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O púcaro búlgaro

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No Verão de 1958, durante uma visita ao Museu Histórico de Filadélfia, Hilário, narrador-personagem desta história, é confrontado com a existência de um púcaro búlgaro, apesar de todas as dúvidas sobre a existência da própria Bulgária. Para superar essas dúvidas, comprometeu-se a partir de então com a descoberta do país - e com a escrita deste Diário -, reunindo um peculiar grupo de expedicionários, composto inclusivamente por um Expedito.

O último romance de Campos de Carvalho, autor que chega finalmente a Portugal, é, como toda a sua obra, uma celebração do caos da existência, dos absurdos da realidade e das hilariantes inconsistências do dia-a-dia. Afinal, toda a gente anda em busca de alguma Bulgária perdida.

«Do que se passou e sobretudo do que não se passou nessa expedição já famosa é o relato que se vai ler em seguida, o mais pormenorizado e o mais honesto possível, embora tenha sido reduzido ao mínimo para que pudesse caber num só volume e mesmo num só século - o que afinal se conseguiu.»

140 pages, Hardcover

First published January 1, 1964

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144 people want to read

About the author

Campos de Carvalho

12 books19 followers
Walter Campos de Carvalho (Uberaba, 1º de novembro de 1916 — São Paulo, 10 de abril de 1998), foi um escritor cujos trabalhos são singulares na literatura brasileira. Em 1938 formou-se em direito, tendo se aposentado como procurador do estado de São Paulo, onde viveu em companhia da esposa Lygia Rosa de Carvalho.

Sua vida sempre esteve ligada à literatura, tendo publicado inicialmente Banda forra (ensaios humorísticos), em 1941, e Tribo (romance), em 1954. Mais tarde, escreveu os romances A Lua vem da Ásia (1956), Vaca de Nariz Sutil (1961), A Chuva Imóvel (1963) e O Púcaro Búlgaro (1964), hoje considerados verdadeiros marcos da literatura brasileira. A Lua vem da Ásia e A Chuva Imóvel chegaram a ser traduzidos para o francês.

Campos de Carvalho, como ficou conhecido no meio literário, também colaborou com O Pasquim e trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, no período de 1968 a 1978.

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4 (2%)
Displaying 1 - 17 of 17 reviews
Profile Image for Aline.
35 reviews5 followers
July 5, 2022
Humor anárquico, humor nonsense, humor que porra é essa. Este é o diário de um senhorzinho que meteu na cabeça que não só existe uma Bulgária como também fabrica púcaros e deve ser encontrada. Ele organiza uma expedição. O diário narra os preparativos.
Profile Image for Rita.
111 reviews7 followers
February 18, 2023
"O que antes era a consciência, o anjo da guarda de cada um, hoje se chama o TRANSÍSTOR: coisas da era nuclear ou electrônica. Você deixa que os outros pensem por você e decidam sobre o que você deve fazer, e como os outros, por sua vez, estão deixando que alguém pense ou decida por eles, acaba ninguém pensando nem decidindo coisa nenhuma, o que é justamente o que o governo quer que aconteça. "

Humor totalmente nonsense, de que de vez em quando saiem reflexões super acertadas. Leitura mais que prazeirosa, não acrescentando mais que algumas gargalhadas, e, no entanto, isso já é tanto. Mais um escritor brasileiro conhecido à boleia do clube, e que interessante tem sido esta imersão pela literatura brasileira.
844 reviews
January 7, 2023
É um livro que não se consegue classificar, e muito divertido, de um autor que eu desconhecia completamente. Mais uma vez, obrigada Tinta-da-China, eu sozinha não chegava a esta pérola.
O narrador, um amante dos paradoxos e das mulheres, embarca em busca da Bulgária, país que julga ser irreal. Parte sim em busca de si mesmo, sem nunca sair da sua casa e com um grupo de companheiros tão sem sentido como ele. Fez-me lembrar Machado de Assis e a sua ironia sagaz, assim como «Margarita e o Mestre», de Mikhail Bulgakov.

«Se os Estados Unidos existem, disse ele, porque não há de existir a Bulgária?» P.111.
Profile Image for Vasco Barroso.
20 reviews
April 9, 2025
Da Bulgária ainda não sei nada, muito menos de púcaros búlgaros!

O livro é fenomenal. Hilariante do princípio ao fim. Cada página é um campo minado de palavras e de contra-palavras.
Profile Image for Conrado.
53 reviews2 followers
March 18, 2022
Quando lhes disse que não gosto de literatura brasileira, e especialmente de literatura brasileira moderna, me recomendaram isso.

Claramente, estavam preocupados em sedimentar a minha convicção.
Profile Image for Iolita Kovatchki.
11 reviews
June 4, 2023
“A continuar assim ainda acabaremos empreendendo uma expedição para descobrir a nós mesmos - fiz eu ver a Radamés, que não se deu por achado e continuou comendo tranquilamente o seu quarto desjejum. Nem adiantaria, acrescentei, querermos descobrir coisíssima alguma sem antes termos a absoluta certeza de que existimos.”
Profile Image for Victor.
80 reviews
Read
September 1, 2025
“— Está aí fora um sujeito que diz que não existe.”
“— Mande entrar assim mesmo.”

Uma das boas coisas que me passou esse ano foi tomar conhecimento da obra do Campos de Carvalho. Entre o ontológico e o escatológico, O Púcaro Búlgaro é afiadíssimo. Tão lúcido quanto permite o devaneio e o nonsense de seus lapsos. Dentro e fora do tempo. “Nem adiantaria, acrescentei, querermos descobrir coisíssima alguma sem antes termos a absoluta certeza de que existimos”. Profundamente bobo. Quase poderia ser Descartes.

O espanto do narrador face à (suposta) existência da Bulgária é um pouco o espanto urgente face à existência do governo, do transistor, da Suma Teológica de Sto. Tomás de Aquino, dos corpos afastados na dança moderna, das consequências da bomba atômica, etc., etc. Espanto face ao próprio existir. E o texto é sobre isso mas também não é. Porque aqui toda filosofia barata vira chiste. Coleção de piadas com variado grau de sofisticação. Sei lá. Meio inclassificável. Axiomaticamente às margens da lógica.

Enfim, é (se existir) um livro engraçado.

“Mesmo que ficasse um dia definitivamente demonstrada a inexistência da Bulgária, ou das Bulgárias, ainda assim continuariam a existir búlgaros — do mesmo modo como existem lunáticos que nunca foram e jamais irão à Lua.”
Profile Image for Francisco.
561 reviews18 followers
December 31, 2022
A satirical, humorous and pretty surrealistic novel by Brazilian author Campos de Carvalho, this is one of those books that is kind of hard to pin down and the way in which you experience it will surely vary from reader to reader.

From my perspective and for my sense of humor the book started off not really working, but the further I got into the story and understood what Carvalho was doing here, the more it started getting its hooks in me and by the end I thoroughly enjoyed it. It's a slow burn.

Plotwise there isn't much to tell, while visiting a museum our protagonist sees a Bulgarian Jug and decides to mount an expedition to discover Bulgaria. The whole novel is about making an expeditionary team and getting ready to go on that expedition. Nothing goes as expected, of course, but saying more than that would be spoiling.
Profile Image for badan.
4 reviews
October 13, 2024
de primeira, não entendi nada. depois de ler uma tese e um artigo, continuo não entendendo 100%, mas também não era pra entender. amei! primeira experiência com um romance surrealista. parabéns pela obra sr. carvalho.
Profile Image for Mário Gago.
27 reviews2 followers
April 28, 2025
O livro conta e não conta uma boa história. Se contar, talvez seja a constante perseguição da próxima piada, que dita, pauta, rege, comanda, conduz, lidera, guia, orienta, encaminha a narrativa. Se havia dúvidas que o mais importante é o caminho e não o destino, aqui fica tudo esclarecido.
Profile Image for Patrícia Costa.
7 reviews1 follower
April 5, 2023
Hilarious!!! An absolute delight of humor and nonsense!!! Loved it. I could read this book in a loop forever!!!
Profile Image for Pedro Schulz.
93 reviews
September 15, 2024
Uma jornada do anti herói através da linguagem e a procura de tudo aquilo que não podemos nomear, ou, às vezes, podemos
Profile Image for António.
204 reviews3 followers
September 24, 2023
Usando o pretexto de uma suposta inexistência da Bulgária e a pretensão de a procurar, Campos de Carvalho desenvolve uma série de diálogos e encontros em que a exploração da linguagem por meio de trocadilhos e jogos de palavras, cheios de inventividade e diversão, lhe permitem despejar um humor 'nonsense' rico e muito entretido. Subjacente está sempre o projecto de que a linguagem não tem verdadeiramente de veicular intenções ou conteúdos que permaneçam, tal como o humor não tem, e talvez nem deva, transmitir mensagens sérias ou críticas construtivas. Que uma coisa sirva para dizer a outra é apenas uma interpretação possível de um livro que, triunfando no humor, abrindo-se na indefinição, e musicando no palavreado e no ritmo, dificilmente deixará de recompensar quem decida abri-lo.
Profile Image for Adriano Koehler.
210 reviews2 followers
March 28, 2016
A apreciação do livro passa necessariamente pelo abandono da lógica narrativa tradicional, no sentido de haver um fio condutor da narrativa que parte de um lugar e deseja chegar a outro. Carvalho não quer esclarecer, mas confundir. A sua história de uma possível expedição que partirá (ou não) em busca de uma Bulgária que pode existir (ou não) não é bem uma história, mas uma viagem mental sobre a impossibilidade de se fazer qualquer coisa, em minha opinião. Se essa fora a chave da leitura, é um livro bacana. Se não for, nem abra, não vai dar certo.
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