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Ânsia Eterna

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Em Ânsia Eterna o leitor tem a oportunidade de conhecer o talento de Julia Lopes de Almeida através de textos fortes e contundentes. Contos inusitados, por vezes melancólicos, tristes ou insanos demonstram toda a versatilidade desta autora que foi injustamente esquecida, mas agora volta a ter suas obras publicadas.
Baseada na publicação de 1903, a edição da Janela Amarela Editora traz notas para termos e palavras fora de uso, para tornar a leitura mais fluida e agradável.

211 pages, Kindle Edition

First published January 1, 1903

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86 people want to read

About the author

Júlia Lopes de Almeida

91 books41 followers
The first Brazilian woman to lead what can legitimately be called a career as an author, Júlia Valentina de Silveira Lopes de Almeida was a novelist and playwright, an advocate for women's education and other progressive social reform, and an all-around intellectual. Though she was immensely popular in the late 19th and early 20th Century, her works were forgotten soon after her death, largely due to the country's literary trajectory toward modernism. Recently, however, scholars and readers have begun to unearth and rediscover the pleasures and technical merits of the vast and diverse body of literature she left behind.

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Community Reviews

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4 (3%)
1 star
2 (1%)
Displaying 1 - 17 of 17 reviews
Profile Image for gia.
16 reviews
July 15, 2021
Brilhante. Absolutamente brilhante. Positivamente poético em sua barbaridade. Positivamente bárbaro, absolutamente poético; brilhante.
Profile Image for Rolando S. Medeiros.
143 reviews7 followers
trechos-contos-ensaios
January 6, 2023
A Alma das Flores — Conto — 3.5*
O Fantástico Feminino em 1890


Minha primeira leitura do ano foi um conto doce, sinestésico e reconfortante.

A Alma das Flores é um diminuto conto fantástico de 1890 (!), que — sabemos não ser característica atual do gênero — é estilisticamente muito bonito, com uma linguagem fluída e delicada, em uma forma que faz sobressair um episódio “simples mas insólito” sem precisar optar por saídas apelativas.

É relatado aqui, em primeira pessoa, o episódio de um homem que tem sua realidade solapada por um plano místico, mitológico, quando de visita ao jardim de um amigo, passa a ver imagens estranhas, flores transfigurando-se em “ninfas”, alvas, que beiram laguinhos, habitam as partes mais perfumadas do jardim, tocam liras e harpas, e trocam carícias e beijos entre si e com os visitantes, alheio-as; cravos, que se transmutam na imagem de soldados; e em outro ponto do jardim, vê até um desfile de camponeses; esconde tudo do amigo por medo de loucura, mas religiosamente volta para observar essa procissão, e quando desaparecem, as procura, aflito.

A autora não deixa entrever literalmente, mas podemos inferir: as visitas a esse jardim, antes tediosas para o protagonista — para nós, deliciosas, já que as vemos sob a ótica e estilo da Júlia — tornam-se estranhamente atrativas, e a partir daí se produz um duplo magnetismo (no narrador e no leitor), produzidos por essas mulheres que saem das flores — e em outro momento sobem aos céus, suas lágrimas caindo como sereno.

  O Sales nunca oferecia as flores do seu jardim; era zeloso em excesso, e pôs-se a contar-me a razão disso. Entretanto, eu via através de umas névoas uns vultos indistintos, tocando em liras e em harpas de prata. Era um quadro vago, branco, nublado, aéreo. 
Saí e jurei nunca mais voltar à casa do meu amigo, para não correr o risco de ficar doido

São poucas páginas, e falar muito estragaria a surpresa, mas vale a pena ressaltar a sensibilidade e delicadeza da maneira como é composto o conto, com suas bonitas e sinestésicas descrições.

Espere menos por temas universais e mistérios intricados, e mais por uma delicadeza natural, um outro tipo de afeto, uma outra percepção da natureza vista sobre o prisma literário; sabemos que flores exprimem sentimentos, comoções, tristeza… há flores de presente, de jardim, de velório... e é meio que essa "forma" que o conto tenta exprimir, e na minha opinião, o faz muito bem.

A partir de agora, quando me perguntarem qual a minha leitura "comfy", de relaxamento, acho que tenho minha resposta; e isso de maneira nenhuma o faz um conto menor.

   Já então umas mãozinhas curtas e gordas afastavam a folhagem, e eu vi a cara redonda e graciosa de uma moça surgir detrás da verdura, olhar para a direita e para a esquerda, estender o pescoço roliço, mostrar o busto coberto por uma camisa de linho e um colete de veludo negro, de aldeã. Logo depois veio de fora um camponês, vestuário galante, rapaz altivo e alegre; e ela, debruçando-se na folhagem, como quem se debruça à janela, sorriu, mostrando as covinhas das faces, e os seus lábios encontraram-se com os do campônio, num longo beijo de amor. 
Profile Image for jess.
153 reviews16 followers
August 23, 2020
Adorei os contos, eles são tão delicados, tristes e melancólicos, alguns bem perturbadores! Enfim tem uma vibe que eu gosto bastante, não sei como um livro cheio de contos como esses não é mais conhecido, é uma obra muito bonita, muito tocante da literatura nacional.
Profile Image for Isis.
55 reviews
September 23, 2023
Júlia Lopes poderia ter escrito noite na taverna, mas Álvares de Azevedo nunca escreveria ânsia enterna
Profile Image for Klissia.
854 reviews12 followers
Read
September 17, 2024
No dicionário, o termo gotico pode significar ou "evoca ambientes ou assuntos mórbidos, lúgubres, sombrios ou tristes". Esse livro é definido assim por alguns leitores ,o que concordo,Julia de Almeida teria consciência disto? Não diria que é uma escritora feminista, mas uma mulher do seu tempo que teve o talento e a ocasião de ter a escrita e o papel ,suas memórias e experiências, vertidas em histórias. Um panorama de uma sociedade até então dominada por "escritores".

Nestes contos ,há diversas camadas de opressão, violência e psicologia feminina, pintadas como "entretenimento ",um viés realismo/fantástico para os leitores da época.Isto me fez curiosa dos motivos desta coletânea e sobre a própria Julia de Almeida.

Se lesse este livro em 1903 ,ficaria com a alma e o coração revirado, como mulher. Uma obra
quase esquecida...
Profile Image for Debora.
587 reviews2 followers
March 18, 2025
O livro traz 30 contos com diversas temáticas. Cheguei até esta obra através do conto "Os porcos".

Meus favoritos foram: O caso de Ruth, Os porcos, Sob as estrelas, A caolha, A morte da velha e A neurose da cor.

Os contos são rápidos de ler, porém eles não são rasos. Muitos personagens me deixaram de queixo caído, em especial o doutor Seabra do conto In extremis, por sua frieza.

A maioria dos contos possui um alto poder de chocar o leitor, beirando o terror psicológico e trazendo situações cotidianas/ históricas bizarras e até possíveis de acontecerem. As histórias não tem finais felizes e muitas tem um desfecho imprevisível.

A autora foi maravilhosa. Apesar da época em que foram escritos, a linguagem utilizada é acessível e simples, sem muitos floreios, diferente do que acontece nas histórias de muitos autores clássicos da nossa literatura. Ela também me fez sentir muito sua capacidade de prender o leitor e encantar com histórias simples.

Os pontos negativos: não gostei de alguns contos, mas foram a minoria. Os grandes pontos fracos foram a formatação apertada e a letra pequena utilizada nesta edição. Também acho que a capa não faz jus a preciosidade dos textos da Júlia.

Uma dica sobre o ritmo de leitura: apesar de o livro e dos contos serem curtos, não recomendo a leitura de uma vez só, pois a grande maioria dos textos traz assuntos densos, que demandam certo tempo para processar.

Com certeza, futuramente, vou ler outras obras desta autora!
Profile Image for Bruno Assaz.
87 reviews4 followers
February 17, 2024
Antes de lê-lo desconhecia tanto o livro quanto a autora, e alegro-me por ter feito essa leitura leve e rápida. As três dezenas de contos que compõem a obra são, na sua maioria, cobertos de tristeza, em variados graus de intensidade. Não são contos particularmente inventivos, mas excelentes retratos de uma época, aquela do Brasil pós-abolição da escravatura e da transição do império para a república, e de uma fatia da população brasileira, aquela que bebia champagne francês e falava francês no início do século passado.
Profile Image for Ana.
160 reviews14 followers
January 4, 2024
Quantas histórias tristes. E o mais triste é que não são assim tão fantásticas. O tempo todo eu li pensando em como as pessoas são horríveis umas com as outras, e a crueldade particular reservada às mulheres. "Os Porcos" e "As Rosas" foram os contos que mais me impressionaram e entristeceram. É um belo livro, uma coletânea marcante. Mas eu não sei se aprecio toda essa experiência da tristeza.
Profile Image for Ana Paula.
100 reviews2 followers
April 3, 2023
Gostei mais de Júlia Lopes de Almeida como contista do que romancista. Todos os contos aqui tem uma espécie de agonia e as histórias são muito boas.
43 reviews1 follower
April 9, 2023
É brilhante! Os contos surpreendem, encantam e são envolventes.
Displaying 1 - 17 of 17 reviews

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