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O Barão

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O texto da obra é composto pela narração da viagem de um inspector escolar a uma zona remota da província, onde irá encontrar, na noite da chegada, a figura de um aristocrata excêntrico e decadente, o "Barão", que pouco a pouco se vai tornando enigmático, exercendo um fascínio cada vez maior sobre o narrador e adquirindo um estatuto mítico, quer pelo modo como domina o seu estranho microcosmos, quer pela magia dessa noite quase irreal em que ambos irão depor uma rosa no "castelo da Bela-Adormecida".

77 pages, Paperback

First published January 1, 1943

3 people are currently reading
149 people want to read

About the author

Branquinho da Fonseca

30 books7 followers
António José Branquinho da Fonseca (Mortágua, 04.05.1905 – Cascais, 07.05.1974). Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra (1930), foi conservador do registo civil em Marvão e na Nazaré, conservador do Museu - Biblioteca de Cascais e Director dos serviços das bibliotecas itinerantes da Fundação Gulbenkian. Em Coimbra fundou a revista literária Tríptico e foi co-fundador da Presença, que dirigiu até 1930, e da revista Sinal. Publicou poemas, contos (em que foi mestre), novelas, romances e peças de teatro. Ficcionista escreveu Zonas (1931), Caminhos Magnéticos (1938, contos), Porta de Minerva (1947, romance), O Barão (1943, novela), Rio Turvo (1945, contos), Mar Santo (1952, novela), Bandeira Preta (1956, contos) e No Rasto do Corsário (1962). Poeta, deu a lume Poemas (1926) e Mar Coalhado (1932). A sua obra teatral, iniciada em 1928, com Posição de Guerra encontra-se reunida no volume Teatro (1973). Foi condecorado pela Presidência da República, a título póstumo, com o Grande-Oficialato da Ordem da Sant’Iago da Espada, em 1981

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38 (16%)
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75 (32%)
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31 (13%)
1 star
7 (3%)
Displaying 1 - 27 of 27 reviews
Profile Image for Maria João Fernandes.
370 reviews41 followers
July 19, 2014
"O Barão" é uma história sobre um homem excêntrico, isolado, que acolhe um visitante na sua casa. Demasiado cheio de sim, detentor da verdade, obriga o convidado a ouvir as suas divagações, experiências e sentimentos. Apesar de contrariado, o convidado ouve as reflexões e, à medida que o tempo passa e o àlcool faz efeito, deixa de se sentir aborrecido e passa a fazer parte do momento, que reflecte várias emoções. Apesar do mistério do conto, não senti cumplicidade com as personagens. Da mesma forma, os contos "Mãos Frias" e "Involuntário", que tratam do tema da morte e da dor, senti uma indiferença crescente. Levei a leitura até ao final pela sua brevidade e pelo prazer da fluidez e sobriedade da narrativa, que nos prende até nos desiludir pelo enredo. Sem enredo, as palavras também perdem a força.
Profile Image for Fellipe Moscardini.
159 reviews
September 1, 2015
Um mergulho nas profundezas da embriaguez de um personagem (um duplo, talvez?) inexplicavelmente bizarro. Moderno, estranho, onírico... Bem difícil de dizer se gostei ou não, mas o tipo de literatura que deixa uma marca bem profunda.
Profile Image for Lukáš Palán.
Author 10 books234 followers
June 7, 2015
Když někdo prcá latino holky, je napůl hispánec, když má technicky část svýho těla uvnitř latiny? Nicméně, pod vlivem fašítas a Enrique Iglesijase jsem opět šáhl po hispaňolácký knížce, což se tentokrát ukázalo jako výtečná volba, protože Baron se četl jako po másle. Příběh docela o ničem (školní inspektor přijede do městečka, ujme se ho Baron a stráví spolu noc, kdy si povídají o čmafítas), ale musím ocenit, že se postavy vlastně hned z kraje zlejou jako dogy. Když tak nad tím tak přemýšlím, po osekání všech lyrických pasáží mi z toho vychází takový tradiční popis večera, kdy jsme já a Pečivo běhali na šutry po Praze a hledali krásné ženy, abychom jim předali trochu lásky a 1800 Kč.
Profile Image for Maria Francisca.
20 reviews
December 13, 2024
Gostei, leu-se bem, mas não mais que isso.
Gostei muito da maiúscula para se referir à pessoa amada.
Se não fosse isso, era quase uma perda de tempo.
O escritor é medíocre, normal, e a história quase uma seca.
Profile Image for Gabalis.
29 reviews
January 11, 2022
Fantástico embuçado pelo ladrar de uns cães

Escrito pelo mortaguense Branquinho da Fonseca e publicado pela primeira vez em 1952, O Barão é considerado por um bom número de estudiosos da literatura como um clássico da novelística em língua portuguesa. Como é possível ler a coisa toda numa sentada, que, aliás, de tão breve é por alguns considerado conto e não novela, resolvi passá-la na frente de tudo, e na mesma tarde comecei e terminei o texto.

O Barão é uma confluência muito curiosa entre o gótico e o bizarro, trazidos à tona pela voz narrativa de um aprazível e solitário inspetor escolar, obrigado a viajar à trabalho, (mas ele não gosta, não gosta mesmo de viajar) sua vida tem um caráter inconstante e servil. Tudo o que ele gostaria é de acordar sempre no mesmo quarto, abraçar a monotonia da imobilidade enquanto fuma um cigarro. Numa destas inspeções ele acaba viajando para uma vila apagada, que sequer tem uma pousada decente onde ele possa ficar. Por acaso um homem ilustre do local, um barão, o convida para passar a noite em seu casarão, construído sobre um solar.

A novela tem um desenvolvimento crescente muito cativante. Pouco a pouco vamos conhecendo esse barão. Ele parecerá incomum num primeiro momento: “uma figura que intimava, com pouco mais de quarenta anos, tinha um aspecto brutal, os gestos lentos, como se tudo parasse à sua volta”. Durante a janta que não vem nunca, ele começa a revelar ser um indivíduo realmente curioso: "Era um senhor medieval, vivendo à sua época, completamente inadaptado, como um animal de outro clima”, e adiante, quanto mais avança a noite, avança mais o barão em sua natureza extraordinária, e tudo a sua volta acompanha aquele caráter anormal, ao ponto da sua própria humanidade tornar-se suspeita.

Durante um passeio noturno, o inspetor e o barão falam sobre amores perdidos enquanto o fantástico acontece contidamente, embuçado pelo ladrar de cães, o colher de flores, gente que não se vê do outro lado do muro do castelo, e uma estrada branca que parece conectar alguns mundos estranhos, e que não se pode atravessar facilmente, a não ser que você esteja montado no burro de um moleiro.

Gostei muito da novela e gostei muito de como a escreveu Branquinho da Fonseca. Gostei tanto quanto gostei da Metamorfose do Kafka. Com certeza pretendo ler outros contos que ele assina. O único problema é a dificuldade de achar suas obras, particularmente se você não estiver disposto a importar livros.
Profile Image for Raul.
63 reviews
January 28, 2025
This book includes the novella The Baron and two short stories: Cold Hands (Mãos Frias) and O Involuntário. I would like to skip the short stories because, honestly, they meant little to me.
However, "The Baron" is one of the most cinematic novellas I have read. If it were a film, I would have cast Ralph Fiennes (a mixture of his character in "In Bruges" with his character in the Harry Potter saga - a drunk and rude Voldemort, that is), or Lazar Ristovski as the baron, and John Turturro as the school inspector. For me, the novella reflected an expressionist and inebriated take on an alienated upper class that only sees passion and fortune by leaning on a surrealistic and mystical reality. It tells the story of a teacher inspector who hates being away from home and ironically has a job which takes him everywhere in Portugal. He ends up in a recondite village (since the narrator is from Lisbon, I'm assuming the village is up north) and is received by a Baron who lives in an old palace and is used to take a hedonistic life, surrounded by servants who reply to commands of all natures - from serving dinner to playing music all night. At first, both characters clash, but soon, they find common ground in drinking and sharing life stories, which mostly revolve around past love. The story goes beyond an encounter of two men who get drunk. The story serves as a leitmotif to analyse human nature - platonic lover/women exploitation, drunk/sober, day/night, reality/occultism.

One day, I'll make a film adaptation of this.
143 reviews3 followers
February 1, 2018
A história é de uma extrema simplicidade em termos de personagens e de tempo. Decorre praticamente numa noite e envolve sobretudo duas personagens, o Barão e um inspetor de escolas que, ali chegado, é convidado a pernoitar em casa do Barão.
O Barão, que alguns comparam ao Drácula, outros a um senhor feudal, é uma daquelas personagens excêntricas, autoritária e ao mesmo tempo atraente, que arrasta o inspetor durante essa noite. Uma espécie de buraco negro, uma espiral de onde o pacato e burocrático inspetor não consegue escapar.
Há pessoas assim, que podem surgir nas nossas vidas sem mais nem menos, que nos atraem pela loucura que carregam mas que, simultaneamente, nos repelem pelo medo de as seguir. De nos tornarmos como eles. Uma espécie de tornado do qual nos pode ser difícil escapar. O Barão é uma destas pessoas e o livro é o encontro entre estas duas personagens tão distintas e a inevitável submissão do inspetor ao Barão. As personalidades das duas personagens são extremadas na sua apresentação e no seu comportamento, terminando por haver cumplicidade entre ambos quando os dois estão bêbedos.
O livro permite várias leituras, sobretudo tendo presente a época que se vivia então em Portugal.
http://leiturasemclube.blogspot.pt/
Profile Image for Anderson Brum.
78 reviews
September 3, 2021
Li apenas em um dia!

O Barão é uma daquelas narrativas que te prende até o fim. Li por causa de uma disciplina da faculdade, e estou bastante feliz que essa obra tenha sido escolhida.

O Barão é uma narrativa que atravessa a fronteira do fantasmagórico e do "desconhecido" em diversos momentos trazendo a aristocracia portuguesa decadente (O próprio Barão) e a sociedade da época (representada pelo Inspetor, o narrador em primeira pessoa da obra).

Recomendo para quem quiser ler mais sobre o passado da literatura portuguesa. É bem sólida do início ao fim e acredito que se assemelha demais a um conto longo (porém, é uma novela). 3/5.
Profile Image for Tatiana Valada.
87 reviews
February 19, 2019
Depois de ler a sinopse estava preparada para uma história centrado apenas no "famoso" Barão e acabei por me deparar com mais dois pequenos contos neste livro que, por si só, já é tão pequeno. Foi uma leitura agradável e de entre os três contos, que não estão de forma alguma conectados, de facto "O Barão" é a personagem mais interessante e chamativa de todas pela sua maneira espontânea de ser. "As mãos frias" tem algum suspense mas termina de uma forma um pouco abrupta (como se não tivesse sido terminado). Já "O involuntário" foi para mim o pior, com pouco nexo em certas partes.
Profile Image for Jaime Monteiro.
2 reviews2 followers
September 7, 2021
Uma história vertiginosa que arrasta o leitor para um conjunto de situações cada vez mais bizarras conseguindo não soar nada forçado. Nada verdade é fácil identificarmo-nos com a forma como o inspetor vai ficando cada vez mais disposto a participar nos devaneios do Barão consoante vai ficando cada vez mais embriagado.
Em poucas páginas consegue dar grande profundidade às personagens
Profile Image for Ana Monteiro.
310 reviews1 follower
April 25, 2025
Um excelente conto, que, na minha opinião é subvalorizado, talvez pelo facto de ser pouco divulgado. Raramente ouvimos falar dele.
O certo é que é elaborado com uma rara mestria, quer na construção do enredo, quer no sarcasmo que o autor intercala com um certo tom surrealista e de significados ambiguos.
Um tempo bem passado, na companhia desta curiosa história.
Profile Image for Jujuba.
155 reviews
September 4, 2021
(2,5)
Me pareceu bem água com açúcar.
Possui um desenrolar interessante e misterioso, o que, aliado à fluidez da escrita, tornou a experiência de leitura agradável. No entanto, o plot é incrivelmente mal desenvolvido, deixando o leitor decepcionado ao ler as últimas páginas.
Profile Image for Joana Andrade.
115 reviews3 followers
September 9, 2022
Que livro tao raro e estranho.
A primeira historia e a terceira parecem ser a mesma historia, mas com um elenco diferente de personagens-como um sonho recorrente. A segunda e uma intrusao realista, como uma pequena pausa ate retomar o sonho.
Profile Image for Pedro.
188 reviews1 follower
August 3, 2023
"-Nunca estiveste triste, aborrecido, sem saber porque?..."
Se a resposta é como no conto, um não, este livro não recomendável. Os primeiros dois contos são bastante atmosféricos e interessantes. O terceiro é algo incompleto ou menos bem conseguido.
Profile Image for Da Silva.
48 reviews
April 26, 2024
Gostei muito, é um conto que descreve bem o ambiente e leva-nos a ter curiosidade sobre aquela personagem excêntrica. Para mim o problema reside em quando a historia parece estar a desenvolver a novela acaba subitamente. Por isso fiquei chateado
Profile Image for KNT.
40 reviews
July 1, 2010
First crap book of the year! Let's celebrate! Honestly, I went into this excited, because I had just finished O Mistério da Estrada de Sintra , so I was all like "yeah, let's read some more portuguese authors!" only to become puzzled, bored and frustrated. Despite the title, O Barão - or, at least, the version I have of it - includes 2 more stories, As Mãos Frias and O Involuntário. Let's start with O Barão. The back cover says:

Novelist and short story writer, Branquinho da Fonseca was one of the founders of "Presença", the famous magazine that helped modernize portuguese literature. [...:] O Barão probably is Branquinho da Fonseca's most popular book. The author delves in the telluric Barroso hill, deep in the core of Portugal, where he battles with a primitive world that dominates and almost absorbs him. The baron is one of the most fascinating and overwhelming characters of all portuguese literature.

Now, believe me: that last line is complete bullshit. But I'll get to that soon. First of all, it does surprise me that this is the guy who, in some way, was a pioneer in our country. How? I mean, I do get that you have to consider the time this was written in, but the Eça de Queiróz book was, in 1870, a lot more modern than this one, written in 1942. Now that just boggles my mind. How can something written in the middle of a war - well, even though Portugal was sipping on tea waiting for it to end, trying to be as far away from trouble as possible - and sound so self-indulgent, futile and detached from reality? I love how they mention the "telluric" aspect of it, but in reality, the actual place they were in was mentioned quite briefly. It's less about how beautiful and magical the place was and more about how magical and beautiful women are, in general. I think I would have liked not hated it if the book didn't try to be anything else than an ode to the powerful passions stirred by even the simplest of women. I use "simple" because both main characters have huge boners for the lady who makes them dinner. Why? Because OOOH THE COUNTRY THE ROMANCE SHE HAS BREASTS AND I'M DRUNK, BUT NOTHING WILL HAPPEN. There, that's the whole story for ya. And the baron? Self-absorbed, alcoholic douchebag who coerces the school inspector who's staying with him to drink a whole lot even though he will work the next day. Also, he convinces him to run around at 3 am going to some woman's house, to do...something. Being drunk, mostly.

(I love how I have so much to say about a book I didn't like, and yet for Sourcery I only wrote a small paragraph)

What about the other two stories? Well, since you asked, I can tell you that they are equally pointless and unimpressive. All the characters create big philosophical manifestos out of nothing, only to arrive to absolutely no conclusion. Ineffectual, meaningless tripe.

I usually have a rule about stuff I don't like: however bad it was, I will still try to read another book by that author because I don't think you can honestly judge their work having read only a tiny morsel of it. That being said, you can be damn sure I won't be running to library in search of more Branquinho da Fonseca. I have wasted enough time already.


Excerpt:

Já estávamos ambos embriagados. O Barão ergueu-se, fitou-me e disse, de repente triste:
- Vamos beber por uma mulher.
Levantei-me também. Foi tão tal armário e trouxe uma garrafa de champanhe. Berrou:
- Taças!
E tentava tirar o arme da rolha, sem conseguir. Veio a criada e pôs quatro taças sobre a mesa. O arame não saía. Então bateu com o gargalo da garrafa na borda da mesa e o champanhe jorrou em espuma branca. Reparando que estavam mais taças, com as costas da mão atirou duas da mesa abaixo. Eram de reserva. Porém, daquela vez não queria reservas. E ergueu a taça que transbordava. Eu imitei-o, perguntando nebulosamente:
- A que mulher?
- À única!
E bebemos ao mesmo tempo, despejando-as de um só trago. MAs com surpresa notei que o barão tinha ficado subitamente pensativo. Depois, com um gesto solene atirou o copo ao chão e fitou-me, silencioso. Fiz o mesmo, atirei a taça.

as seen in http://cherry-rambles.blogspot.com/20...
Profile Image for Betina.
90 reviews
April 29, 2024
No primeiro livro que li do autor, sinto aquele aconchego sorridente dos autores antigos. Ainda não consegui descobrir bem a razão, mas acontece-me muito isto com as escritas portuguesas de outras épocas e estas três histórias não foram exceção.
Profile Image for Pedro.
Author 51 books61 followers
October 19, 2013
Em geral gostei das histórias, apesar de não terem mexido muito comigo. Deixo então um pequeno comentário a cada um dos contos:

O Barão é a melhor e destaca-se das restantes. Invoca um saudosista que vive num tempo que já não existe. A narrativa desenrola-se de um modo fluido e prende o leitor para saber o que poderá acontecer a seguir. As surpresas não param de surgir e a maior de todas aparece no final. Vale a pena. 4 estrelas

Mãos Frias não me motivou nem um bocadinho. Não se percebe muito bem o que acontece nem o final. Não me identifiquei com a personagem nem as sensações dela passaram para mim. 2 estrelas

O Involuntário ficou mediano. Algumas situações são mais caricatas do que o autor poderia desejar, mesmo assim gostei de ler. Não há muito mais a dizer sobre este conto. 3 estrelas.

Recomendo a quem nunca leu nada deste autor.
Displaying 1 - 27 of 27 reviews

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