refugiados que chegam na região da Grécia é triste, pesada e forte. Um mix de sentimentos que se misturam com uma esperança de dias melhores para essas pessoas que precisam VIVER. São tantas camadas ali, nossa... Uma pedrada!
Leitura rápida e obrigatória para todo mundo, sem exceção.
5* É sempre especial pra mim ler História e essa HQ foi muito bonita, gostei demais e além de informação é um trabalho muito bonito e delicado. Recomendo.
Aimée traduz com muita sensibilidade e sutileza o cotidiano de um campo de refugiados na Grécia. Muito nobre retratar em desenhos uma realidade que não é permitido em fotografia. Me sensibilizou muito. Leitura profunda e ao mesmo tempo acessível e de rápida duração. Gostei muito!