Jump to ratings and reviews
Rate this book

Terras de Corza #1

O Décimo Terceiro Poder

Rate this book
Ne­ferlöen é uma jovem don­zela, filha adop­tiva do Rei de Le­vi­onda, que, face a um ini­migo sem rosto, vê-se su­bi­ta­mente pro­mo­vida a re­pre­sen­tante do seu tutor nas terras do sul do Reino. Sem nunca deixar a sua fa­ceta fe­mi­nina, afirma-se uma di­plo­mata num mundo de ho­mens e uma au­tên­tica guer­reira de es­pada em riste. Con­segue, com a sua pe­rícia, con­ci­liar as am­bi­ções dos vá­rios tronos das Terras de Corza e o seu des­tino será de­fi­nido pelo se­gredo da sua pa­ter­ni­dade.

482 pages, Paperback

First published January 1, 2006

67 people want to read

About the author

Madalena Santos

16 books25 followers
Mada­lena No­gueira dos Santos, na­tural da Maia, nasceu em Maio de 1987 e é li­cen­ciada na Fa­cul­dade de Di­reito da Uni­ver­si­dade do Porto, es­tando ac­tu­al­mente a ini­ciar a car­reira em Ad­vo­cacia e a tirar o Mes­trado em Em­presa e Ne­gó­cios na Fa­cul­dade de Di­reito da Uni­ver­si­dade Ca­tó­lica do Porto. E como li­vros sig­ni­ficam-​lhe muito, criou e co­or­dena hoje a Bi­bli­o­teca de No­gueira da Maia, cuja aber­tura ao pú­blico está pre­vista para os pró­ximos anos, com o apoio da Junta de Fre­guesia e muitas con­tri­bui­ções par­ti­cu­lares.
Cedo de­mons­trou um es­pe­cial gosto pela his­tória, pri­meiro re­flec­tindo as suas cri­a­ções no de­senho, até que, por volta dos 12 anos, des­co­briu o fas­cínio pela pa­lavra.
Du­rante dois anos, cons­truiu a in­triga do pri­meiro livro, que, assim que ficou com­pleto, des­cansou numa es­tante du­rante quase um ano. A se­gunda obra da mesma saga já ocu­pava as suas horas vagas, quando, por su­gestão da fa­mília, Ma­da­lena No­gueira dos Santos en­viou o pri­meiro ori­ginal às Edi­ções Gai­livro, em busca de uma opi­nião pro­fis­si­onal para cor­rigir os seus erros e evo­luir na ex­pressão es­crita. Para sua sur­presa, em três meses, a Edi­tora propôs a pu­bli­cação d’O Dé­cimo Ter­ceiro Poder, cujo lan­ça­mento foi ce­le­brado em 2006. Após dois anos e meio de tra­balho, A Coroa de Sangue surgiu como o se­gundo vo­lume da te­tra­logia e, em 2007, foi edi­tado. Em 2008, a Edi­tora juntou-​se com Grupo Leya, adi­ando o ter­ceiro lan­ça­mento para o ano se­guinte; em Junho de 2009, por fim, o livro As Tribos do Sul foi pu­bli­cado.

O quarto e úl­timo vo­lume, com o tí­tulo Os Doze Reinos, chegou às li­vra­rias em Julho de 2010, tendo en­trado di­rec­ta­mente no TOP 10 Os Mais Ven­didos Fan­tás­tico & FC da FNAC, onde se man­teve por quatro se­manas con­se­cu­tivas, para, logo a se­guir, ser imi­tado pela se­gunda obra da saga, A Coroa de Sangue.

Nas edi­ções de 2006, 2007, 2008 e 2009, foi Júri do Con­curso Li­te­rário pro­mo­vido pela Câ­mara Mu­ni­cipal da Maia, que contou com par­ti­ci­pa­ções in­ter­na­ci­o­nais em cres­cendo. Em 2009, foi Júri do I Con­curso “Novos Ta­lentos Li­te­rá­rios” or­ga­ni­zado pela Fe­de­ração Aca­dé­mica do Porto, em con­junto com o es­critor Ri­chard Zimler, e mais uma vez em 2010, em par­ceria com a Dra. Joana Matos Frias, do­cente da Fa­cul­dade de Le­tras da Uni­ver­si­dade do Porto.

Foi au­tora con­vi­dada no Fórum Fan­tás­tico, o maior evento na­ci­onal de­di­cado à li­te­ra­tura fan­tás­tica e ficção ci­en­tí­fica que se re­a­liza em Lisboa, nas edi­ções de 2006 e de 2010.

Nos pri­meiros dias de 2011, foi anun­ciado que venceu o Prémio “Autor(a) Por­tu­guês do Ano – Fan­tasia” dos My Ima­gi­na­rium Awards 2010, após o apu­ra­mento dos votos vir­tuais, en­quanto a Gai­livro ar­re­cadou todos os pri­meiros lu­gares nas ca­te­go­rias para Edi­toras.

Em Abril de 2011 re­a­lizar-​se-​á o evento “Con­versas Ima­gi­ná­rias @ Porto“, que, no fim-​de-​se­mana, reu­nirá au­tores de vá­rias artes (li­te­ra­tura, de­senho, fo­to­grafia, con­cept art, curta-​me­tra­gens, etc.) in­flu­en­ci­ados pelo Fan­tás­tico, em cuja or­ga­ni­zação se conta a Au­tora das Terras de Corza. Ma­da­lena Santos faz parte da or­ga­ni­zação, jun­ta­mente com Ro­gério Ri­beiro, Rui Bap­tista, Rui Ramos e Inês Bo­telho.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
33 (23%)
4 stars
47 (33%)
3 stars
46 (32%)
2 stars
14 (9%)
1 star
2 (1%)
Displaying 1 - 9 of 9 reviews
Profile Image for Lady Entropy.
1,224 reviews47 followers
January 9, 2012
DISCLAIMER 1: Isto vai ter muitos spoilers. Leitores, preparem-se, apesar que vou fazer o meu melhor para que sejam o mínimo possível, mas não consigo evitá-los.

DISCLAIMER 2: Só li um livro. O primeiro. Qualquer faltas de conhecimentos que eu tenha, e se considerarem as minhas apreciações "incompletas", é mesmo porque só conheço o primeiro livro. A análise dos próximos virá quando tiver acesso aos outros livros.

Um rápido recap:

As Terras de Corza são um conjunto de 12 reinos (13 no primeiro livro), fundados por um rei lendário, e cada livro da saga passa-se, envolvendo personagens e eras diferente, neste mundo de High Fantasy, sem os já tão habituais tropes de raças sobrenaturais e magia.

"O Décimo Terceiro Poder" conta-nos a história da filha adotada de um Rei, Neferlöen, que se torna numa líder bélica para o seu pai, enfrentando o sério problema que foi causado pelo nascer de um 13º reino. Este reino foi criado por Hoc, o carismático vilão do livro, que roubou as terras a um dos 12 Reis, cada um governando um dos 12 reinos originais fundados por um rei lendário. Entretanto, um grupo de misteriosos mercenários anda a causar problemas também, aparentemente mais fanáticos que um bando de mercenários deveria ser. Seguimos Nefer desde a sua infância até ao seu casamento, vendo como lida com a pressão que é controlar uma fortaleza de guerra, e enfrentar os preconceitos de quem acha que ela deveria manter-se no seu papel de mulher.

Para simplificar esta análise, vou dividir em três elementos que focarei um de cada vez: Narrativa (o que nos é contado, o fluir da história, independentemente de setting e personagens), Setting (o mundo e cultura onde o livro decorre) e, por fim, Personagens (óbvio).

Note-se que cada um destes elementos sozinho pode fazer com que adore o livro -- tenho livros que adoro pelas personagens (Stephanie Plum, Crónica dos Bons Malandros) independentemente de Narrativa e Setting; outros pelo Setting (Lord of the Rings), e outros pela incrível Narrativa. Se um livro consegue combinar dois, ou até três destes elementos estou no céu.

1 - NARRATIVA

Sempre que me lembro que a Madalena escreveu isto com 16 anos fico de boca aberta e cheia de inveja. A narrativa é muito madura para alguém tão novo, mantendo um bom pacing, com conflitos frequentes. Visto que todos dizem que o último livro é mil vezes melhor que o primeiro, devo tirar o chapéu porque deve ser algo digno de se ler. O livro tem alguns problemas mais para o terceiro acto, que acaba por ser muito grande -- o "Confronto Final" ocorre pouco depois do meio livro e é até um pouco anti-climático, deixando uma grande quantidade de livro para encher. No entanto, não tive a sensação de ser "palha", e apesar de a excitação e a energia do início quase desaparecerem, ainda se lê bem toda a secção do pós-conflito final que é mais de desenvolvimento de personagem. Francamente, preferiria que se invertesse esta ordem de tópicos, mas, como disse, não é algo que quebre o livro. A linguagem é muito madura, correcta e acessível sem ser irritantemente pedante.

Quanto a história em si, bom, é onde se sente um pouco a juventude da autora onde escreveu isto. É simples, direta, e um previsível. Os plot-twists não o são, e as minhas tentativas de prever o que ia acontecer saiam goradas porque o princípio da Occam's Razor aplicava-se SEMPRE. Nada foi surpreendente ou particularmente excitante. Simplesmente uma história sólida, seguindo os passos de inúmeras outras histórias neste género.

E isto foi das coisas que me frustrou mais neste livro. Havia rasgos de brilhantismo, momentos em que eu ficava de respiração cortada... e a resolução era chocha e tão distante do génio que eu havia vislumbrado antes que não conseguia evitar ficar frustrada.

Por exemplo, a cena que me fez dar com a cabeça no livro em frustração (SPOILER ALERT):

A Nefer viaja a um dos 12 reinos, que sofre uma crise dinástica muito à D. Afonso Henriques: o Rei morreu, a Rainha está no trono mas é mal aconselhada pelo seu amante, que quer tomar conta do reino e que está prestes a fazê-lo. O Infante não gosta nada disto, mas a mãe recusa a dar-lhe ouvidos, porque está totalmente embeiçada pelo seu amante. Nefer e o seu grupo assistem a uma batalha contra os Intrusos de Negro (os mercenários misteriosos), que corre muito mal para os bons, e obriga-os a retirar. Notam que o estratega que planeou isto devia estar com os copos ou ser o maior NOOB do reino, porque era óbvio o que iria acontecer. A Nefer adivinha que, provavelmente, isto foi obra do amante: que, em vez de aconselhar a Rainha (que não sabia nada de guerra) deixou-a cometer erros básicos para se enterrar, e destruir a sua confiança -- fazendo com que fosse buscar mais apoio e conselho ao amante.

Isto é lindo.

Infelizmente, o follow-through é patético, especialmente depois de colocar a barra tão alta. A crise monástica é resolvida, literalmente, com a Nefer a pegar na rainha (que ela mal conhecia), levá-la à parte e dizer-lhe "Minha senhora, está a confiar demasiado no seu amante, que só quer o seu trono. Devia ouvir mais o seu filho."

E a rainha dá-lhe ouvidos.

Isto é excessivamente frustrante depois de ter visto o quão bom esta história poderia ser. Resolver as coisas com uma conversa é uma saída fraca e nada credível. Adoro intriga e politiquisse, e este poderia ser o livro que me dava em português aquilo que li nos Guardiões da Noite, e em Ambar. Devido a momentos como este, não foi, e isso deixou-me triste.

A cena de abertura do livro é mole, (um jantar\encontro entre os reis dos 12) atirando-nos para cima uma listagem de pessoas e nomes de reinos, que, com a minha memória de peixinho, eu esqueci e baralhei logo. É um erro que muitos escritores iniciantes enfrentam: em vez de abrir com uma cena forte, interessante e activa, que agarre o leitor desde o início, preferem "despejar" de imediato o setting na primeira oportunidade, para depois poderem avançar para a história -- em vez de o entregar em bocados no decorrer da acção. Isto poderia funcionar se o setting em si fosse único e original... o que nos leva ao ponto 2:



2 - SETTING

Antes de começar a análise deste livro tenho que dizer que não gosto de fantasia medieval, o que é logo um problema quando quero analisar neutralmente este livro. Por outro lado, quer dizer que fantasia medieval que tenha lido voluntariamente terá sido de uma grande qualidade, e é contra esses standards que este livro se vai erguer -- o Standard das Crónicas de Ambar é aquele ao que comparo todos os livros de fantasia que leio. É um standard MUITO elevado.

Outra coisa muito importante: eu sou uma Roleplayer fanática. Isso também quer dizer que li e conheci incontáveis Settings -- e que joguei neles. É um bocado difícil explicar Roleplay para quem não joga, mas vou tentar ser rápida: RPG (ou Roleplaying Games) são uma versão avançada dos livros das Aventuras Fantásticas -- criamos a nossa personagem, o Mestre de Jogo cria uma história que se passa num mundo pré-definido nos livros do jogo. Em alguns casos, o grupo ou o Mestre de Jogo chegam mesmo a criar o seu próprio mundo, especialmente no caso de Dungeons and Dragons.

Sim, deixem-me reiterar isto: existem escritores que, em vez de se dedicarem a escrever histórias, escrevem mundos. Mundos onde pessoas depois inventam as suas personagens e histórias, sentados à volta de uma mesa, como jogo.

Estes dois pontos são, infelizmente, dois pontos contra as Terras de Corza e o seu mundo. Depois de ter experimentando mundos incrivelmente imaginativos e originais como o World of Darkness, WitchCraft, Legend of the Five Rings, 7th Sea, Armaggedon, etc., o worldbuild de Corza deixa-me com um profundo sentido de "Meh": é minúsculo e reduz-se a uma lista de personalidades, uma cronologia e pouco mais - nem a religião é muito definida, não há fortes diferenças culturais especificas, para além de uma ou outra coisas mais cosméticas (como as joias que as mulheres de um dos reinos usam na testa). Acredito para alguém que não seja uma anormalidade como eu, que o mundo seja fresco e muito original; mas, na minha opinião, é banal e genérico, e acaba por ser arquivado na pasta dos "Settings de Fantasia Medieval Chapa 4". Admito que posso estar bastante blazé, mas quando poderia pegar na história e no mundo de Corza e enfiá-lo sem alterações num monte de outros settings sem se notar ... que o mundo não é suficientemente único, e precisa de mais trabalho.

Não quero exigir um world build ao nível de Senhor dos Anéis, mas se querem bons exemplos de Settings de Fantasia Medieval com um Setting extraordinário têm a banda desenhada Artesia (que tem uma aproximação semelhante à personagem principal -- só que em vez de ser a filha adoptiva do rei como Nefer, Artesia é a terceira concubina do rei), Ravenloft do RPG Dungeons & Dragons, Ambar e, para fantasia sem magia, têm o Song of Fire and Ice.

Acredito sinceramente que a série se torna mais interessante e complexa com o avançar do tempo, mas, como disse, só posso analisar o que tenho à mão.



3 - PERSONAGENS

As personagens deste livro são bem feitas, claramente pessoas com defeitos e necessidades, e nem mesmo a protagonista se livra disso. É refrescante encontrar um livro onde não nos é enfiado pela garganta abaixo o quão FIXE é a heroína, e como ela consegue fazer tudo o que quer sem sofrer consequências. Mais que isso, odeio aquelas personagens que fazem algo que vai contra o status quo, mas como são as PP (personagens principais) podem fazê-lo sem serem descriminadas. Aqui, a heroína toma um papel invulgar, Dama de Guerra, mas não o faz facilmente, e enfrenta preconceito, nojo e até misoginia. É-lhe dito várias vezes para se deixar de brincar aos homens, e casar e ter filhos.

Até o vilão, Hoc, é interessante no seu descaramento e humor e falta de vergonha. Achei que merecia mais tempo de antena, e que a sua morte foi um bocado indigna, mas pronto. Não se pode ter tudo.

Achei que faltou também um bocado de desenvolvimento na relação entre Nefer e o pai. Acredito que se dessem MUITO bem, mas gostava de ter visto mais cenas onde a relação deles se reforçava, onde se mostrava que realmente ele tinha carinho por ela, e confiava sinceramente na filha adoptiva, ao ponto de ir contra a opinião pública e pô-la como Dama de Guerra. É picuinhice, sei, mas pronto, até gosto da personagem do Pai, e gostava de ter visto mais da interação deles.

A única coisa que me pôs à cabeçada à parede foi os rasgos de parvoeira galopante que, volta e meia, o vilão apresentava. Quanto mais esperto, perigoso e interessante é um vilão, melhor sabe a victória do herói no final -- veja-se o Gruber no Assalto ao Arranha-Céus. Quando o vilão se apresenta sendo toni, o herói perde um bocado da força. (SPOILER ALERT)

A heroína suspeita que Hoc tem algo a ver com os Intrusos de Negro (que, para além de ser um nome pouco prático, e não muito memorável, me fez imaginar que Corza tinha problemas de Ninjas do princípio ao fim do livro); convenientemente, todos os Ninj--Intrusos de Negro se tatuam com um símbolo sobre o coração (para ser mais fácil distinguir o bem do mal, suponho). Nefer decide aparecer com testemunhas de surpresa no castelo do Hoc, esperando assim conseguir apanhá-lo de calças em baixo e provar que ele está por trás dos Ninjas (que se lixe, Ninjas é mais fácil de escrever que Intrusos de Negro). Não só consegue convencer o Guarda a deixá-la entrar (outro daqueles momentos WTF?) só por pedir com muito jeitinho, mas, convenientemente, o Hoc estava a liderar um ritual dos Ninjas, que envolvia tatuar o tal símbolo nos novos convertidos.

A sério!? Nem lhe ocorre fechar a porta à chave? Ou dizer aos guardas (que assumo que saibam) que aquele ritual é secreto e NINGUÉM pode entrar? Sim, sim, eu sei que podemos argumentar que foi orgulho, mas a mim cheira-me mais a "plot convenience", e é triste porque enfraquece muito um personagem. E depois temos o WTF moment. Nefer e as testemunhas são apanhados, e como a Nefer não é burra, diz-lhe que contou com isto, e que os vão deixar partir, porque ela deixou pessoas para trás que sabem que se ela não voltar até ás X horas, a considerem como capturada, e vão de imediato avisar o rei. E logo significa que ele é culpado.

Agora, tenho que louvar a Nefer. Foi uma ideia muito boa, mas tinha uma falha séria. Vejamos:

- Se os mantém ali, o pai da Nefer é informado que a filha não voltou o que significa que ela quase de certeza descobriu que Hoc é o traidor por trás dos Ninjas.

Em teoria, o plano teria de ser "Deixá-los ir". Mas...

- Se os deixa ir, Nefer e um montes de outras testemunhas vão transmitir com TODA A CERTEZA que testemunharam com os seus olhos que Hoc é o traidor por trás dos Ninjas.

Ou seja, perdido por cem, perdido por mil. Já nem digo para que Hoc leve um exército e tentasse matar os acompanhantes antes que transmitissem as notícias. Mas a verdade é que ele poderia sempre manter Nefer e os outros como reféns, e acusá-los de trespassar nas suas terras sem licença -- não lhes fazia mal, mas poderia fazer os seus reinos correspondentes pensar melhor na hora de atacar. Serem... digamos, convidados "especiais" no seu castelo. Ou, no caso das coisas correrem mal, matá-los, porque sempre vão ser menos pessoas para o inimigo, e sempre pode mostrar o dedo do meio ao inimigo antes de bater a bota.

Quanto a heroína... bom, o caso pia fino. Eu gosto muito deste tipo de heroínas esforçadas, que lutam pelo que têm, que perdem, caem, e se voltam a levantar. Mas a minha experiência com a heroína foi feita de altos e baixos. No início, sim, personagem muito fixe, siga para bingo. Mas depois, o que demorei a perdoar-lhe durante grande parte do livro: Nefer descobre que o irmão maltrata a mulher e que lhe disse que se ela não lhe der filhos em 5 anos, ele a vai matar e arranjar uma nova. E o que Nefer faz? Nada.

Absolutamente nada.

Fica com pena, mas não faz nada. Nem tenta dizer ao pai, que aparentemente confia tanto nela que a faz Dama de Guerra, algo incrível para ser quando se é mulher. Eu sei que podemos argumentar que ela tinha 16 anos, pita, imatura, demasiado excitada por se tornar Dama de Guerra. Mas.. não me convence. Em settings medievais, ela é mulher já feita, por muito imatura que seja...

Não. Isto não caiu bem comigo. Eu aceitava que ela falhasse na sua tentativa de ajudar a cunhada, que o pai a ignorasse ou que o irmão obrigasse a mulher a dizer que a Nefer mentia. Mas esta passividade destruiu muita da empatia que tinha com a PP. Suponho que vem da minha forte crença nas palavras de Edward Burke "All that is necessary for the triumph of evil is that good men do nothing."

Ah, mas ouço dizerem, mais tarde ela redime-se! Ela fica grávida de gémeos e dá o filho à cunhada, fingindo esta uma gravidez que não existiu. Pois. Esta cena realmente viria retirar alguma da culpabilidade (ainda que não toda, porque ela não tinha sequer tentado ajudar), mas, paradoxalmente, acabou por estragar ainda mais as coisas: quando, enervada pela impaciência da cunhada em reclamar o filho e voltar a casa, Nefer lhe diz que se ela não para de a chatear, vai revogar a oferta...

... correndo com a cunhada para casa, sem o filho prometido, fazendo com que o marido possivelmente descubra a mentira (e a associação com a irmã adoptiva que ele odeia), e no limite do período do tempo que ele lhe dera para engravidar -- antes de a matar. Marido que é o REI agora, e não só o príncipe.

Senhores e senhoras, a nossa heroína. *palmas lentas*

Sim, eu sei que ela estava cheia de nervos\dores\pena por perder um filho, que só agora percebia o quão o grande era o sacrifício. Até poderia deixar passar se ela fosse atrás da cunhada pedir desculpa pela explosão. Mas não, teve que ser a cunhada a voltar e pedir desculpa.

Suponho que a minha propensão a não gostar dela me fez pintar este quadro muito negro, mas não consigo perdoar-lhe inteiramente estas ações.




END SPOILERS.


Para um tl;dr:

História: Simples, sólida, previsível.
Linguagem: Bonita e acessível.
Setting: Generalista e pouco inspirado\interessante
Personagens: Bem feitas, com defeitos e méritos, por vezes com momentos de "WTF?"

Recomendar este livro? Bom, não o posso recomendar a ninguém que jogue D&D, ou seja um Rper experiente, ou seja um grande fanático de Fantasia -- porque possivelmente vai passar o tempo todo a fazer comparações com outros livros. E francamente, este livro não o merece. Posso sim recomendar a alguém que goste de Narrativa Histórica com alguma intriga e politiquisses e se queira estrear a ler este tipo de livros, ou a quem não lê muito o género e quer experimentar algo pouco maçudo e mais orientado para personagens do que para setting.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for André.
Author 4 books75 followers
February 27, 2010
I decided to read this book not only because I know the author personally, but also because it seemed the kind of fictional historic and political novel I have become fan of.
The book follows a part of Neferlöen's life, the 15 year-old adopted daughter of the ruler of one of the so called Terras de Corza (portuguese for Lands of Corza), the king of Levionda. She comes to play a major part in the changes happening in those lands, related to the formation of a new Power (as the different states are called) and to the attacks of an organized group of mercenaries of whom all we know in the beginning is that they wear black and have a typical tattoo on their chest.
Neferlöen is a well developed character, I found myself capable of befriending her halfway through the book and considering how her problems might be solved or guessing what she would do now and then. The geopolitical context is also very interesting, created from scratch, middle-age like, where nobles fight for power and catapults are state of the art. A striking difference with our middle-age is that women's rights in some of the Powers are already somewhat understood and respected.
My main issue with the book was the writing. Madalena Santos was 15 years old when she wrote O Décimo Terceiro Poder, and it shows on the grammatical formality of her writing, mainly during the first half of the book, where sometimes I felt I was reading a text composed for a Portuguese examination. By the end of the book this is fairly less notorious and does leave me interested in her later books.
O Décimo Terceiro Poder is a quick read, but, nonetheless, the story, characters and political emphasis were enticing. I believe the book exists only in Portuguese, and so I recommend this for Portuguese speaking readers that enjoy fiction/fantasy and politics.
Profile Image for Sofia.
Author 4 books136 followers
January 6, 2011
Posted on my book blog.

I decided to read this book not only because the author is a dear friend of mine, but also because this series has been causing quite a buzz among the younger readers in my country. So far, this book is only available in Portuguese.

Ne­ferlöen is the teenage adoptive daughter of the King of Levionda, one of the twelve (bordering on thirteen) kingdoms that make up the Lands of Corza. The book follows her life as she challenges her place in society and, through a series of special events, ascends to a post of power usually only reserved to men. This is not without its difficulties, however, since she is still very young and must fight against prejudice and those who are jealous of her considerable gifts. Her country is involved in a bloody war against a mysterious opponent, and she swears to dedicate her life to ending the conflict.

The characters were easily the strongest point in this novel. Even when they were acting in ways that would be unthinkable, they made sense within the stories' parameters and society. The plot was also good, albeit a bit predictable at times. However, this book was written when Madalena was fifteen years-old, and it shows. Even if she demonstrated, even at that age, a good ability to weave a plot and develop characters and settings, her writing betrays her young age. It gets better as the story progresses, which makes me think the other books in the series will probably be better, though. Still, it made getting into the story a bit difficult, at first.

Also, I have to mention one thing that has nothing to do with book per se: the blurb in the back cover is terrible (at least on the edition I read). It actually says how the book will end! Why someone would do this is beyond me.

This is still a great book and I enjoyed reading it. I don't exactly agree with the fact that everyone classifies this as Fantasy, since there aren't any elements usually associated with it - it's more like Historical Fiction, set in a different world. I recommend it to people who are usually afraid of reading Portuguese books from young authors. :)
Profile Image for Ricardo Loureiro.
Author 12 books2 followers
August 3, 2012
Uma admirável e inesperada surpresa foi o que tive com este maravilhoso romance. Pensando na idade da autora aquando o escreveu é estarrecedor observar deleitadamente a segurança com que concebeu a estrutura complexa do romance, numa escrita suave e serena com surpresas q.b. condimentadas por um certo tom a lembrar os romances de cavalaria de antanho. Aqui e ali penso ter notado influências duma organização feudal pós-Roma clássica que, no meu caso, me despertou ainda mais o interesse por este universo ficcionado. Embora várias vezes integrado na categoria de fantástico, nesta obra não espere o leitor encontrar feiticeiros, dragões, orcs, goblins ou outros seres míticos. Apenas e de longe são mencionados elfos, assim como no nosso quotidiano poderemos mencionar fadas ou bruxas. É no entanto um romance sobre um mundo totalmente imaginado, complexo, pleno de aventura e intrigas de Corte onde a inocência da jovem protagonista é duramente posta à prova. Uma das melhores estreias de autores nacionais que tive o prazer de ler nas últimas décadas. Altamente recomendado.
Profile Image for Ana.
Author 21 books104 followers
October 24, 2010
Podem ler a opinião completa AQUI.

This was a good read, and the only reason it took me so long to finish it was the size of the book, which made it an impossible task to take it with me outside (I barely have time to read at home).

There was a lot of character development, a well thought-out plot and a story that was tied up in the best possible way.
It wasn't very predictable, which was good, and all the characters were well presented and interesting.
Profile Image for Katie Pereira.
13 reviews
December 29, 2021
A really good saga. The story was imensly captivating and impressing. The writer really knows how to give life to the characters and knows how to make us keep reading non-stop. All details were taken into consideration, making the story full from the begining till the end, without having loose ends. It shows the life of a young girl that soon learnt about war, death, and diplomacy, with the sole purpose to defeat the one biggest enemy and receive peace among all 13 Corza powers.

Undoubtetly one of the best books I've ever read.
Profile Image for Laura Pedro.
3 reviews
December 20, 2014
I liked the book but I thought it was missing something, I just thought the love story was too fast and badly told, but the actual story of her bravery and how mature she was for her age, and the mistery behind her birth, was amazing!
Profile Image for Sofia Garrod.
153 reviews3 followers
May 11, 2022
I absolutly love this book. One of my favorites of all time! ❤️
Displaying 1 - 9 of 9 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.