Fruto do talento e da paixão de Fábio Moon e Gabriel Bá, dois irmãos, que não fizeram caso para a ladainha de que quadrinhos não têm vez no Brasil. Com a cara e a coragem, produziram uma obra que não se deixa rotular facilmente. Levado por eles, o leitor se vê diante de uma história de amor, que flerta com o gênero policial, tendo um pé no mistério e outro na fantasia.
Eu gosto desta dupla de autores (que acontece setem gémeos), mas confesso que não gostei desta história. É demasiado confusa, na minha opinião. A história começa com uma moça a fugir de casa da avó, mas a ser inexplicavelmente atraída para um apartamento contíguo vazio onde encontra uma espécie de diário e onde o telefone nãopára de tocar. Nesse diário, a moça toma conhecimento: de um amor correspondido, mas aparentemente "impossível" (nunca descobrimos a razão de Val recusar, inicialmente, Komarov...) e da existência de um assassino em série que parece ser indestrutível... Além desta confusão pegada, surge ainda um elemento sobrenatural, "uma civilização de anjos que habita o mar para proteger os matinheiros"... Que roteiro tão desnecessariamente rebuscado e confuso...