Um documento único e inédito que revela todos os segredos, motivações e métodos de trabalho da polícia política do Estado Novo. » A PIDE enquanto instituição; » Forma de lidar com os principais adversários; » Métodos utilizados; » A vida nas prisões.
Críticas de imprensa Ao longo de quase seis anos a historiador Irene Flunser Pimentel investigou detalhadamente os arquivos da PIDE depositados na Torre do Tombo. O resultado desse trabalho, uma tese de doutoramento, surge agora editado em livro. "A História da PIDE" ,será lançado no próximo dia 30 com a chancela do Círculo de Leitores da Temas e Debates.
" Sou de uma geração que viveu o tempo da PIDE. Era algo que gostava de perceber melhor para ajudar a eliminar os mitos e ver como funcionava. O que mais me surpreendeu nesta investigação foi a quantidade de informadores com que a antiga polícia política do Estado Novo podia contar. Na verdade nunca se chegará a saber o número exacto já que parte significativa desses registos foi destruída", disse ao JN a historiadora.
" É um lado impressionante da sociedade portuguesa que por si só merecia um trabalho de investigação. Acho que ainda não fez o luto desta realidade", acrescentou.
O livro "A História da PIDE" será lançado na Torre do Tombo. A apresentação da obra é da responsabildiade de José Medeiros Ferreira. in Jornal de Notícias
IRENE FLUNSER PIMENTEL nasceu a 2 de Maio de 1950, em Lisboa. Licenciou-se em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1984) e conclui o mestrado em História dos Séculos XIX e XX, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese Contributos para a História das Mulheres no Estado Novo: as organizações femininas do Estado Novo (Obra das Mães pela Educação Nacional e Mocidade Portuguesa Feminina), 1936-1966 (1996), onde se doutorou em História Política e Institucional Contemporânea, com a tese A polícia internacional de defesa do Estado/Direcção Geral de Segurança (PIDE-DGS) 1945-1974 : história da polícia política do Estado Novo (2006). Foi bolseira de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, com um projecto sobre a justiça política pós-25 de Abril, e é investigadora do Instituto de História Contemporânea (IHC-FCSH/UNL). Colaborou ainda, entre 1994 e 2008, na revista História, da qual foi editora até final de 2001. Publicou diversos artigos de História em jornais e revistas portuguesas e estrangeiras, sobre diversas instituições do Estado Novo - organizações femininas e de juventude, polícia política -, a Segunda Guerra Mundial, o nacional-socialismo alemão e o Holocausto, entre outros temas. Colaborou em enciclopédias, dicionários e obras conjuntas. Participou em exposições, colaborou em documentários e programas de rádio e televisão e intervém regularmente em colóquios, conferências e seminários. Distinguida com o Prémio Pessoa (2007), com o Prémio Seeds of Science, na categoria «Ciências Sociais e Humanas» (2009) e com a a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores (2025) e foi condecorada com a Ordem Nacional da Legião de Honra pelo Governo de França (2015).
Um trabalho impressionante pela extensão e dificuldade do tema, bem conseguido. A autora mantém uma rigorosa independência científica e isso, combinado com a extensão do tema abordado, faz deste livro A referência sobre a História da polícia política do Estado Novo. 35 anos depois do fim da PIDE e da queda do Regime Político que ela defendia, era tempo de uma obra destas surgir. Mesmo assim houve quem a acusasse de "branquear a PIDE", mas na verdade o que este livro faz é expor a verdade - nem mais nem menos do que realmente foi. Particularmente interessante a História das perseguições aos não-comunistas, que a mitologia pós-25 de Abril tende a ignorar ou pelo menos a desvalorizar. Como limitação maior, a opção da autora de não apresentar dados, mesmo que apenas estatísticos, sobre a eficácia da tortura da PIDE e sobre a importância relativa desta na sua obtenção de informações.
A ideia, inculcada na mente da população portuguesa, de uma força policial omnipresente e omnisciente, contribuiu para desencorajar "possíveis veleidades de outros actos de desobediência, instalando o medo e convidando ao silêncio e à resignação". Conhecer a sua história é um tributo aos que sofreram e morreram às suas mãos para que hoje possamos viver em liberdade e democracia.
Esta é a publicação da tese de doutoramento de Irene Pimentel sobre a Polícia Internacional de Defesa do Estado (1935-1969). Aqui explica-se a sua evolução, as suas fases, o número de presos e de mortos sempre que o arquivo possibilita, as formas de controlo de presos e presos potenciais. Obra exemplar, para estudantes de história e para todos os cidadãos.