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Nome de Guerra

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Nome de Guerra é a grande obra de Almada Negreiros no campo da ficção.

Obra que, se testemunha a obediência do autor a algumas das normas da escrita clássica, não perturba no entanto a sua capacidade de inovação e originalidade.

Esta obra foi escrita em 1925 e é o romance de iniciação de um jovem provinciano proveniente de uma família abastada. Quando o tio de Luís Antunes o envia para Lisboa, ao cuidado do seu amigo D. Jorge (descrito como “bruto como as casas e ordinário como um homem”), com o propósito de o educar nas “provas masculinas”, não imaginava o desenlace de tal aventura.

Apesar de, na primeira noite, D. Jorge ter ficado convencido da inutilidade dos seus préstimos, Antunes concluiu que o “corpo nu de mulher foi o mais belo espectáculo que os seus olhos viram em dias de sua vida”, decidindo-se a perseguir Judite. Esta “via perfeitamente que o Antunes não estava destinado para ela”, mas “não lhe faltava dinheiro e dinheiro é o principal para esperar, para disfarçar, para mentir a miséria e a desgraça”.Assim se inicia a história de Luís Antunes e Judite, que terminará com a prodigiosa e desconcertante frase, “não te metas na vida alheia se não queres lá ficar”.

174 pages, Paperback

First published January 1, 1938

23 people are currently reading
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About the author

José de Almada Negreiros

78 books80 followers
Escritor e artista plástico, José Sobral de Almada Negreiros nasceu em S. Tomé e Príncipe a 7 de Abril de 1893. Foi um dos fundadores da revista Orpheu(1915), veículo de introdução do modernismo em Portugal, onde conviveu de perto com Fernando Pessoa. Além da literatura e da pintura a óleo, Almada desenvolveu ainda composições coreográficas para ballet. Trabalhou em tapeçaria, gravura, pintura mural, caricatura, mosaico, azulejo e vitral.

Faleceu a 15 de Junho de 1970 no Hospital de S. Luís dos Franceses, em Lisboa, no mesmo quarto onde morrera seu amigo Fernando Pessoa.

As duas orientações de busca e criação de Almada Negreiros foram a beleza e a sabedoria. Para ele "a beleza não podia ser ignorante e idiota tal como a sabedoria não podia ser feia e triste" (Freitas, 1985). Almada Negreiros foi um pintor-pensador. Foi praticante de uma arte elaborada que pressupõe uma aprendizagem que não se esgota nas escolas de arte; bem pelo contrário, uma aprendizagem que implica um percurso introspectivo e universal.

Vulto cimeiro da vida cultural portuguesa durante quase meio século, contribuiu mais que ninguém para a criação, prestígio e triunfo do modernismo artístico em Portugal.

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Community Reviews

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147 (21%)
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291 (43%)
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172 (25%)
2 stars
44 (6%)
1 star
19 (2%)
Displaying 1 - 30 of 44 reviews
Profile Image for Maria Ferreira.
227 reviews50 followers
January 17, 2018
Nome de Guerra

Nome, cada um tem o seu.
Guerra é todo o sentimento que o humano trava consigo próprio, numa busca incessante de se encontrar e de encontrar o seu lugar no mundo.

“Todos quantos intervém na vida dos outros, quer seja em seu favor ou contra, são afinal de uma cobardia que escapa à observação dos mais atentos. Cobardes por duas razões: a primeira, por serem incapazes de se reconhecer e darem a conhecer o seu próprio caos pessoal para a aceitação geral; a segunda, porque ao intervirem na vida dos outros, quer seja em seu favor ou contra, são também incapazes de abnegar da sua própria pessoa. Se alguém decide da sua vida para servir os outros e não renuncia a si mesmo, em que poderá então ser equânime e admirável, justo e elucidativo? Respeitemos os que a tanto se afoitaram e se decidiram, mas desprezemos os que fingem.
A condição para saber ver ao longe é, estarmos dentro de nós se se trata do próprio, ou de ter renunciado a si mesmo se se trata dos outros.” (p. 225)

Este romance escrito em 1925, por José Almada Negreiros, retrata a história de um homem trintão, culto, provinciano, rico, fruto de uma educação demasiado rígida, demasiado mimado e demasiado protegido. Antunes, decide vir para Lisboa, aconselhado pela família, afim de se encontrar e de encontrar o seu lugar no mundo. Conhece Judite (nome falso), uma jovem de 19 anos, a quem a vida nada fora simpática, com ascendentes pobres, maltratada pela sociedade, sem instrução, mas com um porte escultural e bonita. Sobrevive com o dinheiro que recebe dos homens pelos seus serviços. Criatura afável mas com grande conhecimento de si própria e dos outros, sabe bem o que quer da vida: Viver!. Judite dorme de dia e vive à noite, nos clubes noturnos.

Por “divertimento” de um amigo do pai de Antunes, e no final de uma noite de copofonia, trancaram Judite e Antunes, no quarto de hotel, mas "Entre ele e a mulher nua a sua educação punha uma distância que não era destruída pelo desejo da carne. A sua educação obriga-o a uma posição vertical, com os braços bem junto do corpo, a cabeça direita e os olhos em frente, para ser um homem diferente de um animal! O Antunes via que a sua educação e a realidade estavam em guerra. A realidade, por ironia tinha posto uma mulher nua nos braços da sua educação." Se para o homem foi embaraçoso para Judite foi novidade tal procedimento, de forma que, ao sentir admiração por ele e sabendo-o rico, pensara nele como um passaporte para uma vida mais afortunada. Antunes e Judite foram morar juntos.

Esta história, é igual a muitas outras, que versam sobre a temática do amor entre duas personagens de níveis sociais diferentes, gostos diferentes e vivências diferentes, dá-nos a entender que cada macaco deve estar no seu galho, quem teve a pouca sorte de nascer num meio miserável continuará a ser miserável, quem nasceu num meio abastado permanecerá nesse meio. O ser humano é fruto do seu meio sociocultural e alterar esse meio é por em causa tudo aquilo que nós somos e de onde provimos. Antunes entrou na vida de Judite para se encontrar, anulou-se a si próprio para chegar a ela e sentiu-se infeliz, Judite quis mudar-se a si própria para conquistar Antunes, mas não o conseguia compreender.

Moral da história:
Não te metas na vida alheia se não queres lá ficar.
Profile Image for André.
114 reviews75 followers
March 12, 2017
Um verdadeiro prazer. É uma pena que a obra literária de Almada Negreiros nunca tenha tido o reconhecimento merecido.
Profile Image for Ricardo Alves.
99 reviews17 followers
August 2, 2016
Um estilo ginasticado, em que se reconhece, sem dificuldade, a escrita de Almada, tanto em prosa como na própria poesia. Esse estilo é mesmo o que salva o livro, hoje, em 2016, pois se o confronto entre o real e o ideal, entre indivíduo e sociedade, entre irreverência e conformismo (ou rebeldia e domesticação), são temas de sempre, o pano de fundo é mais do que circunscrito, como não podia deixar de ser, provavelmente.
Grande livro em 1925, ano em que foi escrito, mas não editado, o que ocorreria só em 1938, pelas mão de João Gaspar Simões -- e por essa altura já não tão grande, uma vez que, entretanto, se publicara o «Elói, ou Romance numa Cabeça», do mesmo JGS, o «Jogo da Cabra Cega», de José Régio, e «Sedução», de José Marmelo e Silva -- embora nenhum deles seja, ou fosse, Almada.
Tomarmos «Nome de Guerra», nos dias de agora como obra-prima, será manifesto exagero, o que não significa que tenha deixado de ser um excelente, digamos, romance. A minha obra-prima de Almada, poderá ser, talvez, «A Cena do Ódio». Mas a literatura escapa-se-nos, e sempre será mais do que entusiasmos e embirrações particulares.
Profile Image for Joana.
45 reviews18 followers
January 9, 2017
"Não te metas na vida alheia se não queres lá ficar."
Profile Image for Mário Gonçalves.
176 reviews
January 4, 2023
Originalmente dei uma estrela pq estava frustrado com o final (a escrita, não a história) por ser muito confuso. Mas depois de ler os resumos (isto é para uma cadeira da faculdade) percebi melhor o final (e na verdade o livro todo) e honestamente o livro não é mau.

Foi uma leitura até boa mas é, por vezes, muito confuso o que me deixou um pouco frustrado.

Só vou rezar para que a frequência corra bem.
Profile Image for Dinis.
3 reviews
December 5, 2024
"a sociedade é uma mediania a transpor pessoalmente. muitos sinceros caem-lhe nas malhas, não por terem sido sinceros, mas por incapazes de fazer frente à opinião pública, que acha destoante tudo o que é pessoal. começa por achar destoante, depois irrita-se e acaba por odiar. e este ódio cegou-a e fê-la inventar uma nova ciência chamada patologia, onde tudo o que é pessoal é doença, e à cura de todas as doenças do mundo chama-lhe mediania."

a libertação de um destino fracassado, fruto do confronto honesto com as lutas internas impostas pelas expectativas sociais. a conquista da lealdade que devemos a nós próprios e o reencontro com o nosso verdadeiro fado.
Profile Image for luca.
36 reviews
September 22, 2025
quem almeja traçar o seu próprio fado tem de acarretar com a responsabilidade de o cantar
Profile Image for Inês  Fonseca.
131 reviews
July 21, 2024
4.5 ⭐
No início, o foguete foi lançado. A meio ia a todo o vapor. No fim, deixou-se cair.
A perda de Maria (e consequentemente de Judite) foi abrupta. Não sabíamos muito sobre ela, mas sabíamos sobre o que criava em Antunes.
O protagonista é completamente lele da cuca. Perde capítulos infinitos a debater os seus pensamentos e sentimentos. Não tiro mérito, está tudo espetacularmente bem escrito.
Sendo sincera, não percebi o impacto de Judite, nem qual era a ideia de Luís. Este livro é daqueles que tem de ser lido na altura certa, talvez não tenha sido a minha.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for KNT.
40 reviews
December 1, 2011
Apart from Manifesto Anti-Dantas and some of his paintings, I knew very little about Almada Negreiros. In fact, I didn't even know how much of a pioneer he was. We can see his work throughout Portugal, be it sculptures, paintings, quotes or murals, he's kind of...everywhere, really. But that's a subject for another post. For my money (or no money, really, since I use libraries religiously, and I advise you all to do the same), is it worth it to read "Nome de Guerra"?

I'd say that it's worth it for what it is. I'll explain. It's Negreiros' only novel and it's a very important work for its time. Though it was published in 1938 it was written much, much earlier, in 1925. Which means that it actually coincided with the Presença magazine movement, which Negreiros was also a part of. I'd say it's a very relevant book in portuguese literature...but I didn't really like it.

It has a very fragmented structure, so you learn the story from short snippets that are not directly linked, sometimes. The main guy is called Luís Antunes and he's a small town, simple guy. You can see already where this is going, right? If your hunch was "goes to the city, gets amazed by the sights and the women", you are correct. He eventually meets a prostitute who calls herself Judite and starts a sort of journey where he discovers who he really is. The book doesn't end with him feeling bad about being "tainted" and wanting to go back to his simple country life. No, that's...the middle of the book. And then the realizes that he is a new man and that he will make his own life wherever he wants to. And that both Maria (his country bride) and Judite were the same: just steps to reach his final goal of fully knowing himself.

The book is also peppered with lots of monologues from the narrator in which he discusses peculiar aspects of life (such as why we have names in the first place), that serve as a parallel for the events Antunes goes through, but they can also be interpreted as his own introspection, albeit with a distant tone.

In itself, as I've mentioned, it's a very interesting piece, but it didn't captivate me. Perhaps it was because I had read similar-themed works that I quite enjoyed (A Queda Dum Anjo being one of them) or maybe it was just his style of writing, but really, it all boils down to the fact that I couldn't relate to anything. Well, except for the brothels.

Excerpt:

Por sorte, a vaca não tem apelidos de família para lhe complicarem a existência. Mas, como é animal doméstico, vem a dar-lhe na mesma que tenha ou que não tenha apelidos. O ser animal doméstico faz com que fique dentro da circunscrição dos apelidos da família em casa de quem serve. A vaca é «Pomba», «Estrela», «Aurora» ou «Vitória» como uma pessoa podia ser apenas José, Maria, Luís ou Judite. É a domesticidade que leva a estas designações e para evitar o opróbrio da fria enumeração. São feitos da gentileza com facilidades para distinguir. Mas a verdade é que o facto de alguém ser Joana ou Manuel já é mais do que ser apenas homem ou mulher. Ser homem ou mulher é apenas a natureza; chamar-se João ou Manuela já é a natureza mais a vida inteira: é o problema. E se o João é Sousa e a Manuela é Pereira, então, à natureza e à vida junte-se-lhes ainda por cima a existência e complicou-se o problema.
9 reviews
May 19, 2022
O nosso romance modernista. E logo em 1925! Os 8 últimos capítulos contêm escrita da mais bonita e life-affirming que li em anos, pelo menos no que toca a livros portugueses. Lamento que nunca tenha atingido o estatuto de clássico
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for João Biscaia.
7 reviews32 followers
December 15, 2015
Pequena pérola. Os verdes anos dum triste que então pode começar a viver. Pelo menos não engravidou ninguém.
Profile Image for tiago..
462 reviews135 followers
October 1, 2025
O melhor que se pode fazer em favor de qualquer é ajudá-lo a entregar-se a si mesmo.

Este extraordinário Nome de Guerra é, no fundo, um romance de coming-of-age - ainda que o seu protagonista já tenha passado os 30. O Antunes (o nosso protagonista) vêm da província pela primeira vez à cidade empurrado pela família, que opinou que lhe achava bem ver mundo; e após uma noite de grande borracheira com um companheiro do seu tio, a quem este havia pedido que fizesse do rapaz homem, ele acha-se trancado num quarto sozinho com Judite, mulher de vida noturna e passado misterioso. Nessa noite, não lhe toca. Mas algo dentro dele desperta: Judite será o motor da grande transformação da vida do Luís, que vai ao largo do livro deixando de ser Antunes.

É, nesse sentido, uma história de coming of age; uma espécie de revolta contra as amarras sociais, contra o que de si lhe fora contado ao largo de uma vida, e o início de uma nova busca por um contacto mais próximo consigo mesmo; um desejo, como diz a citação inicial, de entregar-se a si mesmo. Como? A única maneira que existe no mundo para revelar cada um, a si e aos outros, está dentro de cada um mesmo, é a sua sinceridade. E esta sinceridade revela-se para o Luís, como para tantos de nós, uma coisa poderosa.

Resta-me manifestar a minha surpresa com as capacidades literárias de Almada Negreiros; só conhecendo, anteriormente, o Manifesto anti-Dantas , não vislumbrava um tal talento da parte dele fora do âmbito da pintura. Mas a escrita dele acabou por ser uma coisa apetitosa, a ser saboreada lentamente para que se lhe tome todo o gosto; e o que parecia um mero romance revelou-se também uma compilação de pensamentos e de observações que constituem uma visão única do mundo. No final, sai exatamente o género de livro que me fascina: um romance, com queda filosófica, que consegue observar algo além do vulgar. Abaixo incluo um dos meus trechos favoritos:
A sorte da ciência é haver por cima dela verdades que não são científicas. É a sua sorte, porque, se não fossem elas, a ciência não teria esse estímulo para estender até lá o seu conhecimento. Ao homem o que é do homem, à ciência o que é da ciência. (...)

O que há de terrível na vida moderna são os aspectos do quotidiano atingirem um tal grau de nitidez que esta fácilmente destrona aquela que devia estar em cada homem de hoje. De facto, não estamos feitos a poder receber os choques das mil e uma caras da realidade exterior e, sentindo-nos incompletos, cremos que é esse conhecimento que nos falta. Talvez. Mas o que nos falta com certeza é confiarmos mais em nós mesmos. Temos o instinto quando nos falte o conhecimento. O instinto dá-nos imaginação bastante para abreviarmos todo o conhecimento de que necessitamos para o nosso uso. E assim poderemos deixar formarem-se serenamente os nossos legítimos sentimentos.

A ciência, que não tem outro conhecimento que o das suas experiências, necessita de um espaço de tempo de que cada um de nós não dispõe. Se sujeitássemos a nossa vida ao conhecimento da ciência, acontecer-nos-ia o que às lâmpadas elétricas que tiveram o mesmo processo de fabricação: nem todas acendem. E as que não acendem deitam-se fora. Não há tempo a perder com mistérios em ciência.

É certo que é também um livro com muita misoginia, o que não será muito de surpreender num livro dos anos 20, mas a verdade é que se isso noutros livros me incomoda, neste achei que o escritor era extraordinário ao ponto de eu poder culpar o zeitgeist e disfrutar do livro tal como é, na sua imperfeição. Na sua extraordinária imperfeição.
Profile Image for Daniela.
38 reviews5 followers
May 1, 2018
"A Judite é... é a pedra de toque com que afinal verifiquei a realidade da minha vida. A Judite não é uma mulher, é a própria realidade. Ela ignora tudo, e por isso mesmo ela é sem rodeios a própria realidade. A Judite não é gente, é uma pedra de toque, é um degrau, é a entrada, é a minha entrada na realidade. Passada a entrada, chega-se à vida e a entrada deixa de ter importância. A vida segue e quer os que seguem e não os que ficam à porta."
Profile Image for Notcatarinap.
8 reviews1 follower
March 15, 2022
Li este livro para uma apresentação escolar. Não fazia intenção de o ler todo pois era daqueles livros obrigatórios do programa escolar. Assim que comecei, puxou me para dentro da história e não consegui não ler até ao final. E caraças que livro. Foi o meu primeiro livro de Almada Negreiros e não tenciono que seja o último.

" A condição para saber ver ao longe é estarmos dentro de nós se se trata do próprio, ou de ter renunciado a si mesmo se se trata dos outros"
Profile Image for João Pinho.
16 reviews1 follower
February 5, 2022
Uma introspectiva sobre a natureza do ser humano. O renascer através das experiências da vida. Crescemos, aprendemos e nunca somos os mesmos até morremos. Mesmo depois da morte as memórias que deixamos definem o que somos para quem nos ama.
Profile Image for Margarida Santos.
41 reviews
December 20, 2025
Acho que o protagonista era um bocado maluco da cabeça, tinha um problema obsessivo com Judite e tornava difícil gostar dele.
Gostei da escrita de Almada Negreiros, também acho que ele era mais para lá do que para cá, mas a vida é assim, um livro nada mau para apresentarem numa aula de português.
Profile Image for André.
25 reviews6 followers
November 30, 2025
três e meio


“Até hoje ainda nunca houve outro modo de cada um passar de uma idade para outra da sua vida a não ser pela sua sinceridade. ”
Profile Image for David Alexandre Silva.
54 reviews1 follower
December 11, 2013
Uma visão interessante de duas personagens típicas da literatura. Apesar de muito bem escrito, de forma inovadora conforme os costumes da geração Orfeu, esperava mais da historia, que me pareceu limitada e pouco original.
Profile Image for Carlota Ribeiro.
10 reviews1 follower
March 16, 2022
Inicialmente a sequência de eventos do romance é um pouco confusa, fala do que fazem os dois homens, do clube, mas não é elucidativo no que diz respeito ao verdadeiro enredo.
Luís Antunes, vindo da província, conhece Judite, uma mulher da noite, no Clube, e rapidamente se apaixona pelo seu corpo nu.
A meu ver, a Judite simboliza não só a liberdade e o poder que as mulheres possuem e que fazem temer os homens, como também simboliza a maturidade e a sinceridade que nós vamos adquirindo com as nossas experiências, sejam elas pessoas ou simplesmente acontecimentos que nos marcam.
“Não te metas na vida alheia se não queres lá ficar” é a verdadeira conclusão deste romance de Almada Negreiros, que reforça a ideia de que a sinceridade é que guia a vida, só é possível crescer psicologicamente se formos sinceros connosco próprios. Luís viu-se perante uma idealização daquilo que achava ser o melhor (Judite), porém não era o melhor para ele, com o tempo as relações vão se desgastando e os laços acabam eventualmente por se desfazer (Maria).
Leitura agradável, apesar de às vezes se tornar um pouco monótono e confuso.
This entire review has been hidden because of spoilers.
21 reviews
June 9, 2022
4.5/5. Um trabalho que encapsula na perfeição a vanguarda modernista que Almada Negreiros, ao lado de outros, encabeçou no século XX (tendo sido o autor que teve a possibilidade de a prolongar e dilatar durante um maior período de tempo).

Tendo como personagens principais Antunes e Judite (deliberadamente parecida a Lilith, primeira mulher de Adão?), este é um romance que se reduz (ou talvez se agiganta) numa intransigente defesa à liberdade, à importância do auto-conhecimento, e à necessidade de se trilhar a vida tendo-nos a nós próprio no seu centro. Escrito de uma maneira deliberadamente fragmentada, fazendo uso da imagética da obra literária de outros autores (as influências do "cardume negro das varinas" de Cesário é indesmentível), é uma obra que se afigura como ímpar na literatura portuguesa do século XX. Diferente, inovador e provocante - é compulsório ler Almada pelo menos uma vez nas nossas vidas.
Profile Image for Cri.
15 reviews4 followers
November 7, 2018
Crescita o decadenza? In base all'epoca in cui è ambientato, è perfettamente in linea con la mentalità dei tempi, nonostante quei lampi di modernismo con cui si scaglia contro la società che qua e là sbucano fuori -- non solo a livello stilistico. Almada ha il tono sarcastico di chi vuole intrattenere un interlocutore con una chiacchierata non troppo formale. Ci sto scrivendo una tesi, sui suoi testi principali, e lo trovo camaleontico, il genio portoghese di una narrativa che pretende di accostare alla letteratura le arti plastiche, addirittura la scienza. Pecca in altro, infatti. Dico solo che questo breve romanzo mi darà tanta, parecchia carne da mettere accuramente sul fuoco; resta, nonostante tutto, uno scritto dell'epoca in cui è stato composto. Non mi sorprende tanto un certo tipo di idea che viene ipocritamente tinta di innocenza (quella pure tanto esaltata dai critici), bensì solo quanto poco sia stato utilizzato per una lettura più accurata sulla condizione della donna degli anni '20 in Portogallo.
Profile Image for Diogo Pires.
22 reviews9 followers
April 25, 2018
Foi o meu primeiro do Almada. Almada tem um estilo curioso de escrita. É curto, sucinto, de um humor invulgar e quase transparente. O personagem masculino é paradigmático - é um revolucionário naturalista, dos sentimentos. Não há "um" ir contra Deus ou contra instituições, há mais uma revolta interior que se reflecte e embate nele e nos outros. O conhecimento do Eu - e invariavelmente o conhecimento dos outros - é o que mais apaixona neste livro e faz lembrar romances que viriam depois, do Vergílio, por exemplo, mas também lá fora.
Profile Image for Lu.
41 reviews
January 21, 2025
Eu confesso que tinha grandes expetativas para este livro. Há muito que queria ler um livro de Almada Negreiros porque sempre gostei muito das suas pinturas mas este desiludiu-me. Achei as atitudes do personagem principal egoístas e não gostei quando as justifica nas estrelas ( até parece que acredita em signos) . Para mim a mensagem não foi apenas " não te metas na vida alheia " mas também o facto que é importante exprimentar a vida e não ficar apenas a observa la, contudo eu acredito que isso não justifique todas as ações do Antunes
Profile Image for Diana Oliveira.
30 reviews
July 15, 2024
Delírio ateu sobre o destino e a irreversibilidade de tocar a vida do outro.
Muitos aforismos, mas pouco vaidosos. À parte disso, nunca quis atirar um dardo à testa do Negreiros por ele ter atirado um dardo ao meu peito.
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