Esse livro é um verdadeiro abraço de amizade e de solidariedade. A Rádio Nacional de Angola promove um concurso e oferece como grande prêmio uma bicicleta para a criança que escrever a melhor história. Esse é o pano de fundo para a ficção emocionante de Ondjaki, que nos remete à fantasia presente na infância – amizade, ternura, descobertas –, mas também ao reflexo nas crianças do processo político do país. Nos damos conta, entre outras tantas coisas, que a busca por algo pode ser mais valiosa que a própria conquista. E que viver boas histórias pode ser tão, ou mais emocionante, que saber inventá-las.
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Fernando Pessoa dizia que "nenhum livro para crianças deve ser escrito para crianças" e este livro é o exemplo perfeito. Escrito num tom de inocência, mas com aquela sabedoria que só as crianças têm, é impossível não nos apaixonarmos por esta história. Para finalizar, a carta que o miúdo escreve é de nos fazer "transpirar pelos olhos". Uma pérola, este livro. "(...) quando a luz vai na minha rua, as crianças afinal reclamam de não ver novela mas no fundo no fundo, ficamos contentes porque podemos fazer mil coisas fora do ritmo normal das nossas vidas."
– Gostas de estrelas? – Gosto bué, tio Rui. Brilham sem gastar a pilha. Só nunca consegui entender a cor delas. – As estrelas não têm cor, são como as pessoas. – Eu pensei que a cor das pessoas ficava na pele delas. – Não. A cor das pessoas fica nos olhos de quem as olha...
Frases giras: "Queremos que o tio coce muito os bigodes e nos dê algumas ideias."
"- Gostas de estrelas? -Gosto bué, tio Rui. Brilham sem gastar a pilha. Só nunca consegui entender a cor delas. - As estrelas não têm cor, são como as pessoas. - Eu pensei que a cor das pessoas ficava na pele delas. - Não. A cor das pessoas fica nos olhos de quem as olha."
“A Isaura sabia. Eu também. Aquela era a hora de os sapos atravessarem a rua e irem beber água numa lagoazinha de água parada, que também tinha capins castanhos e às vezes também dava flores bonitas, sempre no mês de novembro. Mesmo a Isaura uma vez me disse que naquela lagoa ela já tinha visto gambozinos coloridos a imitarem um arco-íris.”
A fórmula mágica que fazem qualquer leitor apaixonar-se pelas obras de Ondjaki não é segredo, a receita é a de sempre: um retrato da infância contada num português bonito.
"A Bicicleta que Tinha Bigodes" estava na minha lista desde o dia em que li "Uma Escuridão Bonita", só este Natal me chegou à estante, disfarçado de presente de Natal, chegou pelas mãos de uma pessoa muito querida que conhece o meu fascínio pelas obras do Ondjaki.
A bicicleta de que fala o título é o primeiro prémio de um concurso da Rádio Nacional de Angola para a melhor história infantil escrita pelos ouvintes da rádio. Da bicicleta sabe-se que tem as cores da bandeira nacional: amarelo, vermelho e preto e, se quisermos crer, tem bigodes. Do protagonista desta história sabemos que é um miúdo angolano que mora em Luanda, tem como amigos a Isaura, que batiza todos os bichos da zona, veja-se o exemplo dos sapos Fidel e Raúl e do gato Gandhi, e o camarada JorgeTemCalma, que nunca tem calma, e ambiciona ganhar a bicicleta para não só usufruir dela, mas também para que outros o possam fazer.
O livro é muito pequenino, diria que demasiado curto, uma escrita tão bonita merecia mais umas páginas, mas tem uma mensagem muito forte, tal como Ondjaki já nos havia habituado.
"- Gostas de estrelas? -Gosto bué, tio Rui. Brilham sem gastar a pilha. Só nunca consegui entender a cor delas. - As estrelas não têm cor, são como as pessoas. - Eu pensei que a cor das pessoas ficava na pele delas. - Não. A cor das pessoas fica nos olhos de quem as olha."
Ondjaki será sempre o meu escape predileto à monotonia da rotina e à "banalidade" da literatura dos dias de hoje. Recomendo sempre!
Numa rua de um bairro de Angola, onde as crianças brincam numa inocência que lhes é tão própria, um menino sonha ganhar o grande prémio do passatempo lançado pela Rádio Nacional, uma bicicleta colorida. Mas para isso, é necessário escrever uma história e as ideias não lhe surgem na cabeça. Talvez pedindo ajuda a outras crianças da rua ou ao Tio Rui, a quem as histórias nascem facilmente no coçar constante dos bigodes.
Que narrativa tão simples, mas tão carinhosa que Ondjaki que nos oferece em A Bicicleta que Tinha Bigodes. Um livro que nos faz reviver a ingenuidade da infância na rua onde as crianças brincam numa alegria pura, rua essa onde a parca tecnologia reúne os adultos nos passeios e nos muros das casas para conviverem de facto. Nesse bairro, Ondjaki faz nascer personagens tão caricatas e engraçadas como uma menina que dá nomes de presidentes aos seus bichos de estimação, um motorista cuja graça coloca a nu as suas desastrosas capacidades de condução e um escritor que todas as semanas escova os bigodes para libertar os restos de letras que neles ficam presas.
A Bicicleta que Tinha Bigodes vence pela simplicidade da história, pela escrita infantilizada adequada à essência do livro, pela imagem tão verdadeira que recria das ruas e das palavras da nossa infância e pelos pormenores e passagens que aquecem o coração de tanto mimo. Recomendo vivamente para quem precisa de uma leitura rápida, fácil e doce, deixando aqui as minhas 4 estrelas, também elas com bigodes.
A Bicicleta que Tinha Bigodes" passa-se na mesma realidade de "Os da minha rua" e conta-nos a história de um menino que quer muito ganhar uma bicicleta num concurso de escrita nacional e tenta encontrar uma "ideia" para conseguir atingir esse objectivo, contando com a ajuda de Isaura e JorgeTemCalma. A história é muito simples, mas as personagens e os diálogos são muito bonitos. É uma leitura rápida, divertida e envolvente sobre amizade, esperança e generosidade. A ingenuidade e a pureza das personagens cativaram-me completamente. Posso dizer que após 4 livros, Ondjaki é um dos meus ecritores favoritos.
Tão giro este livrinho! Ondjaki tráz-nos uma série de personagens deliciosas! Passa-se em Luanda, e as nossas crianças querem muito ganhar uma bicicleta que vai ser oferecida pelo presidente num concurso nacional de estórias. Como no seu bairro vive o tio Rui, que é escritor, as crianças tentam apropriar-se das suas letras perdidas no bigode. Um livro pequenino, mas com um grande conteúdo!
A Bicicleta Que Tinha Bigodes de Ondjaki Esta estória deliciosa tem lugar em Luanda, onde existe menino que quer muito ganhar uma bicicleta num concurso da Rádio. O tio Rui é escritor e quando fala, por vezes mal se lhe percebem as palavras porque algumas letras ficam escondidas no seu bigode. Quando o bigode é aparado, as letras que caem são guardadas numa caixinha de madeira. Para poder participar no concurso o nosso menino precisa de inventar uma estória para a ganhar. É então com a ajuda da Isaura, uma menina que conhece todos os animais da rua como ninguém, e do JorgeTemCalma, que ele elabora um plano para roubar a caixa de madeira do tio Rui, pois acredita que lá dentro, irá encontrar a força das palavras para inventar a sua estória. A escrita e o estilo de jogo a Ondjaki foram uma agradável surpresa, vou sem dúvida querer ler mais obras deste autor. "– Tio Rui, os silêncios afinal servem para quê? – Para as pessoas estarem umas com as outras. – Não basta estarmos sentados no mesmo lugar? – Não – o tio Rui parou de coçar os bigodes. – É preciso olharmos para o outro." (...) "– Gostas de estrelas? – Gosto bué, tio Rui. Brilham sem gastar a pilha. Só nunca consegui entender a cor delas. – As estrelas não têm cor, são como as pessoas. – Eu pensei que a cor das pessoas ficava na pele delas. – Não. A cor das pessoas fica nos olhos de quem as olha..."
Um livro maravilhoso, com uma linguagem infantil universal, mas todo o típico das crianças africanas, o seu "desportuguês" tão carinhoso e colorido... Uma linguagem de um autor que escreve com tanta ternura e que deixa sempre um sol aceso nos nossos corações!
A marvelous book!The author uses a childlike language which is so pure and authentic as to be universal, and yet with all the specific characteristics of African children's world view. He writes poignantly and with such tenderness as to fill our hearts with sunshine and touching laughter. Adorable!
Que dizer deste livro? Demasiado pequeno para a mensagem que transmite. Numa narrativa carinhosa e engraçada Ondjaki faz-nos reviver a ingenuidade das crianças
"- As estrelas não têm cor, são como as pessoas. - Eu pensei que a cor das pessoas ficava na pele delas. - Não. A cor das pessoas fica nos olhos de quem as olha..."
Tinha saudades de Ondjaki, num momento deu-me vontade de ler este autor incrível e soube-me mesmo bem voltar a ter contacto com ele. Até agora tem sido uma experiência incrível, tenho gostado das obras que tenho lido. A sua escrita cativa tanto, quero ler mais. Um escritor que vale a pena ler e desfrutar. Quero ler todos!
Todo mundo devia ter a oportunidade de ler Ondjaki. Este livro é bem pequeno, cerca de 80 páginas, bem fácil e divertido de se ler. Apesar de ser uma história leve e cheia de humor, a estória carrega uma grande mensagem social. É uma mistura de realidade e ficção, que resulta numa linda homenagem a todas as crianças angolanas e ao também escritor, Manuel Rui - que também entra no livro - autor do grande clássico ''Quem me dera ser onda''.
An African modern tale about a boy who wishes to win a bicycle. Pure innocence through the eyes of a child. A wonderful book which makes us believe in goodness and becoming a child again.
Normalmente gosto muito de Ondjaki, mas este livro pareceu-me uma fraca tentativa de contar uma história para crianças em que os leitores não são crianças. Pareceu uma história infantil para adultos, o que é uma coisa muito estranha.
Se a narrativa é muito engraçada, a linguagem é demasiado simples, repetitiva, por vezes estupidificante, embora tenha outros momentos de grande beleza e, quiçá, de grande sabedoria adulta.
É um livro que se lê numa hora, porque para além da letras desmedidamente grandes tem ilustrações que não se relacionam em nada com a história. É de uma simplicidade extrema, um conto feito livro, mas demasiado infantilóide para o que eu desejava.
Confesso que li este livro apenas porque uma aluna minha de 8 anos decidiu me emprestar ele e eu não consegui recusar, porém o que era uma leitura quase por obrigação se tornou uma leitura rápida e divertida.
Adorei o estilo do escritor e gostei que jamais teria tido contato com esse livro se não por essa aluna tão querida. Agora entendo porque a escola em algum momento decidiu ter esse como um dos livros de leitura fundamental do ano, pois ele ensina lições valiosas para crianças de uma maneira que elas nem ao menos percebem ser o intuito.
Um conto para crianças e adultos. Bem escrito, com sentido de humor e principalmente com muita criatividade, até por ex. nos nomes dados aos animais, que são nomes de pessoas públicas e no decurso da narrativa até fazemos analogias, sem querer, com os nomes verdadeiros. . As crianças querem participar num concurso de rádio com uma estória para ganhar uma bicicleta. E aí surge o problema, porque não têm ideias, apenas o desejo de ganhar.
Há muito poucos escritores que têm a capacidade de nos devolver à infância como o Ondjaki, mesmo nos livros mais complexos, como o fantástico "Os transparentes". A aparente simplicidade da escrita deste autor é capaz de esconder o mais complexo dos pensamentos, em frases curtas, carregadas de ironia e inocência. Que coisa saborosa é ler Ondjaki!
Muito enternecedor. Gostei da Isaura e dos nomes dos seus animais. "O gato dela se chamava Ghandi, acho que era um senhor tipo indiano ou quê. O cão se chamava Amílcar-Cabral, até lhe chamamos de AmílcarCãobral. A lesma é Senghor, os gafanhotos são Samora, Mobuto e Khadafi, os sapos se chama Raul e Fidel. Parece que também deu nomes aos passarinhos mas nunca consegui decorar a lista toda."
"Ouvi os passos dos chinelos da Avó bem devagar, vi as primeiras luzes da manhã. Um dia alguém disse que aquela era uma luz muito fresca, eu ria de ouvir essas frases dos poetas, a "luz fresca", como a água da Avó regar as plantas verdes de manhã, isso quando a água vinha. Se a água não viesse, a minha avó, que é muito engraçada, regava mesmo assim. "
A partir de um olhar ternurenta e divertido da infância na Angola dos anos 80, acompanhamos o narrador na sua busca por uma história vencedora. Essa história está no baú do tio Rui. O baú para onde caem as palavras desperdiçadas pelo seu bigode. Um excelente livro.
“- Gostas de estrelas? - Gosto bué, tio Rui. Brilham sem gastar pilha. Só nunca consegui entender a cor delas. - As estrelas não têm cor, são como as pessoas. - Eu pensei que a cor das pessoas estava na pele delas. - Não. A cor das pessoas fica nos olhos de quem as olha…”
Um livro curto e breve, que adensa uma mensagem de ternura e de generosidade sem igual. Ondjaki traz-nos uma língua de carinho e guia-nos pelas mesmas russ que os personagens, de forma afável e intrínseca.