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Do mal o menos

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A editora de Pedro Paixão resolveu em boa hora reunir os seus livros de ficção (com excepção do publicado em 2000, "Saudades de Nova Iorque" - o autor publicou também nos últimos anos os livros de fotografias e textos, "Barely Legal" e "47 W 17"), num belíssimo volume, a que chamou "Do Mal o Menos". Começa com "A Noiva Judia", o seu primeiro livro de ficção, datado de 1992, e continua com "Vida de Adulto", do mesmo ano, "Boa Noite" (1993), "Histórias Verdadeiras" (1994) "Viver Todos os Dias Cansa" (1995), "Muito, Meu Amor" (1996), "Nos Teus Braços Morreríamos" (1998), e termina com "Amor Portátil" (1999). O escritor fez algumas emendas, e para os/as incondicionais da sua obra (e são muitos/as) é um excelente motivo (a par com ter os livros reunidos num só) para também adquirir este. E para os que não conhecem Pedro Paixão (nascido em Lisboa em 1956, doutorado em Filosofia, que também ensina, pai de um filho, casado, fundador da empresa de publicidade "Massa Cinzenta" e do jornal "O Independente", como consta nas notas autobiográficas que acompanham os seus livros) esta antologia é do melhor o mais para penetrar na escrita cativante (como o demonstra o pequeno excerto que a seguir lhe damos a ler) de um dos autores cimeiros revelados na última década.

"No Inverno há dias luminosos. Ao domingo, por exemplo, íamos para a praia. Ela sentava-se com os braços a atar as pernas, o queixo apoiado sobre os joelhos, a fitar o horizonte e a pensar os pensamentos dela. Eu andava descalço pela orla do mar intrigado a pensar no que ela estaria a pensar. Ela era intrigante. Faltava-lhe a necessidade natural que têm as pessoas de falar de si, de se justificarem. Eu não sabia nada dela, nunca soubera nada, e era por isso obrigado a inventar tudo e depois obrigado a desfazer o que tinha inventado e a recomeçar de novo. Era uma forma de amor em que eu fazia de Penélope. Ela era calada e, por instantes, clarividente. "Passado um mês exactamente, uma sexta-feira ao fim da tarde, estava eu sentado na mesa redonda da sala a ler com crescente interesse quando ela se aproximou de mim e me disse que tinha de partir. Perguntei-lhe se ela precisava do carro e ela disse-me, com uma brusquidão inútil, que ia partir mas não ia voltar, que qualquer um de nós deve estar preparado para uma travessia sem fim. E tudo voltou a ser o que era antes." de "Nos Teus Braços Morreríamos"

648 pages, Paperback

First published January 1, 2000

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About the author

Pedro Paixão

44 books76 followers
Pedro Paixão nasceu em Lisboa, em 1956, vive em Stº António do Estoril e tem um filho. É doutorado em Filosofia, que ensina na Universidade Nova de Lisboa. Com Miguel Esteves Cardoso fundou a agência de publicidade Massa Cinzenta, que mais tarde vendeu. Com o seu primeiro romance, "A Noiva Judia", inaugurou um estilo que tem vindo a marcar a cultura portuguesa desde o início dos anos 90. Tem somado sucessos atrás de sucessos, entre eles "Viver Todos os Dias Cansa", "Muito Meu Amor", "Nos Teus Braços Morreríamos", "Quase Gosto da Vida que Tenho" e "Amor Portátil".

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Profile Image for Zelia .
8 reviews
Read
September 15, 2013
Já estou a ler este livro há algum tempo... tenho saudades do tempo em que tinha tempo e lugar para devorar letras, frases, paginas..
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