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O Cônsul Desobediente
A História de Aristides de Sousa Mendes. O homem que, para salvar 30.000 inocentes, desobedeceu a Salazar e foi perseguido.
Há pessoas que passam no mundo como cometas brilhantes, e as suas existências nunca serão esquecidas. Aristides de Sousa Mendes foi uma dessas pessoas. Cônsul brilhante, marido feliz, pai orgulhoso, teve a sua vida destruída quando, para salvar 30.000 vidas, ousou desafiar as ordens de Salazar.
Cônsul em Bordéus durante a Segunda Guerra, é procurado por milhares de refugiados para quem um visto para Portugal é a única salvação. Sem ele, morrerão às mãos dos alemães. Infelizmente, Salazar, adivinhando as enchentes nos consulados portugueses, proibira a concessão de vistos a estrangeiros de nacionalidade indefinida e judeus. Sob os bombardeamentos alemães, espremido entre as ameaças de Salazar, as súplicas dos refugiados e sua consciência, Aristides sente-se enlouquecer. E então toma a grande decisão da sua vida: passar vistos a todos quantos os pedirem. Salvará 30.000 inocentes mas destruirá irremediavelmente a sua vida.
Há pessoas que passam no mundo como cometas brilhantes, e as suas existências nunca serão esquecidas. Aristides de Sousa Mendes foi uma dessas pessoas. Cônsul brilhante, marido feliz, pai orgulhoso, teve a sua vida destruída quando, para salvar 30.000 vidas, ousou desafiar as ordens de Salazar.
Cônsul em Bordéus durante a Segunda Guerra, é procurado por milhares de refugiados para quem um visto para Portugal é a única salvação. Sem ele, morrerão às mãos dos alemães. Infelizmente, Salazar, adivinhando as enchentes nos consulados portugueses, proibira a concessão de vistos a estrangeiros de nacionalidade indefinida e judeus. Sob os bombardeamentos alemães, espremido entre as ameaças de Salazar, as súplicas dos refugiados e sua consciência, Aristides sente-se enlouquecer. E então toma a grande decisão da sua vida: passar vistos a todos quantos os pedirem. Salvará 30.000 inocentes mas destruirá irremediavelmente a sua vida.
- GenresNonfictionHistory
416 pages, Paperback
First published October 9, 2009
12 people are currently reading
179 people want to read
About the author
Sónia Louro
10 books20 followersSónia Louro nasceu em 1976 em França. Desde cedo apaixonada pelas Ciências e pela Literatura, acabou por optar academicamente pela primeira, mas nunca abandonou a sua outra paixão. Licenciou-se em Biologia Marinha, mas não perdeu de vista a Literatura, à qual veio depois a aliar a um outro interesse: a História.
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Community Reviews
Displaying 1 - 30 of 34 reviews
December 27, 2021
Tenho este livro na estante há mais de 10 anos e só agora é que me lembrei de pegar nele.
É uma biografia romanceada e foi uma belíssima forma de conhecer mais aprofundadamente um homem excecional, como muito, muito poucos!
Opinião mais desenvolvida em breve!
Gostei mesmo muito e recomendo!
NOTA - 08/10
É uma biografia romanceada e foi uma belíssima forma de conhecer mais aprofundadamente um homem excecional, como muito, muito poucos!
Opinião mais desenvolvida em breve!
Gostei mesmo muito e recomendo!
NOTA - 08/10
December 10, 2021
"Quem salva uma vida, salva todo o Universo" 🤍
Este é o livro que conta a história de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul que ajudou a salvar trinta mil vidas, das quais dez mil seriam judeus. É talvez a maior acção de salvamento feito por uma só pessoa durante o Holocausto.
A escrita de Sónia Louro é muito fluída e gostei muito da forma da autora nos fazer passar os dilemas pelas quais Aristides passou, pois ao mesmo tempo que queria respeitar as ordens dadas por Salazar, também queria ter a consciência tranquila e saber que salvou o máximo de pessoas que conseguia. Aliás, Aristides sendo cristão e sabendo que um dos lemas de Salazar era "Deus, Pátria, Família" não percebia como o Governo de Portugal podia ordenar que se deixassem vidas humanas à sua sorte.
Por ter ajudado milhares de pessoas, o Cônsul acabou na miséria. Que raio de país é este que deixa um dos seus grandes heróis morrer na miséria?
Um homem que nasceu aristocrata e acabou por morrer na pobreza, sem nunca ser reconhecido pelo regime de Salazar como o homem generoso que foi. Aliás, no livro é contado que passava frio e uma pobreza tal que chegou ao ponto de ter de transformar portas da sua casa em lenha para a lareira para se aquecer no inverno. Depois da guerra, teve ainda de ser ajudado pela Comunidade Judaica em Portugal, que fornecia as refeições a Aristides e a toda a sua família.
Morreu sem ter sequer roupa para ser enterrado. Porra. Teve de ser o hospital a ceder vestes de franciscano com as quais o cônsul desobediente foi enterrado. Porra.
Na capa, vem escrito que o livro é um romance, mas não se deixam enganar: esta é, sim, uma biografia romanceada. A autora demonstra preocupações em citar as fontes através das inúmeras notas de rodapé que vão acompanhando a nossa leitura.
De Sónia Louro, também já li "Fernando Pessoa - o romance" e recomendo ambos! Para quem quer conhecer melhor estas duas personagens históricas, vale mesmo muito a pena.
A autora está de parabéns pelo trabalho incrível de pesquisa, por dar um contributo e reconhecimento ao Cônsul Desobediente e por ter escrito tão bem a grandeza de Aristides de Sousa Mendes.
Este é o livro que conta a história de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul que ajudou a salvar trinta mil vidas, das quais dez mil seriam judeus. É talvez a maior acção de salvamento feito por uma só pessoa durante o Holocausto.
A escrita de Sónia Louro é muito fluída e gostei muito da forma da autora nos fazer passar os dilemas pelas quais Aristides passou, pois ao mesmo tempo que queria respeitar as ordens dadas por Salazar, também queria ter a consciência tranquila e saber que salvou o máximo de pessoas que conseguia. Aliás, Aristides sendo cristão e sabendo que um dos lemas de Salazar era "Deus, Pátria, Família" não percebia como o Governo de Portugal podia ordenar que se deixassem vidas humanas à sua sorte.
Por ter ajudado milhares de pessoas, o Cônsul acabou na miséria. Que raio de país é este que deixa um dos seus grandes heróis morrer na miséria?
Um homem que nasceu aristocrata e acabou por morrer na pobreza, sem nunca ser reconhecido pelo regime de Salazar como o homem generoso que foi. Aliás, no livro é contado que passava frio e uma pobreza tal que chegou ao ponto de ter de transformar portas da sua casa em lenha para a lareira para se aquecer no inverno. Depois da guerra, teve ainda de ser ajudado pela Comunidade Judaica em Portugal, que fornecia as refeições a Aristides e a toda a sua família.
Morreu sem ter sequer roupa para ser enterrado. Porra. Teve de ser o hospital a ceder vestes de franciscano com as quais o cônsul desobediente foi enterrado. Porra.
Na capa, vem escrito que o livro é um romance, mas não se deixam enganar: esta é, sim, uma biografia romanceada. A autora demonstra preocupações em citar as fontes através das inúmeras notas de rodapé que vão acompanhando a nossa leitura.
De Sónia Louro, também já li "Fernando Pessoa - o romance" e recomendo ambos! Para quem quer conhecer melhor estas duas personagens históricas, vale mesmo muito a pena.
A autora está de parabéns pelo trabalho incrível de pesquisa, por dar um contributo e reconhecimento ao Cônsul Desobediente e por ter escrito tão bem a grandeza de Aristides de Sousa Mendes.
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August 16, 2019Só li o primeiro capítulo, por isso não vou classificar.
A escrita é fraquinha e apanhei pelo menos uma frase gramaticalmente incorrecta. Assim, não vou repetir o erro que cometi com os livros do José Rodrigues dos Santos sobre o Calouste Gulbenkian, mais vale ir pesquisar com mais detalhe a vida deste fantástico ser humano do que perder horas preciosas com este livro...
A escrita é fraquinha e apanhei pelo menos uma frase gramaticalmente incorrecta. Assim, não vou repetir o erro que cometi com os livros do José Rodrigues dos Santos sobre o Calouste Gulbenkian, mais vale ir pesquisar com mais detalhe a vida deste fantástico ser humano do que perder horas preciosas com este livro...
April 30, 2023
“percebia que queria agir de acordo com as regras mas, defronte da calamidade dos outros, talvez não tivesse o que era preciso para as cumprir: indiferença. Era um homem torturado.”
Antes de contar a minha intensa experiência com este livro, passo por contar que, quando vivi em Viena, passei inclusive numa rua nomeada “Aristides-de-Sousa-Mendes-Promenade”. Ora, eu sabia que o cônsul português tinha ousado desobedecer às ordens de Salazar, em plena Segunda Guerra Mundial, e emitido imensos vistos para Portugal para judeus de todas as nacionalidades. Mas nunca pensei que tal pessoa tivesse um impacto enorme em 30.000 vidas, judeus, apátridas e falantes de alemão, a fugir do regime nazista. A família da duquesa de Parma, descendente do rei D. Manuel I (o absolutista), e casada com o herdeiro ao trono de Franz Joseph I e do assassinado Franz Ferdinand, foi uma das mais reconhecidas pelo cônsul, assim como muitas mais vidas austríacas (daí a sua menção na Promenade).
Passo também por dizer que estas 30.000 vidas foram apenas arredondadas (ninguém sabe ao certo o número) uma vez que Mendes chegou a passar vistos em plena rua, fora do consulado de Bordéus( onde era efetivo e cujo país, sob o governo de Pétain, estava na iminência de se render aos alemães) e vários membros de uma família refugiada foram considerados como apenas um visto.
A sinopse deste livro diz “Há pessoas que passam no mundo como cometas brilhantes, e as suas existências nunca serão esquecidas. Aristides de Sousa Mendes foi uma dessas pessoas. “Não poderia concordar mais com tal frase. Este livro, escrito como uma biografia romanceada ( ou seja, todos os dados neste romance são verdadeiros, havendo até o complemento de cartas, citações e bibliografia pertinente à escrita do romance), foi o último que me fez chorar baba e ranho, pelo fim triste que este homem notável sofreu. Tendo até lido o livro na altura do 25 de Abril, fiquei completamente revoltada pela hipocrisia de Salazar e do regime que vigorava em Portugal nos anos 30-40, caracterizada por uma população tão agarrada às tradições e costumes, ao lema de “Deus, Pátria e Família”, em que o próprio Aristides acreditava.
Aristides, por ter feito a coisa certa, que a sua própria religião ensinou, acabou na miséria. Um homem que nasceu aristocrata, que até estendeu o seu nome, acabou por morrer na pobreza. Chegou inclusive a ver-se separado dos seus filhos, por quem tanto amor deu. Até portas da sua casa derrubou para as transformar em lenha para se aquecer no inverno. O quão miserável foi tratar um homem que nunca foi reconhecido pelo regime?
Após conhecer a sua história, gostaria de conhecer a casa do Passal, em Carregal do Sal onde, felizmente e infelizmente, o cônsul passou mais anos da sua vida em Portugal. Gostaria de fazer o meu silêncio introspetivo por um português que, para fazer a coisa certa, ousou a tanto.
Sónia Louro fez um trabalho fantástico com o romance, que nem se diria estarmos perante um trabalho parcialmente de não ficção. A história é completamente romanceada e, ao mesmo tempo, verídica.
Antes de contar a minha intensa experiência com este livro, passo por contar que, quando vivi em Viena, passei inclusive numa rua nomeada “Aristides-de-Sousa-Mendes-Promenade”. Ora, eu sabia que o cônsul português tinha ousado desobedecer às ordens de Salazar, em plena Segunda Guerra Mundial, e emitido imensos vistos para Portugal para judeus de todas as nacionalidades. Mas nunca pensei que tal pessoa tivesse um impacto enorme em 30.000 vidas, judeus, apátridas e falantes de alemão, a fugir do regime nazista. A família da duquesa de Parma, descendente do rei D. Manuel I (o absolutista), e casada com o herdeiro ao trono de Franz Joseph I e do assassinado Franz Ferdinand, foi uma das mais reconhecidas pelo cônsul, assim como muitas mais vidas austríacas (daí a sua menção na Promenade).
Passo também por dizer que estas 30.000 vidas foram apenas arredondadas (ninguém sabe ao certo o número) uma vez que Mendes chegou a passar vistos em plena rua, fora do consulado de Bordéus( onde era efetivo e cujo país, sob o governo de Pétain, estava na iminência de se render aos alemães) e vários membros de uma família refugiada foram considerados como apenas um visto.
A sinopse deste livro diz “Há pessoas que passam no mundo como cometas brilhantes, e as suas existências nunca serão esquecidas. Aristides de Sousa Mendes foi uma dessas pessoas. “Não poderia concordar mais com tal frase. Este livro, escrito como uma biografia romanceada ( ou seja, todos os dados neste romance são verdadeiros, havendo até o complemento de cartas, citações e bibliografia pertinente à escrita do romance), foi o último que me fez chorar baba e ranho, pelo fim triste que este homem notável sofreu. Tendo até lido o livro na altura do 25 de Abril, fiquei completamente revoltada pela hipocrisia de Salazar e do regime que vigorava em Portugal nos anos 30-40, caracterizada por uma população tão agarrada às tradições e costumes, ao lema de “Deus, Pátria e Família”, em que o próprio Aristides acreditava.
Aristides, por ter feito a coisa certa, que a sua própria religião ensinou, acabou na miséria. Um homem que nasceu aristocrata, que até estendeu o seu nome, acabou por morrer na pobreza. Chegou inclusive a ver-se separado dos seus filhos, por quem tanto amor deu. Até portas da sua casa derrubou para as transformar em lenha para se aquecer no inverno. O quão miserável foi tratar um homem que nunca foi reconhecido pelo regime?
Após conhecer a sua história, gostaria de conhecer a casa do Passal, em Carregal do Sal onde, felizmente e infelizmente, o cônsul passou mais anos da sua vida em Portugal. Gostaria de fazer o meu silêncio introspetivo por um português que, para fazer a coisa certa, ousou a tanto.
Sónia Louro fez um trabalho fantástico com o romance, que nem se diria estarmos perante um trabalho parcialmente de não ficção. A história é completamente romanceada e, ao mesmo tempo, verídica.
February 13, 2017
Este é um livro que conta a história de vida de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português que ajudou a salvar milhares de judeus.
Depois de ter visto filme "Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus" fiquei mais interessada em ler este livro, para conhecer melhor quem foi Aristides e a sua história.
Gostei muita da escrita da autora - muito fluída - e forma como abordou esta história. Sempre muito bem documentada, com bastantes notas de rodapé. Seria de pensar que o excesso de notas de rodapé pudessem tornar a leitura deste livro aborrecida, mas não é essa a minha opinião. Elas são necessárias, não só para a história em si, como no contexto histórico geral.
Gostei muito como a autora construiu a sua personagem sem nunca descurar a sua verdadeira identidade. Os dilemas que Aristides enfrenta, a relação família-trabalho foram aspectos muito bem explorados neste livro.
Para quem quer ficar a conhecer melhor Aristides de Sousa Mendes é de facto uma boa leitura.
Depois de ter visto filme "Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus" fiquei mais interessada em ler este livro, para conhecer melhor quem foi Aristides e a sua história.
Gostei muita da escrita da autora - muito fluída - e forma como abordou esta história. Sempre muito bem documentada, com bastantes notas de rodapé. Seria de pensar que o excesso de notas de rodapé pudessem tornar a leitura deste livro aborrecida, mas não é essa a minha opinião. Elas são necessárias, não só para a história em si, como no contexto histórico geral.
Gostei muito como a autora construiu a sua personagem sem nunca descurar a sua verdadeira identidade. Os dilemas que Aristides enfrenta, a relação família-trabalho foram aspectos muito bem explorados neste livro.
Para quem quer ficar a conhecer melhor Aristides de Sousa Mendes é de facto uma boa leitura.
September 2, 2024
Excelente trabalho de investigação sobre a vida de Aristides de Sousa Mendes. Que a sua vida sirva de exemplo para tornar o mundo num lugar melhor.
August 6, 2017
Esta é a história de um grande português. Aristides de Sousa Mendes, cônsul em Bordéus no início da Segunda Guerra, face o êxodo de milhares de pessoas que fugiam da opressão alemã e testemunha do seu desespero decide, contra ordens de Salazar, passar vistos a todos os que conseguisse. Dizem que terá salvo cerca de 30000 pessoas.
Gostei muito da história e da oportunidade de ficar a conhecer melhor esta grande personalidade que tanto dignifica o nosso país. Contudo, não gostei assim tanto da maneira como esta está escrita. Sónia Louro fez um excelente trabalho bibliográfico e na pesquisa para a sua obra, mas faltam-lhe imensos pormenores para esta ser considerada verdadeiramente um romance, como vem descrita na capa do livro. Não o é, na minha opinião. Faltam-lhe descrições. Não sabemos se Aristides era gordo, magro, de que cor era o cabelo, como era o tom de pele, enfim, pormenores que ajudam o leitor a compor mentalmente a história e os seus intervenientes. Falta narração e alguma contextualização. Sónia Louro é extremamente directa e precisa, como se vê pelas transcrições das cartas e dos ofícios entre Aristites e as entidades públicas e pelas inúmeras chamadas de texto em notas de rodapé para bibliografia. Mas então este livro não se deveria apregoar de romance, mas sim de uma biografia.
Não apreciei muito a edição dos capítulos que vão intercalando com o período antes e durante a Segunda Guerra, não vejo onde o livro ganha com essa alternação. E, por fim, há alguns diálogos e excertos escritos em francês sem qualquer tradução, que pode deixar alguns leitores na ignorância.
Em suma, sinto-me um pouco enganada, porque achava que iria ler um romance histórico sobre a vida de Aristides de Sousa Mendes e, afinal, li uma biografia muito bem documentada. Contudo, a personagem e o heroismo de Sousa Mendes não saem prejudicadas em nada nesta obra.
Gostei muito da história e da oportunidade de ficar a conhecer melhor esta grande personalidade que tanto dignifica o nosso país. Contudo, não gostei assim tanto da maneira como esta está escrita. Sónia Louro fez um excelente trabalho bibliográfico e na pesquisa para a sua obra, mas faltam-lhe imensos pormenores para esta ser considerada verdadeiramente um romance, como vem descrita na capa do livro. Não o é, na minha opinião. Faltam-lhe descrições. Não sabemos se Aristides era gordo, magro, de que cor era o cabelo, como era o tom de pele, enfim, pormenores que ajudam o leitor a compor mentalmente a história e os seus intervenientes. Falta narração e alguma contextualização. Sónia Louro é extremamente directa e precisa, como se vê pelas transcrições das cartas e dos ofícios entre Aristites e as entidades públicas e pelas inúmeras chamadas de texto em notas de rodapé para bibliografia. Mas então este livro não se deveria apregoar de romance, mas sim de uma biografia.
Não apreciei muito a edição dos capítulos que vão intercalando com o período antes e durante a Segunda Guerra, não vejo onde o livro ganha com essa alternação. E, por fim, há alguns diálogos e excertos escritos em francês sem qualquer tradução, que pode deixar alguns leitores na ignorância.
Em suma, sinto-me um pouco enganada, porque achava que iria ler um romance histórico sobre a vida de Aristides de Sousa Mendes e, afinal, li uma biografia muito bem documentada. Contudo, a personagem e o heroismo de Sousa Mendes não saem prejudicadas em nada nesta obra.
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November 8, 2021"Aristides de Sousa Mendes tornou-se num dos seres humanos mais meritórios no percurso de Portugal ao sacrificar a sua carreira e bem-estar pelo grande número de desconhecidos que, fugindo do extermínio, lhe pediu vistos de passagem por Portugal: vistos que foram concedidos, à revelia das ordens expressas do Governo. Sónia Louro volta a pegar no que terá sido a realidade e tece-a em formato de romance, demonstrando grande capacidade de escolha sobre a “personagem” elegida. Como se a decisão que o imortalizou não se bastasse, Aristides levou uma vida capaz de manter o interesse do leitor, e que a autora dá a conhecer, não lhe ocultando também os defeitos, e tomando por base uma pesquisa que se nota no próprio texto, sem necessidade das constantes notas de rodapé, a indicar de onde se adquiriu esta ou aquela informação, e que acabam por se tornar morosas pela sua quantidade, sendo uma interrupção frequente à leitura. (...)"
Opinião completa em: https://booktalesblog.wordpress.com/2...
Opinião completa em: https://booktalesblog.wordpress.com/2...
August 14, 2016
Aristite Sousa Mendes é um herói português. Salvou milhares de judeus e refugiados, desobedecendo ao Salazar passou vistos a eles de modo a salvar as suas vidas e evitar a chegada dos alemães. Mas colocou a sua vida em risco... Ninguém percebeu o feito deste cônsul! Morreu na miséria, sem a sua adorada mulher e filhos....
Homens assim merecem ser reconhecidos. Não deixem que o preconceito cegue vossos olhos. Lutem por aquilo que acreditem! E quem sabe um dia possam fazer a diferença...
Homens assim merecem ser reconhecidos. Não deixem que o preconceito cegue vossos olhos. Lutem por aquilo que acreditem! E quem sabe um dia possam fazer a diferença...
March 31, 2025
La sensación que me ha quedado sobre este libro ha sido poliédrica: es un libro largo y a mí particularmente la lectura me resultó pesada, opino lo mismo que muchos lectores,as portugueses, as que no es una novela, es una biografía novelada, de toda su vida, su periplo por varios consulados de África y América hasta acabar en Burdeos, y también, la historia pormenorizada de su familia, que como bien dice la autora al final, una de las más numerosas de Portugal. Y en esto, antes de seguir con el comentario de la obra,e gustaría hacer una anotación, muere Arístides pobre, tiene hasta que quemar las puertas de un palacete porque no tiene con qué calentarse y al final lo acaba vendiendo todo ¿Y dónde estaban todos los hijos e hijas para ayudarle? ¿No sabían la situación que pasaba? ¿Cómo puede morir en la pobreza y el olvido un hombre que se calcula salvó la vida a 30.000 personas? En fin...
Volviendo al comentario del libro iba diciendo que su lectura me resultó pesada, es una biografía hagiográfica, muy muy descriptiva donde uno no acaba de ver exactamente como es Arístides como persona ni como personaje.
La autora hace una obra monumental, bien escrita, pero excesiva, y para mí opinión comete el error de ir intercalando los capítulos del pasado antes de llegar a Burdeos con su acción en Burdeos, esto trastorna mucho el hilo lector y hace que uno pierda el hilo. Fallo de la edición también es no traducir las numerosas frases que vienen en francés y que uno tiene que deducir con cuatro palabras que sabe.
Aún siendo una biografía, la autora abusa de las notas a pie de página explicando las fuentes de las que toma nota para escribir lo que escribe, le da más validez histórica pero le resta mucha belleza narrativa.
Imagino que para no enemistarse demasiado con los hijos o nietos de Arístides, soluciona de un plumazo el asunto de la amante, en plan; tienen una conversación y en la siguiente la deja embarazada y luego se casa con ella cuando muere su mujer, por no estar solo.
Insisto que la autora domina bien el arte de narrar, creo que faltan más diálogos y al detenerse en tantas descripciones, sobre todo del tiempo atmosférico, ralentiza mucho el ritmo y la tensión narrativa, muy bien conseguida cuando el protagonista está en el debate sobre si debe o no conceder visados a todo el mundo que se lo pida.
Una obra necesaria materializada en un libro excesivo donde yo suprimiría hasta la tercera parte del mismo.
De momento no me apetece leer más de esta autora
Volviendo al comentario del libro iba diciendo que su lectura me resultó pesada, es una biografía hagiográfica, muy muy descriptiva donde uno no acaba de ver exactamente como es Arístides como persona ni como personaje.
La autora hace una obra monumental, bien escrita, pero excesiva, y para mí opinión comete el error de ir intercalando los capítulos del pasado antes de llegar a Burdeos con su acción en Burdeos, esto trastorna mucho el hilo lector y hace que uno pierda el hilo. Fallo de la edición también es no traducir las numerosas frases que vienen en francés y que uno tiene que deducir con cuatro palabras que sabe.
Aún siendo una biografía, la autora abusa de las notas a pie de página explicando las fuentes de las que toma nota para escribir lo que escribe, le da más validez histórica pero le resta mucha belleza narrativa.
Imagino que para no enemistarse demasiado con los hijos o nietos de Arístides, soluciona de un plumazo el asunto de la amante, en plan; tienen una conversación y en la siguiente la deja embarazada y luego se casa con ella cuando muere su mujer, por no estar solo.
Insisto que la autora domina bien el arte de narrar, creo que faltan más diálogos y al detenerse en tantas descripciones, sobre todo del tiempo atmosférico, ralentiza mucho el ritmo y la tensión narrativa, muy bien conseguida cuando el protagonista está en el debate sobre si debe o no conceder visados a todo el mundo que se lo pida.
Una obra necesaria materializada en un libro excesivo donde yo suprimiría hasta la tercera parte del mismo.
De momento no me apetece leer más de esta autora
This entire review has been hidden because of spoilers.
April 16, 2019
"Não era raro encontrarem-se automóveis americanos Packards, Buicks ou Chryslers na estrada. Traziam matrículas belgas e os seus donos teriam sido pessoas eminentes na Bálgica, mas agora corriam na mesma direção dos monetariamente menos afortunados. Ao menos essa era uma das características da guerra. Era eclética, mas sobretudo democrática. Ou quase." - pág. 149
"No fundo, por mais problemas que tivesse, a noção que Aristides guardava era que a sua catástrofe pessoal era pequena, quando comparada com aquilo que estava a acontecer aos judeus que não tinham conseguido fugir à perseguição nazi." - pág. 274
"- Afinal, também na vida acontecem finais felizes como nos romances!" - pág. 292
"Segundo a tradição judaica, existem trinta e seis seres humanos justos em cada geração. A sua função, sem saberem, é justificar perante Deus a existência do Homem, sendo pelos seus atos nobres que o mundo se mantém. É por causa deles que Deus poupa a humanidade. Eles são indivíduos comuns, humildes, de uma bondade excecional, sacrificam-se em favor de outros e evitam que o mal aconteça às pessoas à sua volta. Eles provam a Deus que podemos ser bons e puros. Diz ainda a lenda que, por vezes, aparecem num período de grandes conflitos. (Lenda do Talmude, os trinta e seis justos)
Aristides de Sousa Mendes não terá salvo a humanidade, apenas trinta mil pessoas, mas por outro lado, também segundo o Talmude: "Quem salva uma vida, salva todo o Universo"." - pág. 370
"No fundo, por mais problemas que tivesse, a noção que Aristides guardava era que a sua catástrofe pessoal era pequena, quando comparada com aquilo que estava a acontecer aos judeus que não tinham conseguido fugir à perseguição nazi." - pág. 274
"- Afinal, também na vida acontecem finais felizes como nos romances!" - pág. 292
"Segundo a tradição judaica, existem trinta e seis seres humanos justos em cada geração. A sua função, sem saberem, é justificar perante Deus a existência do Homem, sendo pelos seus atos nobres que o mundo se mantém. É por causa deles que Deus poupa a humanidade. Eles são indivíduos comuns, humildes, de uma bondade excecional, sacrificam-se em favor de outros e evitam que o mal aconteça às pessoas à sua volta. Eles provam a Deus que podemos ser bons e puros. Diz ainda a lenda que, por vezes, aparecem num período de grandes conflitos. (Lenda do Talmude, os trinta e seis justos)
Aristides de Sousa Mendes não terá salvo a humanidade, apenas trinta mil pessoas, mas por outro lado, também segundo o Talmude: "Quem salva uma vida, salva todo o Universo"." - pág. 370
October 11, 2020
This is a historical novel, based on Aristides de Sousa Mendes life. While he was a consul in Bordeaux, in 1940, he signed entry visas for Portugal, going against Portuguese government's instructions. This way he saved the lives of many people, at the cost of his career and life.
I've found it an easy read, despite the 500+ pages. Overall Sónia writes in a compelling way. However, I also had some issues. The chapters structure jumping in time without a proper introduction to the characters (or references to who the names belong to) made the first chapters difficult to follow, and in the end the plot got repetitive (we don't need to be reminded several times why Aristides had his career destroyed or why he got together with Andrée).
I've found it an easy read, despite the 500+ pages. Overall Sónia writes in a compelling way. However, I also had some issues. The chapters structure jumping in time without a proper introduction to the characters (or references to who the names belong to) made the first chapters difficult to follow, and in the end the plot got repetitive (we don't need to be reminded several times why Aristides had his career destroyed or why he got together with Andrée).
August 27, 2022
A história de Aristides de Sousa Mendes é um exemplo de resiliência moral, de coragem e de consciência inabalável que só podia ter sido quebrado por um governo ditatorial como o do Estado Novo. Este livro é uma mescla muito meritória - e às vezes até quase histórica - da realidade com a ficção; em que a realidade prevalece, sem um final feliz. Vale a pena ler, saber mais sobre este homem que salvou 30.000 pessoas da perseguição nazi e da morte anunciada. Que acabou a vida na miséria, doente e cheio de dívidas mas que nunca se arrependeu de ter desobedecido a Salazar.
April 27, 2020
The polemic story of the life of a portuguese Consul who allowed many refugees to escape France on the eminence of its fall in 1940.
The research the author did was sufficient. The narrative does not let the reader enjoy the different moments or let him immerse in the historical period. There should have been a more selective choice of the moments to include and exclude in this fictioned narrative.
The research the author did was sufficient. The narrative does not let the reader enjoy the different moments or let him immerse in the historical period. There should have been a more selective choice of the moments to include and exclude in this fictioned narrative.
July 12, 2021
Detailed biography of Portuguese Consul-General Aristides de Sousa Mendes who saved over 30,000 people during his tenure in WWII Bordeaux, France. Note the book is written in Portuguese but the humanitarianism of Aristides de Sousa Mendes is eternal and his sacrifice is recognized today at teh Vad Yashem memorial in Israel.
December 29, 2012
Embora tendo como formação a biologia marinha, Sónia Louro sempre teve a Literatura como a sua grande paixão, ao qual veio a aliar outro interesse: a História.
Dessas paixões nasce a intenção de escrita de romances Históricos que se materializa, até à data, em três livros: “Viritato”, “A Vida Secreta de Dom Sebastião” e este “Cônsul Desobediente” que narra a História de Aristides de Sousa Mendes.
Aristides de Sousa Mendes nasceu no dia 19 de Julho de 1885 na localidade de Cabanas de Viriato. Oriundo de uma família com laços à aristocracia, Aristides tem as oportunidades que só a classe alta, na altura, podia oferecer aos filhos e é assim que se licencia em direito na Faculdade de Direito de Coimbra.
Monárquico assumido, depressa se incompatibiliza com os vários governos pós implementação da República, no entanto esse facto, o de ser persona non grata, serve-lhe para ser tido como um homem pró-estado novo, pois era um homem muito religioso, prezava os bons costumes e os valores apregoados por esse novo sistema. E é dessa forma que Aristides se vê promovido ao ser nomeado Cônsul para embaixadas importantes e estratégicas.
E é nessas funções que em 1938 é nomeado Cônsul de 1ª Classe para Bordéus, posto ocupado quando tem início a Segunda Guerra Mundial.
Ao aperceber-se da capitulação da França e sabendo do avanço das tropas nazis, Aristides depara-se com milhares de refugiados que procuram a embaixada portuguesa no sentido de ali conseguirem um visto. Porém, adivinhando essa enchente, Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos a pessoas com certas nacionalidades e especificações. Era pura descriminação racial, facto que desobedecia à Constituição Portuguesa. Ou seja, a ordem do governo português ia contra a Constituição da República.
Aristides sabe disso e após alguns dias de dilemas morais, resolve tomar acções que o levará à sua desgraça ao mesmo tempo que o elevará, muitos anos depois, à galeria dos maiores homens da Humanidade: ali, na sua embaixada e fazendo ouvidos moucos às ordens de Salazar, ele começa a passar vistos em catadupa, salvando assim, de uma morte certa e segundo números oficiais, 30.000 pessoas (o número de vistos oficialmente passados), porém, sabe-se que o número real é superior dada a forma, diria surrealista, como centenas de vistos foram passados.
Aristides foi um homem bom. Juntou a lema: “Deus”, “Pátria” e “Família”, a palavra “Consciência”, utilizando o seu poder para salvar milhares de pessoas.
O regime nunca lhe perdoou as ordens desobedecidas. Coloca-o na “prateleira”, abandonando-o e fechando-lhe todas as portas, não só a si como também a todos os seus filhos que, sem perspectiva de vida em Portugal, são obrigados, aos poucos, a emigrar para fora do país.
Aristides morre na miséria, sem amigos, esquecido por todos (menos os seus filhos) no dia 03 de Abril de 1954 no Hospital dos Fransciscanos em Lisboa.
Curioso constatar que apenas em 1988 o país, pelo menos ao nível do Estado e após aprovado pelos deputados na Assembleia da República, reentregou o cônsul na carreira diplomática com a promoção a embaixador e só a partir desse ano, aos poucos e devido também à insistência dos filhos que sempre lutaram para restabelecer a imagem do pai, o nome de Aristides de Sousa Mendes começou a ser falado. 34 anos depois da sua morte, os portugueses começaram a perceber que a 2ª Grande Guerra produziu um herói português, um homem venerado por milhares de famílias e quem tem até espaço em alguns museus que lembram o Holocausto.
Ao contrário do que sucede em “Viriato”, único livro que havia lido de Sónia Louro, neste a autora soube documentar-se convenientemente, diria mesmo que se documentou tanto que construiu não um romance Histórico mas sim uma biografia romanceada.
Sónia Louro traça o percurso da vida de Aristides de uma forma muito biográfica, demonstrando preocupação em citar as fontes que podem ser cartas, documentos oficiais, relatórios ou entrevistas que originam a maioria das cenas. Ficção tem apenas os diálogos e muitos deles construídos segundo registos históricos.
Não quero com isso dizer que a obra é fraca ou está mal conseguida. Nada disso! Sónia Louro está de parabéns pelo excelente trabalho de pesquisa e por ter sabido explanar toda a grandeza humana de Aristides de Sousa Mendes, dando um grande contributo à sua memória e ao reconhecimento que o povo português lhe deve.
Contudo o romance tem alguns pontos fracos. Por exemplo, embora saibamos que os pais de Aristides eram gente de posses, no entanto há uma completa ausência de factos da sua infância e adolescência, assim como ficamos sem saber quem foram os pais de Aristides. Pode-se relativizar dizendo que o romance não tem esse propósito. Aceito, mas para se entender o homem, talvez a sua infância e os valores familiares tenham sido vitais.
Embora seja uma obra densa, cheia de notas e com a curiosidade de, no fim, conter as cópias da Defesa de Aristides e do relatório de Acusação. A linguagem e a estrutura literária são simples, de fácil percepção.
Uma obra que merece ser lida devagar de modo a podermos deixar Aristides de Sousa Mendes entrar na nossa vida.
Um grande português!
Dessas paixões nasce a intenção de escrita de romances Históricos que se materializa, até à data, em três livros: “Viritato”, “A Vida Secreta de Dom Sebastião” e este “Cônsul Desobediente” que narra a História de Aristides de Sousa Mendes.
Aristides de Sousa Mendes nasceu no dia 19 de Julho de 1885 na localidade de Cabanas de Viriato. Oriundo de uma família com laços à aristocracia, Aristides tem as oportunidades que só a classe alta, na altura, podia oferecer aos filhos e é assim que se licencia em direito na Faculdade de Direito de Coimbra.
Monárquico assumido, depressa se incompatibiliza com os vários governos pós implementação da República, no entanto esse facto, o de ser persona non grata, serve-lhe para ser tido como um homem pró-estado novo, pois era um homem muito religioso, prezava os bons costumes e os valores apregoados por esse novo sistema. E é dessa forma que Aristides se vê promovido ao ser nomeado Cônsul para embaixadas importantes e estratégicas.
E é nessas funções que em 1938 é nomeado Cônsul de 1ª Classe para Bordéus, posto ocupado quando tem início a Segunda Guerra Mundial.
Ao aperceber-se da capitulação da França e sabendo do avanço das tropas nazis, Aristides depara-se com milhares de refugiados que procuram a embaixada portuguesa no sentido de ali conseguirem um visto. Porém, adivinhando essa enchente, Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos a pessoas com certas nacionalidades e especificações. Era pura descriminação racial, facto que desobedecia à Constituição Portuguesa. Ou seja, a ordem do governo português ia contra a Constituição da República.
Aristides sabe disso e após alguns dias de dilemas morais, resolve tomar acções que o levará à sua desgraça ao mesmo tempo que o elevará, muitos anos depois, à galeria dos maiores homens da Humanidade: ali, na sua embaixada e fazendo ouvidos moucos às ordens de Salazar, ele começa a passar vistos em catadupa, salvando assim, de uma morte certa e segundo números oficiais, 30.000 pessoas (o número de vistos oficialmente passados), porém, sabe-se que o número real é superior dada a forma, diria surrealista, como centenas de vistos foram passados.
Aristides foi um homem bom. Juntou a lema: “Deus”, “Pátria” e “Família”, a palavra “Consciência”, utilizando o seu poder para salvar milhares de pessoas.
O regime nunca lhe perdoou as ordens desobedecidas. Coloca-o na “prateleira”, abandonando-o e fechando-lhe todas as portas, não só a si como também a todos os seus filhos que, sem perspectiva de vida em Portugal, são obrigados, aos poucos, a emigrar para fora do país.
Aristides morre na miséria, sem amigos, esquecido por todos (menos os seus filhos) no dia 03 de Abril de 1954 no Hospital dos Fransciscanos em Lisboa.
Curioso constatar que apenas em 1988 o país, pelo menos ao nível do Estado e após aprovado pelos deputados na Assembleia da República, reentregou o cônsul na carreira diplomática com a promoção a embaixador e só a partir desse ano, aos poucos e devido também à insistência dos filhos que sempre lutaram para restabelecer a imagem do pai, o nome de Aristides de Sousa Mendes começou a ser falado. 34 anos depois da sua morte, os portugueses começaram a perceber que a 2ª Grande Guerra produziu um herói português, um homem venerado por milhares de famílias e quem tem até espaço em alguns museus que lembram o Holocausto.
Ao contrário do que sucede em “Viriato”, único livro que havia lido de Sónia Louro, neste a autora soube documentar-se convenientemente, diria mesmo que se documentou tanto que construiu não um romance Histórico mas sim uma biografia romanceada.
Sónia Louro traça o percurso da vida de Aristides de uma forma muito biográfica, demonstrando preocupação em citar as fontes que podem ser cartas, documentos oficiais, relatórios ou entrevistas que originam a maioria das cenas. Ficção tem apenas os diálogos e muitos deles construídos segundo registos históricos.
Não quero com isso dizer que a obra é fraca ou está mal conseguida. Nada disso! Sónia Louro está de parabéns pelo excelente trabalho de pesquisa e por ter sabido explanar toda a grandeza humana de Aristides de Sousa Mendes, dando um grande contributo à sua memória e ao reconhecimento que o povo português lhe deve.
Contudo o romance tem alguns pontos fracos. Por exemplo, embora saibamos que os pais de Aristides eram gente de posses, no entanto há uma completa ausência de factos da sua infância e adolescência, assim como ficamos sem saber quem foram os pais de Aristides. Pode-se relativizar dizendo que o romance não tem esse propósito. Aceito, mas para se entender o homem, talvez a sua infância e os valores familiares tenham sido vitais.
Embora seja uma obra densa, cheia de notas e com a curiosidade de, no fim, conter as cópias da Defesa de Aristides e do relatório de Acusação. A linguagem e a estrutura literária são simples, de fácil percepção.
Uma obra que merece ser lida devagar de modo a podermos deixar Aristides de Sousa Mendes entrar na nossa vida.
Um grande português!
August 18, 2018
Uma excelente biografia baseada em abundante documentação, onde Salazar tem uma importante intervenção. Tardiamente foi reconhecida a importância que teve o cônsul Aristides Sousa Mendes na salvação de refugiados fugidos do nazismo. Muito bom.
December 7, 2018
Uma vida exemplar , retratada num livro de leitura fluida. Uma história de vida que nos questiona e nos desassossega . De louvar toda a recolha que foi feita , para construir este livro
October 2, 2019
Excellent and touching novel about the life of a great human being and hero who saved 30.000 lives from certain death during WW 2.
June 17, 2020
A minha opinião aqui:
https://www.instagram.com/p/CBitVY_nc...
https://www.instagram.com/p/CBitVY_nc...
August 15, 2020
Um verdadeiro herói com valores humanísticos!
March 24, 2022
A história de um homem excepcional, que apesar de tudo o que sofreu por ter agido contra as regras estabelecidas mas a favor da sua consciência, até ao fim da sua vida nunca se arrependeu.
April 15, 2022
Não escolhi o melhor timing, mas ao menos é bom saber que a política de acolhimento em Portugal mudou um bocadinho
April 24, 2023
Através da sua escrita fluida a escritora conta-nos a história de um dos maiores e melhores Portugueses da nossa história e a sua mensagem de nunca fazermos nada por que não possamos responder.
October 15, 2025
muito bem escrito, romanceado
October 2, 2015
Aristides de Sousa Mendes, o homem que foi cônsul em Bordéus durante a Segunda Guerra-Mundial e que indo contra as ordens de Salazar, passou inúmeros vistos. Mas, devo confessar, que pouco conhecia da vida deste herói português.
Foi também a minha estreia com Sónia Louro e foi uma agradável surpresa.
Este livro, é supostamente um romance, mas julgo que deverá ser encarado mais como um romance biográfico, pois a autora documenta bem a sua pesquisa com variadas notas de rodapé ao longo do livro.
Com uma escrita bastante fluída, vamos conhecendo a vida de Aristides, desde o seu nascimento até à sua morte. A autora foi intercalando os capítulos de uma forma bastante interessante e que nos "prende", não totalmente linear, mas alternando a sua evolução com o período antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Mas não pensem que é confuso, não, nada disso, cada capítulo está devidamente identificado com o período que é abrangido.
Gostei também bastante da forma como a autora foi passar de nos transmitir todo o dilema de Aristides, pois pretendia respeitar as ordens do governo, mas também queria estar de consciência tranquila e saber que fez o que podia para salvar o máximo de pessoas. Fez o que a sua consciência de bom cristão mandou, e acabou por ser posto "à margem" e culpabilizado por tal. Mesmo após o final da Guerra, quando Salazar comentou que Portugal salvou inúmeros, Aristides não foi perdoado. Aristides acabou assim marginalizado e na penúria.
É certo que podem alegar que Aristides de Sousa Mendes não era também um grande gestor das suas finanças, o que também concordo, mas tendo um família bastante numerosa e tendo ele salvado milhares de vidas, merecia muito mais reconhecimento por parte do Estado Português.
Há ainda quem diga que Aristides de Sousa Mendes salvou 30 000 pessoas, há quem diga que foi muito menos, mas o importante é que Aristides fez o máximo que conseguiu, sem se preocupar com a sua carreira e reputação.
A única coisa que não me agradou totalmente é termos algumas frases noutras línguas, nomeadamente em francês, e que não temos tradução. No entanto, não foi suficiente para diminuir, nem o meu interesse, nem a qualidade do livro.
Um livro que recomendo para quem se interessa por história e principalmente pelas figuras portuguesas que merecem destaque. E Aristides de Sousa Mendes merece todo o destaque!
Foi também a minha estreia com Sónia Louro e foi uma agradável surpresa.
Este livro, é supostamente um romance, mas julgo que deverá ser encarado mais como um romance biográfico, pois a autora documenta bem a sua pesquisa com variadas notas de rodapé ao longo do livro.
Com uma escrita bastante fluída, vamos conhecendo a vida de Aristides, desde o seu nascimento até à sua morte. A autora foi intercalando os capítulos de uma forma bastante interessante e que nos "prende", não totalmente linear, mas alternando a sua evolução com o período antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Mas não pensem que é confuso, não, nada disso, cada capítulo está devidamente identificado com o período que é abrangido.
Gostei também bastante da forma como a autora foi passar de nos transmitir todo o dilema de Aristides, pois pretendia respeitar as ordens do governo, mas também queria estar de consciência tranquila e saber que fez o que podia para salvar o máximo de pessoas. Fez o que a sua consciência de bom cristão mandou, e acabou por ser posto "à margem" e culpabilizado por tal. Mesmo após o final da Guerra, quando Salazar comentou que Portugal salvou inúmeros, Aristides não foi perdoado. Aristides acabou assim marginalizado e na penúria.
É certo que podem alegar que Aristides de Sousa Mendes não era também um grande gestor das suas finanças, o que também concordo, mas tendo um família bastante numerosa e tendo ele salvado milhares de vidas, merecia muito mais reconhecimento por parte do Estado Português.
Há ainda quem diga que Aristides de Sousa Mendes salvou 30 000 pessoas, há quem diga que foi muito menos, mas o importante é que Aristides fez o máximo que conseguiu, sem se preocupar com a sua carreira e reputação.
A única coisa que não me agradou totalmente é termos algumas frases noutras línguas, nomeadamente em francês, e que não temos tradução. No entanto, não foi suficiente para diminuir, nem o meu interesse, nem a qualidade do livro.
Um livro que recomendo para quem se interessa por história e principalmente pelas figuras portuguesas que merecem destaque. E Aristides de Sousa Mendes merece todo o destaque!
October 15, 2012
O livro é simplesmente fabuloso! A história, através de uma narrativa fluida e viciante, conta-nos a vida de Aristides de Sousa Mendes, desde o início até à formação da sua família... e tem o seu auge no momento em que este português começa a passar vistos de modo a salvar as pessoas que fugiam dos alemães nazis e que dele "dependiam". Aristides de Sousa Mendes era a sua última esperança... Neste livro é possível presenciar o dilema deste cônsul que teve que escolher entre a sua carreira e a vida de todas as pessoas que tinha nas suas mãos. Acompanhamos as dúvidas e as certezas de alguém que não queria mais do que ajudar... e que foi castigado por isso.
Sónia Louro traz-nos esta história de um simples português que se tornou um dos heróis nacionais! A autora faz-nos agarrar ao livro com as suas palavras desde a primeira página até à última! Um romance histórico recheado de muitas notas e testemunhos que confirmam a sua veracidade!
Os meus muitos parabéns à autora pela maneira como expõe esta fabulosa história de coragem e humanidade!
Recomendo vivamente!
"Quem salva uma vida, salva todo o Universo" - Talmude
Sónia Louro traz-nos esta história de um simples português que se tornou um dos heróis nacionais! A autora faz-nos agarrar ao livro com as suas palavras desde a primeira página até à última! Um romance histórico recheado de muitas notas e testemunhos que confirmam a sua veracidade!
Os meus muitos parabéns à autora pela maneira como expõe esta fabulosa história de coragem e humanidade!
Recomendo vivamente!
"Quem salva uma vida, salva todo o Universo" - Talmude
December 1, 2011
Depois da "segunda estreia" com "A Vida Secreta de Dom Sebastião" Sónia Louro resolveu viajar até ao século XX e escrever uma figura emblemática - injustamente esquecida - da política portuguesa: Aristides de Sousa Mendes.
Desta vez era o desafio era duplo. Além de ter de suplantar a obra anterior, a Sónia tinha a pressão acrescida de estar a escrever sobre alguém cujos descendentes ainda são vivos. Pelo que li e ouvi, ambos os desafios foram ultrapassados.
Quanto à história propriamente dita, percebe-se uma evolução, principalmente na forma como esta é estruturada. Este é um romance histórico-biográfico cuja narrativa não é linear. A história saltita de episódio em episódio levando o leitor a tentar adivinhar o que virá a seguir.
Desta vez era o desafio era duplo. Além de ter de suplantar a obra anterior, a Sónia tinha a pressão acrescida de estar a escrever sobre alguém cujos descendentes ainda são vivos. Pelo que li e ouvi, ambos os desafios foram ultrapassados.
Quanto à história propriamente dita, percebe-se uma evolução, principalmente na forma como esta é estruturada. Este é um romance histórico-biográfico cuja narrativa não é linear. A história saltita de episódio em episódio levando o leitor a tentar adivinhar o que virá a seguir.
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